Edição 1084

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Diário da Cuesta

Acompanhe as edições anteriores em:

Olavo de Carvalho, o Filósofo da Direita Brasileira que abala as estruturas...

Um artigo sobre a importância da Filoso a e dos lósofos para a sociedade pode explorar como essas disciplinas promovem a re exão crítica, o pensamento ético e o desenvolvimento humano. Ao abordar guras como Paulo Freire e Olavo de Carvalho, é possível examinar diferentes perspectivas losó cas e como in uenciam os debates contemporâneos. Enquanto Freire enfatiza a educação como ferramenta de libertação e transformação social, Carvalho destaca a defesa da tradição e dos valores conservadores. Analisar suas ideias pode proporcionar insights sobre a diversidade de pensamento na loso a e seu impacto na sociedade.

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO IV Nº 1084 SEGUNDA-FEIRA , 29 DE ABRIL DE 2024
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Diário da Cuesta

Viva Paulo Freire!

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 19 de abril de 2012

Vocês conhecem alguém que tenha sido alfabetizado pelo método Paulo Freire? Alguma dessas raras criaturas, se é que existem, chegou a demonstrar competência em qualquer área de atividade técnica, científica, artística ou humanística? Nem precisam responder. Todo mundo já sabe que, pelo critério de “pelos frutos os conhecereis”, o célebre Paulo Freire é um ilustre desconhecido.

As técnicas que ele inventou foram aplicadas no Brasil, no Chile, na Guiné-Bissau, em Porto Rico e outros lugares. Não produziram nenhuma redução das taxas de analfabetismo em parte alguma.

Produziram, no entanto, um florescimento espetacular de louvores em todos os partidos e movimentos comunistas do mundo. O homem foi celebrado como gênio, santo e profeta.

tion and What It’s All About”, New Internationalist, Junho de 1974.)

“A Pedagogia do Oprimido não ajuda a entender nem as revoluções nem a educação em geral.” (Wayne J. Urban, “Comments on Paulo Freire”, comunicação apresentada à American Educational Studies Association em Chicago, 23 de Fevereiro de 1972.)

Isso foi no começo. A passagem das décadas trouxe, a despeito de todos os amortecedores publicitários, corporativos e partidários, o choque de realidade. Eis algumas das conclusões a que chegaram, por experiência, os colaboradores e admiradores do sr. Freire:

“Não há originalidade no que ele diz, é a mesma conversa de sempre. Sua alternativa à perspectiva global é retórica bolorenta. Ele é um teórico político e ideológico, não um educador.” (John Egerton, “Searching for Freire”, Saturday Review of Education, Abril de 1973.)

“Ele deixa questões básicas sem resposta. Não poderia a ‘conscientização’ ser um outro modo de anestesiar e manipular as massas? Que novos controles sociais, fora os simples verbalismos, serão usados para implementar sua política social? Como Freire concilia a sua ideologia humanista e libertadora com a conclusão lógica da sua pedagogia, a violência da mudança revolucionária?” (David M. Fetterman, “Review of The Politics of Education”, American Anthropologist, Março 1986.)

“[No livro de Freire] não chegamos nem perto dos tais oprimidos. Quem são eles? A definição de Freire parece ser ‘qualquer um que não seja um opressor’. Vagueza, redundâncias, tautologias, repetições sem fim provocam o tédio, não a ação.” (Rozanne Knudson, Resenha da Pedagogy of the Oppressed; Library Journal, Abril, 1971.)

“A ‘conscientização’ é um projeto de indivíduos de classe alta dirigido à população de classe baixa. Somada a essa arrogância vem a irritação recorrente com ‘aquelas pessoas’ que teimosamente recusam a salvação tão benevolentemente oferecida: ‘Como podem ser tão cegas?’” (Peter L. Berger, Pyramids of Sacrifice, Basic Books, 1974.)

“Alguns vêem a ‘conscientização’ quase como uma nova religião e Paulo Freire como o seu sumo sacerdote. Outros a vêem como puro vazio e Paulo Freire como o principal saco de vento.” (David Millwood, “Conscientiza-

EXPEDIENTE

“Sua aparente inabilidade de dar um passo atrás e deixar o estudante vivenciar a intuição crítica nos seus próprios termos reduziu Freire ao papel de um guru ideológico flutuando acima da prática.” (Rolland G. Paulston, “Ways of Seeing Education and Social Change in Latin America”, Latin American Research Review. Vol. 27, No. 3, 1992.)

“Algumas pessoas que trabalharam com Freire estão começando a compreender que os métodos dele tornam possível ser crítico a respeito de tudo, menos desses métodos mesmos.” (Bruce O. Boston, “Paulo Freire”, em Stanley Grabowski, ed., Paulo Freire, Syracuse University Publications in Continuing Education, 1972.)

Outros julgamentos do mesmo teor encontram-se na página de John Ohliger, um dos muitos devotos desiludidos (http://www.bmartin.cc/dissent/documents/Facundo/Ohliger1.html#I).

Não há ali uma única crítica assinada por direitista ou por pessoa alheia às práticas de Freire. Só julgamentos de quem concedeu anos de vida a seguir os ensinamentos da criatura, e viu com seus própios olhos que a pedagogia do oprimido não passava, no fim das contas, de uma opressão da pedagogia.

Não digo isso para criticar a nomeação póstuma desse personagem como “Patrono da Educação Nacional”. Ao contrário: aprovo e aplaudo calorosamente a medida. Ninguém melhor que Paulo Freire pode representar o espírito da educação petista, que deu aos nossos estudantes os últimos lugares nos testes internacionais, tirou nossas universidades da lista das melhores do mundo e reduziu para um tiquinho de nada o número de citações de trabalhos acadêmicos brasileiros em revistas científicas internacionais. Quem poderia ser contra uma decisão tão coerente com as tradições pedagógicas do partido que nos governa? Sugiro até que a cerimônia de homenagem seja presidida pelo ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, aquele que escrevia “cabeçário” em vez de “cabeçalho”, e tenha como mestre de cerimônias o principal teórico do Partido dos Trabalhadores, dr. Emir Sader, que escreve “Getúlio” com LH. A não ser que prefiram chamar logo, para alguma dessas funções, a própria presidenta Dilma Roussef, aquela que não conseguia lembrar o título do livro que tanto a havia impressionado na semana anterior, ou o ex-presidente Lula, que não lia livros porque lhe davam dor de cabeça.

John Ohliger: Critical views of Paulo Freire's work

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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Olavo de Carvalho, o Filósofo da Direita Brasileira que abala as estruturas...

Ignorado nas universidades do país e tido como guru da direita nas redes sociais e nos partidários do Presidente Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho é, hoje, a maior expressão da intelectualidade brasileira. A medalha recebida de Flávio Bolsonaro em 2012 marcou o início da relação do filósofo com o clã Bolsonaro Recentemente, em entrevista à “Gramática On-line”, Olavo de Carvalho deu as seguintes respostas às perguntas feitas:

Atualmente, as faculdades em geral formam realmente filósofos? Ou são só professores de Filosofia?

— Ninguém pode dar o que não tem nem ensinar o que não sabe Não há um só filósofo no nosso meio acadêmico, e a prova é que esse meio rejeita, por medo e preconceito, todo filósofo autêntico que apareça dentro ou fora dele. Dizer que uma Marilena Chauí, um Leandro Konder sejam filósofos é um ultraje à filosofia. A primeira é uma professora de ginásio, o segundo é um propagandista barato. Mas é só esse tipo de gente que a universidade aceita. Já o Villém Flusser, um gênio espantoso, acabou desistindo do Brasil e foi publicar seus livros na Alemanha, onde imediatamente foi reconhecido como um dos pensadores mais originais das últimas décadas. No Brasil aqueles entojadinhos da USP faziam pouco dele, empinavam o nariz diante dos seus escritos porque eram publicados em jornal – como se Gabriel Marcel ou Ortega y Gasset também não tivessem sido eminentemente jornalistas. Mário Ferreira dos Santos e Vicente Ferreira da Silva também foram postos para escanteio, e até Miguel Reale, reitor da USP, era discriminado dentro da sua própria universidade. Agora, com quarenta anos de atraso, a USP decidiu absorver o prof. Reale, concedendo ao mestre um lugarzinho modesto ao lado de quinze micos na coletânea Conversas com Filósofos Brasileiros, na qual ele é obviamente o único filósofo presente. Ora, esses quatro nomes – Flusser, Reale e os dois Ferreiras – perfazem o essencial da filosofia brasileira deste século – o que vale dizer que a filosofia esteve rigorosamente fora da universidade, por obra de medíocres e invejosos que se empoleiraram como urubus nas chefias de departamentos. O que a universidade brasileira tem feito contra a filosofia é simplesmente criminoso

Gramática On-line – Nota- se que há muitas faculdades de Filosofia (e Letras) espalhadas pelo país. Essa proliferação de faculdades é boa ou ruim para o ensino qualitativo da Filosofia?

— É péssima Quanto mais gente falando do que não entende, mais confusão, mais empulhação, mais verbalismo oco vai circular pelo país A filosofia universitária no Brasil só vai começar quando o MEC ou instituição similar fizer uma edição padrão dos escritos daqueles quatro grandes pensadores e a distribuir como leitura obrigatória em todas as faculdades. Não pode haver ensino da filosofia senão com base numa filosofia vivente.

Gramática On-line – Pode- se dizer que hoje em dia há grandes pensadores, como Sócrates, Platão, Santo Agostinho, etc.?

— Eric Voegelin e Xavier Zubiri superam todos os demais pensadores da segunda metade do século XX.

Gramática On-line – Quais são seus autores favoritos (da filosofia e de outras áreas)?

— Em filosofia, Aristóteles, Leibniz, Sto. Tomás, Schelling, Husserl, Voegelin, Zubiri, Lonergan, Éric Weil, Louis Lavelle. Na literatura, Dante e Shakespeare, Dostoievski e Stendhal, Camões e Camilo, Manzoni e Scott, Pío Baroja, Thomas Mann e Jacob Wassermann, Antonio Machado, Apollinaire, T. S. Eliot e William Butler Yeats. Mas gosto também muito de ler historiadores – meus prediletos são Taine, Huizinga e Oliveira Martins – e obras de psicologia, principalmente as de Viktor Frankl, Lipot Szondi e Maurice Pradines. Nas ciências sociais, Weber e Ludwig von Mises. Em religião, além da Bíblia, do Corão e dos Upanishads, releio sempre a Legenda Dourada de Giacomo di Varezzo, um livro

que me parece ter certos dons miraculosos. Sou aficionado de temas islâmicos e retorno sempre aos livros de Ibn Arabi, René Guénon, Henry Corbin, Frithjof Schuon, Titus Burckhardt, Seyyed Hossein Nasr. Adoro as polêmicas de Chesterton, de Bernanos, de Nelson Rodrigues. Gosto também de livros de memórias e depoimentos, sobretudo de políticos, agentes secretos e criminosos que um dia envelhecem e perdem o medo de contar o que sabem; mas também relatos de vidas extraordinárias: meu preferido desde a infância, relido com encanto crescente de tempos em tempos, é Hunter, de John A. Hunter (uma coincidência de nome e profissão): memórias de um caçador de leões e elefantes, certamente o melhor livro de psicologia animal que alguém escreveu antes de Konrad Lorenz. Importante destacar que a aversão de Olavo de Carvalho aos “filósofos da Academia” é recíproca: O desprezo parece ser recíproco nas faculdades brasileiras, onde a obra de Carvalho é praticamente ignorada ou tratada como algo sem valor científico «Na minha geração e entre os meus colegas ninguém leu Olavo de Carvalho . [Ele] é absolutamente irrelevante do ponto de vista filosófico”, afirma José Arthur Giannoti , professor emérito da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) e membro fundador do Centro Brasileiro de Análise e Plenajemento (Cebrap). “Não tenho nenhum interesse em ler o Olavo de Carvalho , a não ser [para] explicar como é que a nova direita o tenha como um ídolo e que tanta gente no Brasil seja influenciado por ele”, acrescenta. Sobre sua influência no Governo de Bolsonaro, Olavo de Carvalho argumenta: “Essa influência que eu exerci está explicada em uma frase de Soljenítsin: “O grande escritor é como se fosse um segundo governo”. Entende porque eu não quero nenhum cargo público? Porque eu já sou esse segundo governo. A influência intelectual é uma coisa, assim, que transcende e engloba a política. E eu já estou nesse posto e estou muito contente com ele. Era o que eu queria ser quando crescesse. Já cresci e já sou”.

Diário da Cuesta 3

Diário da Cuesta

A R T I G O

“O Mercador de Ceuta e a refugiada marroquina”

Rodrigo estranhou a loja do seu conhecido. Não tinha letreiro, e parecia mais uma casa abandonada, perguntou sobre ela a um homem que passava se a conhecia. Como recebeu resposta negativa, ligou para o Sr. Sanchez ali da calçada e um homem mal encarado veio até ele e o levou até um portão pequeno que dava para um corredor escuro, no fundo dele um jardim mal cuidado, de uma beleza selvagem, no meio dele uma fonte jorrando água, em frente uma porta de vidro.

O segurança abriu e porta para Rodrigo e pediu-lhe que entrasse e aguardasse um pouco. Era uma sala agradável, tinha móveis de madeira escura antiga, tapetes, e janelas torneadas de estilo mourisco. Em seguida um senhor baixinho, careca com enormes sobrancelhas e um vasto bigode veio ao seu encontro sorrindo com os olhos. Deu-lhe um cordial aperto de mãos e o convidou a se sentar, perguntando se aceitava algo de beber.

Rodrigo aceitou um café e depois de algumas amenidades de Ceuta e o vôo de chegada, entrou uma senhora com a bandeja do café. Ela os serviu em silêncio e em seguida se retirou, fechando a porta de comunicação. Começaram as negociações, que se estenderam até o horário do almoço. O Sr. Sanchez convidou Rodrigo para passarem ao comedor. Era uma sala de refeições muito agradável e enorme mesa estava posta para os dois, visto que o Sr. Sanchez era viúvo e não tinha filhos. Comeram uma salada de folhas e pulpo á gallega degustando um vinho branco. Após a sobremesa de frutas e queijos, tomaram um café. Voltaram então ao escritório e finalizaram as negociações, não sem antes fazerem uma visita ao antiquário do Sr. Sanchez que tinha lindas peças de marchetaria, esculturas soberbas, quadros magníficos de pintores renomados. Já era umas 16 horas quando Rodrigo despediu-se do Sr. Sanchez que ofereceu-lhe o motorista para levá-lo ao Luxury Hotels, onde sempre se hospedava. Visitando a mesquita, Aisha misturou-se aos outros e fez suas orações da Dhur.

Estava muito faminta. Agradecendo a Alá, comeu rapidamente e vendo um lugar á sombra sentou-se para descansar. Acabou adormecendo, devido á exaustão. Acordou quando era noite já, sendo sacudida por um homem. Assustada tentava desvencilhar-se e fugir. Percebendo tratar-se de um pesadelo, acomodou-se melhor e voltou a dormir, chegando-se mais perto das pedras do que parecia uma antiga fortaleza, tendo a lua e as estrelas por testemunha.

Depois de uma noite agradável no Hotel, Rodrigo resolveu dar um passeio por alguns pontos turísticos de Melilla e despedir-se do amigo. Seu vôo de volta a Ceuta estava agendado para o final da tarde. Pediu um táxi e foi até a Coleccion de Arte Sacro y Cuevas del Conventico, pois a arte sacra o encantava. Ficou por lá entretido, mirando todos aqueles belos artefatos, até a hora do almoço, e na volta passou pela Ensenada dos Galápagos. Desceu em frente a Ensenada e foi rever aquele belo lugar. Estava andando por ali absorto quando chocou-se com uma mulher que corria em fuga rumo a saída, seguida pela guarda.

No encontrão ficou muito próximo do corpo dela e o perfume da mistura do óleo de argan e especiarias inundou seus sentidos, e seus olhos encontraram os de Aisha

Você?

la olhou firme nos olhos dele o reconhecendo mas, Rodrigo precisou segurá-la, pois foi perdendo os sentidos e caindo em seus braços. Os guardas vendo a cena pararam perto perguntando a Rodrigo se ele a conhecia. Rodrigo pediu-lhes ajuda e chamaram uma ambulância, levando Aisha, e Rodrigo acompanhou-a até o hospital. Aisha estava muito desidratada e completamente exausta. Rodrigo comovido segurava sua mão fria e inerte, muito preocupado com a sua palidez. No hospital injetaram-lhe soro e ela após umas horas começou a se recuperar. Rodrigo permaneceu com ela até que abrisse os grandes olhos. Ela muito amedrontada pediu que ele não a mandasse de volta para o Marrocos. Ele garantiu que não permitiria e ela mais tranquila voltou a dormir. Rodrigo ligou para a empresa aérea e mudou seu vôo para o dia seguinte e comprou mais uma passagem para Aisha. Sentia-se responsável por aquela mulher misteriosa, achando mesmo que o destino insistia em os reunir. Enquanto ela se recuperava no hospital, saiu ali pelas redondezas do hospital, e comprou roupas e sapatos ocidentais para ela. Aisha ia passar a noite no hospital em observação. Rodrigo ficou ali com ela.

Percebeu que as pessoas a olhavam curiosas. Ao terminarem as preces do meio dia, foi falar com o imamo , encarregado de dirigir as preces. Esperou pacientemente que ele falasse com as pessoas e depois dirigiu-lhe a palavra. Contou-lhe sua situação de refugiada e pediu-lhe ajuda. Ali, o imame, ouviu-a atentamente.

Depois levou-a até uma mulher, e pediu-lhe que ajudasse a Aisha. Quando elas iam saindo da mesquita, ela viu dois guardas que caminhavam pelos jardins conversando com dois homens que apontavam para ela. Aisha misturou-se as pessoas, cobrindo o rosto com o véu e começou a voltar lentamente buscando um jeito de fugir. Escondeu-se atrás de uma árvore frondosa e depois conseguiu chegar perto de um dos muros, e pulou para o outro lado e fugiu correndo rua abaixo. Correu muito, depois quando se sentiu mais segura caminhou muito até um belissimo lugar, La Ensenada de Los Galápagos. Misturou-se aos turistas que por lá passeavam. Encontrando junto a um muro algumas sobras de umas empanadas e metade de uma garrafa de água abandonadas.

Fez com que se alimentasse e velou seu sono. Dormiu sentado na cadeira ao lado do seu leito, segurando as mãos de Aisha entre as suas. Acordou assustado ao ver que ela não estava mais ali. Levantou-se rápidamente, assustado chamando por ela. Aisha veio do banheiro ao lado, vestindo as roupas que Rodrigo tinha comprado para ela. Tinha se banhado e estava deslumbrante nas roupas novas. Ele ficou ali olhando-a encantado. Então um médico bateu levemente à porta, e adentrou ao quarto cumprimentado-os e dando alta para Aisha. Saíram do hospital e foram de taxi até o Hotel onde Rodrigo estava hospedado. Após um lauto café da manhã, foram até a casa do amigo comerciante de Rodrigo para se despedirem.

Depois de algum agradável tempo ali, retornaram ao hotel e de lá partiram para o aeroporto para pegar o voo de volta para Ceuta. Rodrigo já contatava com seus advogados, para regularizar a situação de Aisha na Espanha.

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