Edição 115

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

NA SEMANA DO VERDE, O DESTAQUE PARA A AMAZÔNIA:

ano I Nº 115

TERÇA-FEIRA, 23 de março de 2021

A AMAZÔNIA É NOSSA. Para sensibilizar a população sobre a importância das florestas na manutenção dos ecossistemas e no desenvolvimento sustentável, a ONU criou o dia internacional das florestas (21 de março). PÁGINA 3

Ritmo das Obras

As novas pontes das ruas Antônio Bernardo e Edberto Sforsin iniciam a etapa final de construção. Defensas de concreto e bocas de lobo já instaladas. Agora só faltam guias, sarjetas e asfalto. (Assessoria PMB)

A NOSSA ARMA

É A VACINA


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Diário da Cuesta

artigo

DR. JAGUARIBE E OS PRIMÓRDIOS DE NOSSA LITERATURA HISTÓRICA. Olavo Pinheiro Godoy Mozart Monteiro vivia afirmando que “a história procura a verdade no passado humano. Essa verdade deve encontrar-se em documentos – no amplo sentido deste termo e, onde não há documentos, não há verdade histórica”. Historiar os acontecimentos é situá-los na vida e no tempo. A história de nossa cidade fluiu em complexo encadeiamento, circunscrita ao horizonte do espaço e irradiou-se através de dos horizontes do tempo. A imprensa escrita foi a fonte primordial dessa história. Editais, anúncios, notícias e artigos compunham a gama de documentos que iriam “abastecer” os historiadores de hoje. Buscando a verdade, para revela-la, o Dr. João Nogueira Jaguaribe despontou, nos primórdios deste século, publicando artigos que falavam sobre a favorável posição geográfica do município, o crescimento de sua economia e, consequentemente, de sua população. Natural de Fortaleza, Ceará, onde nasceu em 4 de julho de 1864, era filho do Visconde e Viscondessa de Jaguaribe. Hábil advogado, formado pela Faculdade de Direito do Recife, corretíssimo no modo de proceder, conquistou, desde logo, a confiança pública. Promotor Público de Tietê e Juiz Municipal daquela Comarca, cargo que exerceu de 1887 a 1889, ele foi também Juiz de Tatuí, exonerando-se em 1890, ano em que transferiu sua residência para a vizinha São Manuel, onde abriu escritório de advocacia. Embora sendo político, ligado ao PRP (Partido Republicano Paulista), nos diversos cargos que ocupou, sempre se portou com o maior critério e independência, deixando em todos os seus atos o brilho do seu talento e a nobreza de seu caráter.

Casou-se com Salomé Augusta de Moura Campos, filha do Coronel Raphael Augusto de Moura Campos – líder político e vereador em Botucatu por várias legislaturas de 1902 a 1913. Foi membro da Intendência de São Manuel em 1891, vereador em 1894 e de 1898 a 1903. Em 1900, devido a seus méritos e reais serviços prestados, foi incluído na chapa para Deputado à legislatura de 1901 a 1903, representando São Manuel. No Congresso do Estado, destacou-se na defesa dos interesses públicos, fazendo parte das Comissões de Obras Públicas e Justiça, sendo presidente destacado desta última Comissão em 1903. Quando da criação da Escola Normal de Botucatu contribuiu, sobremaneira, ao lado do Coronel Raphael de Moura Campos, com seus substanciosos artigos no “Correio de Botucatu” e sua influência e amizade nas altas esferas DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

políticas para a conquista de tão importante estabelecimento de ensino; fato esse registrado pelo historiador Dr. Sebastião de Almeida Pinto in “Tempo de Dante, Gente de Hoje”. Entusiasta por natureza, João Nogueira Jaguaribe consagrava culto quase religioso a todas as grande ideias e a todos elevados sentimentos. Seus amigos viam em torno de sua pessoa uma espécie de magia que infundia o respeito a seus semelhantes, quando o encontravam. Maçon, foi presidente da Comissão que restaurou a maçonaria em Botucatu, após 2 anos de interrupção provocado pelo assassinato do Juiz José Gonçalves Pacheco. Como historiador, investigou a verdade, onde quer que se ocultasse, tornando-a pública através das páginas do “Correio de Botucatu” Neste órgão fez história nos primeiros 20 anos deste século. Os seus artigos “Botucatu – A Freguesia” (1915 – 9 artigos); “Botucatu – Homens e Coisas” (15 artigos) foram referenciais para a nossa história, tão magistralmente registrados pelo historiador Hernâni Donato in “Achegas para a História de Botucatu”. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 4 de julho de 1920. Encontram-se seus restos mortais, sepultados em mausoléu da Família Moura Campos, no Cemitério “Portal das Cruzes”. Em passado remoto, a cidade de Botucatu homenageou-o dando o nome de “Dr. Jaguaribe” à rua de acesso à Vila dos Lavradores. Aos infatigáveis historiadores – para os quais os arquivos são as únicas fontes puras da História – a presença do Dr. João Nogueira Jaguaribe contribuiu com a grandeza do glorioso passado de Botucatu! Fonte: “Almanack Ilustrado de São Manuel”, de autoria de Antonio Marques Oliveira. (1904). Acervo Peabiru

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


Diário da Cuesta

A AMAZÔNIA É NOSSA

Este é um tema que requer especial atenção dos brasileiros interessados na preservação da Amazônia, pois é a região natural mais bem conservada do planeta e, por conseqüência, do Brasil. A Amazônia é a região natural ou unidade paisagística que abrange um domínio morfoclimático e fitogeográfico bem definido pelos padrões de relevo, clima, drenagem de solos e vegetação. Não bastasse a importância do rio Amazonas (maior rio em extensão do mundo, tendo 100 km a mais que o rio Nilo, no Egito), o Brasil e todo o continente sul-americano dependem da Floresta Amazônica para a regularidade do clima. Mas é muito importante que saibamos distinguir – nós brasileiros que queremos que a Amazônia não sucumba à cobiça dos estrangeiros! – a diferença fundamental entre a “Amazônia Verdadeira” e a “Amazônia Legal”. Sim, pois o eterno jeitinho dos políticos brasileiros, na busca de incentivos para as suas respectivas regiões foi, a pouco e pouco, aumentando a área de proteção à Floresta Amazônica.

Realidade política X Realidade Legal Resumidamente, vamos listar os dispositivos legais que foram ampliando a área a ser preservada: a Lei 1.806, de 06/01/1953, incorporou, para fins de concessão de incentivos fiscais, o Estado do Maranhão, o Estado de Goiás, na parte que hoje é o Estado do Tocantins e o Estado de Mato Grosso. Com essa norma legal a Amazônia Brasileira passou a ser chamada de Amazônia Legal: uma realidade política e não uma realidade geográfica; a Lei 5.173, de 27/10/1966, que criou a SUDAM, os limites da Amazônia Legal foram ainda mais ampliados. Com a Constituição Federal de 1988, foram criados os Estados do Tocantins, de Roraima e do Amapá. A área de abrangência da Amazônia Legal passou a compreender, em sua totalidade, os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e, ainda, parte do Maranhão. Desde então, os órgãos federais, do INPE por exemplo, passaram a incluir trechos do cerrado e da zona dos cocais como se fossem da Amazônia Verdadeira, sendo certo que são unidades estranhas ao bioma amazônico!

Amazônia Verdadeira E para que haja uma compreensão efetiva do tema, vamos buscar a riqueza da realidade amazônica, na precisão descritiva do Almirante Roberto Gama e Silva (Estratégia de Defesa da Amazônia):“A região natural que se pode chamar de “Amazônia Verdadeira” mede 4,2 milhões de quilômetros quadrados, em números redondos, por incluir as áreas ocupadas pelo Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia (exceto o extremo sudeste, situado na Chapada dos Parecís, já no domínio dos cerrados do Brasil Central) e Roraima, além da faixa do Mato Grosso localizada aproximadamente acima do paralelo de 12o S (uns 320 mil quilômetros quadrados) e mais um triângulo encravado no novo estado do Tocantins, com base próxima ao paralelo de 6o, tendo como lados o curso do rio Araguaia, a oeste, e a linha de cumeada da Serra do Estrondo, a leste (uns 60 mil quilômetros quadrados). O Brasil herdou o imenso e riquíssimo território da nossa Amazônia graças à visão penetrante do estadista português Sebastião José de Carvalho e Melo, que viria a se tornar Conde de Oeiras e, depois, Marquês de Pombal. O Marquês de Pombal foi nomeado Primeiro-Ministro do Rei Dom José I por decreto de 5 de agosto de 1750 e nessa situação permaneceu até a morte do Rei, em 23 de fevereiro de 1776. Durante 26 anos o Primeiro-Ministro foi o gênio que executou a obra governativa do Rei Dom José I, uma das mais profícuas de Portugal. Segundo o historiador lusitano Joaquim Ferreira “os portugueses têm razões sobejas para venerar em Pombal o maior governante da pátria”.

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Nós, brasileiros, também temos razões sobejas para considerar o Marquês de Pombal responsável pela anexação definitiva ao Brasil do território da Amazônia, com superfície superior à soma dos territórios da Índia e do Paquistão. A Amazônia é Nossa !!! Cabe a nós brasileiros a defesa e preservação da Amazônia, pois é a região natural mais bem conservada do planeta e, por consequência, do Brasil. E, assim, é preciso que haja um movimento político organizado, objetivando o resguardo da Amazônia Verdadeira, sem o abandono das outras áreas referentes aos outros estados e com vegetação diversa da que tem a floresta amazônica. Mais uma vez, vamos buscar o ensinamento do Almirante Gama e Silva, na obra citada para maior e melhor compreensão: “floresta tropical úmida, a Hiléia, que recobria originalmente 3,5 milhões de quilômetros quadrados da região, ainda hoje ocupa 3,3 milhões de quilômetros quadrados, o que representa apenas 200 mil quilômetros quadrados de desmatamento (5,7% da floresta primitiva).” Então, a nossa Floresta Amazônica está praticamente resguardada e a sua conservação (e NÃO preservação) é que será objeto de nosso próximo artigo. A Amazônia Verdadeira é objeto da cobiça de ONGs e Missões Estrangeiras. E uma estima de seu potencial econômico, o seu valor atingiria, de forma modesta, UM TRILHÃO DE DOLARES!!! Seria a melhor e maior CADERNETA DE POUPANÇA da Nação Brasileira, a render sempre através de sua conservação e de seu manejo renovável! Essa riqueza é nossa! É minha! É sua! Participe! Defenda o Brasil! (AMD)


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Esportes 61 anos de Ayrton Senna, Lucas Nogueira

a lenda brasileira da F1.

Ayrton Senna da Silva nasceu em 21 de março de 1960, em Santana. O paulistano desde cedo teve incentivo de seu pai para correr, com apenas 4 anos Ayrton já mostrava habilidade de pilotagem impressionante no kart. Com 13 anos começou a competir oficialmente e aos 17 anos conquistou sua primeira vitória e mostrou que ali era o seu lugar. Em 1981, Senna comecou a competir na Fórmula Ford 1600 e conquistou 12 vitórias dentre as 20 corridas do campeonato e sendo o campeao. Em 1983, venceu o campeonato Ingles de Fórmula 3, tendo vencido 9 provas consecutivas e obtendo um total de 13 vitórias dentre as 21 etapas do campeonato. Ayrton estreou na Fórmula 1 em 1984, contratado pela Toleman, e já em seu terceiro GP, conquistou seu primeiro ponto na África do Sul. Neste mesmo ano, Senna teve uma pilotagem impressionante no GP de Mônaco, o qual não classificou bem, largando em 13 o, mas conseguiu rapidamente conquistar o 3 o lugar nas ruas de Monte Carlo. No mesmo ano, o piloto subiu mais

duas vezes ao pódio. Em 1985, mudou de equipe e passou a correr pela Lotus, epóca foi marcada por falhas mecânicas, mas também por vitórias, neste momento de sua carreira ganhou o apelido de ¨Rei da Pole Position”. Já em 1988, o piloto se muda novamente de equipe e passa a correr pela McLaren, tendo como dupla Alain Prost, os pilotos venceram 15 das 16 corridas do campeonato, nesse ano Ayrton conquistou seu primeiro campeonato mundial de pilotos. Em 1990 e 1991, Senna vencia novamente o campeonato e era tricampeão mundial. Em 1994, vendo a crescente da escuderia Williams, Senna é contratado e queria muito fazer parte da equipe que se ofereceu correr sem receber nada. Ayrton estava

correndo na melhor equipe do grid, com o melhor motor, no entanto, a pré-temporada mostrou um carro muito veloz, mas muito difícil de dirigir. Infelizmente essa foi a temporada que não teve fim para Senna, o piloto sofreu um acidente fatal que tirou sua vida no GP de San Marino no dia 1 de maio de 1994. Na curva Tamburello, o piloto perdeu o controle do carro devido a uma quebra

No último domingo (21) seria comemorado o aniversário de Ayrton Senna, piloto brasileiro que fez história na Fórmula 1 sendo considerado o melhor piloto do mundo.

na barra de direção, se chocando a mais de 200km/h nos muros laterais. Neste mesmo fim de semana, Rubens Barrichello sofreu um acidente e ficou inconsciente, sofreu com amnésia por alguns meses devido ao traumatismo craniano. Pouco mais de 24 horas, outro acidente ocorre, Roland Ratzenberger bateu a 320 km/h durante às classificações e morreu quase que instantaneamente. Nesse fim de semana estava inquieto e não queria correr, mas infelizmente não houve o adiamento da prova e Senna falece na pista. Antes da corrida Senna não mostrava vontade em correr, como se não quisesse estar ali e preocupado. Ayrton sempre esteve tranquilo antes as provas. Ayrton Senna deixou seu legado 161 GPs disputados, 65 pole positions, 41 vitórias, 2982 voltas na liderança, 19 voltas mais rápidas e tricampeão mundial.


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