Edição 1234

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Diário da Cuesta

Os despojos do prelado jesuíta vão ser inumados na cripta da Catedral no próximo dia 15 de novembro.

Restos mortais do arcebispo Aloysio Penna serão trasladados para Botucatu

- Despojos do prelado jesuíta vão ser inumados na cripta da Catedral no próximo dia 15 de novembro

Gesiel Júnior

Especial para o Diário da Cuesta

Doze anos após seu falecimento, os restos mortais do quarto arcebispo de Botucatu, dom Aloysio Penna serão transferidos do Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, para a cripta da Catedral Metropolitana de Botucatu, onde serão inumados ao lado das sepulturas dos primeiros bispos e arcebispos da região.

O comunicado foi feito no último dia 3, pelo padre José Hergesse, coordenador arquidiocesano de pastoral, após a reunião extraordinária do Conselho Arquidiocesano de Missão e Pastoral (CAMP), presidida pelo atual arcebispo, dom Maurício Grotto de Camargo.

O traslado ficou programado para o feriado de 15 de novembro próximo, quando ocorrerá o Encontro da Família Arquidiocesana, evento que atrairá para a sé arquiepiscopal de Botucatu representantes de todas as paróquias.

Trajetória - Dom Aloysio José Leal Penna nasceu em 7 de fevereiro de 1933 na cidade de Piquete (SP). Religioso jesuíta, foi ordenado sacerdote em 21 de dezembro de 1963 e bispo no dia 22 de julho de 1984.

Esteve à frente da Diocese de Paulo Afonso (BA) por dois anos e foi transferido para Diocese de Bauru como bispo coadjutor em 10 de abril de 1988, ao lado de dom Cândido Padin, durante dois anos. Em 4 de setembro de 1990 assumiu como o terceiro bispo diocesano de Bauru, função que exerceu por uma década.

EXPEDIENTE

Em 27 de agosto de 2000 tomou posse como o sétimo bispo e quarto arcebispo de Botucatu, onde quis implantar o Projeto Paróquia Missionária (Propami). Sua renúncia se deu em 19 de novembro de 2008, por ter completado 75 anos, idade limite para o exercício do episcopado.

Faleceu em 19 de junho de 2012, aos 79 anos, no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte (MG), onde estava internado. Velado na Catedral Metropolitana de Botucatu, o corpo de dom Aloysio foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, a pedido de sua família.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

PROVINCIANISMO

O título surge ao acaso. Ele não sabia muito bem o que era mas procurou seu amigo Aurelio que prontamente o atendeu dizendo que “Provincianismo trata de usos e costumes de província refletindo-se em palavras ou ações de certos indivíduos das regiões rurais ou do interior”. Depois disso ele recolheu-se à biblioteca e lá, ruminando suas ideias lembrou-se do pai, antigo comerciante. Em frente a loja de Secos e Molhados havia uma Trave onde cavaleiros amarravam suas montarias enquanto faziam suas compras; ao lado dessa Trave um tanque com água para saciar a sede dos animais. Ainda menino ele se postava próximo de uma portinhola de madeira que vedava a entrada de animais na loja. A soleira da porta que servia de sustentação estava gasta pelo uso diário e dela partia uma trilha de terra batida descendo em direção a uma estrada muito larga pela qual dificilmente se passava por ela. Com o rosto encostado ao gradil, seus olhos cobiçavam o que havia de melhor: - atrás da vitrine do balcão: balas coloridas, geléias de mocotó, doces de coco,abóbora e outras guloseimas; nas prateleiras, tecidos de brim caroá e panelas de ferro, enxadas Dragão e Duas Caras (goivadas) com cabos de madeira, além de variado estoque de ferramentas de interesse para os lavradores; mantimentos em geral em sacos de arroz, feijão, fubá, milho, quireras e alpistes, gaiolas, açúcar branco e mascavo, velas, fósforos e fumo de corda, baldes e bacias de alumínio, pedras de carbureto, lampiões e lamparinas, cordas para violão e violas e tudo o mais no bem abastecido armazém destino certo dos roceiros nos finais de tardes. Sobre o balcão de atendimento um caderno e lápis para anotações, uma moringa para água e um corote com pinga d’aboa!

Antes do escurecer absoluto ainda era possível ver o gramado, casinholas com pouca ou nenhuma luz, árvores altivas e solitárias agasalhando passarinhos desde a chegada do crepúsculo em vesperal da noite... na ausência da luz elé-

trica um valente lampião Petromax com querosene alumiava o interior da loja e o caminho de terra, espraiando sua pálida luz até as primeiras casas vizinhas. Na cidade ainda adormecida, grama orvalhada, vento frio da madrugada o menino alimentava o sonho de que, quando crescer, ter também uma loja igualzinha a do pai.

Passados muitos anos resolveu andar pela cidade a procura de algum estabelecimento com semelhanças ao do saudoso pai e não os encontrou, cavalos, cavaleiros e carroças não se via em lugar algum; nas andanças que fazia pelas ruas olhava painéis e placas e como curiosidade perguntava aos passantes...A pergunta feita embaraçava a resposta do incrédulo jovem – secos e molhados...? – o que é isso vovô...? – apesar das explicações poucos sabiam o significado. Quando ouviu ser chamado de vovô ele apenas sorriu... afinal, dezenas de anos os separavam e muitas coisas haviam acontecido nos aglomerados humanos no tocante ao comércio. Em desuso o chamamento de comerciante uma vez que o mesmo tornou-se empresário e o que era simples comércio se transformou em empresa. A cidade provinciana acabou e sobraram apenas alguns prédios dos mais antigos... Cansado e sem nenhuma informação do que desejava saber dirigiu-se ao banco da Praça e lá, ao lado do violeiro de bronze ficou com os seus botões e as inesquecíveis lembranças... ele continuava provinciano... só ele...

Ilustração de Vinicio Aloise

“Eudaimonia”

Termo grego que significa “estado do ser habitado por um bom daemon (bom gênio)

Felicidade, bem estar, estado de plenitude do ser que acho só as pessoas gratas conseguem, porque tem a capacidade de ver uma boa lição em cada situação vivida.

De acordo com Aristóteles, a felicidade seria a virtude das virtudes.

Seria mais ou menos como a Poliana, menina que ao ficar órfã, vai viver com uma tia distante, e que apesar das dificuldades praticava o “estar contente”.

Assisti o filme de 1960, com a atriz Hayley Mills

Nunca esqueci, porque com seu jeitinho amoroso acabava mudando a vida das pessoas com quem convivia sempre para melhor.

Diferente de hedonia, onde o prazer é o objetivo e o bem supremo da vida.

A diferença é que o prazer dura algum tempo e passa. Alguns prazeres às vezes podem até nos trazer algum sentimento de culpa e até sofrimento.

A brincadeira de estar contente pode mudar a forma de ver a vida, transmutar o mau em bom, trazer luz onde mora a sombra.

E ao se tornar um hábito pode tornar as pessoas sombrias e tristes em iluminadas, alegres.

Aí você me pergunta: o que eu ganho com isso?

Eu respondo que atraímos a energia que espalhamos.

Energia positiva, atrai coisas e pessoas positivas.

Diria mesmo que o universo conspira a favor de gente assim.

Eu gosto de brincar que tenho muita sorte, e que de repente ao elevar meus braços aos céus para agradecer a Deus, ainda sou capaz de pegar dois patos em pleno vôo.

Meus sobrinhos quando meninos, riam muito desse meu jeito de falar.

Um exemplo simples são as sincronias.

Eu penso: preciso ir á quitanda comprar frutas. Horas depois, tocam a campainha e é a vizinha no portão:

-Estou chegando do sítio e trouxe estas bananas e laranjas para você.

Não ria, isso já me aconteceu muito.

Tente praticar, pode dar certo.

Lembre da letra do “Samba da Benção “ do nosso querido poetinha, Vinicius de Moraes:

“É melhor ser alegre que ser triste,

Alegria melhor coisa que existe

É assim como a luz no coração «

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