Edição 1128

Page 1

Você viu ?!?

O Cartão Postal de Botucatu Florido...

Cerca de 30 escolas de Botucatu e região receberam projeto sobre o Aquífero Guarani

Com centenas de quilômetros percorridos e muito conhecimento na bagagem, o MAGMA Museu encerrou neste mês de junho o primeiro ciclo de atividades do projeto “Educação Ambiental e geoconservação na área de recarga do Aquífero Guarani” De forma itinerante, a iniciativa chegou a 28 escolas públicas municipais e estaduais de Botucatu e demais municípios da região, transmitindo aos alunos, de forma divertida, interativa e lúdica, conhecimentos sobre as águas subterrâneas do Aquífero Guarani.

Em Botucatu, o projeto foi apresentado nas escolas EMEF João Maria de Araújo, EE e EMEF Francisco Guedelha, EMEF Raimundo Cyntra, EMEF Sophia Gabriel de Oliveira, EMEF Luiz Tácito Virgínio dos Santos, EMEF Nair Amaral, EMEF Professora Elda Moscogliato, EE Armando Salles de Oliveira, EE João Álvaro de Souza e EMEF Prof. Américo Virgínio dos Santos. Na cidade, ainda foi feita uma exibição na Feira Cultural do Bairro Demétria. Nos itinerários vizinhos, as cidades visitadas foram Bofete, Anhembi e Torre de Pedra.

Durante essa jornada, foram levados até as unidades escolares um trailer com exposição de maquete, minerais e rocha, peça de teatro, oficina de artes e jogos educativos, mediando o conhecimento sobre a Cuesta e os domínios do Aquífero Guarani, sua área de recarga e a importância de sua geoconservação, fortale-

Inicia�va i�nerante começou a jornada em agosto de 2023, sendo que a previsão da retomada do novo ciclo de a�vidades é para o segundo semestre deste ano

cendo os ensinamentos sobre o meio ambiente.

“É muito gratificante estar nas escolas e contribuir com o aprendizado dos alunos em relação ao reservatório subterrâneo da nossa região. Esperamos continuar cada vez mais ativos com o projeto”, completa Berenice Balsalobre. Diretora do MAGMA

(Fonte: Tribuna de Botucatu)

Diário
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO IV Nº 1128 QUARTA-FEIRA , 19 DE JUNHO DE 2024 Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br Você encontra aqui as edições do Diário da Cuesta h�p://blogdodelmanto.blogspot.com
da Cuesta

Diário da Cuesta

ELDA MOSCOGLIATO

Pertencemos a uma geração que ouviu no berço os últimos extertores longínquos oriundos das trincheiras da Primeira Grande Guerra invadidas pelos gases letais dos obuses; que em plena mocidade conheceu o sotur

no e distante impacto do “cogumelo radia�vo” da Segunda Guerra Mundial e que agora, na maturidade, lê os avanços científicos do gens artificial e teme, como todo mundo, a insegurança do Universo preso ao leve retinir dos telefones vermelhos frágeis anteparos de mísseis mortíferos que se entrecruzarão em segundos ao primeiro sinal de violação de tratados diplomáticos.

Malgrado esse balanço apocalíptico, trazemos em nós uma formação caracteristicamente latina herdada no lar, de nossos ancestrais e na escola, pelos métodos de ensino vigorantes de autoria de sábios pedagogos europeus. Exaltar a latinidade atávica não é evidenciar conservadorismo ferrenho.

Decantar a cultura européia não é apostasiar a tecnocracia avançada dos nossos dias que triturou e deglutiu eletronicamente o sentimentalismo e nos dita hoje frias normas esquematizadas de viver em bases exclusivamente cientificas de relações humanas. Tudo o que nos foi inculcado plasmou-se-nos na alma e no espírito como visão profundamente humana do verdadeiramente ideal circundado de nobreza de sentimentos, de beleza e de perfeição. Por isso somos bastante sensíveis aos grandes acontecimentos que por vezes, de inopino, abalam o noticiário internacional.

De nossos avós recebemos atavicamente o gosto pela leitura. Nos bancos da querida Escola Normal navegamos com Camões na análise dos “mares nunca dantes navegados”. A nossa juventude iluminou-se com os livros, entre outros, de Camilo, Diniz e

Eça. Suas páginas povoaram nosso espírito de imagens deliciosas. De Cervantes, antes do Dom Quixote já conhecíamos as novelas enfaixadas em “Cornélia”. Nosso avô paterno nas horas que lhe restavam do cultivo da horta e nos intervalos e nos intervalos que lhe dava a sovela, lia Dante Alighieri na interpretação da “Divina Comédia” feita por Eugenio Camerini. Por isso, antes dos dez anos sabíamos de cor o “Nel mezzo del camin di nostra vita” ... e folheávamos à sorrelfa, os nus das ilustrações de Doré. Do avô materno recebemos e aprendemos a admirar Papini, através de sua “História de Cristo”.

E porque a Europa milenária foi sempre a depositária do saber humano, conhecemos antes de Warther, o Egmont de Goethe. E quando recebemos num aniversário, toda a obra Shakespereana, de há muito lêramos as tragédias e as comédias do poeta de Strafford – on – Avon. Mas o espírito francês, esse inculcou-se-nos não só pelos seus autores mas pelo muito que ele influiu em nossos escritores nacionais. Exaltá-mo-nos com os heróis de capa-e-espada de Dumas pai e choramos com Dumas Filho na “Dama das Camélias”. De Victor Hugo a Fleubert,de Balsac a Merimée, gerações se plasmaram no culto ao Belo, na exaltação do Dever, no devotamento às causas nobres no inteiro sacri�cio à Pátria.

Todo esse acervo literário que plasmou nos espíritos a imagem do paladino, do herói lendário, e que aos poucos se vai diluindo na voragem impressionante da cibernética e da automação – esse mesmo acervo cultural que tanto influenciou as outras artes, ele mesmo – sofreu, através do noticiário telegráfico do último dia dez, o seu maior e último golpe.

Dias depois, quando mercê de um testamento extraordinário a laje modesta fechou-se para sempre, no cemitério humilde de Colombey-les-deux-Églises, o mundo inteiro perdia o último Rolando redivivo. Com ele morria a latinidade.

EXPEDIENTE

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

2
Contato@diariodacuesta.com.br
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
A R
T I G O LA T I N I D A D E

Diário da Cuesta 3

PASSEIO A PISA

DELMANTO

No passeio que fizemos a Pisa, começamos com um pequeno “tour” panorâmico pela cidade e, como tantas outras, essa era também pitoresca e muito acolhedora.

A chegada no local onde estão as principais atrações foi emocionante, mesmo porque a visão é simplesmente indescritível.

A Torre Inclinada é maravilhosa, mas, infelizmente, quando fomos não era possível visitá-la, e mesmo que pudéssemos fazê-lo, provavelmente não teríamos tempo na ocasião que fomos.

Porém fizemos a visita a belíssima Catedral, que fica ao lado da torre. Ninguém dá muita importância para a Catedral, mas eu posso dizer que vale a pena a visita.

A igreja é uma verdadeira obra-prima e é testemunha do prestígio e da riqueza conseguida pela República Marí�ma de Pisa no momento do seu maior es-

plendor. A separar a conquista, a Torre Inclinada, é o símbolo da cidade de Pisa. Está entre as sete maravilhas do mundo moderno, que atrai o primeiro olhar para a sua inclinação muito acentuada, mas, em seguida, o que é notável é a sua simples perfeição arquitetônica com seis níveis de arcadas, linhas curvas e mármore branco.

Um detalhe de destaque sobre a Torre é que ela começou a inclinar-se durante a construção do terceiro andar, mas os construtores decidiram continuar a construção assim mesmo.

Como qualquer turista que vai a Pisa, cumprimos a tradição de fazer a famosa foto “segurando” a Torre Inclinada.

Curiosamente, fiquei sabendo depois, que todos monumentos ali, ou seja, a Catedral, bem como o Ba�stério estão um pouco inclinados, mas por não serem tão altos

nem tão estreitos como a torre, a inclinação não é perceptível.

Visitamos também o Camposanto Monumentale, ainda que um pouco à distância.

Atualmente, este magnífico prédio conta com vários arcos, cerca de 43 nas paredes externas, e algumas portas. O Camposanto abriga, ainda, três capelas chamadas Capela Ammanna�, Capela Aulla e Capela dal Pozzo, sucessivamente. O lugar também conta com vários jardins, dentre os quais se encontram alguns túmulos, e reserva uma coleção de sarcófagos romanos.

Uma das coisas que se pode encontrar no Camposanto Monumentale são os diversos afrescos da parte interna. Entre os principais deles estão: a Crucificação de Francesco Traini, Juízo Final, Inferno, Triunfo da Morte e muitos outros. Mas, vale salientar que mesmo que por lá ainda exista obras de arte importantíssimas, elas estão bastante desgastadas por conta do tempo e dos efeitos causados pela Segunda Guerra Mundial No entanto, ainda assim, é possível ter um momento super especial e tranquilo conhecendo este esplêndido ponto turístico da Itália. O Composanto Monumentale está muito bem localizado na cidade italiana, mais precisamente na Piazza del Duomo.

“A Rosa Branca e o beija-flor”

O sol nascia tímido naquela manhã fria de outono.

Borboletas coloridas dançavam felizes entre folhas e flores.

As folhas voavam ao sabor do vento sul formando um tapete de cor, terroso e avermelhado.

No céu pintado de um azul solene nenhuma nuvem ousava aparecer.

Um beija-flor fazia seu passeio matinal pelos campos, acompanhava outros passarinhos num alarido.

Brincavam de esconde esconde entre cerrada vegetação.

Estava faminto buscava algumas larvinhas, quando um perfume inebriante de rosas o fez mergulhar até um verdadeiro mar de rosas brancas.

Estava tão ébrio pelo aroma delicioso que se emaranhou nos espinhos ferindo-se muito.

Tentando escapar daquela rede protetora, debateu-se até cair desfalecido na corola branca de uma linda rosa muito alva que o acolheu gentilmente.

O beija-flor em meio a tanta dor ali ficou muito quieto e esvaindo-se em sangue no leito branco e macio.

Seu sangue foi tingindo a rosa, que de branca tornou-se rubra.

Os companheiros do beija-flor ferido vinham visitá-lo trazendo-lhe alimento e tentando curá-lo.

Dias depois foi conseguindo se mover lentamente em sua pequena cama.

A rosa procurava ficar imóvel para que ele se recuperasse.

Estabeleceu-se entre a rosa e beija-flor uma surpreendente sinergia.

Enquanto ele se curava, mais a rosa envelhecia e se desfolhava.

Até que a ave conseguiu bater suas asinhas e alçar vôo cambaleante.

A rosa já tinha algumas poucas pétalas.

Novos botões brotaram em seus galhos e quando se abriram para o sol já não eram mais brancos.

Naqueles poucos dias uma simbiose entre a rosa e o beija-flor tinha milagrosamente acontecido.

Aquela roseira agora floria na cor do sangue da vítima de seus espinhos.

Rosa e beija-flor de vítima e agressor tornaram-se um só.

Ele voava pelos jardins levando de sua rosa o pólen e o perfume e ela se abria em corolas cor de sangue.

Diário da Cuesta 6

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.