Edição 4

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

Nº 04

SEXTA-FEIRA 13 de novembro de 2020

AQUÍFERO GUARANI

VERDADEIRO MAR DE ÁGUA DOCE, O AQUIFERO BOTUCATU / GUARANÍ É CONSIDERADO O MAIOR RESERVATÓRIO DE ÁGUA DO MUNDO, A CNBB ELEGEU A ÁGUA COMO SEU TEMA E TODO O PLANETA VIVE A PREOCUPAÇÃO PELA PRESERVAÇÃO DESSE PRECIOSO LÍQUIDO. Página 4

BOTUCATU: A MELHOR ÁGUA PARA A MELHOR CERVEJA Desde seus primórdios, a região de Botucatu é destacada pela qualidade de sua água. Antes mesmo da descoberta do AQUÍFERO BOTUCATU (hoje, AQUÍFERO GUARANI) e da comprovação medicinal da água de PIAPARA (Alambarí). leia na página 2

REPERCUSSÃO GRANDE DO DEBATE ENTRE OS CANDIDATOS A PREFEITO DE BOTUCATU! AFORA OS TROPEÇOS E AS ACUSAÇÕES LANÇADAS, A POPULAÇÃO ESTÁ PREOCUPADA COM O FUTURO DE BOTUCATU. COM MAIS DE 150 CANDIDATOS À VEREANÇA É PRECISO UMA ANALISE CRITERIOSA DAS PROPOSTAS DE CADA UM E DO PARTIDO A QUE PERTENCEM. BOTUCATU PRECISA DA PARTICIPAÇÃO POSITIVA DOS BOTUCATUENSES NA DEFINIÇÃO SEGURA DE SEU FUTURO, COM EFICIÊNCIA ADMINISTRATIVA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL! AVANTE! SEMPRE PRIMEIRO BOTUCATU!

VOCÊ SABIA?

Que teria sido brasileiro o famoso herói inglês que marcou presença na Primeira Grande Guerra Mundial? Teria sido botucatuense esse herói? Teria nascido na Cuesta de Botucatu esse herói que encantou gerações com sua bravura e idealismo? A Revista Peabiru apresentou minucioso estudo sobre a trajetória desse herói mundial. Na história ou na “lenda” de Lawrence da Arábia, temos como berço natal do herói a Cuesta de Botucatu, mais precisamente, a Fazenda do Conde de Serra Negra, localizada em Vitoriana. Verdade ou lenda ?!? Segredo guardado ou sonho “botucudo” surgido antes da virada do século passado?!? Mas fica – com certeza! – a imagem positiva e heroica de Lawrence da Arábia: um brasileiro nascido na CUESTA DE BOTUCATU.


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Diário da Cuesta

Botucatu: a melhor ÁGUA RECADO URGENTE para a melhor CERVEJA !

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O saudoso mestre Agostinho Minicucci quando se referia ao Aqüífero Botucatu/Guarani, lembrava de Paraguaçu Paulista que fez um grande empreendimento aproveitando as águas sulfurosas do Aqüífero para banhos medicinais, piscina de água quente no moderno resort enquanto nós, dizia Agostinho Minicucci, continuamos a molhar os pés no ribeirão Lavapés... ainda poluído... É preciso que o Poder Público (leia-se Sabesp e Governo do Estado) incentive e coordene o aproveitando as águas do nosso Aqüífero. O investimento é da iniciativa privada, mas o Poder Público precisa atuar no sentido de conseguir apoio do BNDES e as liberações dos órgãos estaduais de controle do meio ambiente. Tudo dentro das normas. E o Poder Público cumprindo sua missão. A FALTA DE ÁGUA POR QUE PASSA SÃO PAULO É FRUTO DA FALTA DE PLANEJAMENTO E AÇÃO DO GOVERNO PAULISTA!!! É isso .

Desde seus primórdios, a região de Botucatu é destacada pela qualidade de sua água. Antes mesmo da descoberta do AQUÍFERO BOTUCATU (hoje, AQUÍFERO GUARANI) e da comprovação medicinal da água de PIAPARA (Alambarí). A fabricação de CERVEJA foi realizada, em nosso primeiro ciclo industrial, pelos empreendedores italianos Alessio Varoli, Felipe de Sanctis e pelo alemão Guilherme Von Giesler, sendo certo que atingiu o auge com Petrarca Bacchi - considerado “O Matarazzo de Botucatu” - que fabricou as marcas “Vencedora”, “Botucatuense”, “Brasileira” e Pilsen Cristal( “rivaliza com a Antárctica, na apologia da imprensa da região). A famosa CERVEJARIA ANTÁRCTICA andou por Botucatu, criando uma vila com seu nome: VILA ANTÁRCTICA, hoje um dos mais desenvolvidos bairros da cidade. A ANTÁRCTICA chegou a comprar aqui uma fazenda para produzir cevada. Sem apoio das autoridades, deixou Botucatu. Botucatu também perdeu, anos depois, 2 FÁBRICAS DE CERVEJA: 1 - em 1952, a CERVEJARIA BRAHMA (VIENENSE) deixou de instalar uma Unidade Industrial em Botucatu por desentendimento com as autoridades municipais, indo para AGUDOS, onde instalou a sua famosa Indústria de Cerveja Brahma; 2 - a INDÚSTRIA DE CERVEJA BELCO, iniciativa dos imigrantes belgas que vieram para Botucatu após o fim do Império do Congo Belga, na África. Bem instalada, a BELCO transferiu a sua Unidade Industrial para a vizinha cidade de São Manoel (1984/85) por desentendimento com o Poder Executivo de Botucatu.

2 BOTUCATU EM 2020 Hoje temos a fabricação de excelentes cervejas artesanais, entre elas a CERVEJA CUESTA! Mas sempre fica a indagação do porquê não termos uma produção de cerveja de porte quando a importância da água é fundamental para a boa qualidade da cerveja. Vamos mobilizar os empreendedores da cidade? Com a palavra as autoridades de Botucatu! (AMD)

A Represa Gigante do Rio Pardo, já destacamos aqui no Diário da Cuesta, é um excelente empreendimento surgido aqui em Botucatu e assumido posteriormente pela SABESP que irá garantir o fornecimento de água para o nosso município por 50 anos e – muito importante! – transformará Botucatu em importante polo turístico no Estado, com resorts, esportes náuticos, condomínios ecológicos e áreas de lazer para a população. O Rio Pardo é afluente do Rio Paranapanema: um rio não poluído e que tem sido preservado em nosso Estado.

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O AQUÍFERO GUARANI tem mais água que todos os rios do mundo!!! Volume do Guarani: 50 quatrilhões. Vazão anual dos rios do mundo: 43 quatrilhões. Vazão anual do rio Amazonas: 5 quatrilhões.

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689


Diário da Cuesta

Cuesta: o patrimônio ecológico de todos! Patrícia Shimabukuro

A “Cuesta” é um dos símbolos de Botucatu e da região que cativa os mais distintos públicos com seu portfólio de recursos e atrativos ecológicos, turísticos e econômicos. Mas afinal, o que é essa tal “Cuesta”? Por que ela é considerada um patrimônio natural (ecológico) de todos? Tecnicamente, a cuesta (palavra de origem espanhola = encosta) é uma forma de relevo assimétrico (de altitude entre 550 a 950 metros), com desnível abrupto, apresentando frente escarpada (front) e o reverso com fraca declividade, cuja arquitetura é composta pelo reverso, front, sopé e morros testemunhos (figura 1). Sendo assim, o termo “serra” não pode ser empregado como sinônimo de Cuesta (o relevo “serra” é um conjunto de montanhas e terrenos acidentados com fortes desníveis e muitos picos). Os mirantes tão vislumbrados por nós, como por exemplo, a “Base da Nuvem – Botucatu”, “Pedra do Índio – Botucatu”, “Tirolesa do Gigante – Pardinho” estão localizados no “reverso”; já o “Morro de Rubião Júnior – Botucatu”, “Morro do Peru – Botucatu”, “Três Pedras - Bofete” e o “Gigante Adormecido – Bofete” são exemplos de “morros testemunhos”. Com exceção do “Morro de Rubião Júnior”, os demais locais mencionados estão em áreas privadas, com visitação permitida mediante regulamentações.

O relevo cuestiforme não é exclusivo de Botucatu, essa formação geomorfológica se estende quase que continuamente na direção nordeste – sudeste do Estado de São Paulo (figura 2). Ao trafegar pela Rodovia Marechal Rondon (trecho entre Pratânia a Conchas) e na Rodovia Castello Branco (trecho entre Avaré a Bofete) você notará placas marrons com ilustrações e dizeres em branco indicando a região do Consórcio Turístico Polo Cuesta. A Cuesta não é somente um imponente atributo turístico, mas sim, um território de suma importância geológica, ambiental e social, o que a caracteriza como um patrimônio ecológico (natural) de todos. Um dos instrumentos de proteção é o seu reconhecimento (desde 1983) como Área de Proteção Ambiental Corumbataí – Botucatu – Tejupá/ APA Botucatu, um tipo de Unidade de Conservação, que abrange nove municípios da região – Avaré, Angatuba, Botucatu, Bofete, Itatinga, Guareí, Pardinho, São Manuel, Torre de Pedra. Essa APA (por meio do seu plano de manejo) visa proteger as Cuestas Basálticas, e os atributos ambientais e paisagísticos, como os morros testemunhos, os recursos hídricos superficiais, o Sistema Aquífero Guarani (mais especificamente, suas áreas de recarga), o patrimônio arqueológico, a vegetação e fauna típica de Mata Atlântica e Cerrado. Dada tamanha importância ecológica, é fundamental o envolvimento de todos os cidadãos

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Figura 1. Arquitetura do relevo Cuesta fonte : Atlas da Cuesta Instituto Itapoty botucatuenses e dos municípios vizinhos, em ação conjunta, com seus respectivos poderes públicos, a responsabilidade de conservar essa formação geomorfológica por meio de arranjos produtivos sustentáveis e aplicação dos instrumentos técni-

cos jurídicos vigentes. E por fim, essa coluna tem como missão compartilhar os principais documentos técnicos, legislações e sugestões ecológicas e econômicas para o desenvolvimento sustentável das áreas da nossa Cuesta.

Figura 2. Relevo cuestiforme no Estado de São Paulo

A Cuesta e o turismo, uma dupla imbatível Sérgio F. M. Garcia A Cuesta é bela, isso não se tem dúvida, ela nos proporciona belas paisagens e passeios memoráveis. Sua geografia favorece alguns tipos de atividades, como rapel, escalada, trilhas e contemplação de paisagens exuberantes em seus mirantes. É comum no dia a dia, principalmente aos finais de semana, encontrar pessoas praticando esportes, indo passear com os amigos ou procurando um lugar para ter contato com a natureza. É de se esperar que toda essa beleza e possibilidades de passeios, atraia a atenção de

pessoas além dos moradores locais, pessoas de cidades vizinhas e até de outros estados, acabam conhecendo nossa região. Nossa região tem vocação para os diversos segmentos do turismo e tem crescido bastante no turismo, se analisarmos como era uma década atrás, veremos que saímos de poucos atrativos, com quase nenhuma estrutura, para hoje, com diversos locais para se visitar e com pelo menos um mínimo de estrutura. É fato que ainda temos um longo caminho a percorrer, para alcançar o posto de um grande destino procurado pelos turistas,

são diversos desafios que precisam ser ultrapassados, desafios esses que pretendo abordar nas próximas colunas, até a próxima e bom passeio pela nossa Cuesta!

Sérgio F. M. Garcia - Fundador do site Descubra Botucatu (www.descubrabotucatu.com), atua na divulgação diária dos locais e atividades turísticas de Botucatu e região.


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Diário da Cuesta

AQUÍFERO GIGANTE GUARANI São milhares de poços artesianos explorando as águas do Aquífero Guarani (Botucatu), alguns legais mas a grande maioria ilegais. A SABESP – empresa que explora o Serviço de Água e Esgoto de inúmeros municípios paulistas, inclusive da Capital, ainda NÃO explora e disciplina esse valioso “mar de água potável”. É um verdadeiro “mar potável” sob a terra! O Aqüífero Botucatu ou Aqüífero Gigante do MERCOSUL ou Aqüífero Guarani foi chamado por mais de um século de Aqüífero Botucatu pela situação extremamente favorável à exploração que apresenta na região do Polo Cuesta . Desde o início dos anos 80 estamos divulgando e alertando para a importância do Aqüífero Gigante. No início, conhecido como Aqüífero de Botucatu, ao depois como Aqüífero Gigante do MERCOSUL e, finalmente, como Aqüífero Guarani. E vejam que apenas no Estado de Santa Catarina já há um movimento organizado inclusive com vídeo educativo para a formação dos estudantes sobre tão importante assunto. Já escrevemos sobre a Amazônia, procurando mostrar a sua realidade e a importância de todos os brasileiros terem ciência do valor, da grandiosidade e da necessidade de sua conservação. Se a Mata Atlântica é exemplo explícito do que é devastação de uma floresta, não menos importante é atentarmos para a importância para o Brasil e para a humanidade, a conservação e o manejo adequado do AQÜÍFERO GUARANI: O MAIOR RESERVATÓRIO DE ÁGUA POTÁVEL DO MUNDO!!! Ele abrange os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul,Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, no entanto,

apenas o Estado de Santa Catarina está educando (vide vídeo) as suas crianças para essa realidade e mostrando a importância de cada um de nós sermos responsáveis pela conservação do Aqüífero Guarani! O AQÜÍFERO GIGANTE GUARANI é o maior reservatório de água doce do mundo, verdadeiro lençol gigante de água que remonta ao período jurássico dos dinossauros. A região que corresponde ao aqüífero era um deserto imenso, cheio de dunas, correspondendo aos períodos triásico e jurássico. A transformação ocorreu em milhões de anos, quando as dunas foram cobertas por lavas vulcânicas. Os “experts” estimam em 60 a 135 milhões de anos a transformação. O AQÜÍFERO GIGANTE se estende por 1,6 milhão de KM2. É maior do que a Inglaterra, França e Espanha juntas. O volume estimado desse verdadeiro “mar de água doce” é de 50 milhões de m3. Esse volume seria suficiente para abastecer uma população de 150 milhões de pessoas por cerca de 2.500 anos. MERCOSUL OU GUARANI O AQÜÍFERO GIGANTE tem uma extensão de 1,19 milhão de Km2 no território brasileiro, abrangendo os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, correspondendo a 15% do território nacional.

Mas esse “mar potável” já está sendo chamado de Aqüífero Gigante do MERCOSUL ou Aqüífero Guarani. Hoje, a globalização exige maior concorrência e competitividade, sendo que o uso da água subterrânea é uma tendência mundial. Assim, os governantes dos países membros do MERCOSUL estão sendo “alertados” para a importância de elegerem políticas voltadas para a exploração racional desse imenso manancial adormecido. Se dois terços desse “mar subterrâneo” ficam em território brasileiro, um terço fica localizado em território argentino, paraguaio e uruguaio. Na Argentina são 225,5 mil Km2; no Paraguai ficam 71,8 mil Km2 e 58,5 mil Km2 ficam no Uruguai. Daí a mudança da denominação para representar todo o cone sul. MUNICIPALIZAÇÃO Ao mesmo tempo em que ocorre a internacionalização do problema, a nível do continente sul americano, no Brasil está ocorrendo um processo irreversível de municipalização da exploração dos mananciais subterrâneos. A pureza dessas águas e a renovação sistemática das mesmas fizeram com que a sua exploração racional se tornasse preocupação de nossas autoridades. Exatamente. Assim, os municípios de Presidente Prudente, Bauru e Ribeirão Preto estão explorando comercialmente o aqüífero. Estima-se que, em Ribeirão Preto, servido pelo lençol freático Botucatu-Pirambóia, cerca de 200 poços artesianos particulares e clandestinos explorem, sem qualquer critério, 2 milhões de litros de água por hora... Os estudos técnicos revelam que 70% dos núcleos urbanos paulistas poderiam ser abastecidos por poços. A par da utilização desse manancial para abastecer a população, a possibilidade de explorá-lo para fins de turismo é enorme. A água que jorra em Paraguaçu Paulista tem uma temperatura de 75 graus centígrados. Tanto é assim, que o IPT está fazendo estudos para os que desejarem utilizar “o precioso líquido” em projetos turísticos no oeste do Estado.

Foz do Iguaçu já está experimentando esse “boom”: seus melhores hotéis estão perfurando poços artesianos para abastecerem suas piscinas com água quente (com mil metros de profundidade tem-se água com temperaturas entre 40 e 60 graus centígrados). Araraquara, Franca, Araçatuba, São José do Rio Preto encabeçam a lista dos municípios que pretendem utilizar esse “mar potável”, tanto para o abastecimento da população como para projetos turísticos. A municipalização do uso da água segue a tendência natural que está dominando nosso país: devolver ao município o que por ele tem condições de ser melhor executado. Assim, também vem ocorrendo com a municipalização da saúde e da educação. OUTRO AQÜÍFERO GIGANTE?!? Pesquisadores da Universidade Federal do Pará anunciaram a descoberta de um AQÜÍFERO GIGANTE localizado sob o Amazonas, Amapá e Pará, possuindo uma área de 437,5 mil quilômetros quadrados e espessura média de 545 metros. Seria menor em extensão, mas maior em espessura do que o Aqüífero MERCOSUL ou Guarani. A denominação provisória desse “mar potável” é de “AQÜÍFERO ALTER DO CHÃO”, em referência à cidade do mesmo nome, centro turístico perto de Santarém. PALAVRA FINAL: vamos divulgar o nosso “mar potável”!!! (AMD)


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