Edição 1181

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Diário da Cuesta

Centenário da Maçonaria em Botucatu

No Dia do Maçom – 20 de Agosto – comemorado pelas Lojas Maçônicas em todo território nacional, apresentamos resumo do trabalho realizado sobre a Maçonaria em Botucatu. Na verdade, todos os dias são considerados o dia do maçom. É uma homenagem aos maçons brasileiros, principalmente de Gonçalves Ledo e José Bonifácio de Andrada e Silva.

No ano de 1998, no mês de setembro, em sua edição nº 11, a revista Peabiru, foi convidada a fazer matéria sobre o CENTENÁRIO DA MAÇONARIA EM BOTUCATU, podendo divulgar o histórico fornecido pela Loja Guia Regeneradora, com fotos do Templo Maçônico e o fac-símile da ficha cadastral do Dr. Antonio José da Costa Leite, fundador da Misericórdia Botucatuense e que foi Venerável da Loja Maçônica. Os dados publicados pela Peabiru, datam do ano de 1998. Hoje, a Maçonaria já está completando mais de 120 Anos em Botucatu. Mais forte e com um maior número de membros. É matéria histórica a se confundir com a própria História de Botucatu!

O NAZISMO SE APROPRIOU DA SUÁSTICA?!?

A suástica , por exemplo, presente nas mais diversas culturas da antiguidade, como a indiana , a chinesa , a marajoara e a tolteca , representa em sua origem o movimento perpétuo das coisas, que cria e destroe. Um segmento de reta horizontal simboliza o repouso, a quietude, a ausência, a estática e a tese. Um traço vertical que o corta , faz nascer a cruz, símbolo de criação , da expansão do Universo, da pluralidade, do positivo e do fértil. É o símbolo da vida , que ao se deslocar ao redor de seu ponto central, significa multiplicidade. Acrescido de segmentos em suas extremidades, indica a direção desse giro , para a direita ou para a esquerda. Por isso a suástica se chama também cruz gamada , isto é, formada pela letra gama do alfabeto grego . Deve-se atentar para a direção do movimento: a mão direita sempre foi considerada o símbolo do trabalho, e por isso a direção para a direita lembra operosidade, multiplicidade, antítese e dinâmica. Não foi com outra intenção que Hitler escolheu esse símbolo para seu domínio, significando assim uma reação em cadeia de sua política totalitária. Se invertermos as hastes para a esquerda, temos o movimento em sentido contrário, rumo ao caos. O famigerado emblema nazista acabou sendo identificado com a destruição e o mal, porque traiu o verdadeiro sentido do símbolo , que é altamente positivo.

Centenário da Maçonaria em Botucatu

No ano de 1998, no mês de setembro, em sua edição nº 11, a revista Peabiru, foi convidada a fazer matéria sobre o CENTENÁRIO DA MAÇONARIA EM BOTUCATU, podendo divulgar o histórico fornecido pela Loja Guia Regeneradora, com fotos do Templo Maçônico e o fac-simile da ficha cadastral do Dr. Antonio José da Costa Leite, fundador da Misericórdia Botucatuense e que foi Venerável da Loja Maçônica. Os dados publicados pela Peabiru, datam do ano de 1998. Hoje, em 2021, a Maçonaria já está completando mais de 120 Anos em Botucatu. Mais forte e com um maior número de membros. É matéria histórica a se confundir com a própria História de Botucatu!

A Maçonaria em Botucatu se confunde com a própria história de nossa cidade. Objetivando o registro histórico de seu 1º Centenário é que preparamos esta matéria

Hoje, são várias “Lojas” em nossa cidade.

No entanto, nos primórdios de nossa cidade a atuação maçônica foi bem diversificada e muito presente. Foram 4 as Lojas Maçônicas: Loja Guia do Futuro, Loja Regeneradora Botucatuense, Loja Cel. Baptista da Luz e Loja Silvanno Lemmi ( pertencente à Colônia Italiana, muito numerosa e influente à época).

“1º CENTENÁRIO da Augusta Respeitável e Grande Benfeitora

Loja Simbólica

Além disso :

I - Institucionalmente a Maçonaria tem a missão de promover o aperfeiçoamento do ser humano e consequentemente a sua valorização no contexto da sociedade.

II – Condena a exploração do homem, os privilégios e as regalias, enaltecendo , porém, o mérito da inteligência e da virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de serviços à Ordem, à Pátria e à Humanidade;

III – afirma que o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível com a universalidade do espírito maçônico. Combate a ignorância, a superstição e a tirania;

GUIA REGENERADORA Nº 1259 - Oriente de Botucatu - SP

A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista.

Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.

Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria.

Seus fins supremos são : LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE

EXPEDIENTE

IV – proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um ; V – defende a plena liberdade de expressão do pensamento, como direito fundamental do ser humano, admitida a correlata responsabilidade;

São postulados universais da Instituição Maçônica, dentre outros;

• A existência de um princípio criador : O Grande Arquiteto do Universo;

• A proibição de discussão ou controvérsia sobre matéria político-partidária, religiosa ou racial, dentro dos templos ou fora deles, em seu nome;

• uso do avental.

O Grande Oriente do Brasil, Órgão Fundado em 17 de junho de 1882, é uma instituição Maçônica simbólica, regular, legal, e legítima, inscrito como pessoa jurídica de direito privado e reconhecido como de utilidade pública federal pelo governo brasileiro.

Tem sede própria e foro no Distrito Federal

É constituído como Federação indissolúvel dos Grandes Orientes dos Estados, do Distrito Federal, das Delegacias, das Lojas Maçônicas Simbólicas e dos triângulos

Fotos da Sessão Solene do Centenário da Maçonaria e do Templo Maçônico:

NOTA DA REDAÇÃO: matéria resumida da publicação da revista Peabiru nº 11, de setembro de 1998.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

A MAÇONARIA ITALIANA DE BOTUCATU

A importância da imigração italiana em Botucatu é conhecida. No entanto, vale destacar a atuação desses valorosos pioneiros imigrantes na Maçonaria. Primeiramente, os peninsulares se reuniram na Loja Guia do Futuro e, mais tarde e com o crescimento deles, partiram para a sua própria loja maçônica : Loja Silvanno Lemmi Durante anos tiveram destaque na comunidade botuca tuense, principalmente nos primeiros anos deste nosso século. Na Loja Guia Regeneradora encontra-se primorosa bandeira estandarte da loja italiana, assim como medalhas e ritos maçônicos (a loja italiana era subordinada diretamente a Roma, tendo seu rito todo em italiano e dependendo de correspondência epistolar para o recebimento de orientações, decisões e normas diretamente da Itália) Tudo isso dificultava o normal desempenho da loja italiana

No primeiro decênio deste século, através de iniciativa particular de seu Venerável Mestre Pedro Delmanto, a loja maçônica italiana conseguiu sua sede, especialmente construída para essa finalidade. No frontespício da Loja, ainda hoje pode-se notar a presença de simbolismo gráfico a representar a presença maçônica. Hoje, no local, funciona a loja comercial “A Composição”, esquina da Rua Curuzu com Rua Monsenhor Ferrari.

Releitura da Arquitetura Maçônica - Com o objetivo de resgatar a presença da Loja Maçônica Italiana, a Re vista Peabiru procurou ajuda junto ao artista plástico e intelectual botucatuense, José Sebastião Pires Mendes para que se pudesse “visualizar” em sua originalidade. o prédio da Loja Italiana, construído especialmente para a finalidade de, lá, cultuar-se a maçonaria. Com maes tria, temos a reconstituição do Templo Maçônico, com toda sua originalidade. O destaque maior, fica por conta dos símbolos artisticamente gravados em seu frontespício. Nesses símbolos vê-se, com destaque, a suástica. entanto, destaque-se que o prédio data de quase duas dé cadas antes do advento do nazismo! Da mesma forma, destaque-se que a suástica gravada no prédio está em sua forma original, ou seja, reta. Anos depois, ao ser apro priada e elevada a símbolo nazista, a suástica foi estratégi camente inclinada para, simbolicamente, representar mo vimento maior e mais agressivo...Hoje, é como a suástica é mundialmente conhecida

“O Símbolo”

Em um mundo tão conturbado como o que vivemos, torna-se imperioso procurar parâmetros para que não nos percamos nesse tão profundo emaranhado de acontecimentos.

Dir-se-ia que se faz mister criar um novo cartesianismo filosófico, do qual possamos extrair coordenadas eficientes que nos ajudem a navegar por estes mares, sem correr o constante risco de ver vagar sem rumo nossa tão solapada nave.

Surgem então propostas oportunistas, sugestões de boa fé ou aventuras quixotescas do pensamento que apelam para as mil facetas de um ecletismo tão atuante quanto antigo. Refiro-me aos movimentos que surgem e ressurgem, oriundos das várias crenças e religiões, dos diversos ramos do esoterismo ou das próprias religiões convencionais.

A busca de uma razão de ser nunca foi tão urgente. Nesse contexto, não seria em vão considerarmos alguns aspectos dessa busca, sem nos enveredarmos pelos labirintos da metafísica ou nos domínios do dogma.

Um facho de luz nos ilumina gradativamente as trevas: o símbolo. Levando-se em conta que todas as relações sociais são feitas através dos símbolos, é notório que eles constituem uma das camadas mais importantes da realidade social. Gurvitch diz que eles são ao mesmo tempo, produtos e produtores dessa realidade. São produtos, porque foram criados pelos homens para se comunicarem entre si, e são produtores porque através deles os homens se comunicam e se realizam. Apresentam dois aspectos, isto é, de conteúdo e de instrumento. O conteúdo é sempre uma mensagem convencional, como por exemplo a estátua de Joana D’Arc, cujo conteúdo é a lembrança da resistência francesa contra os invasores estrangeiros. Como instrumento, o símbolo estabelece um contacto íntimo entre o emissor e o receptor.

Para conhecimento de todos, a Revista Peabiru solicitou do artista a reconstituição do estilo original do prédio do Templo Maçônico, bem como um ensinamento didático referente à suástica e todo o simbolismo que representa: (AMD)

Tomando o mesmo exemplo, vemos que a estátua transmite às gerações que se sucedem iguais sentimentos de patriotismo e de coragem, inerentes ao povo francês.

Através dos tempos os símbolos sempre trouxeram à baila um acontecimento esquecido, reavivaram sentimentos, e estabeleceram pontes entre uma civilização e outra, como a retomar um diálogo interrompido. Pela interpretação dos símbolos da escrita cuneiforme, Rawlison estabeleceu bases para a elucidação dos enigmas das civilizações mesopotâmicas. Usando a analogia, Champolion reuniu os quebra-cabeças dos caracteres gregos e egípcios e contou-nos, pela decifração da pedra de Roseta, a história perdida do Egito.

Os símbolos sempre foram uma liguagem universal natural e formam, a despeito de sua convencionalidade, o mais primitivo sistema de comunicação. As idéias milenares sobre a origem do Universo estão cheias de pontos comuns exteriorizados nos diversos símbolos. A suástica, por exemplo, presente nas mais diversas culturas da antiguidade, como a indiana, a chinesa, a marajoara e a tolteca, representa em sua origem o movimento perpétuo das coisas, que cria e destroe. Um segmento de reta horizontal simboliza o repouso, a quietude, a ausência, a estática e a tese. Um traço vertical que o corta, faz nascer a cruz, símbolo de criação, da expansão do Universo, da pluralidade, do positivo e do fértil. É o símbolo da vida, que ao se deslocar ao redor de seu ponto central, significa multiplicidade. Acrescido de segmentos em suas extremidades, indica a direção desse giro, para a direita ou para a esquerda. Por isso a suástica se chama também cruz gamada, isto é, formada pela letra gama do alfabeto grego Deve-se atentar para a direção do movimento: a mão direita sempre foi considerada o símbolo do trabalho, e por isso a direção para a direita lembra operosidade, multiplicidade, antítese e dinâmica. Não foi com outra intenção que Hitler escolheu esse símbolo para seu domínio, significando assim uma reação em cadeia de sua política totalitária. Se invertermos as hastes para a esquerda, temos o movimento em sentido contrário, rumo ao caos. O famigerado emblema nazista acabou sendo identificado com a destruição e o mal, porque traiu o verdadeiro sentido do símbolo, que é altamente positivo. Com a mesma profunda significação temos o círculo, símbolo do infinito, encontrado na tradição antiga como uma serpente que morde a sua cauda. É a continuidade das coisas, como dizia Lavoisier, em que nada se cria, nada se perde, mas tudo se transforma. É o moto-contínuo, animado pelas forças invisíveis da Natureza. E na analogia dos contrários, que estabelece a tese, a antítese e a síntese, encontramos a harmonia e o equilíbrio. Do centro à periferia partem raios que se movem num vórtice dinâmico, como na teoria da expansão do Universo, como se fosse um grande coração pulsando de amor.

E chegamos ao máximo significado da cruz de Cristo, sobre cujos madeiros superpostos se imola o Filho de Deus, para a vida dos mortais, tornando-os imortais. É a rosa mística do amor que desabrocha do sofrimento. O lótus que emerge do lodo, a paz que vence a guerra. É o grande Hércules que perpassa o misterioso portal entre as colunas de Gilbratar. É o vencedor que culmina na exaltação suprema do trabalho e do sacrifício, a apoteose de uma humanidade a caminho de Deus. E quedamo-nos na certeza de que, sejam quais forem as adversidades deste novo tempo, se tivermos fé, não seremos aniquilados. E a realidade social que vivemos poderá ser outra, se nos comunicarmos sob a égide desse símbolo. José Sebastião Pires Mendes.”

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LEITURA DINÂMICA

- A MISERICÓRDIA BOTUCATUENSE é fruto da atuação benemérita da maçonaria que dotou a cidade e região de seu primeiro Hospital

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- ONTEM X HOJE. Nas fotos pode-se ver no frontispício da entrada principal da Misericórdia, na foto original do prédio com a fachada com os símbolos maçônicos.

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- O primeiro médico de Botucatu e da região, o Dr. Costa Leite, foi também o FUNDADOR da Misericórdia Botucatuense

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- Em 1937, a Misericórdia viveu sua grande crise que abalou o seu funcionamento. O Corpo Clínico se afastou por desentendimento com a Administração. Após breve período sem prestar serviços, fechado, o hospital reabriu em uma iniciativa da Comissão de Diretores da Administração da Entidade Mantenedora.

- É digna de registro a visita que o nosso 4º Bispo e, posteriormente, nosso 1º Arcebispo, Dom Henrique Golland Trindade, fez à Misericórdia Botucatuense. Essa visita é reveladora do espírito cristão de Dom Henrique e a exata dimensão que tinha de sua liderança, como Pastor e orientador de toda comunidade. O jornal “DEMOCRACIA”, de 22/08/48, registra a recepção que o Presidente da Misericórdia, Emílio Peduti e o Diretor Clínico, Dr. Antônio Delmanto fizeram com a presença de toda Diretoria e Corpo Clínico à S.Exa.Revma. Dom Henrique Golland Trindade:

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