Edição 1113

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NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

01 de junho

Dia da Imprensa Diário da Cuesta

Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br

Jornalismo Cidadão + Liberdade de Imprensa. Acho que esse é o caminho, a mídia tradicional cada vez mais se transformando, ela mesma, em mídia nova: ousada, aguerrida, investigativa, histórica/raiz e crítica dos governos que vivem a ludibriar as populações que deveriam servir e defender. O jornal estudantil “TRIBUNA DO ESTUDANTE”, de 1963, deu o exemplo do exercício da cidadania jornalística:

Somente dois brasileiros foram CONFINADOS no Brasil pelo Regime Militar: o ex-presidente Jânio Quadros, em Corumbá/MT e o jornalista Hélio Fernandes, em Fernando de Noronha

Carlos Lacerda liderou movimento pela libertação do jornalista Hélio Fernandes, ao mesmo tempo em que aumentava o clamor pela liberação de Jânio... Página 3

CORPUS CHRISTI

COMEMORADO

EM BOTUCATU

Igrejas contaram com a dedicação das pastorais, que, juntamente com as comunidades efetuaram os desenhos usando os mais diferentes materiais.

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ANO IV Nº 1113 SÁBADO E DOMINGO , 01 E 02 DE JUNHO DE 2024

Diário da Cuesta

O Jornalismo no interior: do Linotipo à Magia da Web/Internet”

“Eu sempre acreditei que até a democratização dos meios de comunicação seria uma luta política. Acabei descobrindo que se tornou uma conquista tecnológica. Hoje, todo mundo pode ser o seu próprio Roberto Marinho...” Fernando Morais – jornalista e escritor.

Exatamente isso, com a Revolução da Informação, tudo se tornou acessível em termos de comunicação: a telefonia celular, a internet, os blogs, o Facebook, o Orkut, o Twiter (as redes sociais), as redes internacionais de televisão e demais recursos da tecnologia audiovisual levam a todos os rincões do planeta a realidade de nosso tempo Simples assim Por esses poderosos meios de comunicação, as pessoas se conectam rapidamente, levando notícias, relatando online as suas expectativas e as suas esperanças. Assim, a Aldeia Global se corporifica no avanço tecnológico da comunicação via internet

Está certo o jornalista e escritor Fernando Morais. Hoje, é possível ter o seu próprio site e o seu blog, conectando-se com cidadãos, propondo mudanças, relatando fatos, cobrando soluções, enfim, fazendo a parte cívica que lhe cabe no exercício da cidadania.

Mas nem sempre foi assim. Na minha caminhada no jornalismo, eu vivi a fase mais difícil da imprensa interiorana na cidade de Botucatu/SP. Com o jornal estudantil “Tribuna do Estudante” (1963) e com o jornal alternativo “Vanguarda de Botucatu” (1970), o processo gráfico de composição das matérias era através da tipografia, compondo letra a letra com os respectivos tipos.

A destreza dos gráficos era impressionante e, pinçando os tipos, as palavras, as frases e o texto iam surgindo nas chapas que seriam, ao depois, impressas. Já com o “Jornal de Botucatu” (1980), a composição era feita em linotipo, representando um avanço tecnológico muito grande Aos poucos, com a popularização da offset, a feitura de jornais passou a ser mais fácil e mais rápida. Era a democratização chegando na mídia imprensa

era uma ousadia positiva. E para acompanhar o layout, pedi para que o prof. Vinício Aloise – Mestre da ilustração – idealizasse, estilizada, a Igrejinha de Rubião Jr., com arquitetura medieval e localizada no topo do Morro de Rubião Jr. De 1980 até final dos anos 90, reinou absoluto, permanecendo até os anos 2005/6.

Em 2004, numa somatória das experiências anteriores, lançamos o “Jornal da Cuesta”, numa referência à CUESTA DE BOTUCATU, que é uma forma de relevo escarpada em um dos lados, um verdadeiro degrau, marcando o início do Planalto Ocidental Paulista. A série “A Muralha”, da Rede Globo mostrou bem esse típico relevo encontrado à partir do litoral paulista.

O jornal “Vanguarda” representou um avanço em termos de comunicação em uma cidade do interior: surgiu como uma nova proposta de se fazer jornalismo. Surgiu moderno e participante Surgiu meio alternativo, mas absolutamente entrosado com o seu tempo e com a geração jovem que buscava caminhos e queria respostas Na imprensa interiorana sempre aparecem órgãos que permanecem como divisores de águas, como delineadores de mudanças desejadas... Assim foi com o jornal “Vanguarda de Botucatu”, surgido em 1970, e tendo por lema:

UM JORNAL DE VANGUARDA/ A IMPRENSA NO INTERIOR/ leia aqui

“O Jornal Jovem para a Nova Botucatu”.

Com muita ousadia, o “Vanguarda” se inspirou no também revolucionário jornal alternativo “O Pasquim”, editado no Rio de Janeiro, que trazia uma mensagem de mudança, de combate a favor da democracia e muita, muita criatividade. Um grupo de intelectuais de vanguarda, comandava esse jornal que passou a ser um “guia” para a juventude brasileira, sequiosa de participação e inconformada com o imobilismo do país durante o Regime Militar. Nessa mesma linha, surgiram os tablóides “Opinião” e “Movimento” Esse estilo predominava: tablóide, colorido, com a primeira página sempre com uma diagramação impactante , com fotos em destaque ou ilustrações sugestivas. Era muito, muito diferente dos vetustos e tradicionais jornais da imprensa brasileira... Já, em 1980,10 anos depois, ao transformar o “Vanguarda”(tablóide mensal) em bi-semanário, com nova denominação, “Jornal de Botucatu”, busquei inspiração no mais moderno e mais novo jornal paulista: o “Jornal da Tarde”. O título, em letras minúsculas,

EXPEDIENTE

Essa experiência foi abrangente, moderna, colorida e com uma diagramação agressiva e revolucionária, em termos gráficos.Totalmente digitalizado, era impresso nas poderosas rotativas do “Jornal da Cidade”, conceituado jornal da cidade de Bauru. A diagramação era feita pelo Edil Gomes (Gráfica e Editora Diagrama) e enviado, via internet para Bauru, ficando pronto logo em seguida, quando era mandado de volta para Botucatu.

Em 1997, um grupo de intelectuais botucatuenses partiu para a edição de uma revista cultural. Teria uma periodicidade bi-mensal e procuraria colocar em discussão fatos e registros históricos da cidade e região além do trabalho de sua comunidade ligado à cultura de uma forma ampla para que se pudesse construir e registrar a nossa identidade cultural, o nosso perfil como comunidade progressista e de vanguarda. Assim, recebeu a denominação de “Revista Cultural Peabiru”, numa referência ao caminho pré-colonial que ligava São Vicente até Kusko, no Peru.

Peabiru: Uma Revista Cultural!/ A “Intelligentzia brasileira”

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

À partir de 2010, com o nosso site e, em 2011, com o Blog do Delmanto, entramos definitivamente nesse mundo virtual que transformou, efetivamente, o mundo em uma Aldeia Global.

E o Blog do Delmanto, para nós, assume aspectos especiais de comemoração, exatamente por ser online e estar amplamente conectado. E teria que ser algo diferente, um veículo para mudança e que trouxesse uma contribuição efetiva ao debate das idéias. Com seu material postado dentro da tecnologia disponível, mas com uma edição “espartana”, com critério profissional, dedicação e idealismo, muito idealismo. Hoje, o Blog está chegando a 1 milhão de acessos.

Com o ousado lançamento do DIÁRIO DA CUESTA, em 10 de novembro de 2020, jornal online, o webjornalismo moderno, pocket, com o objetivo de resgatar e manter o JORNALISMO é uma feliz realidade chegando, hoje, a 575 edições. É uma grande vitória!

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689 NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

Diário da Cuesta

VANGUARDA DE BOTUCATU

Por entender que o “Vanguarda de Botucatu” representou o espírito de uma geração que soube assumir o compromisso com seu tempo é que estamos promovendo a divulgação do que foi o Vanguarda, com a reprodução de alguns artigos dos muitos colaboradores que teve. Artigos que foram um marco, ficaram na história da imprensa botucatuense. E mostramos, abaixo, o layout da coluna social (“Acontecências”, idealizada por Olavo Pupo e que teve enorme influência na juventude botucatuense por muitos anos. No início, feita pelo Olavo e a Rita Pedroso, foi comandada também por Claudia Pedroso, Totica Pedroso e Andrea Morato e Fernando Amando de Barros). FOI OBJETO DE FORTE RESISTÊNCIA DE SETORES TRADICIONAIS DA COMUNIDADE BOTUCATUENSE POR SUGERIR UM “MEMBRO GENITAL”...rsrsrs

Mas não move as mãos, não aplaude. É frio!».

2º ato: um humilde botucatuense que nos anos 40 chegou a campeão brasileiro de um certo esporte: «o pessoal, lá na terra, parece que tem vergonha de me cumprimentar. É onde menos sou festejado!».

3º ato: d. Frei Henrique, anos 50, assistindo a um bem organizado desfile cívico-religioso, ali na Cel. Moura: “Aplaudam. Vamos aplaudir, ó povo frio. Não sabem o trabalho que dá?”.

O “Vanguarda de Botucatu”, já o dissemos, não acabou em 1980 Ele continuou através do “Jornal de Botucatu”, fundado em novembro de 1980. O “Jornal de Botucatu” surgia como um jornal bi-semanário, sem engajamento político, mas com uma linha definida de defesa da comunidade. Foi o primeiro jornal feito no linotipo em Botucatu à partir dos anos 70 Até 1980, os nossos jornais eram feitos no tipo, com exceção do Vanguarda, sempre feito fora de Botucatu por problemas de perseguições políticas dos poderosos de então. Pois bem, em 1980 , trouxemos para Botucatu a gráfica completa do Ariosto Campiteli, de Bauru, que passou a ser sócio do jornal recém criado. Hoje, a Revista Peabiru procura manter a mesma linha de atuação, mobilizando a nossa comunidade, convocando a “intelligentzia botucatuense», enfim, construindo a nossa cidadania O prefácio de Hernâni Donato e seu artigo comemorando os 10 Anos do “VANGUARADA” e + os promeiros artigos da equipe jovem de colaboradores é um precioso acervo de nosso jornalismo:

“Um Voto Esperançoso...Mais Um....”

Rapazes: o diretor do jornal não brinca em serviço. Chegou e mandou: Vanguarda quer inovar. Sacuda a nossa moçada. Dê-lhe um plá dosado para os males de Botucatu. Bom, não tenho receituário para uso dos moços que insistem em abrir o seu caminho dinamitando a estradinha aberta pelos mais velhos. Mas concordo em que para Botucatu, o momento, mais do que nunca, é o de balançar a roseira. Mais do que nunca porque ela goza de privilégio único de receber, de golpe, o enriquecimento do sangue novo de milhares de universitários. Gente de sangue quente, às vezes descontrolada exatamente por causa do sistemático “pé na tábua” em que vive, mas de cuja generosidade é possível esperar tudo. Mesmo aquilo que é mais necessário para a cidade: giro de duzentos graus na bússola do comportamento coletivo.

Vou lhes dar 3 diagnósticos para um mal que é típico da gente serraçumana.

1º ato: Cornélio Pires, no palco do Casino, fim dos anos 30: «é difícil entender este povo. Gosta das minhas piadas porque ri de estourar.

Tradução: se a rapaziada que forma com a Vanguarda ou em torno dela - excluída toda e qualquer conotação político-partidária - tem mensagem ou acredita tê-la e quer fazer algo pela cidade, não espere compreensão, nem aproveitar fundamentos existentes. Comece da base, feche os ouvidos, abra os olhos, veja as nossas lições mais práticas da história local e geral. E construa o legado da sua geração. Não espere aplausos. Haverá exceções, busca de diálogo, oferecimento de ajuda que afinal os voluntariosos estão em toda parte. Se a bandeira da Vanguarda é fazer e renovar, não atacar ou destruir, tem um campo largo pela frente. E merece o apoio de quem sente que é preciso mudar a mentalidade para não ter que mudar de cidade. Espero que Vanguarda, liberta de ganchos políticos que a limitem e imobilizem, tenha forças para resistir aqueles que vão tentar destruí-la, pela omissão; negá-la, pela tentativa do ridículo; esfriá-la, pela inércia com que gelaram tantos outros empreendimentos igualmente generosos; desviá-la pelo descrédito organizado e sistemático. E que ajude a repor Botucatu entre as primeiras das nossas cidades. Se ela perdeu - quem negará que ela tenha perdido lastro, infelizmente? - foi só por culpa da sua gente. Gente que brinca com o futuro, com o voto, com as lideranças. Estou exagerando? Voltem a cabeça e vejam as conquistas e realizações dos últimos 10 anos. Individualizem os seus idealizadores. A constatação será melancólica.

Por isso - sem que isto signifique pronunciamento político ou grupal, mas apenas mais um voto de esperança, confio em Vanguarda. Como em todo movimento de juventude. Nós já tivemos freios demais. Precisamos de bons aceleradores.

Toque aqui, Vanguarda ! Prá frentex, gente.”

O posicionamento de Hernâni Donato não deixa de ser uma aula de sociologia “botucuda”. Era o quadro, sem tirar nem por, de nossa sociedade sedimentada mas com falta de perspectivas para o futuro No 10º aniversário do “Vanguarda de Botucatu”, em 1980, mais uma vez a palavra amiga e incentivadora de Hernâni:

“Pelos Primeiros Dez Anos de o “Vanguarda”

Segundo as agências de propaganda, um jornal atinge a maioridade ao superar a marca do ano de publicação. Este período está para o jornalismo, assim como o nada saudoso “mal de sete dias” estava para crônica da mortalidade infantil nos velhos tempos. Mas, quando se trata de jornal interiorano, elas, as agências, exigem três anos de publicação. Aí sim, passam as folhas caboclas a gozar do “status” de jornal a merecer conceito, às vezes até uma programação que lhe oxigene os pulmões financeiros.

Pois o jornal do Delmanto está quebrando a barreira dos dez anos. Mesmo quantos não subscrevem a linha política que ele imprimiu ou imprime ao “seu” jornal, hão de parabenizá-lo por vir respondendo ao gongo que tiranicamente o convoca para novos assaltos dessa luta sem intervalos que é o fazer imprensa. Principalmente - isto já é um refrão mas nem por isso é menos verdade - principalmente, imprensa interiorana.

Quantos amem Botucatu e respeitem o jornalismo - uma das formas de manter dignas as comunidades - hão de fazer coro ao nosso voto: o de que, pelos decênios em fora, o Armando saiba fazer bem o seu jornal. E seja feliz com ele e por ele”.

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Uma boa história...

Mas nem tudo são flores no jornalismo no interior, especialmente se você faz oposição aos ocupantes temporários do poder público (prefeitura municipal). Botucatu é uma cidade de porte médio, mas dos anos 60 aos anos 80, os jornais eram feitos no tipo. E a maioria das cidades, do mesmo porte, já tinham a sua linotipo

Pois bem, o “Vanguarda” no seu início era feito na Gráfica Amaral e conseguia sair em duas cores: preto e vermelho e azul e laranja. Mas devido às perseguições políticas , ele teve que mudar 3 a 4 vezes de gráfica. Era um jornal agressivo, panfletário e fazia oposição “como gente grande”...rsrsrs Como eu trabalhava durante a semana em São Paulo, não foi difícil descobrir boas gráficas. Então, o “Vanguarda” era o jornal com a melhor apresentação gráfica, porque era feito em boas gráficas linotipadoras. Havendo pressão dos Prefeitos em cima da gráfica, não sei se oferecendo vantagens, ou dando serviços, só sei que eles paravam de imprimir o jornal e geralmente acabavam dando os motivos. No final de 1974, eu já estava imprimindo o “Vanguarda” numa gráfica pequena, mas muito boa, no Belenzinho. E, de repente, o dono me deixou na mão e nem deu satisfação. Tudo bem, mudei de gráfica, novamente.

É sabido que tem os famosos “jornais chapa branca” que surgem e se mantém por longos anos grudados nas “gordas tetas” das Prefeituras Municipais. Alguns, depois de tanto tempo, até conseguem caminhar com as próprias pernas. Mas são, invariavelmente, jornais sem “curriculum vitae”, ou melhor, a “fotografia” deles mostra muito bem o “rabo preso”. Mas é como diria aquele outro da TV: “Faz parte”... Só esperamos que a coisa mude com o tempo E as comunidades possam ter veículos informativos com a independência necessária para valorizar o papel da imprensa na construção da cidadania

Aí é que vem a história. Anos depois, creio que em 1984, quando eu voltava de uma viagem e desci no aeroporto de Congonhas, peguei um táxi. E tive esse diálogo:

- “Oh, Delmanto, não tá lembrado de mim? Sou o Clodoaldo, dono da gráfica lá no Belenzinho...(...)

- ”Clodoaldo, você me largou na mão, heim?”

Aconteceu o seguinte, a política da época (1974) o procurou, lhe ofereceu dinheiro e um emprego na Staroup, em Botucatu, que era uma das maiores fábricas de jeans. Ele muito

esperto, vendeu a gráfica e com o dinheiro da venda mais o dinheiro do “acerto”, foi para o interior trabalhar na fábrica. Depois, não aguentou viver longe da capital e voltou e foi ser motorista de praça... Que coincidência, heim? Mas você vê, no interior tem muito disso: perseguição política. Mas como há males que vem para o bem, por ter que trocar tanto de gráficas, acabei numa gráfica pequena, mas muito boa em Bauru. O dono, que era o linotipista, Ariosto Campitelli, após imprimir o “Vanguarda” por um bom tempo, aceitou fazer sociedade e trazer todo o maquinário pesado para Botucatu e trouxe também o impressor, o Dalvo Davanço. Eu havia resolvido transformar o “Vanguarda”, jornal político, num jornal apolítico, mas com uma linha forte de defesa dos interesses da comunidade Foi uma mudança difícil, com aquele maquinário todo. Tivemos que abrir uma parede para colocar principalmente a impressora. Os dois mudaram com as famílias para Botucatu e lançamos, em outubro de 1980, o “JORNAL DE BOTUCATU”, um bi-semanário, com a melhor impressão da cidade e que passou a ser até o final dos anos 90, o melhor jornal da cidade. Jornalzão bacana, bonitão, muito bem feito. Tinha a linha de defesa da sociedade. Essa é uma boa história. É registro histórico! (AMD)

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LEITURA DINÂMICA

– O primeiro jornal estudantil impresso em tipografia foi o “Tribuna do Estudante”, do Colégio Arquidiocesano La Salle, em 1963

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- O saudoso professor Vinício Aloise imortalizou a Igrejinha de Rubião como logotipo do “Jornal de Botucatu”, em 1980 A criação foi tão comemorada que passou a ser um dos símbolos de Botucatu.

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- O lançamento da “Folha de Botucatu” e do livro “O Sonho Não Acabou”, de Armando Moraes Delmanto, em 1988, reuniu políticos como o prefeito Jamil Cury e o futuro prefeito Joel Spadaro e intelectuais na Livraria Papirus. Com a presença de colaboradores do jornal “Vanguarda”, intelectuais como Dr Marão, presidente da ABL, profa. Elda Moscogliato, secretária da ABL, Luiz Baptistão, Antonio Tilio Jr, Osmar Delmanto, amigos e familiares.

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– A publicação de matérias referentes à cidadania sempre teve acolhida na imprensa botucatuense, através dos jornais VANGUARDA, JORNAL DE BOTUCATU e FOLHA DE BOTUCATU em suas respectivas épocas.

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Fé, criatividade e solidariedade marcam mais uma comemoração do Corpus Christi em Botucatu

Igrejas contaram com a dedicação das pastorais, que, juntamente com as comunidades efetuaram os desenhos usando os mais diferentes materiais como pó de serra tingido em cores variadas, materiais descartáveis, areia, serragem, terra, entre outros

Pastorais e comunidade das paróquias de Nossa Senhora Menina (Vila Maria), Catedral Metropolitana (Centro), São Benedito com a capela de São José, (Centro); e São Pio XII, na Cohab I; realizaram os tradicionais enfeites ornamentais nas ruas que circundam as igrejas com fé, criatividade e solidariedade e temas alusivos à tradição para comemorar o Corpus Christi. As igrejas contaram com a dedicação das pastorais, que, juntamente com as comunidades efetuaram os desenhos usando os mais diferentes materiais como pó de serra tingido em cores variadas, tampas de garrafas, CDs, areia, serragem, terra, entre outros. Também foram arrecadados cobertores para assistir famílias necessitadas. Os desenhos foram criados pelas próprias pastorais.

Corpus Christi

Expressão latina que significa Corpo de Cristo é uma festa católica realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma “Festa de Guarda”, isto é, para os católicos, é obrigatório participar da Santa Missa neste dia, na forma estabelecida pela conferência episcopal do país respectivo. Em muitas cidades é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa.

Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas “cidades históricas”, que se revestem de práticas antigas e tradicionais e que são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.

A tradição da confecção do tapete surgiu em Portugal e veio para o Brasil com os colonizadores. Os desenhos utilizados são variados, mas enfocam, principalmente, o tema Eucaristia.

( Tribuna de Botucatu/ Fotos de Valéria Cuter)

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