Diário da Cuesta
Alunos da Etec “Dr. Domingos Minicucci (Industrial) premiados na Feira Tecnológica
Alunos analisaram a possibilidade de implantar a abordagem da internet das coisas
Alunos da Escola Técnica Estadual (Etec/Industrial)
Dr. Domingos Minicucci Filho, em Botucatu, foram premiados na 15ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps), realizada na São Paulo Expo, na capital paulista.
O estudo Monitoramento da saúde do paciente utilizando a tecnologia IOT (internet das coisas), de autoria dos estudantes Luiz Mariotto, João Surreicao e Julio Sacramento, sob orientação do professor Roger Felix, recebeu o prêmio Huawei, que é uma das empresas patrocinadoras do evento de ensino tecnológico.
Os alunos analisaram a possibilidade de implantar a abordagem da internet das coisas por meio de dispositivos inteligentes na coleta de dados biométricos, como batimentos cardíacos, pressão arterial, padrões de sono e atividade física em tempo real.
(Fonte: Notícias. Botucatu)
Página 3
“Conexões perdidas”
Maria De Lourdes Camilo de Souza
Hoje minha mãe faria 104 anos, Yolanda, a minha Yôyô.
A primeira filha da minha mãe nasceu morta, problemas no parto com fórceps, instrumento que se usava antigamente para ajudar nos partos difíceis.
E ela foi chamada Maria.
Quando eu nasci, meus pais estavam escolhendo meu nome e tinham algumas ideias a respeito.
Consta que Cecília era um dos possíveis nomes.
Mas venceu a sugestão da minha irmã que em seus dois anos, pensando ter ganho uma boneca viva, sugeriu no seu “tatibitate”:“Maia de Ude”.
E fui registrada como Maria de Lourdes.
Com os anos a minha semelhança com minha Tia Lourdes, irmã da minha mãe foi se tornando visível, a ponto de eu pensar interiormente, :-será que não sou filha dela?”
Minha mãe gostava de bonecas, mas daquelas quebradas, sem pernas, cuja cabeça tinha sido arrancada, sem cabelos.
Ela gostava de restaurá-las.
Quando íamos a São Paulo, ia andar pelas lojas do Brás, tentar achar as peças para fazer a restauração.
Tínhamos em casa um boneco de celofane que tinha sido brinquedo dela e das minhas tias, uma relíquia familiar, e estava nesse estado, todo quebrado.
Ela o restaurou e serviu-nos de brinquedo em nossa infância.
Costurou roupinhas, tricotou sapatinhos de bebê.
Nossas brincadeiras eram com ele, o Paulinho, o nome que dei ao meu boneco, e a Cecília, uma boneca linda que tinha cabelo castanho e tranças, franjinha, e dava passinhos.
Era o sonho de qualquer menininha da nossa idade.
Depois um dia meu pai apareceu com uma caixa que nos presenteou.
Ela continha o nosso primeiro cachorrinho, que denominamos Pitoco.
O nome era por conta daquela poesia, que cada vez que ouvíamos o Aparecido Alves declamar no programa infantil da nossa Rádio Emissora, nos fazia chorar.
Mais tarde ganhamos uma tartaruga, a Pituca, que vivia perdida no quintal da nossa casa no meio dos vasos de flores da minha mãe e algo parecido com uma horta do meu pai, com temperos, ervas, pés de couve, tomate, alecrim, boldo do Chile.
Pituca mastigava uma folha de alface, pedaços de tomate, naquela sua lentidão.
E se escondia dentro de da casinha quando Pitoco a assustava com suas brincadeiras.
Meus avós vinham de Avaré, passar alguns dias conosco.
Passavam horas contando as estórias da família, ficávamos algum tempo ouvindo, sentados á mesa da cozinha coberta com a toalha quadriculada marinho e branca, onde ficavam alguns farelos de pão.
Vovô Angelina contando os casos, enquanto passava a mão na toalha a sua frente, fazendo as pregas na toalha, vício da sua profissão de costureira.
Vovô Gijo, sentado à seu lado, de braços cruzados, olhos entrecerrados, ouvia tudo quietinho, e só respondia quando ela de tempos em tempos lhe perguntava: “não é mesmo, Gijo??”
Escutávamos quietinhas, as estórias da família, filho por filho e suas famílias.
Mas o favo de mel da Vovó Nenê (apelido da Vovó Angelina) eram as estórias sobre o Tio Carlos, seu bebê, e fruto das suas maiores preocupações, pois ele trabalhava na VASP em São Paulo.
Minha mãe era uma filha e mãe muito amorosa.
Estava sempre preocupada com todos, querendo sempre ajudar.
Estávamos envolvidos nessa aura de ternura e amor profundo.
E de certa forma tentávamos retribuir.
Ela partiu num dia 29 de agosto, três dias depois do seu aniversário, que fizemos questão de comemorar com um almoço muito alegre e gostoso em família.