Edição 1162

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Diário da Cuesta

O ator Thiago Lacerda no papel de Giuseppe Garibaldi
A atriz Giovanna Antonelli no papel de Anita Garibaldi

A Revolução Farroupilha e a República Catarinense

A República Juliana ou República Catarinense, oficialmente República Catharinense Livre e Independente, foi um Estado revolucionário proclamado na então província de Santa Catarina, do Império do Brasil (1822-1889), que constitui o atual estado brasileiro de Santa Catarina, em 24 de julho de 1839, e que perdurou até 15 de novembro do mesmo ano. Foi uma extensão da Revolução Farroupilha (1835-1845), iniciada na província vizinha do Rio Grande do Sul, onde havia sido proclamada a República Rio-Grandense (1836-1845).

A República Juliana, proclamada por David Canabarro e Giuseppe Garibaldi, formou uma confederação com a república vizinha, porém, sem condições de expandir-se pela província de Santa Catarina, não conquistando a Ilha de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), sede da província. Em novembro do mesmo ano (quatro meses após sua fundação), propiciaram-se condições para que as forças do Império retomassem Laguna, cidade-sede do governo da República Juliana. No planalto catarinense, Lages aderiu à revolução, mas submeteu-se no começo de 1840

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

Diário da Cuesta 3

A TRAJETÓRIA DE GIUSEPPE GARIBALDI

A figura carismática de Giuseppe Garibaldi sempre esteve ligada à presença forte de Anita Garibaldi Na retirada da Laguna, extenuado e abatido, Garibaldi não se deixou vencer pelo pessimismo Com uma reação típica de sua bravura, o grande guerreiro deixou expressa a importância de Anita em sua vida:

“ À testa de alguns homens, resto de tantos combatentes que tinham, com justa razão, merecido o título de bravos, eu ia a cavalo Orgulhoso do vivos, orgulhoso dos mortos... Ao meu lado, a mulher digna de toda a admiração. Que me importava, pois, não possuir senão o que tinha comigo? Que me importava servir uma República pobre, que não pagava ninguém e da qual, ainda que fosse rica, eu não teria aceitado coisa alguma?”

É muito importante relembrarmos que Giuseppe Garibaldi sempre participara das lutas políticas pela unificação da Itália. Pertenceu à “Jovem Itália”, uma sociedade secreta fundada (1831) por Giuseppe Mazzini, que se notabilizou em procurar atrair para a causa da unificação italiana a presença de expressivos segmentos da sociedade. Perseguido e exilado político, Garibaldi participou de lutas no Uruguai e no Brasil (Guerra dos Farrapos).

Foi o mais longo movimento de contestação ao Poder Central: era contra os abusivos impostos imperiais e contra as restrições à liberdade. Durou dez anos essa

guerra (1835/1845).

Os revoltosos contaram com o apoio dos camponeses e com o apoio da sociedade maçônica, sob o comando do Coronel Bento Gonçalves e contou com a experiência revolucionária de Giuseppe Garibaldi. No ano de 1845 foi selado um acordo entre os revolucionários e o Poder Central (Barão de Caxias, futuro Duque, foi o responsável pelo final feliz)

Os soldados rebeldes foram anistiados e incorporados ao Exército Nacional; os escravos que participaram do movimento foram alforriados; e os estancieiros foram anistiados e tiveram reconhecidas as suas lideranças na região. Segundo Érico Veríssimo, a Guerra dos Farrapos terminava “com honra para os dois lados”

AS HOMENAGENS NO BRASIL À

ANITA GARIBALDI

Essa “HEROÍNA DE DOIS MUNDO”, é tema de poesias, romances, novelas e filmes, além de dar nome a ruas, monumentos e cidades. A

genialidade do famoso Joãozinho Trinta , levou para a maior festa popular brasileira – o Carnaval! – a história da “Heroína de Dois Mundos”, pela Escola de Samba Viradouro. A homenagem destacou a sua vida e a sua dedicação na luta pela liberdade empreendida por seu companheiro Giuseppe Garibaldi, no Uruguai, no Brasil e na Itália!

TRÊS DATAS MEMORÁVEIS

É preciso não esquecer – relembramos aqui de relance – nessa noite festiva de posse da XIII Diretoria de nossa Academia de Letras, Ciências e Artes, de três datas que temos a obrigação e o dever de recordá-las. 9 de julho de 1932, data de importante relevo na história paulista em defesa da democracia. 9 de julho de 1972, data em que os fundadores da Academia Botucatuense de Letras, por sugestão do inesquecível Dr. Antônio Gabriel Marão, escolheram para estabelecer a fundação de uma Academia de Letras e, Lei Nº 6.373, de 25 de outubro de 2022, de autoria da acadêmica e Vereadora Alessandra Luchessi de Oliveira, instituindo julho como o “Mês do Autor e do Escritor Botucatuense”.

mais forte do alicerce.

Pediu aos seus pares, muitos deles, como eu e o Prof. Bahige Fadel, mais jovens, que aceitassem como compromisso maior o de respeitar a tradição, defender e preservar a língua pátria, sem as quais as organizações do gênero tem pouca probabilidade de sobrevivência.

Acolhendo valores nas áreas da Literatura, Ciências e Artes, sem nenhuma discriminação ou preconceito, tendo em vista somente o merecimento literário, artístico e cientifico dos seus associados, constitui a Academia Botucatuense de Letras um centro de confluência das forças espirituais criadoras, no qual se representam e simbolizam as tendências que fortalecem a unidade da alma botocuda.

• O que parecia milagroso a Antônio Gabriel Marão, no discurso que então pronunciou, o êxito pleno da iniciativa ousada para o tempo, que, nos idos de 1936, um grupo de intelectuais, sonhava com uma academia literária e, quatro décadas depois, confirmava-se em 9 de julho de 1972.

• Considerada a “cidade dos bons ares e das boas escolas” Botucatu, desde a fundação, em 1876, de seu primeiro jornal, “A Gazeta de Botucatu” pelo imigrante italiano Miguel Tocci e o advogado Luiz Augusto Tavares, primou pela literatura, dando nomes valorosos como Maria José Dupré, Ibiapaba Martins, Francisco Marins, Hernâni Donato, Oracy Nogueira e Mafra Carbonieri, seis nomes que adentraram a Academia Paulista de Letras honrando a nossa história cultural. Poetas, contistas, jornalistas, cientistas e artistas plásticos, somam mais de 200 verbetes no “Dicionário dos Escritores Botucatuenses”. À sombra do glorioso 9 de julho, a instituição tem crescido no apreço da intelectualidade botucatuense e, através da realização que a projetam como um dos fatos históricos consideráveis do movimento cultural de nossa urbe.

Foi o que disse o próprio Gabriel Marão, eleito primeiro presidente, ao agradecer a honra da escolha, na confiança de que o seu estimado nome seria a pedra

EXPEDIENTE

XIII Diretoria da Academia Botucatuense de Letras

Presidente: Maria Cristina Fumie Iwama de Mattos

1º Vice-Presidente: Valdir Gonzales Paixão Junior

2º Vice-Presidente: João Francisco Gabriel

1º Secretário: Olavo Pinheiro Godoy

2º Secretária: Carmen Sílvia Martin Guimarães

1º Tesoureiro: Luiz Roberto Coelho Gomes

2º Tesoureiro: Mauricio Gonçalves Seródio

1º Bibliotecário: José Sebastião Pires Mendes

2º Bibliotecário: padre Nelson Maria Brechó da Silva

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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