Edição 1003

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Diário da Cuesta ANO IV

Nº 1003

QUINTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO DE 2024

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

470º Aniversário

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de São Paulo

Paris é conhecida pela Torre Eiffel, Roma pelo Coliseu, Nova York pela Estátua da Liberdade, o Rio pelo Cristo Redentor e São Paulo pelo Monumento às Bandeiras, o famoso “deixa que eu empurro”! É, de fato, a cara de São Paulo. Para lembrar para todo o Brasil que foram os Bandeirantes que ampliaram e consolidaram as divisas do território nacional. Foram os Paulistas que lutaram para manter íntegras as fronteiras que garantiram tamanho continental ao país. Sempre é bom destacar esse perfil dos paulistas. A cidade de São Paulo, hoje, é a MAIOR CIDADE DE NORDESTINOS do BRASIL. Abriga a todos sem preconceito. São Paulo é o RETRATO DO BRASIL. E o Monumento às Bandeiras é o orgulho de todo paulista! Página 3

“Pateo do Collegio”: o começo. MASP: a grandeza atual


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Diário da Cuesta

Victor Brecheret: O Escultor O escultor nasceu em Farnese, província de Viterbo/ Itália, aos 22 de fevereiro de 1894, falecendo em São Paulo, em 17 de dezembro de1955. Foi o responsável pela introdução do Modernismo na Escultura Brasileira. Precocemente mostrou interesse pelas artes indo, aos 13 anos, estudar no Liceu de Artes e Ofícios da capital, A seguir , foi para Roma enriquecer seus estudos, onde ficou até 1919. Voltou ao Brasil e, em 1921, seguia para Paris (com pensão do Governo), onde ampliou seus estudos até 1935/36. Mesmo estando tanto tempo fora do Brasil, Brecheret sempre mantinha contato com os intelectuais brasileiros. Foi um dos integrantes da Semana de Arte Moderna de 1922 e mesmo não estando fisicamente presente, participou com 12 de suas esculturas. Brecheret teve sua “fase italiana”, posteriormente a sua “fase francesa” e, finalmente, a sua “fase brasileira” , com destaque para suas obras: Monumento às Bandeiras, Parque Ibrapuera, SP; Duque de Caxias, Praça Princesa Isabel, SP; Fauno, Parque Siqueira Campos (Trianon), SP; Depois do Banho, Largo do Arouche, SP; Graça I e Graça II, Galeria Prestes Maia, SP; Busto Santos Dumont, Aeroporto de Congonhas, SP; Diana Caçadora, Teatro Municipal, SP; Fachada e Interior, Jockey Club de São Paulo; Morena, Ministério da Educação e Cultura, Brasília; Bartira, Ministério da Educação e Cultura, Brasília; Índio e Suassapara – Middelheim, Anvers-Bélgica; Máscara de Menotti del

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Picchia, Praça Juca Mulato, SP; Busto de Alcântara Machado, Academia Paulista de Letras,SP; Busto de Brasílio Machado, Faculdade de Direito da USP (Largo de São Francisco), SP; Banho de Sol, Palácio Itamarati-Brasília; O Grupo, La Roche-sur-Yon, França; Retrato de Santos Dumont, Sala Presidencial da Base Aérea de Brasília. (AMD)

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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São Paulo: 470 Anos!

TERCEIRA PÁGINA

“Crescem flores de concreto Céu aberto ninguém vê Em Brasília é veraneio No Rio é banho de mar O país todo de férias E aqui é só trabalhar Porém com todo defeito Te carrego no meu peito São, São Paulo Meu amor São, São Paulo” Tom Zé O famoso cartunista Paulo Caruso fez uma exposição mostrando personagens que denominaram ruas da cidade, prédios famosos, grandes heróis e praças que tem a “cara de São Paulo”... Abaixo, duas obras de Caruso: o Monumento às Bandeiras e a Praça da Sé: É a maior cidade do Brasil e uma das maiores metrópoles do mundo. É a maior cidade de nordestinos do Brasil. É a maior cidade de italianos do mundo. E é a cidade que forjou a brasilidade, daqui partiram as Bandeiras que ampliaram as fronteiras do país. Os Bandeirantes consolidaram a unidade nacional. Para se conhecer o PERFIL DOS PAULISTAS é preciso conhecer um pouco da história desta capital/aniversariante (25 de janeiro!) e seu famoso MONUMENTO ÀS BANDEIRAS: Monumento às Bandeiras: Perfil dos Paulistas! “Na gravação em pedra da energia épica e gloriosa dos Bandeirantes que ampliaram e consolidaram as fronteiras do país e a formação da nacionalidade. Armando de Salles Oliveira buscou perpetuar as mais nobres tradições paulistas, mandando erigir um monumento aos heróis do passado. Na obra de Victor Brecheret ficou consolidado, historicamente, o perfil do paulista! Com figuras másculas e imponentes – retrato dos nossos heróis! – imortalizou no granito as tradições paulistas”. (“História da Vitória Política Paulista – 1934”, 2010, Ed. Peabiru, de Armando M. Delmanto)

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No Ibirapuera foi levantada magistralmente pelo famoso escultor italiano Victor Brecheret (Vittorio Brecheret), o “Monumento às Bandeiras”. Tornada Símbolo dos Paulistas por ato do então governador Armando de Salles Oliveira, a obra e o escultor precisam ter melhor divulgados os caminhos que foram percorridos até a sua consolidação.

A Obra: O “Monumento às Bandeiras” foi oficialmente apresentado ao publico em 1920, como parte das comemorações da Independência. Em 28 de julho daquele ano, o projeto foi apresentado ao público na Casa Brigton, na rua XV de Novembro. Apesar de ter sido muito bem recebido pelo público, o Estado optou por não implantá-lo para não criar atrito com a comunidade portuguesa, que também tinha oferecido à cidade um monumento à saga bandeirante. Em 1936, Armando de Salles Oliveira, então governador, decidiu construir o monumento em frente ao espaço que viria a ser o Parque Ibirapuera. Principalmente após a Revolução Constitucionalista de 1932, era importante definir o perfil dos paulistas e a sua grande obra: As Bandeiras! As obras do monumento, iniciadas no mesmo ano, e sempre com o acompanhamento pessoal de Armando Salles, foram paralisadas durante a 2ª Grande Guerra. Em 1944, o governo transferiu a construção para a prefeitura, que só retomou os trabalhos em 1946. A inauguração aconteceu em 25 de janeiro de 1953, durante as comemorações do 399º aniversário da cidade. Com 12m de altura, 50m de extensão e 15m de largura, o “Monumento às Bandeiras” representa uma expedição bandeirante subindo um plano, com dois homens a cavalo. Uma das imagens representa o chefe português e a outra, o guia índio. Atrás, um grupo formado por índios, negros, portugueses e mamelucos puxa a canoa das monções, usada pelos bandeirantes nas expedições pelos rios. A obra foi instalada no sentido de entrada dos bandeirantes pelo interior. Em frente ao monumento, há um mapa de Afonso Taunay, esculpido no granito, que mostra o roteiro das expedições com os nomes de alguns bandeirantes famosos, entre eles Fernão Dias, Anhanguera, Borba Gato e Raposo Tavares. Versos dos poetas Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo lembram as bandeiras em placas nas laterais da escultura. A praça recebeu o nome de Praça Armando de Salles Oliveira, em homenagem ao governante paulista. (AMD)


4 ARTIGO

“São Paulo 470 anos” MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA Dia 25 próximo São Paulo, esta grande metrópole completará 470 anos, e não poderíamos deixar de homenageá-la. Fundada pelos jesuítas em 25 de janeiro de 1554, por ordem do Padre Manoel da Nóbrega, superior da Companhia de Jesus. Nós paulistas temos grande orgulho da segunda metrópole da América Latina, tem 12,33 milhões de habitantes. Já ouvi de gente conhecida que lá morou, dizer-me que tudo o que se sonhar: em São Paulo você encontra, inclusive a noite. Ao chegar lá, vai se deparando com a grande diversidade e o grande colorido: desde favelas a bairros muito ricos, gente morando nas ruas. Desde menina quando ia de trem para lá; ao chegar a por os pés na Estação Júlio Prestes percebia que até o ritmo de como se andava mudava, respirava-se outros ares e como garota interiorana me sentia importante por estar lá. Melhores hospitais, Universidades, profissionais das mais variadas áreas era lá que se encontrava. As noivas iam para o Bom Retiro para encomendar seus vestidos de noiva e todos os adereços. Enchia a boca ao contar para as amigas: “estive em São Paulo”. Adorava contar as novidades que tinha encontrado por lá. Era e ainda é uma aventura. Museus, teatros, cinemas São Paulo berço da cultura. As melhores universidades, cursinhos preparatórios, colégios renomados estão lá. Restaurantes de todos tipos de comidas, o famoso Mercadão

Diário da Cuesta aonde se encontra de um tudo: as melhores frutas, verduras, legumes especiarias. Igrejas de todos cultos e religiões. Povos de todas as nacionalidades. Aeroportos com voos nacionais e internacionais. Linhas de metrô e ônibus ligando toda cidade saindo para todo o Brasil e outros países. Mas devido a sua grande população e quantidade de carros e motos, o trânsito torna-se muitas vezes caótico, principalmente com chuva. Não se pode negar o encanto que causa ao viajante que lá chega. Cidade que já foi muito cantada em prosa e verso, vai continuar fascinando poetas cantores, escritores, pintores, artistas, empreendedores. Pode ser o sonho de alguns ou tornar-se o pesadelo para outros, é o amado lar de milhões. Como escreveu Mário de Andrade: “São Paulo, comoção de minha vida ... Galicismo a berrar nos desertos da América. “ Trecho do poema que inaugura “Pauliceia Desvairada”.


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Bosquejo de História Postal em Botucatu (Parte 2) Ângelo Albertini do Amaral

Continuando a série sobre a história postal em Botucatu e região, trazemos mais um complemento sobre o início do Correio em Botucatu. Em 1890 o condutor que trazia a carroça com correspondência da estação era Manoel Conceição. Dito condutor vinha em pé, na carroça, e pleiteava o direito de trabalhar sentando. O direito de sentar-se no banco da carroça foi concedido. E na carroça uma tabuleta: “Correio”. Em 1891 solicitava-se que o estafeta que ia para Ribeirão Grande passasse também pela capela do Espírito Santo do Rio Pardo. Em 1892 o correio de São João de Itatinga reclamava do mal estado do caminho. Ponte e estrada em mal estado de conservação, prejudicava o percurso do estafeta. “Em Em 12 de julho de 1892 o intendente Caetano Caldeira indicou que se criasse o serviço de correio entre esta cidade e a Freguesia de Espírito Santo do Rio Pardo, de três em três dias e o de Ribeirão Grande também fosse de três em três dias, em logar de seis em seis dias”. Em 16 de julho havia sido criada a agência do correio na atual Pardinho, e isso o Administrador João Pereira da Costa, comunicava a Câmara Municipal, em 6 de agosto de 1892, e para funcionar só faltava os acessórios. Pelo documento nº 70, o Administrador dos Correios, queria saber a população da cidade. “...1115 casas – 6900 habitantes”. Este foi o resultado apontado. “Em 1917 foi suprimida a remessa de correspondência pelos trens noturnos e houve um movimento das Câmaras desta zona solicitando o restabelecimento desse serviço”. Em um envelope que possuímos lemos o carimbo circular: “Botucatu Nocturno (São Paulo) 11 Abr 1918”. Será que continuou o referido “serviço”? “Em 1925 o administrador dos Correios”, queria que fosse transferida a “Caixa de coleta existente no cruzamento da rua Cruz Perei-

ra com a Avenida Major Mateus para a agência do Correio na Vila dos Lavradores”, que se supôs nesse ano inaugurada. Onde? O primeiro recorte desse trabalho tem anotado a lápis a data de 14.7.1940 e foi do arquivo de Luiz Simonetti, o João Condé botucudo, e o autor conclui... “neste explendido mez de julho... temos o palácio dos Correios e Telegrafos (que hoje é Prefeitura Municipal)... sob a gestão profícua do sr. Gervasio Gonçalves Gallisa... e finaliza... nos bons tempos de 1859, teve por humildade e primeiro agente João Americo Bressane... e o “sobredelegado”. Da leitura de velhas citações desta ou daquela localidade, ficava-nos uma certa curiosidade, com relação à palavra freguesia. Assim, chamou-nos a atenção, folheando o exemplar nº 158 – Ano XXXV – Abril – Dez. de 1968, o trabalho sobre carimbos do estudioso carimbologista imperial, sr. R. Koester, o seguinte: “Casa Branca - também Caza Branca – São Paulo”. “Uma das primeiras informações assim resume o que se sabia a seu respeito (m.o.m em 1840): “Nova vila da província de São Paulo, na sétima comarca de que a vila de Franca é cabeça. Era, primitivamente, um arraial cuja população se aumentou consideravelmente com o governo constitucional. Sua igreja dedicada a N.S. das Dores, foi criada freguesia por alvará de 25.10.1814, e largo tempo depois uma lei provincial (de nº 15, de 25.2.1841) lhe conferiu o título de vila, desmembrando, para formar o seu, o distrito da vila de Mogi-Mirim. Consta pois o seu distrito do seu território paroquial, de Caconde (freguesia na época) e de São Simão (curato). Seus habitantes avaliados em 3.000 são pela maior parte, agricultores e criadores de gado.” Esta descrição joga alguma luz sobre o problema, a respeito do qual tenho recebido muitas perguntas: o da divisão eclesiástica, judiciária e administração civil do Império, pois muitos de nós não nos damos conta de que naqueles tempos não existia ainda um sistema unificado como o temos hoje, aliás, eclesiasticamente, ainda hoje existe uma divisão que de certa “forma destoa da organização dos estados que compõem a Federação, mas é sem expressão na vida econômica e estatual”. Continua... Angelo Albertini do Amaral - Botucatu – SP – Brasil - MISCELÂNIA FILATÉLICA E NUMISMÁTICA, QUASE LIVRO Antigo prédio do Correios e Telégrafos, hoje sede da Prefeitura Municipal


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