Edição 114

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 114

SEGUNDA-FEIRA, 22 de março de 2021

Na comemoração do DIA MUNDIAL DA ÁGUA, o DIÁRIO DA CUESTA traz o alerta para a importância desse verdadeiro “mar potável” que é o AQUÍFERO GUARANI e para a sua exploração racional, eis que a MUNICIPALIZAÇÃO do seu uso, sem controle, pode comprometer o nosso futuro. Página 4

A NOSSA ARMA

É A VACINA


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Diário da Cuesta

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689


Diário da Cuesta

Por Mares e Oceanos

por Elda Moscogliato

A importância do tema que encerra uma questão global conclamou a alta cúpula internacional de vez que na sua abrangência diz respeito à sobrevivência humana, razão pela qual todas as nações se mobilizam e ocorrem à ideia, através de seus organismos correspondentes, prestando-se à cooperação e à solução do problema em si, grave e improcrastinável. *** É preciso salvar o mar conhecendo-lhe mais insistente e cientificamente as profundezas abissais - um mundo submerso e povoado, do qual tão pouco ainda se sabe. É necessário devassar-lhe as entranhas que encerram reservas potenciais úteis - expostas à gratuidade explorativa em benefício da vida e da sobrevivência humana. *** Essa munificência dadivosa à espera de uma exploração racional e atuante, está sendo vítima indefesa de deteriorização impiedosa através de detritos radioativos, componentes químicos e outros mais, deletérios, que lhe devassam a superfície com o grave comprometimento de sua fauna aquática admirável, o aniquilamento da faixa litorânea e a contaminação das praias que a natureza enfeitou. *** Desde que se destruam as águas oceânicas compromete-se em definitivo a vida na terra. O problema é grave e se impõe a uma solução inadiável, consideradas as agressões que atualmente as comprometem. É ponto bastante significativo para a bioética que surge na defesa dos valores indispensáveis ao equilíbrio do ecosistema vital à preservação da vida na terra. *** Essa imensa massa líquida que nos seus 330 milhões de quilometros quadrados ocupa 70% da superfície do globo, polarizará por todo este ano a inteligência universal responsável, toda entregue a re-

parar-lhe os danos e impedir-lhe lesões maiores, na elaboração de leis e estatutos que lhe cicatrizarão os males e lhe deterão a ruína total, precavendo-a de se transformar num imenso mar morto. *** Essas mesmas águas que nos vêm da Criação já povoadas e enriquecidas desde o segundo dia do Criador, quando separou-as e povoou-as com esmero de artista. Deu-lhes mais: um caminho movediço e deslizante pelo qual os povos primitivos recém-saídos das tribos primeiras, aventuraram-se à caminhada dos milênios que lhes facultou entre terras e mares, serranias e caudais, a chegada ao Estreito de Bhering e lhes ofereceu o Ocidente. Traziam já consigo o uso de quipos: o calendário mais perfeito de todos os tempos; o culto do Sol, o segredo das pirâmides e deixaram marcas de uma civilização atordoante e surpreendente. *** Essas massas líquidas que forneceram aos fenícios, o segredo do múrice purpúrio que lhes abriu à comercialização de todos os povos as especiarias do Levante. *** Essa mesma massa fluída, movente, aliciante e perigosa que sugeriu à fantasiosa imaginação do homem as mais ricas e envolventes mitologias, povoando os mares e oceanos dos tritões, dos deuses invencíveis, das ninfas, das sereias, capazes de desviar Ulisses dos braços de Penélope, isolando-o na ilha da Perfeição de que o herói se enfartou e fugiu de regresso ao lar. *** Essa mesma massa escorregadia, líquida e acariciante, que esconde no vai-e-vem da maciez das ondas o idílio eterno com a Lua, capaz, no paroxismo das tormentas de fazer sossobrar pequenos barcos ou couraçados gigantes nas partidas perigosas das batalhas navais, à força total das quais jazem em seu seio misterioso as carcaças de submarinos e aviões kamikases. ***

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Essa mesma massa líquida, flutuante, instável e fascinante arrebata a literatura de todos os tempos lembrando-nos o misterioso Navegante Solitário que Wagner extraiu das lendas dos Países Baixos e imortalizou no Navio Fantasma. *** Esse imenso lençol movediço sepultou em seus abismos profundos os lendários lêmures, a terra de Mu e a Atlântida de cuja civilização fantástica falam os helenos clássicos. *** Essa imensa mole líquida oferece através de sua crosta sólida, no solo abissal, o sustentáculo às grandes realizações da tecnologia mais avançada através das pontes quilométricas - pontes da amizade, da comunicação, da interação de regiões e países em prol do enriquecimento, da amizade, do progresso. *** Do profundo de suas águas flutuantes jorra o petróleo - força econômica que se constitui o sexto poder do mundo. *** Singrando suas águas inseguras, partiram um dia, de uma pequenina Nação Lusitana, as caravelas que nos revelaram ao mundo.Estamos vivenciando os 500 anos da descoberta. Acervo Peabiru


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Diário da Cuesta

DIA MUNDIAL DA ÁGUA O Aquífero Botucatu ou Aquífero Gigante do MERCOSUL ou Aquífero Guarani foi chamado por mais de um século de Aquífero Botucatu pela situação extremamente favorável à exploração que apresenta na região do Pólo Cuesta.

Desde o início dos anos 80 estamos divulgando e alertando para a importância do Aquífero Gigante. No início, conhecido como Aquífero de Botucatu, ao depois como Aquífero Gigante do MERCOSUL e, finalmente, como Aquífero Guarani. E vejam que apenas no Estado de Santa Catarina já há um movimento organizado inclusive com vídeo educativo para a formação dos estudantes sobre tão importante assunto. O AQUÍFERO GIGANTE se estende por 1,6 milhão de KM2. É maior do que a Inglaterra, França e Espanha juntas. O volume estimado desse verdadeiro “mar de água doce” é de 50 milhões de m3. Esse volume seria suficiente para abastecer uma população de 150 milhões de pessoas por cerca de 2.500 anos. MERCOSUL OU GUARANI O AQUÍFERO GIGANTE tem uma extensão de 1,19 milhão de Km2 no território brasileiro, abrangendo os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, correspondendo a 15% do território nacional. Mas esse “mar potável” já está sendo chamado de Aquífero Gigante do MERCOSUL ou Aquífero Guarani. Hoje, a globalização exige maior concorrência e competitividade, sendo que o uso da água subterrânea é uma tendência mundial. Assim, os governantes dos países membros do MERCOSUL estão sendo “alertados” para a importância de elegerem políticas voltadas para a exploração racional desse

imenso manancial adormecido. Se dois terços desse “mar subterrâneo” ficam em território brasileiro, um terço fica localizado em território argentino, paraguaio e uruguaio. Na Argentina são 225,5 mil Km2; no Paraguai ficam 71,8 mil Km2 e 58,5 mil Km2 ficam no Uruguai. Daí a mudança da denominação para representar todo o cone sul. MUNICIPALIZAÇÃO Ao mesmo tempo em que ocorre a internacionalização do problema, a nível do continente sul americano, no Brasil está ocorrendo um processo irreversível de municipalização da exploração dos mananciais subterrâneos. A pureza dessas águas e a renovação sistemática das mesmas fizeram com que a sua exploração racional se tornasse preocupação de nossas au-

toridades. Exatamente. Assim, os municípios de Presidente Prudente, Bauru e Ribeirão Preto estão explorando comercialmente o aquífero. Estima-se que, em Ribeirão Preto, servido pelo lençol freático Botucatu-Pirambóia, cerca de 200 poços artesianos particulares e clandestinos explorem, sem qualquer critério, 2 milhões de litros de água por hora... Os estudos técnicos revelam que 70% dos núcleos urbanos paulistas poderiam ser abastecidos por poços. A par da utilização desse manancial para abastecer a população, a possibilidade de explorá-lo para fins de turismo é enorme. A água que jorra em Paraguassu Paulista tem uma temperatura de 75 graus centígrados. Tanto é assim, que o IPT está fazendo estudos para os que desejarem utilizar “o precioso líquido” em projetos turísticos no oeste do

Estado. Foz do Iguaçu já está experimentando esse “boom”: seus melhores hotéis estão perfurando poços artesianos para abastecerem suas piscinas com água quente (com mil metros de profundidade tem-se água com temperaturas entre 40 e 60 graus centígrados). Araraquara, Franca, Araçatuba, São José do Rio Preto encabeçam a lista dos municípios que pretendem utilizar esse “mar potável”, tanto para o abastecimento da população como para projetos turísticos. A municipalização do uso da água segue a tendência natural que está dominando nosso país: devolver ao município o que por ele tem condições de ser melhor executado. Assim, também vem ocorrendo com a municipalização da saúde e da educação. OUTRO AQUÍFERO GIGANTE ?!? Pesquisadores da Universidade Federal do Pará anunciaram a descoberta de um AQUÍFERO GIGANTE localizado sob o Amazonas, Amapá e Pará, possuindo uma área de 437,5 mil quilômetros quadrados e espessura média de 545 metros. Seria menor em extensão, mas maior em espessura do que o Aquífero MERCOSUL ou Guarani. A denominação provisória desse “mar potável” é de “AQUÍFERO ALTER DO CHÃO”, em referência à cidade do mesmo nome, centro turístico perto de Santarém. PALAVRA FINAL: Vamos divulgar o nosso “mar potável” ?!? (AMD)

É bom saber. O artista plástico e conhecido webdesigner botucatuense Marco Antonio Spernega, foi quem idealizou a Cuesta de Botucatu estilizada e com todo o seu simbolismo: a escarpa, o verde representando as nossas matas e o azul do céu... A criação do Spernega valorizou a nossa CUESTA que teve, em sua estilização, o impacto que as obras dos grandes artistas tem. Vejam no Expediente o logotipo do Diário da Cuesta! Marco Spernega tem exposto seus trabalhos em concorridas exposições. Esta ilustração é uma obra de arte e de simbolismo histórico!


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