Edição 1178

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Diário da Cuesta

A IGREJA PRETA - 1ª IGREJA PRESBITERIANA DE BOTUCATU

Fundada em 1885, pelo Reverendo George Anderson Landes, em 1890 teve sua sede instalada e, em 1935 foi inaugurada a nova sede da atual Igreja, a IGREJA PRESBITERIANA DE BOTUCATU – A Igreja Preta ! – é data histórica: 139 Anos!

Botucatu está no “meio-dia” da sua existência e de seu

“Botucatu não se encontra mais na calada da noite e muito menos nas asas da alvorada, uma vez que é uma cidade que já se encontra no meio dia da sua existência e do seu progresso: com sol a pino, que aponta a sua pujança, o seu progresso, tendo tudo de bom que uma cidade pode desejar”. Reverendo Antonio Coine Página 2

Reverendo Antonio Coine.

BOTUCATU ESTÁ NO “MEIO-DIA” DA SUA EXISTÊNCIA E DE SEU PROGRESSO...

Já é tradicional a participação da ABL – Academia Botucatuense de Letras nas comemorações do Aniversário de Botucatu e a participação do Reverendo Coine , como Orador Oficial da ABL, nas festividades do Aniversário de Botucatu, ficou marcado como importante retrato histórico de nossa cidade. O Reverendo Coine destacou o desenvolvimento da cidade desde 1719, com a criação das fazendas jesuítas que originaram o município

“Queridos Concidadãos: costume, entre nós, quando uma pessoa muito querida aniversaria, parabenizarmos e promovermos uma grande festa celebrativa.

Pois bem!

quatrocentos anos atrás, através dos lábios do Profeta Malaquias, que não devemos desprezar “o dia dos humildes começos”.

A nossa querida cidade de Botucatu, comemora, hoje, o seu aniversário. Isso é uma grande alegria e bênção para todos nós.

Porque dissemos: para todos nós?

Porque somos, todos nós, de maneira total e indistinta, filhos dessa amada cidade, que nos acolheu no seu seio como o faz a mãe, quando acolhe seus filhos para dar-lhes proteção, amor e carinho.

E é justamente isso que Botucatu tem feito para cada pessoa que aqui tem chegado e feito dela o seu lar e estabelecido sua família.

É certo que a nossa querida Botucatu, como a vemos hoje, não é a mesma que foi no passado, ou até mais, como já nos escreveram nossos ilustres historiadores, cujos registros se encontram nos fartos e famosos escritos do nosso ilustre concidadão Dr Armando Delmanto e outros historiadores nossos.

Por esse motivo gostaria de convidá-los, neste momento, a que dirijam seus pensamentos em páginas importantes, como se estivessem folheando um álbum de família.

Ali poderemos vislumbrar, na primeira página, o nosso passado.

Mais adiante poderemos nos defrontar com o nosso presente.

E na página seguinte observaremos o nosso futuro, bem como de nossas gerações seguintes.

NO PASSADO

Nos depararemos com os nossos pioneiros.

Ali se encontram as primeiras sementes daquilo que hoje usufruímos.

Se olharmos para o passado, poderemos ver nossa querida cidade de Botucatu retratada de maneira bem simples e humilde, dentro de um sertão incomensurável.

Nas fotos dessa primeira página do nosso álbum teremos a oportunidade de voltar no tempo e ali encontrarmos, primeiramente, os jesuítas, quando, lá pelo ano de 1719, a famosa e elitizada Companhia de Jesus, numa fazenda, havia se estabelecido.

Escreve-nos Armando Delmanto que: Em pesquisas realizadas em Sorocaba, o escritor botucatuense, Hernâni Donato, comprovou que os primeiros botucatuenses nasceram nessa fazenda”. (in “Memórias de Botucatu I”, de Armando M. Delmanto, págs. 16/17, 2ª edição 1995);

O passado da nossa cidade deveria, em muito, aguçar as nossas mentes, nos dias de hoje, para entendermos o seu real valor.

Uma vez que sabemos que esta cidade nasceu sob o signo da cruz, “segundo o Prof. Plínio Airosa, da USP” isso deve nos levar a refletir naquilo que o Supremo Deus, o Criador disse, cerca de dois mil e

EXPEDIENTE

Ao falar isso Ele quer nos dizer que nele, no passado, foram plantadas as sementes de uma visão futura, daquilo que nossos antepassados, os nossos pioneiros, os nossos colonizadores sonharam para essa cidade: Progresso, Amparo, Proteção, Saúde, Educação, para todos, indistintamente.

Isso quer nos lembrar ainda, que esta cidade, no seu passado, teve aqueles que a fizeram, que a construíram: e foram os braços fortes dos escravos e dos livres; dos proprietários e dos trabalhadores. Todos eles, homens, mulheres e crianças fortes, dignas de serem lembrados e homenageados por nós cidadãos da modernidade.

Pobre povo aquele que não conhece e pouco se interessa pelo seu passado.

Lembramo-nos de uma frase do ilustre educador e pastor presbiteriano que aqui esteve por volta do ano de 1868, Revdo. Prof. George Whitehill Chamberlain, recém formado pela Universidade de Princeton Ele esteve hospedado na casa de Domingos Soares de Barros, pois este estava interessado em conhecer as doutrinas contidas nas Sagradas Escrituras, a Bíblia. Quando estabelecia a primeira Escola Americana, na rua Líbero Badaró, em São Paulo, que se tornaria a hoje Universidade Presbiteriana Mackenzie, Chamberlain uma belíssima e importante frase que se encontra registrada nos livros de história do presbiterianismo: “Nós trabalhamos na calada da noite, mas outros virão ao nosso encontro no alvorecer”. Poderemos, com absoluta certeza, parafraseá-la pensando no que os nossos pioneiros, tais como o Capitão José Gomes Pinheiro, dentre outros, disseram também: “Trabalharemos com afinco na calada de noite, mas outros virão até nós, para nos ajudar, nas asas da alvorada”.

Hoje, queridos concidadãos, Botucatu não se encontra mais na calada da noite e muito menos nas asas da alvorada, uma vez que é uma cidade que já se encontra no meio dia da sua existência e do seu progresso: com sol a pino, que aponta a sua pujança, o seu progresso, tendo tudo de bom que uma cidade pode desejar.

O PRESENTE E O FUTURO

o olhar de agradecimento, ter uma visão do futuro. Aquilo que usufruímos hoje da honestidade do caráter, como fruto do trabalho laborioso conquistado pelo suor do nosso rosto e abençoado pelo Criador é a base no solo da herança que deixaremos para aqueles que nos substituirão. E essas vidas já se encontram nos ventres maternos, nas crianças que se movem em nossa cidade, nos adolescentes e jovens alegres que caminham festivos e satisfeitos em nossas ruas povoando nossas escolas.

Por isso é necessário que, olhando ao nosso redor vejamos se há ainda uma única pessoa com fome, uma única criança sem a educação devida, alguém desabrigado ou desamparado pelas circunstâncias da vida, e não nos omitirmos.

Não podemos encher os nossos bolsos com as riquezas honestas, pelas quais lutamos e angariamos, sabendo que há fome, falta de educação, abrigo e outras coisas que constituem o bem dos seres humanos, nossos irmãos.

Se bem que podemos dizer com orgulho santo que a nossa Botucatu tem servido de exemplo nessas áreas para outras cidades. Por isso somos chamados de Cidade dos Bons Ares, das Boas Escolas e das Boas Indústrias, e, porque não dizer de Bons e Caridosos Corações.

É certo de que não poderemos nos deleitar tranquilamente na poltrona do nosso sucesso, com a consciência tranquila, enquanto milhares de brasileiros vivem na necessidade Deus mesmo disse que devemos ser o amparo das viúvas, dos órfãos, dos pobres, dos enfermos, dos estrangeiros e de todos que necessitam da nossa ajuda, do nosso amor, do nosso carinho, da nossa caridade. Por isso, devemos continuar a realizar este grande empreendimento, seja aos nossos munícipes, como também, de outros municípios, aos quais temos estendido nossas mãos com amor cristão. Para quem não sabe, daqui têm saído toneladas de roupas e alimentos para o sustento de tribos indígenas e pessoas carentes em rincões muito afastados da nossa cidade, no Mato Grosso do Sul e, até no Amazonas e Nordeste Brasileiro. Finalizamos usando as palavras do salmista que dizia, há cerca de três mil anos atrás: “Bem-aventurado é o povo cujo Deus é o SENHOR!” (Sl 144.15)

Ao olharmos, agora, para a página do nosso álbum que aponta o nosso presente, entendemos melhor o lugar onde já nos encontramos situados podendo contemplar aquilo que estamos usufruindo. Aquilo que temos recebido, aquilo que tem nos abençoado e nos tem feito progredir.

Quem se encontra no presente, deve também, à semelhança dos nossos antepassados pioneiros, com

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

E Deus mesmo nos concita através dos lábios do profeta Jeremias: “Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz” (Jeremias 29.7).

Que Deus, o Supremo Criador, Mantenedor e Sustentador do Universo abençoe nossa querida cidade, nossa mãe amorosa.

Parabéns querida BOTUCATU!!! Muitíssimos anos de vida e progresso.”

Acadêmico Reverendo Dr. Antonio Coine, Membro Honorário da Academia Botucatuense de Letras e Pastor Emérito da Igreja Presbiteriana do Brasil. Acervo Peabiru

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

A PRIMEIRA IGREJA

Os anais presbiterianos, no entanto, atribuem a Domingos Soares de Barros o mérito de ter se transformado no propagador do Culto Evangélico e incentivador de sua organização na cidade. Maçon, Domingos Soares de Barros, travou conhecimento com a Palavra de Deus, através da Bíblia da Loja Maçônica local, livro que servia para os votos e cumprimentos maçons.

Destacado agricultor, Domingos Soares de Barros, teve grande participação na comunidade, tendo sido um dos signatários do Manifesto Republicano de 1873, resulta-

do da Convenção de Itú, que passou à História do Brasil como um dos fatos mais importantes da Nação.

Em Botucatu, e na ausência de qualquer Casa de Oração, conta-se ser dele um voto a Deus: “Se aparecesse alguém em Botucatu, que pregasse as doutrinas da Bíblia, ele construiria uma casa para aquele Livro”. Apareceu!!!

O Reverendo Chamberlain, fundador da Escola Mackenzie, em S. Paulo, tomou conhecimento desse voto, durante uma de sua viagens a Lençois Paulista e, aproveitando a curta distância entre as cidades, resolveu aqui chegar.

A foto da lápide do túmulo de Lee Milton, no Cemitério das Três Cruzes, é o registro da homenagem da Família Meriwether, em 1895, ao lendário General Lee. Em 1988, quando eu editava o jornal “FOLHA DE BOTUCATU”, fiz uma pesquisa sobre os descendentes americanos enterrados em Botucatu. O túmulo do jovem Lee Milton estava em péssimo estado, impossível de ser fotografado para registro. Na ocasião, contratei uma Marmoraria da cidade que fazia lápides no cemitério para que fizesse a restauração desse túmulo. Pela foto do Dallas (Dalanesi), feita especialmente para o jornal, pode-se ver que é um túmulo original e diferente dos demais: tipicamente em estilo dos americanos do sul dos EUA. Essa foto é uma preciosidade histórica a re-

gistrar a passagem dos americanos sulistas por Botucatu. Na matéria “OS AMERICANOS”, publicado no livro “MEMÓRIAS DE BOTUCATU”, em 1990, todo o histórico da passagem dos americanos sulistas por Botucatu está registrada. Acabara a guerra e se buscava a concórdia entre sulistas e nortistas. Mas sempre ficam os ressentimentos e a intolerância. Os sulistas não tiveram condições de uma recomposição total. Muitos preferiram o exílio voluntário ou a busca de uma nova pátria. Famílias inteiras, inclusive com seus escravos, imigraram para outras terras. Assim, muitos americanos sulistas acabaram no Brasil. Assim, muitos sulistas americanos acabaram em Botucatu. Corria o ano de 1865 e os confederados sulistas americanos começavam a imigrar. Para o Brasil vieram no mesmo ano do término da Guerra Civil e durante o ano de 1866. No link colocado no post “A IMIGRAÇÃO DOS AMERICANOS/REGISTRO HISTÓRICO”, procuramos mostrar como foi a vinda deles para Botucatu e a influência que tiveram nos costumes e na religião, com o Protestantismo. Vale a leitura. (AMD)

Do contato com Domingos Soares de Barros, feito durante um jantar, incentivou-o a levar adiante sua proposta. Nasceu desse contato e do esforço dele resultante, a primeira Casa de Oração Presbiteriana de Botucatu.

Desconhece-se a data dessa reunião, porém, é muito significativo o fato de ter residido em Botucatu, por quatro anos (1881,82,83,84), o reverendo George Anderson Landes, vindo de Nova York. Faltam registro mas, como o período foi anterior à fundação da Igreja (1885), é muito provável que o reverendo americano, tenha servido como “Moderador” na organização da Igreja local.

O primeiro templo estava localizado à Rua Cesário Alvim (Rua João Passos), no mesmo terreno onde hoje se ergue o Instituto Educacional, tendo sido membros do primeiro Conselho, o pastor Rev. João Ribeiro de Carvalho Braga e os presbíteros, João Tomás de Almeida e Alberto Araújo, sendo diáconos Eduardo José Duarte e Domingos Soares de Barros (História Botucatu)

Diário da Cuesta 4

ARTIGO Dona Ziza

Perto de nossa casa ali na Cardoso, subindo a rua da Igreja Presbiteriana, vivia uma senhora, a D. Ziza.

Era já de idade avançada, eu a via como austera, estava sempre de roupas escuras.

Acho que nunca conversei muito com ela.

Estes dias acabei fazendo uma descoberta bem interessante, entre os cadernos deixados por minha mãe, aliás um vício que eu também tenho.

Os meus são um pouco diferentes dos dela.

Ela tinha cadernos de receitas.

E numa coisa somos bem parecidas.

Ela começava os caderninhos com receitas de comida, muito bonitinhos com sua letra bonita inclinada, muito uniforme.

A parte detrás dos cadernos eram receitas de remédios caseiros, pontos de crochê ou tricot, simpatias para vários males.

Ela recortava alguns informes de jornais ou revistas e os colava nos cadernos.

Tanto de receitas de comidas, doces, bolachas, pães, geléias, e sempre anotava o nome da amiga ou parente que forneceu a receita.

E na parte de trás eram pomadas, garrafadas de ervas, banhos para alguns males, simpatias ensinadas pelas suas inúmeras amigas.

Endereços úteis, telefones.

Recortes de jornais sobre lugares onde encontrar peças para conserto de bonecas, material de artesanato.

Um caderno era sobre suas aulas de artesanato no Colégio Santa Marcelina.

Ela tinha o costume de manter as amizades por perto, fazia visitas, e nos levava junto.

Mandávamos cartões de Natal.

E consequentemente recebíamos. Estes cartões eram guardados carinhosamente em latas daquelas bolachas amanteigadas importadas, lindamente decoradas que tínhamos ganho de presente.

Enviávamos telegramas de pêsames aos que tinham perdido algum membro da família e não pudemos estar presentes.

Mantinhamos os contatos sociais pessoalmente.

Depois surgiu o telefone e a TV, as visitas foram se espaçando um pouco.

Voltando á Dona Ziza, sua amiga, era frequentadora da Igreja Presbiteriana

Esta semana encontrei um caderno que ela deu para a minha mãe, a Filhinha, como era o apelido da minha mãe.

Descobri que tinha muito carinho e cuidado por ela e nesse caderno fez um tipo de dedicatória e escreveu algumas orações nas folhas seguintes.

Minha mãe tinha fases depressivas e procurava auxílio nas orações.

D. Ziza percebeu seu sofrimento, e carinhosamente a ajudava, dentro da doutrina cristã com palavras de alento.

Senti-me muito grata a ela por essa ajuda e carinho, que eu creio mantinha em segredo, como deve ser a caridade cristã.

Deus a tenha em seu santo lugar, cara D. Ziza.

DOMINGOS SOARES DE BARROS - O Benemérito de Botucatu –

Domingos Soares de Barros não era botucatuense nato, mas o era de coração. Quando aqui chegou, em 1860, mais ou menos, vinha de São Manuel, onde fora grande fazendeiro, juntamente com seus irmãos. Veio com fama de “Podre de Rico”. Tinha vendido o latifúndio que era a FAZENDA SOBRADO. Sua residência era num prédio que foi demolido, onde se ergue o sobrado da família Peduti, em frente ao BOSQUE. Solteirão, celibatário empedernido, trouxe para serví-lo um casal de escravos – Caetano e Marina –fidelíssimos. Gostava de passear a cavalo, possuindo ótimos animais.

Protestante, crente de fato, tudo fazia para difundir sua religião. Tornou-se um dos esteios da Igreja Presbiteriana, fundada em 01/08/1885, e da qual foi fundador e primeiro pastor, o Reverendo João Ribeiro Braga, que, também foi, o primeiro Intendente ou Prefeito Municipal de Botucatu – República. Para a formação do patrimônio da Igreja recém-fundada, doou parte dos seus bens. À Misericórdia Botucatuense, destinou alguns prédios, localizados nas ruas centrais. Esses prédios foram vendidos e o dinheiro apurado foi empregado nas obras do Hospital.

Domingos Soares de Barros era político Em 1864/1865 foi Vereador à Câmara Municipal. Republicano histórico, desde sua mocidade; tomou parte na grande CONVENÇÂO DE ITU, em 18/04/1873, batalhando pela implantação do regime republicano no Brasil Domingos Soares de Barros, José Rodrigues César e Bernardo Augusto Rodrigues da Silva ( bisavô do Dr. Rivaldo Assis Cintra ), compunham a representação botucatuense ao conclave.

Domingos Soares de Barros, sem ter tido grande instrução, era um homem inteligente e de visão Espírito arrojado e progressista. Com idéias avançadas para a época. Preocupado coma melhoria das condições dos seus semelhantes, não se limitava a atos de filantropia e religião. Ia mais longe.

Observando a deficiência educacional da cidade, com carência absoluta de ensino médio e superior, o que ocasionava o êxodo da mocidade para a Capital, Campinas, Itu e outras cidades adiantadas, tomou uma resolução arrojada: - Instalar aqui um colégio, com métodos modernos, possibilitando o preparo de ricos e pobres, para ingresso nas escolas superiores, o que só era possível, então, aos filhinhos de papai

Bem assessorado, Domingos Soares de Barros trouxe para Botucatu um notável professor alemão, Constantino Carlos Knuppel, que imigrado ( não conheço as razões ), vivia no sul do Brasil. O Prof Knuppel, na Alemanha, tinha sido mestre de Bismark, o famoso

chanceler do REICH. Apesar da distância e dos acontecimentos, conservou-se inalterada a amizade entre o professor e o discípulo célebre. Consta que na velhice, doente e empobrecido, Knuppel recebia uma pensão do governo alemão. Knuppel, falecido, repousa no cemitério botucatuense.

O Colégio começou a funcionar em fevereiro de 1881, instalado em prédio de Domingos Soares

Mas houve um desentendimento entre Domingos e o Professor. Este era materialista e aquele era mui religioso, crente mesmo Barros exigiu que Knuppel se filiasse aos presbiterianos. O alemão resistiu e o protestante não teve duvidas e nem meias- medidas:- despejou professor e escola de seu prédio, arranjou-se como pode (conta Hernâni Donato ) e com professores leigos, intransigente em matéria de religião e ensino, tocou o colégio para frente.

Em 1869, Domingos Soares de Barros, doou terras para aumentar o patrimônio da Vila de Sant’Anna. Ao falecer, em 22/12/1890, foi sepultado no cemitério local Seu túmulo simples, foi levantado pelos amigos e consta de um tronco de árvore ( em pedra ), decepado ao meio e com a seguinte inscrição: - “Gratidão da Igreja Presbiteriana de Botucatu. De hoje em diante, diz Espírito, que descansem dos seus trabalhos, porque as obras deles os seguem. Apoc. XIV- 13”.

Igreja Presbiteriana do Brasil comemora 165 anos de fundação

Em 1862, o missionário Ashbel Green Simonton chegou ao Brasil para plantar a primeira Igreja Presbiteriana do Brasil no centro do Rio de Janeiro. A data de sua chegada, 12 de agosto, é comemorada pelos presbiterianos como o marco da fundação da denominação no país.

A Igreja Presbiteriana do Brasil, a primeira denominação protestante brasileira, foi fundada em um período que o catolicismo ainda era a religião oficial. Em 2011, quando foram comemorados os 150 anos de fundação, o Senado realizou uma sessão solene em homenagem.

Nas redes sociais, a denominação fez uma publicação agradecendo a Deus pelo trabalho missionário do qual nasceu: “Hoje celebramos com profunda gra-

tidão os 165 anos da chegada do Rev. Ashbel Green Simonton ao Brasil, um marco que deu início à rica história da Igreja Presbiteriana do Brasil”.

“Simonton plantou a semente do Evangelho em solo brasileiro, organizando a primeira Igreja Presbiteriana em 1862 e lançando o primeiro jornal evangélico, ‘A Imprensa Evangélica’. Seu legado perdura até hoje, moldando gerações e fortalecendo a fé de milhares. Ao refletirmos sobre essa jornada, somos chamados a ser testemunhas vivas do Reino de Deus, assim como os pioneiros que nos precederam”, acrescenta a legenda.

“‘Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres.’ Salmo 126:3. Vamos celebrar juntos a condução de Deus ao longo desses 165 anos, reafirmando nosso compromisso de espalhar a mensagem de Cristo em nossa nação”.

A Igreja Presbiteriana de Pinheiros foi uma das igrejas da denominação, dentre diversas outras, que também comemorou o aniversário: “Simonton teve apenas oito anos de ministério aqui no Brasil. Entretanto, durante este período, fundou, no Rio de Janeiro, uma escola dominical, uma igreja, um jornal, um seminário, um presbitério, enfim, uma denominação inteira”.

“São 165 anos de muitas lutas e vitórias, 165 anos de seriedade doutrinária e confessional, sem perder o amor pela obra missionária. Vivemos e existimos para a glória de Deus. Louvado seja o Senhor pelo aniversário da Igreja Presbiteriana do Brasil!”

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