Edição 1043

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Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

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O NAZISMO SE APROPRIOU DA SUÁSTICA?!?

A suástica , por exemplo, presente nas mais diversas culturas da antiguidade, como a indiana , a chinesa , a marajoara e a tolteca , representa em sua origem o movimento perpétuo das coisas, que cria e destroe. Um segmento de reta horizontal simboliza o repouso, a quietude, a ausência, a estática e a tese. Um traço vertical que o corta , faz nascer a cruz, símbolo de criação , da expansão do Universo, da pluralidade, do positivo e do fértil. É o símbolo da vida , que ao se deslocar ao redor de seu ponto central, significa multiplicidade. Acrescido de segmentos em suas extremidades, indica a direção desse giro , para a direita ou para a esquerda. Por isso a suástica se chama também cruz gamada , isto é, formada pela letra gama do alfabeto grego . Deve-se atentar para a direção do movimento: a mão direita sempre foi considerada o símbolo do trabalho, e por isso a direção para a direita lembra operosidade, multiplicidade, antítese e dinâmica. Não foi com outra intenção que Hitler escolheu esse símbolo para seu domínio, significando assim uma reação em cadeia de sua política totalitária. Se invertermos as hastes para a esquerda, temos o movimento em sentido contrário, rumo ao caos. O famigerado emblema nazista acabou sendo identificado com a destruição e o mal, porque traiu o verdadeiro sentido do símbolo , que é altamente positivo. PÁGINA 2

EMBRAER: VENDA DE 133 JATOS PARA OS EUA

A Embraer recebeu a encomenda de até 133 jatos da American Airlines para atender à demanda por voos regionais nos Estados Unidos. Ao todo são 90 pedidos firmes para o E175, com direitos de compra de outros 43 jatos do modelo. As aeronaves serão entregues com 76 assentos, na configuração padrão de duas classes da American Airlines. Caso todos os diretos de compra sejam exercidos, o acordo superará o valor de US$ 7 bilhões, conforme preço de lista. O valor referente aos pedidos firmes será incluído na carteira de pedidos da Embraer no primeiro trimestre de 2024. O E175 é um dos modelos mais populares na região, com 837 aeronaves vendidas (incluindo as 90 encomendadas hoje) e 88% de participação de mercado no segmento desde 2013. Este é o maior pedido de E175 já realizado pela American Airlines e agradecemos a contínua confiança em nossos produtos e pessoas”, afirma Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial. (Fonte: Notícias.Botucatu)

ANO IV Nº 1043 TERÇA-FEIRA , 12 DE MARÇO DE 2024

a r t i g o SUÁSTICA: SÍMBOLO MAÇÔNICO ?!?

José Sebastião Pires Mendes

O Símbolo

Em um mundo tão conturbado como o que vivemos, torna-se imperioso procurar parâmetros para que não nos percamos nesse tão profundo emaranhado de acontecimentos.

Dir-se-ia que se faz mister criar um novo cartesianismo filosófico, do qual possamos extrair coordenadas eficientes que nos ajudem a navegar por estes mares, sem correr o constante risco de ver vagar sem rumo nossa tão solapada nave.

No primeiro decênio deste século, através de iniciativa particular de seu Venerável Mestre Pedro Delmanto, a loja maçônica italiana conseguiu sua sede, especialmente construída para essa finalidade. No frontespício da Loja, ainda hoje pode-se notar a presença de simbolismo gráfico a representar a presença maçônica. Hoje, no local, funciona uma loja comercial, esquina da Rua Curuzu com Rua Monsenhor Ferrari.

Releitura da Arquitetura Maçônica - Com o objetivo de resgatar a presença da Loja Maçônica Italiana, procuramos ajuda junto ao artista plástico e intelectual botucatuense, José Sebastião Pires Mendes, para que se pudesse “visualizar” em sua originalidade o prédio da Loja Italiana, construído especialmente para a finalidade de, lá, cultuar-se a maçonaria. Com maestria, temos a reconstituição do Templo Maçônico, com toda sua originalidade. O destaque maior, fica por conta dos símbolos artisticamente gravados em seu frontespício. Nesses símbolos vê-se, com destaque, a suástica. No entanto, destaque-se que o prédio data de quase duas décadas antes do advento do nazismo! Da mesma forma, destaque-se que a suástica gravada no prédio está em sua forma original, ou seja, reta. Anos depois, ao ser apropriada e elevada a símbolo nazista, a suástica foi estratégicamente inclinada para, simbolicamente, representar movimento maior e mais agressivo...Hoje, é como a suástica é mundialmente conhecida

Para conhecimento de todos, a Revista Peabiru solicitou do artista a reconstituição do estilo original do prédio do Templo Maçônico, bem como um ensinamento didático referente à suástica e todo o simbolismo que representa:

EXPEDIENTE

NA

DEFESA DO MEIO

e egípcios e contou-nos, pela decifração da pedra de Roseta, a história perdida do Egito.

Surgem então propostas oportunistas, sugestões de boa fé ou aventuras quixotescas do pensamento que apelam para as mil facetas de um ecletismo tão atuante quanto antigo. Refiro-me aos movimentos que surgem e ressurgem, oriundos das várias crenças e religiões, dos diversos ramos do esoterismo ou das próprias religiões convencionais.

A busca de uma razão de ser nunca foi tão urgente. Nesse contexto, não seria em vão considerarmos alguns aspectos dessa busca, sem nos enveredarmos pelos labirintos da metafísica ou nos domínios do dogma.

Um facho de luz nos ilumina gradativamente as trevas: o símbolo. Levando-se em conta que todas as relações sociais são feitas através dos símbolos, é notório que eles constituem uma das camadas mais importantes da realidade social. Gurvitch diz que eles são ao mesmo tempo, produtos e produtores dessa realidade. São produtos, porque foram criados pelos homens para se comunicarem entre si, e são produtores porque através deles os homens se comunicam e se realizam. Apresentam dois aspectos, isto é, de conteúdo e de instrumento. O conteúdo é sempre uma mensagem convencional, como por exemplo a estátua de Joana D’Arc, cujo conteúdo é a lembrança da resistência francesa contra os invasores estrangeiros. Como instrumento, o símbolo estabelece um contacto íntimo entre o emissor e o receptor.

Tomando o mesmo exemplo, vemos que a estátua transmite às gerações que se sucedem iguais sentimentos de patriotismo e de coragem, inerentes ao povo francês.

Durante séculos, vários povos usaram a suástica como símbolo, ao qual atribuíam diversos significados. Para alguns índios norte-americanos, por exemplo, ela representava o ciclo da vida. Mas, depois de Hitler adotá-la como símbolo do partido nacional-socialista, passou a significar apenas uma coisa: o nazismo.

Os símbolos sempre foram uma liguagem universal natural e formam, a despeito de sua convencionalidade, o mais primitivo sistema de comunicação. As idéias milenares sobre a origem do Universo estão cheias de pontos comuns exteriorizados nos diversos símbolos. A suástica, por exemplo, presente nas mais diversas culturas da antiguidade, como a indiana, a chinesa, a marajoara e a tolteca, representa em sua origem o movimento perpétuo das coisas, que cria e destroe. Um segmento de reta horizontal simboliza o repouso, a quietude, a ausência, a estática e a tese. Um traço vertical que o corta, faz nascer a cruz, símbolo de criação, da expansão do Universo, da pluralidade, do positivo e do fértil. É o símbolo da vida, que ao se deslocar ao redor de seu ponto central, significa multiplicidade. Acrescido de segmentos em suas extremidades, indica a direção desse giro, para a direita ou para a esquerda. Por isso a suástica se chama também cruz gamada, isto é, formada pela letra gama do alfabeto grego. Deve-se atentar para a direção do movimento: a mão direita sempre foi considerada o símbolo do trabalho, e por isso a direção para a direita lembra operosidade, multiplicidade, antítese e dinâmica. Não foi com outra intenção que Hitler escolheu esse símbolo para seu domínio, significando assim uma reação em cadeia de sua política totalitária. Se invertermos as hastes para a esquerda, temos o movimento em sentido contrário, rumo ao caos. O famigerado emblema nazista acabou sendo identificado com a destruição e o mal, porque traiu o verdadeiro sentido do símbolo, que é altamente positivo. Com a mesma profunda significação temos o círculo, símbolo do infinito, encontrado na tradição antiga como uma serpente que morde a sua cauda. É a continuidade das coisas, como dizia Lavoisier, em que nada se cria, nada se perde, mas tudo se transforma. É o moto-contínuo, animado pelas forças invisíveis da Natureza. E na analogia dos contrários, que estabelece a tese, a antítese e a síntese, encontramos a harmonia e o equilíbrio. Do centro à periferia partem raios que se movem num vórtice dinâmico, como na teoria da expansão do Universo, como se fosse um grande coração pulsando de amor.

Através dos tempos os símbolos sempre trouxeram à baila um acontecimento esquecido, reavivaram sentimentos, e estabeleceram pontes entre uma civilização e outra, como a retomar um diálogo interrompido. Pela interpretação dos símbolos da escrita cuneiforme, Rawlison estabeleceu bases para a elucidação dos enigmas das civilizações mesopotâmicas. Usando a analogia, Champolion reuniu os quebra-cabeças dos caracteres gregos

DIRETOR:

Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO:

Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta com br

E chegamos ao máximo significado da cruz de Cristo, sobre cujos madeiros superpostos se imola o Filho de Deus, para a vida dos mortais, tornando-os imortais. É a rosa mística do amor que desabrocha do sofrimento. O lótus que emerge do lodo, a paz que vence a guerra. É o grande Hércules que perpassa o misterioso portal entre as colunas de Gilbratar É o vencedor que culmina na exaltação suprema do trabalho e do sacrifício, a apoteose de uma humanidade a caminho de Deus.

E quedamo-nos na certeza de que, sejam quais forem as adversidades deste novo tempo, se tivermos fé, não seremos aniquilados. E a realidade social que vivemos poderá ser outra, se nos comunicarmos sob a égide desse símbolo. José Sebastião Pires Mendes.”

Diário da Cuesta 2
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a r t i g o

Era final de setembro, quando meu amigo Duilio, que morava comigo em Bolonha, me disse que o amigo dele, Fabiano, que tinha passado alguns dias conosco, tinha feito um convite para festejarmos a Oktoberfest com ele em Munique, visto que ele já morava lá há um bom tempo e poderia auxiliar-nos para aproveitarmos bem a festa sem nos preocupar com a comunicação.

A Oktoberfest (também conhecida como “Wiesn” em Munique), muito famosa no mundo inteiro é um festival de cerveja originado em Munique, Alemanha. Foi criado pelo rei bávaro, Luís I, para celebrar o seu casamento em 1810. A Oktoberfest é também uma feira de produtos e diversões celebrada em Munique (München), no estado da Baviera (Bayern), no sul da Alemanha, e disseminada por vários lugares do mundo. A Oktoberfest é frequentada anualmente por seis milhões de visitantes de todo o mundo e se inicia, desde 1872, sempre no sábado depois do 15 de Setembro, às 12h00 horas, com a tradicional cerimônia de abertura “O’zapft is”. Termina duas semanas mais tarde, no primeiro domingo de Outubro - daí o nome Oktoberfest (em alemão, “Oktober” significa outubro, “Fest”, festa ou festival, literalmente “Festa de Outubro”).

um pequeno grupo de brasileiros, cujo o clima de festa contagiou a todos. Uma moça chegou para mim e pediu que eu batesse uma foto dela e das amigas, me falando em Alemão, eu, sem pensar, respondi em português:

- Eu não entendo

Ela me olhou muito surpresa e disse;

-Você é brasileiro? Ótimo então, por favor, bate essa foto pra mim e curta a festa!!!

Ficamos até tarde nessa festa antes de voltarmos ao apartamento, coisa que não devíamos ter feito pois caía uma garoa fina e fazia muito frio e tudo isso somado, nos deixou sem fala quando voltamos pra Bolonha.

No dia seguinte pela manhã fomos a uma padaria vizinha para tomarmos um café-da-manhã, curioso é que se, em Munique, você não fala alemão, podendo muito bem se comunicar em inglês pois é um idioma que a maioria população fala e esse era o caso do dono dessa padaria.

Em seguida fomos até a estação ferroviária buscar o Chicão que estava chegando do Reino Unido. Todos fomos juntos a um Relógio animado!!!

Os Novos Paços do Concelho ou Novo Paço Municipal (em alemão: Neues Rathaus) é o edifício-sede do governo municipal de Munique, localizado na Marienplatz.

comer pão nesse período, substituíam-no pela cerveja, que ficou conhecida como pão líquido.

Inclusive, nos dias atuais, há um tipo de cerveja chamado doppelbock, elaborado em Munique, que busca manter as características da época, resultando no pão líquido clássico, com elevado teor de malte e muito denso, vez que não se consegue ver nada através do copo.

Eu contei até oito copos de cerveja, que já eram oito litros, depois nem quis contar mais, dançamos um pouco, visitamos todos os barracões de cada cervejaria e fomos embora quase dez horas da noite.

Quando nós chegamos era a véspera da festa, ficamos todos no apartamento do Fabiano, ou seja, ele próprio, eu, o Duilio, e o Chicão, outro amigo deles que estava estudando no Reino Unido.

O Chicão ainda não tinha chegado, mas mesmo assim o Fabiano nos levou a um bar onde estava rolando uma verdadeira “Festa de Arromba”, com muito música, gente dançando, algumas até em cima das mesas, um festão!!!

Fiquei pensando o que as pessoas diziam dos alemães que eram frios e sisudos, daí que fiquei sabendo que no meio dos locais que estavam presentes no bar, tinha

Foi construído entre 1867 e 1908 em estilo Neogótico. Tem uma área total de 9.159 m² com 400 divisões.

No rés-do-chão está situado o restaurante Ratskeller.

A principal atração é o Rathaus-Glockenspiel um relógio e carrilhão com figuras animadas

Nessa noite fomos à Oktoberfest

Chegamos pela manhã, comemos alguns Kasslers com Salsichões, juntamente com um copo de um litro de Cerveja, que de acordo com relatos de monges alemães que o consumiam durante o tradicional jejum da quaresma. Como não podiam

No dia seguinte almoçamos na casa de umas amigas do Fabiano que moravam em Munique e na mesma tarde, para voltarmos a Bologna, aceitamos a oferta de carona de uma italiana, amiga do Fabiano, que estava indo pra cidade dela.

Então, retornamos a Bologna de carro, pela autoestrada, passando pela Áustria, onde pode-se ver as montanhas de pedra, em tons de cinza, com o topo sempre branco porque tem neve na maior parte do ano.

O Chicão voltou com a gente, ficou uns dias em Bologna e depois voltou para o Reino Unido.

Nós sempre aproveitamos esse período na Itália para viajar, uma vez que é muito fácil e mais barato, mas com a mesma emoção de sempre.

Diário da
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OKTOBERFEST EM
MUNIQUE, NA BAVIERA

Momentos Felizes

BOLHAS DE SABÃO

Naquela manhã fria do mês de agosto, quando ele abriu a janela da copa aguardando o café e olhando para a parede frontal, extasiou-se com a beleza ímpar de uma tela, pintura nascida das mãos de sua amada artista. A tela, exibindo um arvoredo em flor, uma casa em estilo americano sobre um gramado isento de muros, portões e cadeados, luzes vistas pelas vidraças fechadas ao entardecer. Era intuitivo compreender que a fumaça branca/acinzentada expelida pela chaminé brotava de uma lareira aquecida; riacho passando sob uma ponte denunciava águas cristalinas, permitindo ao observador vislumbrar as belezas da natureza, o capricho e os cuidados da mão humana descrevendo com as tintas multicoloridas o ambiente, e o imóvel. Admirar a tela e olhar para o jardim da casa grande era o mesmo que produzir alegrias para a alma; com essa alegria, sentir que o mundo fica mais leve e mais luminoso.

Passarinhos voando de galho em galho e no gramado verde com seus trinados saudavam o amanhecer do dia e a alegria de viverem em plena liberdade. Para o casal enamorado, tudo aquilo era uma fonte de indescritível

prazer, condutora de suas preces e orações por aqueles que padecem da inexistência de alegrias em suas vidas, pela dor ou pela saudade de entes muito queridos. O mês de julho reservou para o casal uma alegria inesperada. Visitando a filha, o genro e duas netinhas, estas, no alvorecer da vida, residentes em cidade muito distante tiveram várias oportunidades para brincadeiras infantis. Uma delas que deixou saudades resumia-se em assoprar com um canudinho, água misturada com sabão. Bolhas grandes e pequenas, sob a luz do sol mostravam cores diferenciadas e leves como a brisa se desfaziam ao simples tocar das mãos ou resvalando em qualquer objeto. Para as crianças, a visão dessas bolhas era de incontida alegria. As bolhas carregavam com elas as alegrias de um momento mágico. O sorriso das crianças acompanhando a trajetória efêmera das bolhas, revelava as alegrias da inocência. Essa alegria estava ao alcance das mãos e no simples assoprar na água ensaboada. A tela no início e as bolhas do final exemplificam momentos de alegrias...

Diário da Cuesta 4
Roque Roberto Pires de Carvalho

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