Edição 1008

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Diário da Cuesta ANO IV

Nº 1008 QUARTA-FEIRA, 31 DE JANEIRO DE 2024

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

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PANORAMA MALL - DE PROJETO À REALIDADE! –

Na principal entrada de acesso a Botucatu, pela rodovia Castelinho, tem destaque a obra grandiosa do PANORAMA MALL, um complexo de lojas que deverá gerar cerca de 100 empregos diretos. Nesse conglomerado de lojas teremos a Cobasi, Maravilhas do Lar, Drogal, Cacau Show e outras franquias de destaque. Essa região de Botucatu mudou bastante nos últimos anos, com a HAVAN, o CONFIANÇA e agora com esse grande investimento. Somado a isso, temos a duplicação da Castelinho que facilitará e dará maior mobilidade ao trânsito na região. AVANTE BOTUCATU!

(FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL BOTUCATU)

VOLTA ÀS AULAS

- início em 5 de fevereiro _

Cerca de 15 mil alunos, das 69 unidades escolares retomam atividades

A Secretaria Municipal de Educação (SME), divulgou o calendário escolar 2024 de acordo com o Decreto Municipal nº 13.074 de 21 de dezembro de 2023. Os cerca de 15 mil alunos, das 69 unidades escolares, entre Ensino Fundamental I e II, EJA, Educação Infantil e Educação Especial, voltam às aulas no dia 05 de fevereiro, com encerramento do ano letivo em 19 de Dezembro. A Rede Municipal de Ensino de Botucatu conta atualmente com 26 escolas de Ensino Fundamental (anos iniciais e finais), 43 unidades de Educação Infantil, 01 unidade de Educação Especial, 01 Escola do Meio Ambiente, 01 Núcleo de Atendimento Pedagógico e Especializado e 01 escola de Educação para Jovens e Adultos (EMEJA). (FONTE: Botucatu.Notícias)

LEITURA DINÂMICA Notícias de Botucatu e sua gente

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OS ENCANTOS DECORRENTES DE UM LIVRO (III) ELDA MOSCOGLIATO

Ainda nesta crônica não me apossei do delicado presente de aniversário representado pelo livro da Sra. Leandro Dupré. Não o conheco. Saboreio contudo, entre divertida e emocionada, a prodigiosa memória de meus pais. Acabada a leitura, mamãe liberou o volume para os domínios de papai que nesta altura já o leu em parte, páginas soltas, parágratos esparsos, quando pode tê-lo subrepticamente em mãos. Continuam as conversas ao redor da mesa nas refeicões ou ao cair da tarde no terraço à sombra serena e acolhedora das torres da Catedral nossas vizinhas, e enquanto a noite desce e ensombra o Jardim Municipal que o Prefeito Antonio de Carvalho Barros, com largueza de tabuleiros relvosos e numa visao européia dos vastos gramados e das fontes sussurrantes eternizou já em 1916 para os botucatuenses seus pósteros. - como a autora retratou bem a chácara do alto da cidade. .. Parece à gente que a glicínia em flor esta lá, ainda... - Onde era essa chácara, papai? -Ah! Você não pode se lembrar... Era uma pequena propriedade que ocupava toda a área onde hoje se situa nossa grande Escola Industrial. Ali adiante, na descida da Avenida Sant’Anna. Na entrada da chácara havia uma trepadeira sempre em flor. Creio que era primavera, suas flores vermelhas engrinaldavam o portão.

O jogo de memória continua para regalo dos filhos. E no comentário de cada página lida, multiplicam-se as recordações. Há muita coisa de que papai e mamãe foram as testemunhas da época, como simples viventes da cidade que crescia. Muita memória que os livros ainda não registraram. Integrados na vida citadina que nossa autora descreve com o coração, reavivam contornos, fixam datas, citam nomes. Conheceu meu pai, o professor de música da iovem Zezé Monteiro e outros mais que por aqui passaram. - Você sabe. filha? Sem a autora o saber, ela faz referencias a mim, no livro... - Como assim? - Ela descreve os bailes do Clube 24 de Maio. Ha um trecho em que, entre outros dizeres, ela cita : “ outros ficavam assoprando a flauta...” Esse flautista era eu. Não houve outro músico flautista em nenhum outro Clube botucatuense. E foi frequentando o 24 de Maio, como flautista, que eu conheci todos os componentes da alta roda social da época. Ouantas senhoras, matronas hoje, eu conheci como jovens delgadas. Elegantes, enfeitando com seus dotes esmeradíssimos o ambiente social de então. E papai cita nomes. Muitos deles já desaparecidos. Outros ainda, remanescentes daquela “belle époque” botucatuense. - Ouantos anos o senhor tocou no Clube 24 de Maio, papai? - Desde a sua fundação. Desde a noite de gala, de sua inauguração. A própria autora confessa não se recordar da inauguracão do Clube. Pois eu me lembro. Lá estava eu. assoprando a flauta entre meus companheiros de piano e violino. Entre as luzes feéricas, entremesclavam-se as casacas pretas solenes e os leques finíssimos das grandes tolletes da época.


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EDUCAÇÃO: choque de gestão!!! “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” Nelson Mandela Não existe outro caminho para o Brasil ter um povo participativo capaz de construir seu próprio destino... É através da educação! Somente com investimento maciço na educação (estrutura física e HUMANA) é que chegaremos ao primeiro mundo em qualidade de vida para a população brasileira. Exemplo: no ano de 1969 -- portanto há 50 anos! -- o Brasil estava bem à frente da Coréia do Sul. No entanto, a Coréia investiu maciçamente na educação e, hoje, é exemplo para o mundo. Em 1969, O Brasil tinha uma expectativa de vida de 55 anos, contra 43 anos da Coréia. Hoje, a nossa média é de 72 anos superados pelos 78 anos da Coréia! Em 1969, a mortalidade infantil no Brasil era de 112 óbitos por mil nascimentos e lá era de 50 por mil. Hoje, o nosso índice é de 23 por mil e lá é de apenas 4 por mil! Em 1969, o Brasil tinha um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 32 bilhões, com 90 milhões de habitantes e a Coréia tinha um PIB de US$ 5,7bilhões, com 32 milhões de habitantes. HOJE, o Brasil tem 191 milhões de habitantes e um PIB de US$ 960 bilhões e a Coréia com apenas 50 milhões de habitantes tem um PIB de US$ 1,1 trilhão!!! Em 1969, a renda per capita no Brasil era de US$ 350 e a Coréia não alcançava US$ 200. HOJE, a do Brasil quase chega a US$ 5.000 e a da Coréia é de US$ 21.000!!!

ÇÃO, tempo INTEGRAL: com refeições e merendas, psicólogos e atendimento médico). Mas não é só: investimento na carreira do magistério. Qualificando e reciclando o PROFESSOR. Dando ao profissional do ensino uma carreira reestruturada de tal forma que transforme em meta para a juventude seguir essa carreira profissional: por ser uma profissão respeitável e por ganhar muito bem!!!

QUAL O SEGREDO? Investimento maciço em educação, isto é, investimento na estrutura física (escolas, material escolar, quadras de esporte, coordenação e incentivo ao entrosamento escolar, PROFISSIONALIZA-

A solução para a escola em tempo integral, idealizada pelo mestre Darcy Ribeiro e transformada em realidade por Oscar Niemeyer – os famosos CIEPS – estão em situação de risco pela falta de boa gestão no país, e não apenas no Rio de Janeiro. (AMD)

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“Gotas de chuva na janela”

Maria De Lourdes Camilo Souza

“Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva Não faz ruído senão com sossego. Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva Do que não sabe, o sentimento é cego. Chove. Meu ser (quem sou) renego... Tão calma é a chuva que se solta no ar (Nem parece de nuvens) que parece Que não é chuva, mas um sussurrar Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece. Chove. Nada apetece... Não paira vento, não há céu que eu sinta. Chove longínqua e indistintamente, Como uma coisa certa que nos minta, Como um grande desejo que nos mente. Chove. Nada em mim sente...” (Fernando Pessoa: in: “Gotas de chuva na janela”

Chove calmamente lá fora. Alguns pingos no vidro da janela, alguns parados outros escorrem. Meus olhos pairaram magnetizados num pingo gordo que caiu e foi descendo solitário. Foi passando incólume entre os outros, descendo pelo vidro frio, desviando aqui e acolá, ora esbarrando em um e outro sem diminuir ou diluir, seguindo um rumo certo e estabelecido, sem deixar rastros. Juntou-se aos outros mesclou-se junto ao ferro de junção da vidraça para seguir no vidro liquido abaixo em novo formato mais alongado. Seguia hipnotizada seu deslizar suave e uma imagem de uma pena de pincel molhado de tinta sobre um papel que ia seguindo ao comando firme de uma mão delicada e traçando muito leve flores, folhas numa aguada que resultou em mais uma sua obra de arte. Nós, alunos atentos ouvíamos a voz calma e melodiosa e seguiamos passo a passo sem querer perder uma sílaba orientando como pintar uma bela aquarela. Falava calma, pausadamente e com muita propriedade. Ali no seu estúdio muito amplo, a luz do dia que entrava pelas suas enormes janelas. Ambiente perfeito, mestra iluminada, artista renomada só sua figura já era uma inspiração. Tem aqueles olhos tranquilos e sábios de gente de alma antiga. Quando entrava naquele santuário, subia e descia os olhos sobre as numerosas telas coloridas em contrastes de cores formando ambientes alegres de jardins, salas de jantar, mesas com toalhas quadriculadas em tons azuis e brancos, fontes de águas alegres em jardins de lilases suspensos, mais parecidos à sonhos dourados. Potes repletos dos inúmeros tipos de pincéis, cada qual tinha o segredo para um efeito especial. Muitos tubos de tintas de todas cores. Ah ... e o cheiro daquele ambiente? Era um poderoso sedutor. Apesar da sabedoria e do empenho da minha querida mestra em querer me ensinar, nunca consegui pintar uma aquarela decente. Elas me resultavam nuns borrões hediondos e terminavam amassados em bolas no lixo. O segredo talvez fosse saber a exata quantidade de tinta e água que unida a outra pincelada em nova cor se fundissem como perfeitas gotas de chuva a delinear uma pétala de rosa, ou uma daquelas lindas naturezas mortas, repletas de cores bonitas.


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