Edição 1238

Page 1


Diário da Cuesta

Darcy Ribeiro e O Povo Brasileiro!

Todos que passamos pela Escola de Sociologia & Política de São Paulo, temos orgulho do mais famoso ex-aluno – o Mestre Darcy Ribeiro! NASCIDO em 26 de OUTUBRO de 1922, o antropólogo, político e escritor Darcy Ribeiro soube, com maestria, construir a obra “O Povo Brasileiro”, onde destaca a mistura, a miscigenação dos brasileiros que encanta o mundo e nos transforma no país destinado a liderar as grandes transformações da humanidade. Página 2

Oncotô? & O Amálgama do Povo Brasileiro!

ONCOTÔ? ONCOTÔ? ONCOTÔ?

George Mautner é entusiasta: “O Brasil é o continente indicado há muito tempo. Todas as profecias falam isso. Rabindranath Tagore (filósofo indiano) dizia que “a civilização superior do amor nascerá no Brasil”. Jacques Maritain (filósofo francês) dizia que “o único lugar onde a justiça e a liberdade poderão aflorar juntas é o Brasil”. Stefan Zweig escreveu no século 19 o livro “Brasil, o País do Futuro” Página 3

Darcy Ribeiro e O Povo Brasileiro!

“...ficam vocês encarregados de fazer esse país dar certo! Façam, mas sem copiar ninguém. Usem as potencialidades do nosso povo, que são imensas! Somos uma civilização tropical, mestiça, mas sobretudo humana”.

Darcy Ribeiro

Há muitos anos sem o EDUCADOR/REALIZADOR – DARCY RIBEIRO! –, o Brasil sente a sua falta, e “O POVO BRASILEIRO” ao qual ele dedicou todo o seu entusiasmo e experiência, representa sua última obra, na qual procurou dar a sua visão do povo brasileiro, destinado a ser a grande civilização mestiça e tropical a encantar e ter papel decisivo no concerto das Nações!

Nascido em Montes Claros, nas Minas Gerais (26/10/1922), Darcy tentou durante 3 anos ingressar na Faculdade de Medicina Conseguiu. Mas já estava entusiasmado pela área de humanas, vindo a estudar e se formar pela ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO (1946). Em seguida, contratado pelo Marechal Rondon, passou a estudar a cultura indígena. Ficou tão entusiasmado que ficou até 1956 com os índios no Pantanal. Criou o MUSEU DO ÍNDIO e formulou o projeto de criação do PARQUE INDÍGENA DO XINGU, onde viria a realizar um inestimável trabalho junto com os Irmãos Villas Boas.

Nessa época, passa a colaborar com o grande educador Anísio Teixeira, no Ministério da Educação, quando Juscelino Kubischetck os convida para criarem a Universidade de Brasília- UNB, com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer. No Governo Jânio Quadros é mantido à frente do Projeto Indígena do Xingu e no governo de João Goulart é sucessivamente, Ministro da Educação, Ministro Chefe da Casa Civil, tendo tido a oportunidade de concretizar seu projeto de criação da UNB e de ser seu 1º Reitor (1962/63).

Com o Regime Militar vai para o exílio e vive em vários países Primeiramente no Uruguai, onde assume cargo na Universidade. Darcy sempre destacou que nesse aspecto, o exílio lhe fora leve, pois sempre era convidado, nos diversos países, para fazer parte das suas universidades. Dizia que o brasileiro quando sai do país, exilado, é que tem a grande oportunidade de ver e valorizar a sua Pátria

Trabalhou com o General Alvarado, no Peru (nacionalista e que tinha uma visão adequada para o destino da América Latina)

No exterior teve participação efetiva na criação da Universidade Peruana, a pedido do General Alvarado (1974) e, no México, a pedido do presidente Echeverria, implantou (1974) a UNIVERSIDADE DO TERCEIRO MUNDO, com o prestigiado Centro de Estudos do Terceiro Mundo. Em 1979, é agraciado em Paris, com o título de DOUTOR HONORIS CAUSA pela SORBONNE. Em 1980, integrou o 4º Tribunal Russel, em Haia/Holanda, para julgar os crimes contra as populações indígenas

Voltando do exílio em 1976, é eleito vice-governador do Estado do Rio de Janeiro, quando Leonel Brizola se elege governador (1982). Acumula a Secretária da Cultura e idealiza com o arquiteto Oscar Niemeyer os famosos CIEPs - Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), um projeto pedagógico visionário e revolucionário no Brasil de assistência em tempo integral a crianças, incluindo atividades recreativas e culturais para além do ensino formal - dando concretude aos projetos idealizados décadas antes por Anísio Teixeira!

Idealizou juntamente com Niemeyer o SAMBÓDROMO e, como sua última REALIZAÇÃO como educador, idealizou e implantou a UNIVERSIDADE DO TERCEIRO MILÊNIO (Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos), voltada à área tecnológica, de modo especial dedicada ao setor petrolífero

Niemeyer projetou a majestosa obra do MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA, com auditório, biblioteca, salas de reunião, centro de convenção e salão para exposições e eventos.

Em 1992 é eleito para a ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS e volta a se eleger Senador, em 1994. Em seus últimos anos, idealiza a UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL, com cursos de educação à distância; e idealiza a ESCOLA NORMAL SUPERIOR, para formação de professores do 1º grau.

Esse foi o Homem. Esse foi o Educador Esse foi DARCY RIBEIRO! (AMD)

COMENTÁRIO:

EXPEDIENTE

MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA

A convite do Governo de São Paulo (Governador Orestes Quércia/Secretário da Cultura, Fernando Morais), Darcy Ribeiro idealizou e o arquiteto Oscar

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Coincidentemente, em 1969, eu escrevia uma coluna diária no jornal “COMÉRCIO&INDUSTRIA”, do grupo City/Shopping News. E no artigo “Nova Dimensão”, ao abordar a situação dos países da América do Sul, focalizei a situação peruana, onde um governo revolucionário estava realizando importantes avanços para o país, notadamente no setor educacional. E o intelectual escolhido para reformular com ousadia a universidade peruana, foi o educador brasileiro, no exílio, Darcy Ribeiro Vamos a um trecho do artigo. É REGISTRO HISTÓRICO: “A América Latina transforma, aceleradamente, todas as suas estruturas; e rompe velhos conceitos; e reestrutura velhas e arcaicas concepções de governo. No Peru tivemos o exemplo: um militar, pela revolução, tomou o poder; até aí, nada demais. No entanto, o General Alvarado, estando no poder, conseguiu o que, até os nossos dias a esquerda alienígena tenta negar: o apoio incontestável e global de toda a população peruana. Conseguiu, e isto é muito importante, com que fosse por água abaixo a errônea concepção de que o militar dá para tudo, menos para governar. O General Alvarado está, patrioticamente, impondo-se ao respeito de todas as nações do mundo. Ele teve a coragem de negar, veementemente, ao Peru, uma posição subalterna de país de 2ª. classe. Na autodeterminação dos povos, assenta a sua posição nacionalista e revolucionária.” (AMD)

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Operários, obra/1933 de TARSILA DO AMARAL

Tem despertado as atenções da “intelligentzia brasileira” a série de programas da TV Pública Brasileira (TV BRASIL), idealizada pelo compositor, violinista, poeta, escritor e cantor carioca, Jorge Mautner (nasceu Henrique George Mautner, filho de Anna Illichi, de origem iugoslava e católica, e Paul Mautner, judeu e austríaco. “Eu nasci aqui um mês depois de meus pais chegarem ao Brasil fugindo do holocausto”). É a série “AMÁLGAMA BRASILEIRA”, que mostra de norte ao sul do país o amálgama do povo brasileiro. Único. Mágico. Encantador!

Através de intervenções poéticas e da fala de eruditos e populares, podemos encontrar exemplos destas misturas que compõem a nação brasileira. É um “mochilão cultural”. A idéia foi justamente reunir pessoas interessantes e interessadas que fossem atrás desse tesouro cultural brasileiro.

Corruptela de “onde é que eu estou”, “Oncontô” passeia por diferentes cidades dos estados do Ceará, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Sul. Em episódios, a série revela curiosidades da História Brasileira, do nosso folclore, das músicas regionais e das ricas características deste imenso país. As edições serão temáticas e falarão de assuntos como maracatu, tambores, festas religiosas e artesanato.

continente, e o mundo todo quer ser brasileiro...” Em Portugal, eles já tinham essa visão ecumênica, resultante da influência muçulmana e do fato de serem muito pequenininhos e quererem se separar (da Espanha). Até mesmo as navegações só tiveram sucesso porque Portugal foi o único país que, em segredo, acolheu os Templários, que estavam sendo queimados como heréticos na frente da Igreja. Portugal os acolheu com um pequeno truque, que já é uma amálgama: mudou o nome deles para Cavaleiros de Cristo. Com a chegada dos Templários, os portugueses dão um salto, porque toda aquela sabedoria que eles tinham das culturas antigas da Grécia, da Cabala Judaica, da Babilônia, da China e da África passaram para o espírito da Coroa Portuguesa.

“O processo de “brasilificação” está em avanço absoluto Não há dúvida É por isso que a Copa do Mundo vai ser aqui, as Olimpíadas também e o Papa virá novamente. O Brasil é a esperança concreta do século 21. Temos as florestas, o petróleo e outras riquezas, mas a maior de todas é o povo brasileiro, com essa amálgama.”

Mautner diz que “o termo foi usado pela primeira vez por José Bonifácio. Em 1823, ele já dizia que, “diferente de todas as outras nações, o Brasil era essa amálgama”. É um conceito químico para a combinação de metais que cria um novo metal. Exatamente o que aconteceu aqui e que dá ao brasileiro uma capacidade de reinterpretar a cada segundo tudo novamente e, incluindo posições contrárias e opostas, alcançar o caminho do meio, o equilíbrio”

E amálgama, além de mistura química, uma liga de metais, significa mistura de pessoas ou coisas heterogêneas. “Agora explodiu a democracia mesmo, pulsante. A humanidade precisa do Brasil não apenas para comer, para tomar água, mas para viver no nosso espírito. Para se sentir otimista, para poder ter força e dar a volta por cima”, diz com entusiasmo Mautner. “Além de nossas florestas para respirar!”

O GRANDE TEÓRICO DO POVO BRASILEIRO: DARCY RIBEIRO!

Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia. Neste período fundou o Museu do Índio e Darcy Ribeiro deixou uma obra magnífica Em seu último trabalho, no qual dedicou todo o seu entusiasmo e sua vasta experiência, “O POVO BRASILEIRO”, ele nos deu o perfil, o retrato do povo brasileiro, destinado a ser a grande civilização mestiça e tropical a encantar e ter papel decisivo no concerto das Nações!

E é com entusiasmo que temos acompanhado o trabalho intelectual e musical de Jorge Mautner. Ao levar o “Oncotô?” em uma bem elaborada série televisiva, vai consolidando o amálgama do povo brasileiro, ou seja, é a mistura, a miscigenação dos brasileiros que encanta o mundo e nos transforma no país destinado a liderar as grandes transformações da humanidade. (AMD)

COMENTÁRIO:

Desde a obra de Darcy Ribeiro, toda ela calcada em cima de experiência vivida, sofrida e profundamente estudada, passando pelos folcloristas Câmara Cascudo e Alceu Maynard Araújo, pelo sociólogo Gilberto Freire (“Casa Grande & Senzala”), pela antropóloga Ruth Cardoso e pelo sociólogo Fernando Henrique Cardoso que deixou a lição para o Brasil que “depois da “mancha negra” da escravidão ainda temos a “mancha cinza” dos “bolsões de pobreza” a envergonhar o Brasil E a Semana de Arte Moderna de 1922, marcando com originalidade a cultura brasileira, tendo à frente Mário de Andrade (“Macunaíma”, um romance do multiculturalismo brasileiro) e Oswald de Andrade. Passando por toda literatura regional do Brasil e indo até Vinicius de Moraes (poeta e diplomata, o branco mais preto do país), que retratou a nossa miscigenação e que Mautner disse que “basta lembrar que foi um eflúvio poético nosso –do poeta Vinicius de Moraes – que fez a mãe do Obama perceber que podia se casar com alguém de outra etnia. Vinicius, o poeta branco mais negro do Brasil, colocou a Grécia ali no morro carioca e, negra, na escola de samba, em “Orfeu do Carnaval”. Quando a mãe do Obama assistiu ao filme, ficou enlouquecida. Nunca tinha pensado em se casar com homem de outra etnia. Três dias depois, conheceu um filósofo do Quênia em uma conferência em Washington. Eles se casaram e tiveram o Obama. Depois, quando Obama foi entrevistado pela primeira vez na candidatura à presidência norte-americana, perguntou ao jornalista: “Você é de onde?”. “Brasil”. Aí ele disse: “Pois eu também sou brasileiro!”. Depois, quando o Itamaraty foi se apresentar ao candidato, ele disse que era baiano. É isso. Todo mundo quer ser brasileiro”. Espero que o “ONCOTÔ?” mostre a todos os brasileiros, cada vez mais – com orgulho! – a pujança da nossa raça e confraternização entre as mais variadas etnias que encontraram, neste país, o local ideal para o ALMÁGAMA do POVO BRASILEIRO! (AMD) Oncotô?

Mautner é entusiasta: “O Brasil é o continente indicado há muito tempo. Todas as profecias falam isso Rabindranath Tagore (filósofo indiano) dizia que “a civilização superior do amor nascerá no Brasil” Jacques Maritain (filósofo francês) dizia que “o único lugar onde a justiça e a liberdade poderão aflorar juntas é o Brasil”. Stefan Zweig escreveu no século 19 o livro “Brasil, o País do Futuro”. Já é isso agora “A nova era nascerá no Brasil... isso se realiza agora... porque nós temos um País que é

Toda essa pregação sobre o amálgama brasileiro “é a mistura, a miscigenação, a alquimia constante que faz com que o brasileiro consiga reinterpretar tudo num segundo e absorver pensamentos contrários, alcançando o caminho do meio. Isso é fruto da nossa ancestralidade indígena. Da cultura negra que inventou os arquétipos antes de Jung e colocou vários cérebros na nossa cabeça, e também dos portugueses, que ao receberem os templários deram um salto Isso tudo se reflete aqui, nessa amálgama, que é o que o mundo deseja para a sobrevivência da espécie.”

Darcy Ribeiro nasceu em Minas (1922), no centro do Brasil Formou-se em Antropologia em São Paulo, pela Escola de Sociologia e Política (1946) e dedicou seus primeiros anos de vida profissional ao estudo dos índios do

Viagens # Fé

Na Catedral-Basílica del Pilar, em Saragoça

Visitamos o maior templo barroco da Espanha, tido como um dos doze tesouros do país: a Catedral-Basílica de Nossa Senhora del Pilar, que fica no coração de Saragoça, capital de Aragão, no exato lugar onde Maria Santíssima teria aparecido ao apóstolo São Tiago, em cima de um pilar ou coluna, quando este andava a pregar aos povos da Península Ibérica.

Pelo que aprendi, Tiago Maior, o Filho do Trovão, estava em Cesar Augusta (primitivo nome de Saragoça), nas margens do Rio Ebro, no centro de um imenso vale com grande variedade de paisagens, desde desertos (Las Bardenas), a bosques densos, prados, montanhas.

Tiago viu ali Maria junto a um pequeno grupo de convertidos que tinham ouvido a sua pregação. Porém, outros cesaraugustanos não acreditavam no apóstolo e ele começou a questionar-se sobre se teria sentido continuar a espalhar a mensagem de Jesus naquelas terras.

Desanimado, Tiago viu então a Mãe do Senhor, rodeada de anjos que vinham desde Jerusalém para confortá-lo. Ela lhe entregou o Pilar, uma coluna de jaspe que hoje sustenta a sua imagem, como símbolo da força que devia ter a sua fé. Este episódio ocorreu na madrugada do dia 2

de janeiro do ano 40, quando Maria ainda era viva.

Portanto, numa bilocação Nossa Senhora conversou com Tiago e encarregou-o de levantar um templo sobre a coluna ou pilar que trouxe, convertendo-se assim no primeiro santuário mariano da cristandade.

Hoje, a chamada Basílica del Pilar exibe uma fusão de estilos arquitetônicos. A sua fachada exterior tem quatro pináculos imponentes, enquanto o seu interior tem onze cúpulas decoradas com afrescos de artistas de renome como Goya e Bayeu.

Há quase 90 anos um fato mostrou a incomum proteção celeste sobre El Pilar. Na madrugada de 3 de agosto de 1936, no começo da Guerra Civil um avião carregado com quatro bombas partiu de Barcelona em direção a Saragoça.

Ciente do imenso efeito psicológico que produziria nos católicos a destruição do simbólico santuário, o piloto o sobrevoou a baixa altura e lançou sua destrutiva carga. Duas dessas bombas atravessaram o telhado e caíram perto do venerado Pilar. Uma terceira atingiu a calçada exterior, a poucos metros da fachada principal. Nenhuma delas explodiu. Só sacudiram o solo.

Como não ver nessa tentativa falida a mão da Providência, preservando o lugar onde Deus havia prometido operar “prodígios e milagres admiráveis” por intercessão de Maria Santíssima?

Em 1984, o Papa São João Paulo II peregrinou a Saragoça para tocar o Pilar, tendo declarado o seguinte: “Essa herança de fé mariana de tantas gerações, há de converter-se não só em recordação de um passado, mas em ponto de partida para Deus. A graça atrai graça. E a secular presença de Santa Maria, vai arraigando-se através dos séculos, inspirando e encorajando as gerações sucessivas”.

Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 52 livros sobre a história regional.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.