Edição 1158

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Diário da Cuesta

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GUILHERME DE ALMEIDA

24/07/1870 – 11/07/1969

Combatente na Revolução Constitucionalista de 1932 e exilado em Portugal, após o final da luta, foi homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Sua obra maior de amor a São Paulo foi seu poema Nossa Bandeira , além do Hino dos Bandeirantes - oficializado como letra do Hino do Estado de São Paulo - e da letra do hino da Força Publica (atual Polícia Militar do Estado de São Paulo). É proclamado “O poeta da Revolução de 32”.

Em 1958, foi coroado o quarto “Príncipe dos Poetas Brasileiros” (depois de Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano, sendo sucedido por Paulo Bomfim).

Autor da letra do Hino da Televisão Brasileira, executado quando da primeira trans-

Curso

missão da Rede Tupi de Televisão, realizada por mérito de seu concunhado, o jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Dedicou-se ainda a outras artes e atividades, além da literatura e da poesia: desenhista amador, cultivou também a heráldica, tendo criado o brasão das cidades de São Paulo, Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e Embu (SP).

Foi presidente da Comissão Comemorativa do Quarto Centenário da Cidade de São Paulo.

Encontra-se sepultado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932, no parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, ao lado de Ibrahim de Almeida Nobre, o “Tribuno de 32”. Leia nas páginas internas

de Medicina Veterinária da Unesp/Botucatu

conquista selo ouro do Conselho Regional de São Paulo

Para obter a certificação no nível “bronze”, é exigido o conceito máximo em pelo menos 70% dos indicadores do Instrumento de Avaliação; no nível “prata”, em 80%; e no nível “ouro”, em 90%.

A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, câmpus de Botucatu, alcançou o conceito máximo e foi contemplada com o selo ouro pelo Sistema Certificação de Cursos de Graduação em Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, válido por cinco anos.

A FMVZ/USP foi a única outra instituição a receber o mesmo selo. Iniciativa da Comissão Técnica de Educação do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a entrega inédita dos certificados ocorreu no dia 16 de julho, na sede da autarquia, em São Paulo Página 4

Banda Marcial de Botucatu/Afrape vence em Santos o mais importante Concurso de Bandas e Fanfarras do país

Banda de Botucatu ainda conquistou prêmios em mais cinco categorias. Este é considerado o mais importante concurso de bandas e fanfarras do país

A Banda Marcial de Botucatu, da Afrape – Associação Fraternal Pelicano de Botucatu, representou a cidade no domingo (21) no Concurso de Bandas e Fanfarras de Santos, litoral paulista. E o resultado não poderia ser melhor.

A Banda voltou para casa com o prêmio de Melhor Banda no geral. Este é considerado o mais importante concurso de bandas e fanfarras do país. Os integrantes, sob o comando do Maestro Luiz Antônio Matheus Vieira, carinhosamente conhecido como Bolinha e do coordenador Samuel Ramos, levaram pontuação máxima em todos os quesitos de julgamento.

A Banda ainda conquistou prêmios em mais cinco categorias -Mor de comando em primeiro lugar. -Linha de frente e corpo coreográfico em primeiro lugar. -Banda musical de marcha em primeiro lugar. -Troféu transitório 2024/2025. -Baliza em segundo lugar. Estamos muito felizes. Essa conquista é algo muito importante para Botucatu. É um trabalho muito intenso que o pessoal fez e isso reflete nossa cidade. O bacana é que está o nome de Botucatu, disse ao Acontece Botucatu Luiz Carlos Devienne de Almeida, atual presidente da Afrape. (Acontece Botucatu)

Diário da Cuesta 2

GUILHERME DE ALMEIDA

Um dos homens mais lembrados da história da Revolução de 1932 é o famoso Guilherme de Andrade Almeida, o “Poeta da Revolução”.

Filho de Estevam de Almeida, famoso jurista e professor de direito, Guilherme estudou nos ginásios de Culto à Ciência, de Campinas, e São Bento e Nossa Senhora do Carmo, na cidade de São Paulo. Sua formação foi em direito, pela Faculdade de Direito de São Paulo, no ano de 1912.

Além de exercer a advocacia, Guilherme de Almeida também foi um competente jornalista, sendo redator do “O Estado de São Paulo”, diretor da “Folha da Manhã” e da “Folha da Noite”, fundador do “Jornal de São Paulo” e redator do “Diário de São Paulo”.

No ano de 1917, ele publicou seu livro de poesias, “Nós”. Anos depois, em 1922, foi um participante assíduo da Semana de Arte Moderna e seu escritório serviu de redação para os fundadores da revista “Klaxon”, mania da época.

Após auxiliar nesse processo de desenvolvimento artístico e intelectual de São Paulo, Almeida percorreu o país difundindo suas ideias de renovação. Seus livros “Meu” e “Raça”, ambos de 1925, são fiéis à temática brasileira e ao sentimento nacional.

Guilherme de Almeida seria amplamente reconhecido por seu talento com a poesia. Era um grande conhecedor dos versos e da língua portuguesa, sendo, inclusive, um excelente tradutor. Traduziu, entre outros, os poetas Paul Géraldy (“Eu e Você”), Rabindranath Tagore (“O Jardineiro” e “O Gitanjali”), Charles Baudelaire (“Flores das Flores do Mal”), Sófocles (“Antígona”) e Jean Paul Sartre (“Entre Quatro Paredes”).

Sua Atuação na Revolução

No ano de 1932, Almeida decidiu que ia ajudar São Paulo como pudesse. Ele desenhou os brasões de armas de várias cidades: São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e Embu (SP). Compôs também um hino a Brasília, quando a cidade foi inaugurada.

Mais do que isso, Almeida foi um combatente da Revolução e, após o fim das batalhas, acabou exilado em Portugal. Anos mais tarde ele seria homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Sua maior prova de amor ao estado de São Paulo foi o famoso e belo poema conhecido

EXPEDIENTE

como “Nossa Bandeira”. Entre outras homenagens à cidade, existem os poemas “Moeda Paulista” e a linda “Oração Ante a Última Trincheira”. Também escreveu a letra do “Hino Constitucionalista de 1932/MMDC”, O Passo do Soldado, de autoria de Marcelo Tupinambá, com interpretação de Francisco Alves

Foi membro da Academia Paulista de Letras; do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; do Seminário de Estudos Galegos, de Santiago de Compostela; do Instituto de Coimbra e da Academia Brasileira de Letras. Em homenagem aos pracinhas brasileiros, que lutariam na Segunda Guerra Mundial, ele escreveu a famosíssima Canção do Expedicionário, com a música do não menos genial Spartaco Rossi. Ainda em contribuição com São Paulo, Almeida foi presidente da Comissão Comemorativa do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.

Guilherme faleceu em 11 de julho de 1969, em sua casa da Rua Macapá, no Pacaembu, em São Paulo – a “Casa da Colina” –, onde residia desde 1946. Adquirida pelo Governo do Estado na década de 1970, a residência do poeta tornou-se o Museu Biográfico e Literário Casa Guilherme de Almeida, inaugurado em 1979, que abriga também, hoje, um Centro de Estudos de Tradução Literária

Como uma das grandes homenagens póstumas, ele encontra-se sepultado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932, no parque do Ibirapuera. Além dele, figuras como Ibrahim de Almeida Nobre, o “Tribuno de 32”; os jovens conhecidos pela sigla M.M.D.C. e do caboclo Paulo Virgínio.

Guilherme de Almeida foi mestre de Ciência Política!

Guilherme de Almeida foi um dos fundadores da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde lecionou Ciência Política

Guilherme de Almeida pertenceu só episodicamente do movimento de 1922. Foi o primeiro “modernista” a entrar para a Academia Brasileira de Letras (1930).

Teve grande destaque na Revolução Constitucionalista de 1932.

Em 1958, foi coroado o quarto “Príncipe dos Poetas Brasileiros”

Entre outras realizações, foi o responsável pela divulgação do poemeto japonês haikai no Brasil

Haikai é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas, contendo na primeira e na última cinco caracteres japoneses (totalizando sempre cinco sílabas), e sete caracteres na segunda linha (sete sílabas). .

Inaugurado em 1979, o museu biográfico e literário Casa Guilherme de Almeida após um período de reestruturação, foi reaberto em 11 de dezembro de 2010.

Paralelamente às atividades museológicas, tem um Centro de Estudos de Tradução Literária, nas áreas de atuação do poeta. Mantém também um Núcleo Educativo preparado para mediar visitas participativas ao museu.

Guilherme de Almeida residiu na Casa desde 1946 até sua morte em 1969. Seus aposentos são mantidos mobiliados e com objetos pessoais do casal Guilherme-Baby Na mansarda (sótão) estão reunidos seus objetos de trabalho de vida ativa (participante da Revolução Constitucionalista de 1932) e épocas de um tempo da História de São Paulo. Contemporâneo do movimento de 1922, era amigo de alguns artistas que lhe deixaram obras compondo a decoração da Casa Guilherme de Almeida Pode-se ver nas paredes, Mulher de Vestido Vermelho (Anita Malfatti), Mulata Nua Adormecida (Di Cavalcanti) Retrato de Baby de Almeida e de Guilherme de Almeida (Lasar Segall), Romance (Tarsila do Amaral) entre outros. E sobre um pedestal a escultura Soror Dolorosa de Brecheret.

A Casa Guilherme de Almeida é uma instituição da Secretaria de Estado da Cultura e administrada pela Poiesis(Organização Social de Cultura).

Fica no Pacaembu, na rua Macapá187 –Pacaembu

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Quadro de Lasar Segall, 1927

Curso de Medicina Veterinária da Unesp/Botucatu conquista selo ouro do Conselho Regional de São Paulo

Para obter a certificação no nível “bronze”, é exigido o conceito máximo em pelo menos 70% dos indicadores do Instrumento de Avaliação; no nível “prata”, em 80%; e no nível “ouro”, em 90%

A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, câmpus de Botucatu, alcançou o conceito máximo e foi contemplada com o selo ouro pelo Sistema Certificação de Cursos de Graduação em Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, válido por cinco anos.

A FMVZ/USP foi a única outra instituição a receber o mesmo selo. Iniciativa da Comissão Técnica de Educação do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a entrega inédita dos certificados ocorreu no dia 16 de julho, na sede da autarquia, em São Paulo.

O Sistema de Certificação de Cursos de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo foi criado em 2022 como um instrumento de valorização dos bons cursos da profissão para a sociedade. A iniciativa avalia as Instituições de Ensino Superior (IESs) em três diferentes dimensões: organização didático-pedagógica, corpo docente e técnico-administrativo, e infraestrutura. Para obter a certificação no nível “bronze”, é exigido o conceito máximo em pelo menos 70% dos indicadores do Instrumento de Avaliação; no nível “prata”, em 80%; e no nível “ouro”, em 90%.

O presidente da Comissão de Educação do CRMV-SP, Fábio Manhoso, destacou o momento histórico, com a primeira entrega de certificação. “Neste segundo ciclo avaliativo para certificação de cursos de graduação em Medicina Veterinária, tivemos duas instituições aprovadas na primeira etapa para visita in loco. É com alegria que divulgamos o resultado, com as duas contempladas com o conceito máximo, o selo ouro, a FMVZ-USP e a FMVZ-Unesp do campus de Botucatu”, declarou.

Manhoso fez questão de apresentar aos representantes das faculdades durante o evento cada um dos integrantes da Comissão de Educação do CRMV-SP e de enfatizar o trabalho realizado. “Com afinco e alegria, foi muito bom esse convívio. Foram 54 cursos de Medicina Veterinária visitados, três encontros de coordenadores de Medicina Veterinária, a campanha ‘Melhor Escolha’, que foi um dos primeiros projetos, para falar com o jovem que queria fazer a graduação na área, e o Sistema de Certificação de Cursos”.

O presidente do CRMV-SP, Odemilson Donizete Mossero, cumprimentando os representantes da USP e da Unesp, ressaltou o trabalho realizado pela Comissão de Educação para o incentivo às boas práticas e qualidade no ensino da Medicina Veterinária. “Com sementes sendo implantadas e já começando a colher, ficamos muito gratos por termos profissionais competentes ao nosso lado. O trabalho das Comissões é assessorar nas diferentes áreas, promovendo a integração com a Diretoria Executiva e com as universidades, para que se aproximem mais ao Conselho e estejam alinhadas. Parabéns à USP e à Unesp de Botucatu por aceitarem esse desafio, e também às outras que participaram de forma voluntária, nossos cumprimentos, por darem esse passo em busca da excelência”.

A FMVZ/Unesp

Para o professor Cezinande de Meira, diretor da FMVZ/Unesp, receber o selo ouro foi uma grande alegria para a atual gestão da instituição de ensino e para toda a comunidade acadêmica. “O selo é um cartão de visita que dá visibilidade para quem tem a intenção de ingressar na FMVZ-Unesp de Botucatu. É um diferencial que reconhece a qualidade do curso e todo o empenho, ao longo desses anos, para a melhoria do ensino, da pesquisa e da extensão na área de Ciências Agrárias da universidade.”

Meira também citou o papel da Medicina Veterinária e da Zootecnia como profissões à frente da produção de alimentos para o País e o mundo, e comentou sobre a reestruturação do curso da instituição. “Destaco o crescimento de toda a Unesp de Botucatu, especialmente da Medicina Veterinária. Agradeço à USP que, em 1963, quando começou o curso, forneceu docentes para ajudar na implantação. Somos parceiros da Universidade de São Paulo há mais de 50 anos, em conjunto para o crescimento da sociedade. Destaco também a evolução do curso, mais recentemente com a reestruturação curricular, que reforçou o ensino e o trabalho no contexto da Saúde Única.”

O professor Rogério Martins Amorim, coordenador do curso de Medicina Veterinária da FMVZ/Unesp, comentou a importância do reconhecimento pelo Sistema de Certificação. “Nessa gestão, o conselho do curso de Medicina Veterinária tem como meta submeter nosso curso a processos de certificação, que são importantes não apenas para reconhecer a qualidade, mas também por apontar os pontos em que precisamos melhorar. Nesse contexto, esse instrumento criado pelo CRMV é importante não apenas para apontar para a sociedade quais são os cursos de excelência, mas também para que nós possamos identificar nossas deficiências e melhorar”.

O professor Rogério também fez questão de agradecer a toda a comunidade universitária. “Esse selo outro reconhece todo o trabalho da comunidade da FMVZ, incluindo docentes e técnicos-administrativos, alunos de graduação e pós-graduação e os residentes. É essa comunidade que tem trabalhado integrada em prol do ensino, da pesquisa e da extensão no nosso curso. Por isso, compartilhamos com a comunidade essa conquista”.

Por - Sérgio Henrique Santa Rosa. (Tribuna de Botucatu)

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