Edição 1044

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Cafés da Cuesta

Da centenária Fazenda do Lageado - berço histórico da criação do IBC,

PERIMENTAL DO CAFÉ, surge agora a busca chancelada pela Faculdade de Ciências Agronômicas

GRÁFICA para os cafés da região da Cuesta. É preciso que haja com entusiasmo o apoio da Prefeitura Municipal de Botucatu e das Prefeituras dos Municípios do Polo Cuesta a essa excepcional iniciativa. Através da Associação da Cuesta Paulista, criada neste evento, para operacionalizar e viabilizar essa busca do SELO DE ORIGEM para os cafés produzidos na região da Cuesta. Página 3

O DIÁRIO DA CUESTA registrou a ideia de reunir os produtores de café da região da Cuesta que ocorreu durante o Circuito Cafeeiro da Cuesta Paulista, realizado de 30 de novembro a 02 de dezembro em Pardinho.

Sensacional! Sucesso!

Concerto de abertura da temporada da Orquestra Sinfônica Municipal de Botucatu, na Igreja de São Benedito, com o Maestro Fernando Ortiz de Villate, em homenagem a Cármine De Léo Filho que compôs a linda canção à Vitoriana: “Meu Pedacinho de Chão”

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO IV Nº 1044 QUARTA-FEIRA , 13 DE MARÇO DE 2024 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br Você encontra aqui as edições do Diário da Cuesta http://blogdodelmanto.blogspot.com DIA DO CAFÉ Página 3 A "SAGA DO CAFÉ" Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO III Nº 956 QUARTA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 2023 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
Diário da Cuesta
Brasileiro
! – transformada em FAZENDA EX-
SELO DE INDICAÇÃO GEO-
Instituto
do Café
da UNESP do

E D I T O R I A L

A busca por um Selo de Indicação Geográfica para o café produzido na região da Cuesta de Botucatu é de fato um passo significativo para valorizar e destacar a qualidade dos produtos agrícolas dessa região. Essa iniciativa não apenas protege o café produzido localmente, mas também eleva o status da região no cenário global, contribuindo para o crescimento do agronegócio brasileiro e sua posição no mercado internacional.

Muito importante a busca do Selo de Indicacão Geográfica para produtos agrícolas de determinada região Assim, a região dos vinhos na França , a região das oliveiras na Grécia, etc. Esse “Selo de Origem Garantida” proteje e valoriza a respectiva região…. A busca de Selo de Indicação Geográfica para o Café produzido na região da Cuesta de Botucatu, com clima ameno em altitude recomendada e em terra boa tem um valor muito grande e deve dar à região um destaque para produtos de qualidade e para o café produzido na região um valor destacado. Esse é um caminho importante do agronegócio que cresce e ajuda o Brasil no concerto das Nações.

Na ocasião, publicamos o artigo “Cinturão Verde Ecológico” (ver artigo à página 4), objetivando a que se buscasse o SELO ECOLÓGICO DE ORIGEM, para propiciar uma melhor e mais organizada comercialização. E mais: que se buscasse uma parceria entre os Ambientalistas da Demétria e os Mestres da Faculdade de Agronomia de Botucatu. Esse é o caminho!

A necessidade de proteger e destacar os produtos de determinada região vem crescendo entre nós... Desde 2010, em artigos na imprensa local (jornal Acontece Botucatu) era destacada a importância do bairro ecológico de Botucatu, a Demétria, com a importância de sua produção agrícola com absoluto controle de qualidade, oferecendo produtos orgânicos totalmente naturais

Agora , a boa notícia: o início conjunto entre entidades privadas e o apoio tecnológico da Faculdade de Agronomia de Botucatu para a busca do Selo de Indicação Geográfica para os cafés produzidos na região da Cuesta de Botucatu.

Esse é o caminho!

AVANTE!

A DIREÇÃO.

Diário da Cuesta 2

Diário da Cuesta 3

Associação da Cuesta Paulista, criada no Lageado, busca selo de Indicação Geográfica para cafés da região

A ideia de reunir os produtores da região num esforço coletivo para a produção cafeeira da Cuesta ganhou força durante o Circuito Cafeeiro da Cuesta Paulista, evento realizado em Pardinho

Durante o I Workshop Indicação Geográfica Cafés da Cuesta, realizado no dia 07 de março, no Auditório da Biblioteca da Fazenda Experimental Lageado, câmpus da Unesp, em Botucatu, foi criada a Associação da Cuesta Paulista (ACP), entidade que reúne produtores de café da região do Polo Cuesta

A ACP nasceu com objetivo de trabalhar pela obtenção da Indicação Geográfica (IG) da produção cafeeira da região junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A IG identifica a origem de um produto ou serviço que tem certas qualidades graças à sua origem geográfica ou que tem origem em um local conhecido por aquele produto ou serviço, ou seja, é uma forma de reconhecer, valorizar e proteger a marca de produtos que possuem características distintivas em virtude do seu território, produto ou tipo de produção.

A obtenção da IG para o café da Cuesta Paulista pode trazer benefícios significativos para o desenvolvimento regional, os produtores e demais agentes envolvidos nessa cadeia produtiva a partir do fortalecimento da reputação e da imagem desse café no mercado nacional e internacional.

A ideia de reunir os produtores da região num esforço coletivo para a busca da IG para a produção cafeeira da Cuesta ganhou força durante o Circuito Cafeeiro da Cuesta Paulista, evento realizado de 30 de novembro a 02 de dezembro de 2023 em Pardinho. Nessa ocasião, houve uma aproximação entre representantes do Sindicato Rural de Pardinho, do Núcleo de Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo (Inetec) da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), campus de Avaré, que resultou na realização do Workshop.

Além de vários cafeicultores da região, o Workshop teve a participação do professor Caio Antonio Carbonari, vice-diretor da FCA; Raquel Nakazato Pinotti, pesquisadora científica na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA); Elvio Aparecido Motta, coordenador-geral do Escritório Estadual de Desenvolvimento Agrário de São Paulo; Daniella Romano Pelosini, presidente do Sindicato Rural de Pardinho; professor Gustavo Matarazzo, coordenador de pesquisa e inovação do IFSP; professora Silvia Angélica de Carvalho, coordenadora do Inetec/ FCA; Francisco José Mitidieri, da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e Coordenador do Fórum Paulista de Indicações Geográficas e do professor Saulo Phillipe Sebastião Guerra, diretor da Agência Unesp de Inovação

Ao longo do dia, os participantes do workshop puderam assistir a apresentações e tirar dúvidas com Francisco Mitidieri e com Felipe Lara, docente do IFSP, responsável pela Indicação Geográfica da uva de Jundiaí, que falaram sobre a importância e os trâmites para o processo de IG, trazendo informações técnicas sobre a documentação exigida. Foram os especialistas em IG que apontaram como aspecto fundamental neste processo a constituição de uma associação, para que os critérios de implantação fossem estabelecidos e conduzidos junto ao INPI.

Ainda durante o evento, os produtores se organizaram e criaram a Associação da Cuesta Paulista (ACP) para a qual foram eleitos os produtores rurais Pedro Berengani e Daniella Romano Pelosini, como presidente e vice-presidente, respectivamente. Ao final do evento, todos os presentes assinaram um termo de manifestação de interesse em apoiar o pedido de Indicação Geográfica do Café da Cuesta Paulista.

Impressões

“A proposta de instituição da Indicação Geográfica surgiu em um momento muito importante para a FCA, quando estamos implantando o novo programa de mestrado profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT), que discute, em uma de suas áreas, o tema das IGs.”, comentou a professora Sílvia Angélica, do Inetec. “Esse projeto será um marco importante para a Unesp e, por isso, é fundamental o apoio da Agência Unesp de Inovação. Assim, Inetec, AUIN e FCA nos unimos ao Instituto Federal de Avaré, para viabilizar essa iniciativa que terá impacto no desenvolvimento econômico da região e em toda a cadeia produtiva dos cafés da Cuesta Paulista”.

O professor Saulo Guerra, da AUIN, qualificou o evento como extraordinário.

“Quando falamos em denominação de origem ou do IG vamos para um outro patamar e colocamos a Cuesta de Botucatu em um cenário global, ou seja, colocamos um produto que é nosso à disposição do mundo, afirmando que temos

produtos de qualidade, com tecnologias e inovações sociais e isso é importante para nossa universidade. Por isso que a AUIN se fez presente no evento, apoiando as ações institucionais da FCA, do Polo Cuesta e da associação recém-criada, iniciando com o café. Acreditamos que tais iniciativas não devem parar no café. Esperamos avançar com o mel, com as uvas, com produtos da região da Cuesta que precisamos identificar, caracterizar e valorizar. Nesse processo, obviamente, a universidade precisa se fazer presente, gerando pesquisa e fazendo a transferência de tecnologia para a sociedade”.

O vice-diretor da FCA, professor Caio Antonio Carbonari também destacou a importância da iniciativa e o apoio da universidade. “Não acho que seja um caminho fácil, mas com os atores que conseguimos reunir aqui hoje, tenho certeza de a obtenção da IG vai avançar, para termos algo que agrega valor aos produtos da região. A FCA está de portas abertas para os produtores. Pela história que a Fazenda Lageado tem com o café, para nós é uma grande alegria receber um evento relacionado ao tema e poder contribuir para agregar com as pesquisas e com nossa forte tradição de extensão. Somos uma unidade universitária muito aberta à ideia de interagir com o setor produtivo. É um prazer nos juntarmos aos produtores nesse desafio”.

O professor Gustavo Matarazzo, do IFSP, também considerou o evento bem sucedido. “A quantidade e a importância das instituições aqui reunidas mostra isso. Tenho certeza que a IG vai trazer resultados econômicos e financeiros para esses produtores. Isso demonstra a importância das universidades e instituições de pesquisa estarem juntas para apoiar esse tipo de iniciativa, que é muito importante para o desenvolvimento social e econômico da região. A próxima etapa é o registro da Associação da Cuesta Paulista, que foi criada hoje. Essa associação vai apoiar e juridicamente será responsável por esse pedido de Indicação Geográfica. Acredito que também tenhamos agora uma ação mais vinculada entre Instituto Federal e Unesp no sentido de auxiliar a produzir os documentos que vão fundamentar esse pedido junto ao INPI. Com essa documentação, será possível proteger e promover essa marca. Os produtores que quiserem ter esse selo precisarão produzir conforme as especificações técnicas relatadas por esse grupo de produtores que iniciou aqui hoje”.

Uma das idealizadoras da proposta da obtenção da IG, a presidente do Sindicato Rural de Pardinho Daniella Romano Pelosini, eleita vice-presidente da Associação, qualificou o evento como um marco para os produtores da região. “Creio que demos um grande passo. E muito também pela presença dessas entidades de peso aqui representadas: Unesp, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricultura, APTA, Parque Tecnológico, Sebrae, Agência Unesp de Inovação. Sabemos que o caminho não é curto. São processos burocráticos longos, mas no que depender de nós faremos com agilidade e rapidez. Vamos com força a partir de agora”.

O cafeicultor Pedro Berengani, de Cerqueira Cesar, escolhido presidente da Associação, reafirmou a importância do esforço coletivo feito por produtores da região e o apoio das entidades governamentais. “O selo vai trazer o incentivo às boas práticas agrícolas e serve como uma maneira de incentivar a sucessão familiar, incentivar o jovem a permanecer no campo e continuar o trabalho iniciado por seus pais ou avós. Ele serve também para que o consumidor saiba que ele está comprando um produto de procedência e confiança, com uma história por trás. O selo chancela essa história. É importante também porque está sendo feito em parceria com a Unesp, com o ambiente acadêmico e órgãos governamentais como o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Agricultura e a APTA. É uma porta aberta para que esses órgãos possam nos dar embasamento técnico e científico para validar nossas práticas no campo. Dessa forma poderemos construir uma IG e mostrar para o mundo o que temos de melhor, que são as nossas pessoas a os nossos ofícios. É um momento muito importante e simbólico para nossa região”. (Tribuna de Botucatu).

Assessoria de Imprensa FCA

Cinturão Verde Ecológico

A preservação da excelente qualidade do ar em Botucatu é necessária Nas atividades industriais, buscando-se atrair industrias não poluentes Nas atividades agrícolas, o pioneirismo da Estância Demétria , com sua produção orgânica, alcançou destaque mundial. Essa realidade, somada à excelência das Faculdade de Agronomia e de Engenharia Florestal da UNESP, nos aponta um caminho: a criação de um CINTURÃO VERDE ECOLÓGICO em nosso município.

Com a orientação dos ambientalistas da Demétria somada à orientação tecno-científica dos docentes da UNESP, Botucatu poderá implantar, com sucesso financeiro e destaque ambiental, uma importante opção agrícola que ajude o Brasil a credenciarse no recebimento de créditos de carbono que os países poluidores tem que pagar. Com o país se transformando em uma potência ecológica e ambiental, Botucatu ocupará lugar de destaque no estado e no país, assumindo a vanguarda da ecologia mundial.

Com essa iniciativa do município – coordenando e promovendo essas duas vertentes – poder-se-ia criar o “SELO ECOLÓGICO VERDE DE ORIGEM”, a garantir a origem e a qualidade dos alimentos produzidos em nossa região. Para que isso vire realidade, basta vonta-

de política das autoridades municipais.

Na Europa já é comum o SELO DE ORIGEM CONTROLADA, como referência aos produtos de determinada região, como os queijos, os vinhos, o tomate, a laranja, o limão siciliano, a alcachofra, o presunto, etc. E é sucesso e é respeitado e levado a sério...

Sim, nós temos as condições necessárias para a criação do CINTURÃO VERDE ECOLÓGICO !

A Demétria está se transformando em pólo de restaurantes ecologicamente corretos com a origem de seus produtos garantida. Nada mais justo que Botucatu oficialize o pioneirismo da Demétria na produção de alimentos orgânicos de qualidade, ampliando-a com a assistência acadêmica dos docentes da UNESP.

É uma iniciativa da nossa municipalidade economicamente viável e politicamente recomendável. Os pequenos produtores serão os mais beneficiados. Botucatu, também!

O “CINTURÃO VERDE ECOLÓGICO” em nosso município é possível!

Vamos lá!

Avante! (AMD)

Diário da Cuesta 4

Cartão de Visitas de Botuca tu

Registro Histórico: Ilustração do prof. Vinício Aloise retratando a FAZENDA LAGEADO em plena atividade, com o carregamento das sacas de café. A fazenda pertencia ao irmão do Conde de Serra negrao maior produtor decafé no Império e na Primeira República

Diário da Cuesta 3

SALVE! Ponte restaurada!

, de 2000, à página 107, temos o registro dessa importante conquista no texto ao lado:

A FAZENDA DO LAGEADO – importante “campus” da UNESP – abrigando, hoje, a Agronomia, a Engenharia Florestal e a Zootecnia e, para amanhã, abrigará toda a estrutura funcional da Faculdade de Medicina Veterinária. É um sucesso!

A FAZENDA LAGEADO assume - pela sua história rica e grandiosa – ares mágicos de um passado substancioso a marcar o poderio que foi a produção de café.

No HISTÓRICO DA FAZENDA DO LAGEADO, apresentamos valioso trabalho de pesquisa que publicamos em várias edições do “JOPRNAL DE BOTUCATU”, de autoria da profa. Inês Antonini, da equipe de pesquisas da Faculdade de Agronomia. É um resgate histórico a mostrar que essas conquistas contam, sempre, com a atuação cidadã de homens públicos compromissados com a comunidade que representam.

Hoje, o LAGEADO É O CARTÃO DE VISITAS, O CARTÃO POSTAL DE BOTUCATU!

Merecidamente.

Bem administrado pela UNESP, representa o mais importante POLO CULTURAL de Botucatu. Reunindo artistas plásticos, cantores e atores teatrais. Possue TRILHA ECOLÓGICA, com áreas verdes preservadas e prédios históricos em harmonia com modernas e funcionais construções. O MUSEU DO CAFÉ é modelar.

O LAGEADO é a prova provada de que o FUTURO é POSSÌVEL! O FUTURO, no Lageado é HOJE!!!

“Fazenda Lageado: O Futuro é Possível!”

“É isso aí. Sem tirar nem por Hoje, o Lageado é o Cartão de Visitas, o Cartão Postal de Botucatu Mas é mais, muito mais! Hoje, o Lageado é a prova provada de que o futuro existe e é possível, agora, já! Botucatu não viu, nos últimos 20 anos, volume igual de obras. Pensou-se grande, sem os adminículos dos políticos menores.

Lá, no Lageado, provou-se que se pode apostar no futuro, com competência e persistência. Lá restou provado que hoje é impossível gerir um empreendimento sem um Plano Diretor que o defina, o limite e o projete para o futuro. Lá, no Lageado, houve uma equipe que acreditou no planejamento racional e apostou tudo nele. E teve sucesso. Tanto é assim que hoje já está em sua segunda experiência administrativa à frente da Agronomia da UNESP, tendo uma magnífica obra para mostrar.

No dia 24 de Maio comemorou-se mais um aniversário da Agronomia de

Botucatu. Bem a propósito. Houve comemoração. Registro da história. Discursos. Nada mais justo. Hoje, o Campus do Lageado, pertencente à UNESP, abriga vários outros cursos universitários.

Mas eu me permito prestar um testemunho para que se registre o trabalho e a liderança de quem soube acreditar no planejamento, exercer a sua liderança e partir para a construção do futuro.

Em sua primeira gestão como Diretor da Agronomia, o Professor Ricardo de Arruda Veiga, soube montar uma coesa equipe técnico-administrativa. Sem descuidar da área docente, arregimentou excelentes colaboradores. Entregou à competência do arquiteto Eugênio Monteferrante Netto a incumbência da elaboração do Plano Diretor do Lageado Não é preciso dizer que o resultado foi uma obra prima... a partir daí, mãos à obra... Lembro-me que em 1987 fui convocado pelo Dr. Ricardo para promover um contato com o então Vice-Governador Almino Affonso, a quem eu prestava assessoria. Fomos a São Paulo bem cedo, o Dr. Ricardo, o Dr. Monteferrante e eu, levados pelo Adilson Falamos com o Almino, chegamos à Secretaria dos Transportes (ligada politicamente ao Almino) para tentar conseguir a Patrulha Rodoviária (Serviços de máquinas pesadas para terraplenagem, abertura de estradas, etc ) para abrir as novas vias de comunicação (avenidas) do Lageado Para isso seria pago apenas o

combustível. Houve outras colaborações políticas. Conseguiu-se o objetivo: o maior volume de movimentação de terra já visto na cidade. Faltava o asfaltamento Ao depois, contatos políticos para conseguir o asfalto. Muita luta. Muitas promessas. Por fim, num trabalho “interna-corporis”, o Dr. Ricardo conseguiu da Reitoria a verba necessária. Após quase um decênio de lutas, estava tudo pronto... Vitória! No entanto, é preciso que se destaque a garra e a persistência do Prof. Ricardo de Arruda Veiga e a competência de toda a sua equipe. O respeito ao Plano Diretor e a postura de preservá-lo às naturais resistências dos contrários às mudanças... Valeu a pena!

O Lageado, hoje, é a certeza de que o futuro é possível... É a maior obra turístico-viária de Botucatu dos últimos 30 anos... Desde o seu início com tantos professores desbravadores e competentes. Com a firmeza na Direção do Kimoto, do Júlio Nakagawa, do Flávio Abranches e, por duas vezes, com o comando seguro do Ricardo Veiga.

Valeu a pena!

Hoje, ao comemorar mais um aniversário, a Agronomia (Lageado) assume a certeza de que é o Cartão de Visitas, o Cartão Postal de Botucatu O Lageado e a UNESP comemoram o futuro que chegou Botucatu comemora a descoberta de uma equipe competente e arrojada que lhe deu a grande obra deste final de século.

Visitem o Lageado!

Vejam que o futuro é possível...” (“Memórias de Botucatu”, Armando M. Delmanto, 2ª edição, 1995)

Diário da Cuesta 5
Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCA TU ANO III
742 SEXTA-FEIRA , 24 DE MARÇO DE 2023
Diário da
2 EXPEDIENTE DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689 NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios. (fevereiro/março 2023) Desde fevereiro a Ponte do Lageado está restaurada e entregue. Essa ponte é uma importante ligação na mobilidade e logística na Fazenda Lageado. Desde fevereiro de 2020, a ponte foi destruída pelo temporal que aconteceu em Botucatu. A conquista da Fazenda do Lageado é um marco na História de Botucatu. E essa restauração da ponte propicia a que os botucatuenses, alunos e visitantes possam usufruir do Cartão de Visitas de Botucatu No livro “Memórias de Botucatu III”
Diário da Cuesta
Lageado: o Cartão de Visitas de Botucatu
CONQUISTA
BOTUCATU! (1934 - 2024)
FAZENDA DO LAGEADO: GRANDE
DE

Dia do Café: há 166 anos, os cafezais impulsionavam Botucatu

Há 166 anos, a “Freguesia do Districto de Cima da Serra de Botucatú” deixava de ser um povoado e erigia-se como “Villa de Nossa Senhora das Dôres de Botucatú”: há 166 anos, nascia a cidade que hoje conhecemos e vivemos.

Embora tivesse destaque na produção de algodão, queijos e carne bovina e suína, a economia botucatuense girava em torno do café, exportando cerca de 35 mil arrobas – aproximadamente 525 toneladas do grão.

Na nossa cidade, calcula-se que havia cerca de 1.200.000 pés de café na década de 1870. Para se ter uma ideia, Botucatu tinha 5.137 habitantes (sendo 341 escravos); ou seja, havia cerca de 233 pés de café para cada munícipe.

Nesta mesma época, foi descoberta uma nova variedade de café em nossa cidade: o café “amarelo de Botucatu”, conhecido por seus frutos amarelados, destacando-se entre os tradicionais frutos vermelhos e atingindo popularidade internacional.

O comércio desta variação, novidade no mercado agrícola, foi um grande impulsionador da popularidade de Botucatu dentro da produção cafeeira.

Café amarelo de Botucatu

(Imagem: Reprodução/ ReviewCafé)

cultores, o conde contratou o pintor italiano Antônio Ferrigno, propagandeando o produto nacional para todo o Velho Mundo.

Hoje em dia, a memória dos anos dourados da cafeicultura de Botucatu continua viva, frente aos nossos olhos: o Museu do Café da Fazenda Lageado esforça-se em preservar a arquitetura e as máquinas daquela época.

Localizada na antiga “Casa Grande” da centenária fazenda, o local já abrigou a Estação Experimental de Café, primeira iniciativa do gênero no país, entre os anos 30 e 70. O projeto tinha por objetivo desenvolver pesquisas e experimentos técnico-científicos na área da cafeicultura e diversificar a produção agrícola em áreas de antigos cafezais.

Atualmente, o museu reúne equipamentos, peças, livros, mobiliário e imagens sobre o período em que a produção cafeeira da Fazenda Lageado estava a pleno vapor. Além disso, o local recebe também diversas exposições artísticas e apresenta artefatos arqueológicos obtidos na área da fazenda e na região de Botucatu.

Hoje temporariamente fechada por conta da pandemia do novo coronavírus, o Museu do Café é, sem dúvidas, um local de visita obrigatória para toda e qualquer pessoa que more em Botucatu ou que esteja visitando a nossa cidade.

Jornal Audácia/Mateus Conte

Foto de capa: Karen Ingrid Tasca

Duas décadas mais tarde, o setor produtivo começava a passar por maiores dificuldades. O aumento de impostos, a disseminação de pragas nas lavouras e as variações constantes do preço da saca dificultaram a comercialização do café no mercado interno. A gota d’água veio em 1893, quando o governo limitou as plantações de café.

Já era sabido que algo deveria ser feito para mudar esse cenário. Eis que surge Manoel Ernesto da Conceição, mais conhecido por Conde de Serra Negra. Estrategista por natureza, viu no mercado externo uma alternativa comercial para as várias toneladas de sacas de café estocadas em seus armazéns.

Sua ideia era divulgar o café brasileiro na Europa, visando atender o mercado externo. Com o apoio de mais 217 cafei-

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DIAGRAMAÇÃO:
O
“A Colheita”, de Antonio Ferrigno (Imagem: Reprodução/ Museu Paulista da USP)

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