Edição 1153

Page 1


Diário da Cuesta

Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br

Nelson Rolihlahla Mandela, nascido em 18 de julho de 1918, em Mvezo, África do Sul, foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana, onde é normalmente referido como Madiba ou “Tata”. (Wikipédia)

Os Ensinamentos de Mandela

1. Acreditar que é possível (mesmo quando parece impossível)

A mensagem de que é possível alcançar a paz, mesmo quando todas as probabilidades ditam o contrário, é uma das mais fortes do legado de Nelson Mandela. “Madiba destacou-se como alguém que mudou o destino de todos. Ele fez-nos acreditar que a paz é possível mesmo nas situações mais difíceis”, afirmou John Volmink. “Todos concordamos que há muitos problemas no mundo e a África do Sul foi um lugar único. A raiz dos seus problemas era algo que ninguém pode mudar: a raça. O único caminho era encontrar um líder que unisse toda a gente e construísse essa ponte, de um lado para o outro. Nelson Mandela fez isso, quando ninguém acreditava ser possível”, prosseguiu.

2. Tratar todos da mesma forma

John Volmink destacou ainda as qualidades inatas de liderança que Mandela tinha, sublinhando a sua capacidade de reconhecer a humanidade em cada pessoa. “Aprendi com Nelson Mandela que ‘a medida de um homem é determinada por aqueles que não podem fazer-lhe nenhum favor’. Fosse quem fosse, Nelson Mandela tratava todos da mesma forma. Esse é um grande atributo de líder. Porque, em qualquer caso, restaura a dignidade e reconhece a humanidade”.

3. Dialogar com o inimigo

“Usamos muitas vezes as palavras perdão ou reconciliação para descrever Mandela. Eu prefiro dizer ‘falem com o inimigo’. Esta era a mensagem específica que ele transmitia sempre”, começou por dizer Willie Esterhuyse, recordando uma das frases míticas de Madiba: ‘Se quiser fazer as pazes com o seu inimigo, tem que trabalhar com ele. Aí, ele torna-se seu parceiro’. Esta frase, prossegue o professor, “capta não só a visão de Mandela, mas toda a sua personalidade. Ele era a encarnação da necessidade de paz, num mundo violento”.

4. Pôr-se na pele do outro

A empatia é uma das premissas da filosofia Ubuntu, pela qual Nelson Mandela se regia e que ajudou a espalhar pelo mundo. “Ninguém nasce com ódio, é algo que se aprende, que é passado de geração para geração, de pais para filhos e não se questiona. É importante não ignorar. É preciso ouvir a lógica da narrativa. E se eu ouço o outro, o outro tem de me ouvir a mim. Os dois temos uma lógica, não somos loucos”, explicou John Volmink. “Nelson Mandela criou isso”, prosseguiu o presidente da Academia Ubuntu, dando como exemplo a frase proferida no dia em que foi preso, em 1964: “Combati a dominação branca e combati a dominação negra. E este é um ideal pelo qual vivo e pelo qual estou preparado para morrer”. Quando saiu da prisão, 27 anos mais tarde, voltou a dizê-lo. “Nelson Mandela era comprometido com a coesão racial e com a justiça, mas também em compreender as razões do outro”.

5. Ser humilde

Em 1964, Nelson Mandela foi condenado a prisão perpétua, tendo cumprido 27 anos de cadeia. Estes anos que esteve encarcerado “deram-lhe perspetiva e humildade”, como explica John Volmink. “Uma vez estávamos num encontro, ele ia subir ao palco para fazer um discurso e todos estavam a cantar e a dar-lhes as boas vidas. Ele ficou ali sem dizer nada. Perguntaram-lhe: ‘porque é que não fala?’, ao que respondeu: ‘porque vocês acham que estas pessoas sabem que eu sou. Têm de me apresentar’”, prossegue.

6. Ser agradável com os outros

Além de todas as características conhecidas de Madiba, Willie Esterhuy-

EXPEDIENTE

se lembra Nelson Mandela como alguém “muito agradável”. Para ilustrar, recorda uma história em que teve de ir buscar Nelson Mandela a um hotel, para uma reunião secreta com Frederik de Klerk, na altura presidente da África do Sul. “Tive que o ir buscar no meu carro, um carro de família e muito velho, que eu achava não ser digno. Ele sentou-se comigo, à frente, e eu pedi-lhe desculpa por não ter encontrado um carro melhor. Ele olhou para mim e disse: ‘Jovem, por favor, não tente impressionar as pessoas com o seu carro, impressione-o com o seu caracter’”.

Esta simpatia também foi ilustrada por Ximenes Belo, que o caracterizou como uma pessoa afável, generosa, alegre e compreensiva com os problemas dos outros. “Por exemplo, quando o conheci, ele estava a par de todos os problemas de Timor Leste e apelava para que houvesse mais diálogo e compreensão entre nós e a Indonésia”, lembrou o Bispo.

7. Saber quando é altura de parar

Em 1994, quatro anos após a sua libertação, Nelson Mandela é eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, naquela que foi a primeira eleição democrática do país. No final do primeiro mandato decidiu não concorrer novamente ao cargo, pois reconheceu que havia outras figuras em ascensão. Esta capacidade de deixar o poder é elogiada por Willie Esterhuyse. “É preciso saber quando dizer chega”, diz o professor, lembrando o exemplo de Mandela. “Não abusem da posição de poder, porque se abusarem, corrompem o ideal do Estado, a corrupção torna-se sistémica e quando a corrupção se torna sistémica, está tudo acabado”, remata.

8. Recusar a violência

“Não podemos vencer uma guerra, mas podemos vencer umas eleições”. Esta é uma das famosas citações de Madiba, que ilustra a vontade de encontrar a reconciliação entre a humanidade. E esse é, para D. Ximenes Belo, um dos principais legados do líder sul-africano: “esquecer os ódios, as violências e, sobretudo, abrir os corações e as mentes para trabalhar para a construção da paz, afirmou o Bispo. “Temos de trabalhar para que haja reconciliação, tolerância e diálogo entre os homens”, conclui o Prémio Nobel da Paz.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Diário da Cuesta 3

Nelson Mandela: seu nome é LIBERDADE!

“A

Exatamente isso: Liberdade! 27 anos preso Não foi um ano ou dois anos! Foram 27 anos de prisão, tortura e humilhação. Advogado, batalhador pelo fim da mais cruel discriminação racial, o apartheid, enfrentou com coragem a adversidade de um regime racista onde a segregação dos negros era oficial, era LEI!

De 1962 a 1990, permaneceu na prisão, sem esmorecer. Em 1993 recebeu o PRÊMIO NOBEL DA PAZ. Foi o primeiro presidente negro da África do Sul. Mudou o destino daquela Nação Negra. Governou com justiça social, preservando os direitos humanos e foi, sempre, tolerante com a transformação do país. Soube manter a esperança e, hoje, com 94 anos é exemplo de luta pelos Direitos Humanos, pela Igualdade dos Povos e pela LIBERDADE!

Seu nome: NELSON MANDELA!

O articulista da TRIBUNA DA IMPRENSA, Carlos Newton, fez o registro da data:

“Nelson Mandela, o ícone da liberdade racial e dos direitos sociais, completa 94 anos

Um dos maiores mitos da História contemporânea, Nelson Mandela completa 94 anos nesta quarta-feira, 18 de julho, uma data importante na África do Sul. A tão sonhada democracia ainda não trouxe para os negros a igualdade sonhada por Mandela, porque a transformação do país necessariamente tem de ser lenta e gradual, da forma que ele mesmo preconizou. Mas os avanços já obtidos são

extraordinários.

A exemplo do indiano Mahatma Ghandi, do Dalai Lama e de outros grandes líderes das lutas sociais, a primeira grande preocupação de Mandela foi justamente evitar a revanche, a vingança, o derramamento de sangue. Não houve “paredón” na África do Sul, a transição se deu de forma pacífica, os negros assumiram o poder e a vida seguiu seu curso.

Herói da luta contra o regime da segregação racial, “Tata” Mandela ou “papai” Mandela, como é chamado com respeito e afeto, tem seu aniversário comemorado não só com múltiplas homenagens, mas também com debates críticos sobre a melhor maneira de prosseguir com sua luta social e seu trabalho de reconciliação do povo sul-africano.”

(Tribuna da Imprensa – 18/07/2012)

“O maior líder moral do mundo Em 2008 a revista Times em seu artigo sobre o estadista, divulgou as “Oito Lições de Liderança” de Nelson Mandela e o denominou “o maior líder moral do mundo”.

O jornalista Richard Stengel também foi responsável por sua autobiografia Long Walk to Freedom (O Longo caminho para a Liberdade).

8. Desistir ou abandonar idéias, tarefas ou relacionamentos fracassados não deixa de ser uma forma de mostrar liderança. Nelson conquistou o prêmio Nobel da Paz na década de 90 e é considerado “estadista global” merecedor do mesmo Mandela é personagem do livro escrito pelo consultor palestrante César Souza Você é o Líder da sua Vida? (2007, Ed. Sextante - Trecho do livro)

As oito lições de liderança de Nelson Mandela:

1. Coragem não é a ausência de medo, é algo que permite inspirar os outros a irem além do temor

2. Lidere na dianteira, sem nunca deixar de ter uma base segura atrás.

3. É vital saber liderar ao lado, fazendo com que os liderados acreditem que estão na frente

4. Conheça o seu inimigo, particularmente os passatempos favoritos dele

5. Mantenha seus amigos bem próximos e os inimigos mais perto ainda.

6. As aparências são muito importantes E nunca se esqueça de sorrir

7. Não é apenas branco ou preto Veja sempre as outras possibilidades.

Mandela, hoje com mais de 90 anos, anda com dificuldades e tem problemas de memória, mas será considerado sempre um dos grandes líderes promotores da paz e da igualdade entre as raças e nações do mundo contemporâneo ” Nelson Rolihlahla Mandela (18/07/2012) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, ePai da Pátria da moderna nação sul-africana.

Até 2009 havia dedicado 67 anos de sua vida a serviço da humanidade - como advogado dos direitos humanos e prisioneiro de consciência, até tornar-se o primeiro presidente da África do Sul livre, razão pela qual em sua homenagem a ONU instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.

Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência. (Wikipedia)

educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” Nelson Mandela.

"O MILAGRE"

Naquelas férias na fazenda dos tios Edgard e Lucilla, nossos dias eram ajudar a tia com os meninos, na lida da casa, na cozinha, passear a cavalo ( coisa que eu não era muito hábil).

Logo cedo pegávamos a canequinha com açúcar e chocolate e íamos atrás do Tio para pegar o leitinho colhido direto da fonte ao consumidor, ou seja tirado direto da teta da vaca, espumante e quentinho.

A gente bebia depressa e com tanto prazer que ficávamos com aquele bigode de espuma.

Levar os animais para o pasto, era outra atividade gostosa, a gente montava a cavalo e íamos trotando e seguindo a boiada, cuidando para não perder nenhum deles pelo caminho arborizado, até o campo gramado.

-”Eia Mimosa.

ÔOO Manchado.

Nas noites sentávamos na varanda após o jantar e ficávamos ali conversando e ouvindo os causos e as piadas e ríamos muito até a barriga doer.

E esperávamos ansiosas pelo final de semana, que íamos passear em Palmital.

Púnhamos a roupa domingueira e subíamos na boléia do FNM ( caminhão) do Tio.

Sempre revezávamos para abrir as muitas porteiras no meio da estrada de terra até chegarmos á rodovia Raposo Tavares e seguirmos até a cidade.

Num desses passeios estávamos ansiosas para ir ao cinema, porque ouvimos no rádio de pilha, o anúncio de que ia passar um filme bom, que se chamava “O Milagre”.

Eu sempre gostei muito de ir ao cinema.

Passamos na padaria do Narigudo, ( um moço loiro que tinha um nariz proeminente) onde pegamos uns pães franceses, e mortadela fatiada para o lanche de final de tarde, e depois entramos na fila do Cinema para comprar os ingressos.

De fato o filme prometia pois a fila era grande.

Ansiosas ficávamos olhando quantos ainda estavam na nossa frente na fila, pois não queríamos perder nem um minuto do filme.

Passamos pela bomboniére onde compramos aquelas balinhas quebraqueixo.

E já entramos pelo corredor central para achar lugar bom para sentarmos todos juntos e não perder nada da película.

O filme era com o ator inglês Roger Moore, que na época, ano de 1959, era um lindo jovem.

A estória era sobre uma jovem noviça num convento espanhol, que orava todos os dias frente a imagem de uma Santa na capela do convento.

Julgando não estar seguindo sua vocação, foge do convento para seguir o jovem tenente inglês.

E Santa toma forma humana da noviça que fugiu, assumindo a sua personagem no convento.

A moça segue sua vida mundana, torna-se cantora, se envolvendo depois com um toureiro.

Enquanto isso, na região do convento se abateu uma grande seca e miséria para o povo, porque a Santa os tinha abandonado.

Anos depois a moça que fugiu, cansada da vida que tinha procurado, descobre o que aconteceu.

E retorna para o convento, pedindo perdão por seus pecados de joelhos, e a Santa volta ao seu nicho, ao mesmo tempo que uma grande chuva cai pelos campos devolvendo abundância e prosperidade aquele povo sofrido.

Nunca esqueci esse filme, e nem a sua música, de quando o soldado inglês parte com seu regimento para a guerra.

Saí deslumbrada e meio trôpega, seguindo o pessoal na saída.

Regressamos alegres, no final do dia para a fazenda, cantando e comendo o lanche de pão com mortadela.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.