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A R T I G O
A R T I G O
Olavo Pinheiro Godoy da Academia Botucatuense de Letras - Centro Cultural de Botucatu -
A romaria para Rubião Júnior se fazia antigamente, mais do que hoje, em grandes comitivas. Caravanas extensas de famílias que combinavam de ir juntas e de famílias que se alcançavam pela estrada. E como era agradável esse convívio de viagem! Que aspectos interessantes os caminhos! Cobertas de flores de São João às margens dos riachos.
Uma comitiva que se juntava à outra, e mais outras, engrossando o caudal da romagem Nem mesmo as crianças faltavam a elas. E os romeiros caminhavam na poeira fina de junho, debaixo de um sol de inverno. O horizonte se arrepia de serras caprichosas, lindamente recortadas A fumaça despeja em redor sua poeira, azul, azul
Rodopiam pelas queimadas redemoinhos gigantes, erguendo alto folhas carboretadas, levando longe o cheiro de cinzas. . .
Quando o sol vira do meio-dia, a orquestra dos sabiás, dos pintassilgos os pousos... Armar barracas, abrigos, improvisar bancos, mesas... Aqueles recantos da Serra de Botucatu, tão quietos, se alvoroçam de estranha algazarra: gritos de meninos, badalar de sincerros, rinchar de cavalos, cortar de machados...
A festa de Santo Antônio de Rubião Júnior atrai romeiros de recantos afastados. A noite vem. Um punhado de estrelas joga no céu, coruscantes. Conversas junto ao fogo, modinhas ao violão... Tarde, enfim, tudo é repouso no quieto pouso improvisado. Mas, no encosto, os sincerros não parecem a voz esquisita de um pássaro que vigia?...
Noitadas alegres e poéticas, noitadas românticas que, desaparecendo, vão deixando vivaz na lembrança do que as viveram uma saudade teimosa! A madrugada é toda cantos de passarinhos. A mata cheirosa, brilhando orvalho, cantando juritis, codornas, nhambus.
Quantos mais próximos à romaria, mais frequentes as comitivas Gente a pé, gente a cavalo, gente de garupa, gente tangendo cargueiros Povão ! A romaria ao morro de Rubião Júnior é festa dos roceiros. O espírito religioso é insofismavelmente o fator primeiro de cooperação social no interior.
As promessas constituem capítulo sugestivo da festa Ao escurecer, na capelinha, construída em estilo medieval, terminada a última função, números grupos vem cantando aos pés da imagem de Santo Antônio mal iluminada pelos “rolos” de cera, mortiços. Esta ladainha meio cantada, meio falada, se prolonga pela noite adentro, triste, triste ...
DIRETOR: Armando
Delmanto
A noite quase só é de rezas, batuques, voz de buzinas O vai e vem na capela, desde os clarões da manhã, é intenso . Cheio de zum-zum é um colmeal o dia inteiro. Terminada a missa tem lugar os leilões. Os leilões contudo, não tem hoje a importância que tiveram. Decaíram. Enquanto a capelinha, toda preces, olha pelas janelinhas um olhar de devoção, outros grupos de romeiros a rodeiam cumprindo votos. Ao redor, de par com o perfume sutil de flores novas rescendem os frutos do mato. É tudo um jardim cheiroso: matos e campos.
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
(foto de Antônio Delmanto - 1949)
A Igrejinha de Santo Antônio, de Rubião Júnior, é um dos pontos turísticos mais visitados em Botucatu. Sua história sempre teve muitas versões, algumas até fantasiosas. O certo é que a Família Frederico esteve ligada à religiosidade e à preservação histórica da Igreja e do Morro de Rubião Júnior, desde sempre.
As fotos da Igrejinha são parte do patrimônio histórico de Botucatu. À noite, o morro e a igrejinha formam um visual magnífico. E inesquecível! Todo ano, no Dia de Santo Antônio – 13 de junho! – em Rubião Júnior acontece a Festa de Santo Antônio, com quermesse, festas, barracas de comidas típicas da época e barracas para lazer, além da procissão e da missa rezada na Igrejinha de Santo Antônio
Registro Histórico 1:
Durante dez anos fui diretor do jornal VANGUARDA DE BOTUCATU (1970/1980). Em 1980, ele não acabou... Foi transformado no bi-semanário “JORNAL DE BOTUCATU”. O novo jornal surgia, bi-semanário, sem engajamento político, mas com uma linha definida de defesa da comunidade. Foi o primeiro jornal feito no “linotipo” em Botucatu a partir dos anos 70. Até 1980, os nossos jornais eram feitos no “tipo”, artesanalmente, com exceção do “Vanguarda”, sempre feito fora de Botucatu por perseguições políticas dos poderosos de então.
Pois bem, em 1980, trouxemos para Botucatu a Gráfica completa do Ariosto Campiteli, de Bauru, que imprimia o “Vanguarda” e passou a ser sócio do “JORNAL DE BOTUCATU”. Ele veio com a gráfica e a família, além do Dalvo Davanço e família. Foi um grande passo da mídia botucatuense. Hoje, o “linotipo” já foi substituído pela off-set. Tudo ficou mais fácil, democratizando o jornalismo.
gramação para o “JORNAL DE BOTUCATU” no moderno veículo do Grupo do Estadão: o “JORNAL DA TARDE”. Foi um sucesso em Botucatu.
Pedimos ao professor Vinicio Aloise –Mestre da Ilustração – que eternizasse a Igrejinha de Santo Antônio, em Rubião Júnior, como logotipo do jornal. Até meados dos anos 90, permaneceu como o melhor jornal e com a maior tiragem da cidade. Circulou até 2005/6. A ilustração permanece como uma preciosidade cultural de Botucatu. (AMD)
"Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você desagua em mim e eu oceano
Esqueço que amor é quase uma dor Eu só sei viver se for por você."
Trecho da música "Oceano" de Djavan
Olha só isto:-
-O dia dos oceanos é justamente na semana dos namorados!
Como juntar esses dois temas numa só estória?
Pensei e pensei...e pensei.
Já sei!
Amor é como o oceano?
Não, Amor é mais que tudo.
Djavan juntou os dois em algumas frases.
Embalou tantos namoros e amores.
Quem não suspirou longamente ao ouvir essa música?
Juntar imensidões não é qualquer coisa.
Fiquei aqui ouvindo várias vezes e cantando o refrão.
"Você desagua em mim, e eu oceano."
Unem duas pessoas, dois rios que se unem e desaguam no oceano.
Um verdadeiro mar de amor.
Já viu imagem mais linda?
Olha-se muito e não se descobre o fim.
Falamos de amor, o verdadeiro, não de uma mera paixão.
E termina pausadamente, reforçando uma união perfeita de dois seres hunanos:
"Só sei viver se for por você! "
"Enfim de tudo o que há na Terra Não há nada, nenhum lugar Que vai crescer longe de ti. Tudo parou."
Quem ama vive essa angústia da distância. E a certeza da presença de um ser que completa sem ser sua metade, porque só um ser inteiro pode amar totalmente o outro.
Aquele amor que vê além das imperfeições e tudo perdoa. Que se possa viver um amor assim, sem começo e sem fim.
Feliz dia dos Namorados!
Um brinde a eles!
Santo Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, em 13 de setembro de 1191 e morreu com 36 anos, em 13 de junho de 1231, nas vizinhanças de Pádua, Itália, por isso também é conhecido por Santo Antonio de Lisboa e Santo Antonio de Pádua e hoje é o padroeiro dessas duas cidade.
No Brasil é reverenciado e dá nome a várias Igrejas Católicas, sendo um dos santos mais populares, “o santo do mundo todo” como denominou chamou Leão XIII. Em Botucatu temos a principal que é a Paróquia de Santo Antonio de Pádua, em Rubião Junior, com sua arquitetura em estilo medieval, conta ainda com outras capelas dedicada ao santo na Cidade.
O Santo foi homenageado em Portugal, estampando uma cédula de 20 Escudos de ouro, lançada em 1964, com a efígie do padroeiro de Lisboa, Santo Antônio, em seu anverso.
Considerado o protetor dos pobres, dos oprimidos, dos casamentos e das coisas perdidas, com vários milagres realizados ainda em vida e tantos outros atribuídos a ele até os dias de hoje. Iniciou sua formação com os cônegos da Catedral de Lisboa. Contra a vontade de seu pai, entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, onde morou por pouco mais de 2 anos, e tornou-se sacerdote aos 25 anos de idade. Lecionou Teologia nas Universidades de Toulouse e de Montpellier, na França, e atuou como Ministro Provincial na região da Romanha, atuando também em Pádua, na Itália. Após a sua morte, em 1232, vários milagres ocorreram, o que resultou em sua canonização, 11 meses depois, pelo Papa Gregório IX. O reverso da cédula de 20 Escudos de ouro, traz a Igreja de Santo Antônio de Lisboa rodeada por ramos de lírios. A marca d’água, elemento de segurança da cédula, também representa a efígie de Santo Antônio, com ramos de lírios portando mosaicos que lembram vitrais de igreja.
A atual Igreja de Santo Antônio, projeto do arquiteto Mateus Vicente de Oliveira, foi edificada entre 1767 e 1787 no lugar de uma antiga capela, que foi construída no local de nascimento do santo. A capela já havia funcionado como a Câmara de Lisboa, onde se realizavam eleições para cargos importantes, e sofreu danos em decorrência do terremoto ocorrido na cidade em 1755. Dela resta apenas a cripta simbolizando o local de nascimento do santo com entrada pela sacristia. A atual igreja é patrimônio da
Cédula de 20 Escudos de ouro, lançada em 1964
cidade e um dos locais mais visitados por fiéis de diversas religiões, principalmente por moças que desejam se casar. Em 1962 foi criado um museu – edifício anexo – dedicado à iconografia do santo.. Em 1995 Portugal lançou a moeda de prata comemorativa dos 800 anos de nascimento de Antonio e em 2007 uma moeda comemorativa de ouro de 1/4 de euro, também em homenagem ao santo.
No Brasil não temos a representação em cédulas, mas temos em selos postais.