BOTUCATU é Campeão Geral dos JOGOS REGIONAIS
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Uma competição que se define em menos de um mês e que vale vaga direta em outro importante evento. Assim são os Jogos Regionais, organizado pela Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo e que neste ano chega à 66ª edição. Os Jogos se desenrolam em oito etapas regionais, todas disputadas durante o mês de julho. Os municípios de São Caetano, Botucatu e Sertãozinho abriram as atividades simultaneamente, entre os dias 3 e 13. São 23 modalidades, duas categorias (livre e sub-21) e a estimativa é que até 18 mil atletas de todo o Estado participem.
“Os Jogos Regionais é um dos eventos mais tradicionais do calendário da Secretaria de Esportes do Estado. É um campeonato que atende à todas as aspirações: ao mesmo tempo em que pode representar o início de uma carreira esportiva, os Jogos servem também para consolidar quem já está na ativa há algum tempo”, diz a Secretária de Esportes do Estado, Coronel Helena Reis. Além dos títulos e das marcas pessoais, os atletas dos Jogos têm uma outra boa razão para darem o seu melhor nos Jogos: campeões e vices de cada prova garantem vaga direta nos Jogos Abertos Horácio Baby Barioni, que acontecem em novembro, em São José do Rio Preto
BOTUCATU CAMPEÃO GERAL
1º BOTUCATU – 231 PONTOS
2º BAURU – 181 PONTOS
3º SÃO CARLOS – 159 PONTOS
4º PIRACICABA – 98 PONTOS
5º PROMISSÃO 97 PONTOS
(classificação em 11/07/2024)
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“Noninha”
Maria De Lourdes Camilo Souza
“There is a primal reassurance in being touched, in knowing that someone else, someone close to you, wants to be touching you. There is a bone-deep security that goes with the brush of a human hand, a silent, reflex-level affirmation that someone is near, that someone cares.” Jim Butcher
Gustav Klimt - Water Serpents II, 1907.
Na terça-feira ao final da tarde, eu voltava do supermercado carregando minhas sacolas, já estava na subida da Salim Kahil. Bem em frente daquela casa de bico da esquina, uma mulher loura me chamou a atenção estava parada em frente ao carro que presumo fosse seu.
Estava olhando para a casa que acabara de receber duas placas de imobiliária da cidade.
Do outro lado da calçada uma mãe acomodava duas meninas no banco traseiro do carro.
A moça loura já tinha saído com seu carro.
Eu distraída caminhava para casa.
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De repente ouvi uma vozinha de menina que estava metade do corpo para fora da janela do carro gritando: - Noninha!!!
Olhei para todos os lados mas era só eu e elas naquela rua.
O grito era para mim e as mãozinhas de uma menininha linda, longos cabelos cacheados, e de mais uma outra pequena no interior do carro, me acenavam.
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Respondi um Oi estupefato, mas encantado!
Tudo bem? Acenei e continuei a subida.
Seguia sorrindo, de alma leve.
Aquela alegria interna de quem recebeu um carinho. Noninha ( pronunciava internamente).
Que sensação gostosa subia pelo corpo todo, me fez endireitar o corpo e quase querer dançar.
Às vezes não precisamos do toque de uma mão, ou uma carícia física, basta o toque de almas
Aquela borboleta que passou rápida pelo nosso rosto e o tocou com o seu suave bater de asas coloridas.
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
CAMPANHA ELEITORAL
Bahige Fadel
Oba! Vai começar o grande espetáculo da campanha eleitoral. Será o maior show de todos os tempos. Nada faltará para entreter a plateia. Quem paga a conta é o espectador, claro. E muitas vezes, ele - o espectador - nem se dá conta de que, para assistir a esse espetáculo, paga um dinheirão. E o pior é que, mesmo depois de terminado o espetáculo eleitoral, continua pagando por ele. Palhaços haverá aos montes. Estarão disfarçados de benfeitores, homens de classe, mas são, verdadeiros palhaços. Haverá mágicos também. Muitos mágicos. Suas mágicas, no entanto, não são feitas na hora. São apenas prometidas. ‘Se for eleito, aumentarei o salário mínimo!’ Mágica futura. ‘Se for eleito, trarei empregos para a cidade.’ Mágica! ‘E for eleito, acabarei com a corrupção.’ Uau! E a plateia bate palmas ou porque acha o espetáculo divertido ou porque acredita que a mágica se concretizará.
fingem orações fervorosas. Deus nunca será tão lembrado como nessa época. Todos prometerão a morte e o sepultamento de satanás.
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É uma época diferente. É uma época em que os amigos viram inimigos e os inimigos, amigos. Sensacional! De repente, um desconhecido vira amigo do peito, um verdadeiro irmão. Tudo por um voto. Tudo por um apoio. É a época em que tudo é possível. Prometem transformar em paraíso o inferno que eles mesmos criaram. E como o amor estará em alta! Todos serão verdadeiros apaixonados pelo povo. Todos jurarão amor eterno pela justiça. Todos amarão as crianças dos outros, os pobres, os fracos e os fortes, mas principalmente os fracos. Todos se declararão apaixonados pela cidade, pelo país e pelo mundo. É a época em que mais se falará de amor e mais se praticará o ódio. Religiosos, então, todos serão. As igrejas estarão lotadas de candidatos fiéis. Todos em busca de votos. Ajoelham-se e
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Será a época dos grandes currículos. A maioria colocará em seus longos currículos que são honestos. ‘Sou honesto!’ E dirão isso como se fosse uma conquista, um troféu conseguido com muita luta, com muito esforço. Não se preocupem. Ninguém dirá que é desonesto. Há certas coisas que não precisam ser ditas. Falarão com orgulho de sua honestidade, como se não fosse uma obrigação, mas uma virtude conquistada. Não esclarecerão como exercem sua honestidade. A palavra honesto é suficiente para eles. Haverá todos os tipos de candidatos. Haverá os candidatos permanentes. Nunca venceram uma eleição sequer, nunca tiveram uma votação significativa. Mas são candidatos. Devem colocar em seus currículos: Candidato derrotado por quinze vezes. Nunca foram nada, além de candidatos. Há os candidatos que se colocam no páreo por um bem maior: o fundo eleitoral. O fundo eleitoral. O grande milagre. Dão um jeito de viverem do fundo eleitoral durante quatro anos. Depois disso, bem, haverá nova campanha eleitoral. Mas não se preocupem. Haverá os bons candidatos. Haverá aqueles que têm um plano político para a cidade. Haverá aqueles com projetos consistentes, para a melhoria das condições de vida da população. Haverá aqueles que desejam dedicar uma parte de seu tempo pelo bem do próximo. Haverá aqueles que serão esperança. Haverá. É uma questão de procurar bem, de prestar bastante atenção, pesquisar a vida deles e analisar o que dizem e o que são. Embora haja os bons candidatos, infelizmente muitas batatas pobres continuarão infectando as batatas boas. Caberá a nós descartar as batatas pobres.
JULHO: MÊS DO ESCRITOR BOTUCATUENSE
A MUSICALIDADE NA VIDA DE ANGELINO DE OLIVEIRA
Olavo Pinheiro Godoy do Centro Cultural de Botucatu
Sem dúvida, foi Angelino de Oliveira quem escreveu na história da canção sertaneja regional, as páginas mais suaves, cheias de um lirismo encantador, páginas que ainda hoje arrebatam os sentimentos do homem do interior, apesar do esmagador materialismo deste século da máquina. E na verdade, a obra de Angelino se imortalizou por esse traço de sentimentalismo que ele foi buscar no seio da própria vida.
ca... Não queria ser nada mais do que um trovador do sertão. E ele o foi, com toda a exuberância, com toda a força de sua sinceridade
Angelino de Oliveira nasceu em Itaporanga (SP), no dia 17 de junho de 1889. Filho de família pobre, Angelino cedo veio para Botucatu, onde frequentou o Grupo Escolar “Dr. Cardoso de Almeida”. Teve uma infância apagada. Uma infância sem brinquedos caros, de criança pobre que devora com os olhos cobiçosos os brinquedos das vitrines... Depois, a adolescência. Bolsos vazios e a cabeça fervendo de imaginação, que era tudo, afinal, o que ele tinha no mundo. . .
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Sua invencível inclinação para a música dava-lhe uma força estranha, uma enorme resistência contra as hostilidades da vida.
“Tristezas do Jeca” é um símbolo. Nessa simples canção condensam-se, fundem-se, por assim dizer, todas as gamas do sentimento do homem do campo, como se nesses versos palpitasse o coração de todos os sertanejos... Nem há quem possa negar esse tom de profundo sentimentalismo que ele foi buscar naquele recanto de serra, nem naquela felicidade cheia de amargura que foi toda a sua vida...
Estudioso de si mesmo como o era dos ambientes em que viveu, ele próprio reconhecia que a sua arte, para ser pura e para ser sincera e, por isso mesmo, para ser profunda, tinha que estar de acordo com a sua sensibilidade. Era um poeta da músi-
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Alma simples e coração generoso, Angelino de Oliveira nunca se jatou de grande homem, nem nunca demonstrou diante de ninguém exageros de orgulho doentio . . . Pelo contrário: a modéstia era um dos traços mais encantadores do seu espírito, por isso mesmo, sempre que podia, abandonava a agitação da cidade, fugindo para um delicioso refúgio campestre – a serra de Botucatu – onde se dedicava à volúpia de escrever e de compor.
Era além disso um extremoso amante das paisagens da terra, o que define num só traço a simplicidade de seus versos. Angelino de Oliveira faleceu em Botucatu, cidade que amou e adotou, no dia 24 de abril de 1964.