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CEM ANOS DE NASCIMENTO DE HERNÂNI DONATO
Em 12 de outubro de 2022 comemora-se os 100 anos de nascimento do escritor, historiador, cronista, colunista, professor, conferencista, roteirista, publicitário, relações públicas e multicriador Hernâni Donato Também é de cerca de 100 o número de obras deixadas por Hernâni Donato, incluindo livros, como romances, contos, infanto-juvenis, dicionários, biografias, historiografias, além de traduções comentadas, ensaios, mitologias, coautorias e outros. Três dos seus livros – Chão Bruto, Selva Trágica e O Caçador de Esmeraldas - viraram filmes protagonizados por atores brasileiros famosos, nos quais ele participou na criação de roteiros e diálogos
Natural de Botucatu, com apenas 12 anos de idade, na 2ª série ginasial, escreveu em parceria com cisco Marins a novela infantil O Tesouro, que foi publicada no suplemento O Guri do jornal Diário de São Paulo, dos Diários Associados Dirigiu vários jornais estudantis na cidade. Aos 15 anos já era reconhecido como o historiador da cidade. Por sua dedicação escolar, herdou uma biblioteca de um antigo professor de geografia.
Mudou-se pra São Paulo na década de 50, onde viveu e faleceu, aos 90, em 22/11/2012. Cursou Sociologia e Dramaturgia. Trabalhou em Planejamento e Atendimento em grandes agências, como Standard, Almap e Norton. Foi Diretor de Relações Públicas da Editora Abril, Editora Visão, Coopersucar e Editora Melhoramentos. Foi membro da Academia Paulista de Letras, Academia Paulista de His tória, Academia Botucatuense de Letras, Insti tuto Histórico e Geográfico de São Paulo dos pioneiros na produção de roteiros para programas de TV. Na TV Paulista (Globo), canal 5, Hernani produziu o programa “Construção de São Paulo”. E na TV Record, canal 7, produziu o programa “Do Zero ao Infinito“ , apresentado por Jota Silvestre e Clarice Amaral. Chefiou a Comissão Comemorativa de Propaganda do VI Centenário da Cidade de São Paulo (julho/54), ao lado do poeta Guilherme de Almeida.
Noivas Da Estrela”, “As Descobertas das Frutas”, “Os Meninos que se tornaram Estrelas”, “A Barca da Tartaruga”, “Quando os Bichos eram Gente”.
Juvenis: “A Maravilhosa História dos Presentes de Natal”; “A Maravilhosa História do Presépio de Natal”; “A Palavra Escrita e sua História”; “História do Calendário”; “A longa História dos Transportes”, Vol. II, Coleção Conquistas Humanas.
História: Achegas para a História de Botucatu”; “Sumé e Peabiru”; “Provérbios Rurais Paulistas”; “Dicionário das Batalhas Brasileiras”; “A Revolução de 32”; “Páteo do Colégio, Coração de São Paulo”; “Brasil 5 Séculos”; “Dicionário das Mitologias Americanas”: “Grandes Discursos da História (19 oradores e suas peças mais notórias)”;
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Biografias: “Raposo Tavares, o Vencedor dos Andes”; “Vital Brasil, o Domador de Serpentes”; “José de Alencar”; “Plácido de Castro”; “Casimiro de Abreu”; “Vicente de Carvalho”; “Schliemann, Desenterrador de Cidades”, no livro “Os Descobridores”; “Manzoni, e Cervantes”, no livro “Os Escritores”; “Galileu Galilei”, “Os Guerreiros (as vidas e as batalhas de 12 soldados)”; “Os Cientistas (as vidas e as descobertas de 12 cientistas).
Traduções: “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri (integralmente, anotada em prosa moderna); “Delito no Campo de Tênis”, de Moravia, “Histórias do País da Fantasia,(infantil), de Meoni”; “Maravilhas da Novela Italiana”, seleção, tradução e prefácio
Prêmios principais: Prêmio Câmara Municipal de São Paulo pelos diálogos do filme “Se a cidade contasse”.
Prêmio Prefeitura Municipal de São Paulo para o co-roteiro do filme documentário “A batalha do alumínio
Prêmio “Afonso Arinos” (1977), Academia Brasileira de Letras para o livro “Babel”.
Prêmio “Fernando Chinaglia”, UBE (1979).
Personalidade do Ano Internacional da Criança.
Representou o Brasil em reuniões internacionais, como a ALALC, Associação Latino- Americana de Livre Comércio, em Montevideo, no setor de livros da Brasil Export, em Bruxelas e na World Association Public Opinion Research, em Punta del Este.
Dentre suas obras editadas, destacam-se: Contos: “Contos muito Humanos”; “Grandes Amores da História e da Lenda”; “Babel”; Romances: “Filhos do Destino”; “Chão Bruto”; “Selva Trágica”; “O Rio do Tempo, Romance do Aleijadinho”; Livros Infantis: “Façanha do João Sabido”; “As Novas Travessuras de Pedro Malasartes”; “Contos dos Meninos Índios”, “Os Povos Indígenas no Brasil”, “Por Que o Sol anda Devagar”, “As
EXPEDIENTE
Prêmio Clio (1983), da Academia Paulistana da História, para o “Dicionário das Batalhas Brasileiras”.
Prêmio Clio (1983), Categoria História Política para o livro “A Revolução de 1932”.
Láurea Personalidade do Ano em Literatura (1996) do Ateneu Rotário de São Paulo.
Prêmio Penn Center de São Paulo pelo “Dicionário das Batalhas Brasileiras”, livro que, em 1987, recebeu também o Prêmio Especial da Associação Paulista de Críticos de Arte;
Prêmio Joaquim Nabuco (1988), Academia Brasileira de Letras para o “Dicionário das Batalhas Brasileiras”.
Prêmio Saci, do jornal “O Estado de São Paulo”, para o co-roteiro para o filme “Chão Bruto”
Prêmio Governador do Estado pela mesma justificativa.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689 NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Centenário E 1º Concurso Literário Hernâni Donato
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HOMENAGEM A HERNÂNI DONATO
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Botucatu viveu o seu mais importante momento cultural na Sessão Magna conjunta da APL - Academia Paulista de Letras e da ABL - Academia Botucatuense de Letras, em 2001
Pela primeira vez em sua história a APL realizava uma sessão fora de sua sede, na capital No Teatro Municipal “Camillo Fernandes Dinucci”, a sessão magna conjunta teve seu ápice com a entrega do Troféu “A Flor Roxa de Taquara-Poca”. Os agraciados foram o saudoso professor José Pedretti Neto (in memorian) e o escritor e historiador Hernâni Donato. Na ocasião, o acadêmico Armando Moraes Delmanto, da ABL, discursou em homenagem a Hernâni Donato e lhe entregou a troféu Com a presença dos ilustres acadêmicos paulistas, Miguel Reale, Erwin Theodor Rosenthal, Benedito Ferri de Barros, Sólon Borges dos Reis, Anna Maria Martins, Clodoaldo Pavan, Cyro Pimentel, Fábio Lucas, Geraldo Pinto Rodrigues, Hernâni Donato, João de Scantimburgo, Ligia Fagundes Telles, Nilo Scalco, Paulo José da Costa Jr., Francisco Marins e a bibliotecária Maria Luiza. A sessão foi presidida pelo presidente da ABL, José Celso Soares Vieira e secretariada pela acadêmica Carmem Silvia Martin Guimarães. Delmanto foi feliz ao trazer o perfil brilhante de Hernâni Donato:
-”Excelentíssimos Senhores Membros Efetivos das Academias Brasileira, Paulista e Botucatuense de Letras, -Autoridades Civis, Militares e Eclesiásticas, -Casal Anfitrião, Dr. Francisco Marins e Dona Elvira, -Familiares do saudoso Prof. Pedreti Neto, -Familiares do Acadêmico Hernâni Donato, -Senhoras e Senhores.
No final do ano passado, Hernâni Donato proferiu palestra no prestigioso Conselho de Economia, Sociologia e Política da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Foi um sucesso. A revista Problemas Brasileiros, de janeiro/fevereiro deste ano trouxe, como encarte, a sua palestra: “No Brasil, o Paraíso - Um mito do descobrimento”. Hernâni teve a gentileza de enviar-me o texto. Pois bem, li de um só fôlego o trabalho. E, ao agradecer por carta, conclui dizendo que o trabalho era fabuloso. E destaquei com letras maiúsculas e exclamações !!! (FABULOSO!!!!!)
Natália.
Membro Efetivo do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO e da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, Hernâni Donato pertence a inúmeras outras Academias do Brasil e do Exterior sendo, com muita honra, PATRONO da ACADEMIA BOTUCATUENSE DE LETRAS. Como uma unanimidade municipal, por seu trabalho sobre a história de Botucatu, Hernâni tem o seu “ACHEGAS”, como o livro oficial de nossa historiografia.
Todos os que estudam e pesquisam a história da cidade dos bons ares e das boas escolas temos, no “ACHEGAS” de Hernâni Donato o nosso norte, o nosso rumo! É o referencial histórico de Botucatu!
Mas eu gostaria de, ao homenagear Hernâni Donato por seu trabalho intelectual e, especialmente, por seu trabalho para a historiografia de Botucatu, citar dois fatos:
1) o primeiro, referente à primeira edição do “ACHEGAS” (1954), quando o então vereador Dr. SEBASTIÃO DE ALMEIDA PINTO (médico, escritor e historiador) propôs e prontamente foi atendido pelo Prefeito Municipal de Botucatu, EMÍLIO PEDUTI, dando o necessário numerário para que saísse a 1ª. Edição do livro de Hernâni. Logo após, também graças à sensibilidade desse prefeito, Hernâni Donato recebeu a incumbência para que fizesse o BRASÃO DO CENTENÁRIO! Hernâni fez toda a criação intelectual imortalizada pela competência técnica do Prof. GASTÃO DAL FARRA. No BRASÃO DO CENTENÁRIO está tudo: desde o caminho do PEABIRU, a primeira capela, até os rios Pardo e Tietê. É uma beleza! É o retrato de Botucatu! O nosso 1º Símbolo Municipal até hoje é o preferido da população que espera seja oficializado pela municipalidade como o BRASÃO HISTÓRICO DE BOTUCATU!!
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Pois é com esse espírito e entusiasmo que faço, hoje, a saudação a Hernâni Donato.
Caríssimos Presidentes Erwin Theodor Rosenthal e Celso Vieira, SEM EXAGERO, podemos afirmar que o trabalho intelectual de Hernâni Donato é fabuloso. FABULOSO!!!!!
Os livros de Hernâni Donato são conhecidos de todos nós Aliás, Hernâni Donato é uma das raríssimas UNANIMIDADES DE BOTUCATU!!!!
Começou jovem, na pré-adolescência. Juntamente com o amigo Francisco Marins teve seu primeiro trabalho publicado no suplemento juvenil do “DIÁRIO DE S.PAULO”, da capital: a novela “O TESOURO”. Na 5ª. Série da ESCOLA NORMAL, juntamente com Francisco Marins e com o Prof. José Sartori, que pertenceu à nossa Academia, recentemente falecido, dirigiu o jornal “O ESTUDANTE”. Aluno da ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO, agregada à USP, interrompeu os estudos para comandar um grupo que se propôs a retraçar o percurso do caminho pré-cabralino do PEABIRU, entre São Vicente e Cuzco, no Peru. O PEABIRU foi a grande paixão intelectual de Hernâni Donato. Em 1997, Hernâni publicou “SUMÉ E PEABIRU: mistérios maiores do século da descoberta”, fruto de “mais de sessenta anos de pesquisa. No campo e nos textos”. É, com certeza, obra única!
Na Capital, sempre atuou como homem de propaganda, de criação, de relações públicas. Presidiu a Editora Propaganda, atuou com destaque na Cia Melhoramentos, na Abril Cultural e foi um dos pioneiros da nossa televisão, produzindo um dos primeiros programas a ser campeão de audiência: “DO ZERO AO INFINITO”.
Hernâni também foi um dos expoentes do jovem cinema nacional. Recebeu os prêmios SACI e GOVERNADOR DO ESTADO (1959) pela transposição para o cinema do seu romance “CHÃO BRUTO”. Outro romance de Hernâni, “SELVA TRÁGICA”, também cinematografado, foi exibido no Festival de Veneza Hernâni é botucatuense, filho de Antonio Donato e de Dona Adélia Leão Donato. É casado como Dona Nelly Martha e tem 3 filhos: Maria Cláudia, Maria Flávia e Antonio André. Hoje, é avô coruja de Bruno, Rodrigo, Fernanda e
2) o segundo fato é referente à nossa história. Um dos mais importantes fatos da história de Botucatu: a criação da FACULDADE DE MEDICINA!
Esse fato, com certeza, mudou o destino de nossa cidade! Raramente não encontraremos a devida citação dos fatos de nossa história no “ACHEGAS”. É Verdade! Sobre a história da conquista da FACULDADE DE MEDICINA, Hernâni começa por afirmar: “...Por que não levar ao governo a sugestão de instalar ali (Rubião Jr) uma faculdade de medicina? A muitos, a ideia pareceu demasiada. Chegou a assustar o núcleo dirigente local. Receavam desencadear campanha que dificilmente chegaria a bom termo. Se fosse Direito... Mas a juventude adotou a ousadia. Na capital constituiu-se comissão de botucatuenses ligados à imprensa e à política para agitar o assunto, independente ou até contra o poder municipal...” Nessa parte eu interrompo a leitura porque o texto de Hernâni, embora citando os pioneiros dessa luta, é por demais modesto... E logo vocês compreenderão o porquê... Busco no “MEMÓRIAS DE BOTUCATU”, também fruto de muitas pesquisas e depoimentos, o final do relato:
“...Se havia o receio inicial das autoridade temerosas de uma empreitada impossível, o mesmo não ocorria com a juventude “botucuda”. Nos jovens, o destaque para JOSÉ FARALDO que era jornalista dos então poderosos DIÁRIOS ASSOCIADOS, lotado no Setor de Imprensa do Palácio dos Campos Elísios, e para HERNÂNI DONATO, jornalista e escritor em ascensão que comandaram o Grupo de Ação inicial, “balançando” as estruturas, convocando as autoridades, mobilizando a população e realizando um trabalho de relações públicas (especialidade de Hernâni) junto à imprensa botucatuense e paulista...
O que aconteceu depois todos nós já sabemos...
O que aconteceu depois faz parte da história de nossa gloriosa FACULDADE DE MEDICINA, hoje pertencente à UNESP E a história oficial da grande conquista é o exemplo e motivo para atual luta pela conquista da REITORIA da UNESP para Botucatu.
ESSE É O CENÁRIO!!!
O sempre Mestre, AGOSTINHO MINICUCCI, criou uma expressão de sucesso: CAMINHADA PEABIRUANA, que representa a caminhada de todos os botucatuenses dedicados a estudar a nossa história, valorizando-a, destacando seus principais feitos, divulgando seus heróis municipais, enfim, vivenciando a nossa cidadania. Essa expressão é própria para o trabalho intelectual de Hernâni Donato!
A CAMINHADA PEABIRUANA de Hernâni Donato foi e continua sendo um SUCESSO!
Um sucesso fabuloso!
FABULOSO!!!!
Obrigado, Hernâni!
Parabéns! Avante!”
Hernâni Donato agradeceu em carta ao Armando M. Delmanto, completando esse importante registro histórico da cultura botucatuense:
Caro Armando Delmanto: Você mesmo terá provado o quanto é difícil o ser “profeta na sua terra”, qualquer manifestação em contrário a esse afirmar retira do orgulho o selo do pecado. Isto entra no considerar tudo o que me tem sucedido em Botucatu, especialmente no 29.03 Muito mais fico devendo quando a ode é cantada por um solista da sua qualidade. Não mereço tanto. Bem por isso, por favor, aceite o meu agradecimento. Pelo que fez e disse. Só por isso terá valido a festa. Abraço. Grato. HERNÂNI. (01.04.2001)