SENSACIONAL LANÇAMENTO HISTÓRICO CULTURAL
Medalha Calendário: O império Brasileiro retratado através de uma enigmática medalha de 1867
– Edil Gomes e Gilberto Tenor
Lançamento dia 13 de setembro no Encontro Especial da Sociedade Numismática Brasileira em São Paulo, do livro “Medalha Calendário: O Império Brasileiro retratado através de uma enigmática medalha de 1867”, de autoria do numismata botucatuense Edil Gomes e do numismata, pesquisador e presidente da Sociedade Numismática Brasileira Gilberto Fernando Tenor.
A medalha tem 41 mm, foi gravada por Christian Luster e cunhada na Casa da Moeda do Brasil, a moeda é um manual de datas do Império do Brasil, incluindo eventos imperiais e religiosos, muitas vezes esquecidos, que nos transportam ao final do Império Brasileiro.
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A enigmática medalha calendário do Império do Brasil
Já há tempos os numismatas Edil Gomes e Gilberto Fernando Tenor vem reunindo material e desenvolvendo uma pesquisa com foco nas medalhas imperiais do Brasil. Nesse conjunto de peças, uma recebeu maior atenção, era uma medalha com 41mm que traz muitas informações, para se ter uma ideia são mais de 1000 letras e 600 palavras, além de desenhos, pontos, barras e símbolos, conhecida como “medalha crônica” ou “medalha calendário”.
Foi criada e gravada por Christian Luster, dinamarques naturalizado brasileiro, que trabalhava na Casa da Moeda e cunhada para ser exposta na Feira Universal de Paris de 1867.
Nesse período o Brasil estava em plena Guerra do Paraguai, onde fazia parte da Tríplice Aliança, juntamente com a Argentina e Uruguai, foi o maior conflito bélica terreste e naval da América Latina, parte dessas vitórias estão eternizadas nessa medalha se tornando assim um registro histórico de um periodo do Brasil.
Outras datas se referem a religiosas e da família Imperial. Também consta um calendário perpétuo do ano, com início das estações, fases da lua, zodíaco, eclipses solar e lunar, dentre outras. É registrado o descobrimento do Brasil em 1500, da Independência em 1822 e da primeira Constituição do Brasil de 1824.
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Muitas das informações são abrevidas, assim no livro é desvenda cada uma delas com a explicação, no final, os autores notaram que não era sobre uma medalha, mas sim destava sendo descrito costumes do períoco monárquico brasileiro.
Nota-se um alto grau de instrução no estudo astronômico do período, para se definir as datas móveis, como a Páscoa e
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Armando
as datas que se referem a ela. “Foi uma verdadeira viagem no tempo, percebemos que teríamos que pesquisar como era na época o cotidiano, pois algumas datas comemorativas que estão na medalha, pouco são conhecidas, seja datas relativas a família imperial, como datas relativas a Dom Pedro II e suas filhas e família imperial, seja de datas religiosas como por exemplo 1 de janeiro, que era comemorado o dia da circuncisão de Jesus. Percebemos que não era sobre uma medalha, mas havia muito mais. São citadas 14 vitórias em batalhas na Bacia Cisplatina, que mostram um Brasil preocupado com suas fronteiras, uma dessas batalhas foi a de Riachuelo, em 11 de junho de 1865, uma batalha naval que foi tão importante que a data hoje é comemorada como sendo o dia da Marinha do Brasil”, destaca Edil Gomes.
No fim, é uma história que gira em torno de uma medalha, mas a abordagem se transformou em uma publicação sobre um recorte do final do Império do Brasil.
A parceria entre os autores já vem de outros trabalhos de pesquisa em artigos e livro publicado. Gilberto Tenor também tem forte ligação com Botucatu pelos laços familiares e também é membro correspondente da Academia Botucatuense de Letras, atualmente é presidente da Sociedade Numismática Brasileira, entidade que completou seu centenário em janeiro desse ano.
Durante o lançamento que será em São Paulo, no Encontro Especial de Numismática, dia 13 de setembro, está sendo planejada uma exposição com peças relativas ao livro, como por exemplo da família Imperial do Brasil e da Guerra do Paraguai.
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DIRETOR:
Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Diário da Cuesta 2
A R T I G O MEU PRIMEIRO EMPREGO
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Marcelo Delmanto
Quando comecei minha Faculdade de Direito eu já tinha em mente fazer um estagio na área. Isso é muito comum e a maioria dos universitários fazem isso, pois na faculdade aprendem a teoria e no estágio a prática.
Para isso procurei e me inscrevi no CIEE, que é o Centro de Integração Empresa Escola CIEE: é uma associação “brasileira”, de direito privado, sem fins lucrativos, beneficente de assistência social e reconhecida de utilidade pública, que, dentre vários programas, possibilita aos jovens estudantes brasileiros, uma formação integral, ingressando-os ao mercado de trabalho, por meio de treinamentos e programas de estágio e aprendizagem.
Sendo assim, comecei meu estágio no departamento da assessoria jurídica da EMURB. A Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo, foi uma empresa pública vinculada à Prefeitura de São Paulo, no Brasil.
cido como “A Noite”, no Rio de Janeiro, que teve sua construção concluída em apenas dois anos, entre 1927 e 1929.
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Criada pela Lei Municipal número 7.670, de 24 de novembro de 1971, atua no replanejamento urbano do município, majoritariamente nas áreas em processo de transformação ou deterioração.
A reestruturação do Edifício Martinelli, do Palácio das Indústrias, as reurbanizações do Vale de Anhangabaú, da Praça da Sé e da Praça Roosevelt, e a conversão de vias centrais em calçadões destacam-se entre as principais obras realizadas pela empresa.
Foi extinta em 2009, quando foi cindida na São Paulo Urbanismo e São Paulo Obras.
De qualquer maneira foi minha primeira experiência profissional.
A sede da empresa ficava no Edifício Martinelli, que é um prédio localizado no Centro da metrópole brasileira de São Paulo. Situa-se no triângulo formado pela Rua São Bento, avenida São João, e Rua Líbero Badaró Devido à sua altura, o local é um mirante, onde em suas redondezas é possível observar pontos turísticos, como por exemplo o Vale do Anhangabaú e a Catedral da Sé. Foi o segundo arranha-céu do Brasil e da América Latina, ultrapassando o Edifício Joseph Gire, conhe-
O estágio tinha a duração de 6 (seis) horas diárias, isto é, pela manhã eu cursava a faculdade, terminadas as aulas eu seguia para a empresa. Na época não existia o acompanhamento de processos virtualmente, e por essa razão tínhamos que ir ao fórum diariamente.
Eu aprendi muito da prática jurídica durante esse estágio que me ajudou bastante na minha formação profissional.
Depois de terminar a faculdade eu participei do “Bando di Concorso da Università Degli Studi di Bologna” organizado pela Regione Emilia-Romagna. Sendo contemplado eu tive a oportunidade de fazer o “Corso di Perfezionamento in Diritto delle Comunittá Europee.”, isto é um Curso de Especialização voltado, especialmente, para o novo cenário da Comunidade Europeia, na Facoltà di Giurisprudenza. Na ocasião, pude trabalhar na sede da Regione Emilia-Romagna. Assim iniciei minha jornada profissional, que me deu uma base sólida em todos os outros empreendimentos que tive na minha vida.
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“As meninas e o vento”
“Prepare o seu coração para as coisas que eu vou contar Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar”
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar a morte, o destino tudo a morte, o destino tudo estava fora de lugar, eu vivo para consertar.”
Geraldo Vandré e Theo Marques
As aventuras eram tão simples naquele nosso tempo de meninas.
De vez em quando tínhamos as grandes aventuras, e eram sempre através de um trem.
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Saíamos pelas ruas a pé na madrugada para pegar o primeiro trem.
O pai alto ia capitaneando, carregando as malas, pelo meio das ruas e logo atrás ia a mãe, carregando o resto das bagagens.
Seguíamos trôpegas e ainda sonolentas logo atrás dela.
Ao chegarmos na estação a animação começava, aguardávamos sentadas num dos bancos, e cuidando das bagagens enquanto o Zé Camilo comprava nossas passagens no guichê.
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Logo o pai vinha até nós, aguardávamos ansiosos a chegada do grande trem fumegante que vinha pela curva da estrada nos seus trilhos.
Parava com grande estrépito, abriam-se suas portas e desciam os passageiros que ali chegavam, carregados de malas e sacolas.
Aguardávamos ansiosos até o momento de subirmos no vagão e nos sentarmos nos bancos de madeira.
Começava a disputa entre eu e minha irmã para sentar ao lado da janela.
Logo o chefe da estação anunciava a saída do trem para São Paulo e suas paradas.
Quem ouve a música de Villa Lobos sobre o trem se lembra imediatamente.
A locomotiva começava lentamente e depois ia pegando velocidade.
Depois de algumas horas dentro do trem eu ficava sempre mareada com o movimento.
Sabendo disso, minha já me dava um comprimidinho, que evitava o mal estar, em compensação dava um tremendo sono.
Acordava um tempo depois com a voz do Senhor que anunciava a parada na próxima estação: Cer - quilho. Entoava a voz e dava um espaço entre as sílabas.
Eu e minha irmã nos entreolhávamos e ríamos.
Já sabíamos de cor e salteado cada uma das paradas. Desfrutávamos do vento em nosso rosto e ficávamos comentando sobre os bois e vacas pastando nos campos verdes.
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Nosso pai sempre arrumava uma prosa animada com algum senhor no trem, e se ouvia sempre discutir sobre os assuntos do momento, ou contava alguma estória engraçada e depois se ria fechando os olhos e chacoalhando a barriga, acompanhado do mais novo conhecido.
O vendedor de biscoitos de polvilho passava com um fardo pelos corredores.
A cada parada do trem desembarcavam alguns, e subiam outros novos passageiros.
Corríamos à janela para ver a estrada que serpenteando o trem bufando fumaça.
Diria até que o trem sorria nos mostrando os caminhos.
A chegada á São Paulo era aguardada com ansiedade porque sabíamos que ao pôr o pé na estação o ritmo mudava, e nos preparávamos psicologicamente o para movimento da capital paulista.
A pensão da Tia Nancy era perto da estação, e nós caminhávamos até lá, tentando ver os pontos já conhecidos, aproveitando cada momento por antecipação.
Um dos passeios que fazíamos era até uma grande loja de departamentos, a Mesbla
Numa das muitas calçadas paulistas próxima de uma grande loja tinha uma espécie de bueiro que ao passarmos por ele, nos subia um ar quente e precisávamos segurar as saias que usávamos para não nos subir á cabeça, deixando nossas pernas á mostra. Ríamos muito da experiência e passávamos por ele várias vezes aproveitando a nova e divertida experiência, mas com o ritmo de São Paulo tínhamos que estar atentas para não nos perdermos dos nossos pais
Nunca me esqueço do filme que assistimos com a Marilyn Monroe, linda e loura, num lindo vestido branco de frente única e saia pregueada.
Ela passava por um lugar que do chão subia um vento igual e levantava suas saias, ela ficava ali apreciando o vento que aliviava o calor de verão.
Numa dessas nossas idas a São Paulo encontramos hospedados lá na Pensão da Tia Nancy uma senhora com seus três filhos.
Numa tarde quando assistíamos encantadas pela TV um seriado Ivanhoé, e suas aventuras épicas, combinaram um passeio ao Zoológico
E numa manhã ensolarada e quente saímos pegar um ônibus que nos levou até lá.
Lembro que a parada do ônibus ficava um pouco distante da entrada, e caminhamos muito até lá.
Mas o encantamento com o que lá vimos foi inesquecível.
Logo os ventos e a locomotiva sorridente nos trouxe de volta às terras botucudas, e respiramos aliviados o bons ares da nossa amada terra das boas escolas.
Trazíamos renovados na lembrança os lindos momentos vividos junto aos novos amigos que por sinal nunca mais voltamos a ver: o vento levou...