Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano I Nº 124
SEXTA-FEIRA, 2 de ABRIL de 2021
Dom Luiz Maria de Sant’Anna O Bispo-Orador da Sexta-Feira Santa
O Bispo-Capuchinho foi grande na Ordem Jesuíta e, maior ainda, no trono Episcopal, na Semana Santa o seu Sermão das Sete Palavras tornou-se o momento mágico, cantado em prosa e verso por sucessivas gerações de botucatuenses. Assim, era necessário um trabalho sobre o nosso Bispo-Orador. E temos o privilégio de termos o trabalho literário inédito da cronista de Botucatu, Elda Moscogliato, de 1956 e publicado na edição especial da Revista PEABIRU, número 14, de 04/1999 Página 3
Ativado o Hospital AME/Botucatu Conforme já havia sido anunciado, o HOSPITAL AME/BOTUCATU fará o enfrentamento da segunda onda da pandemia. Com 11 leitos de UTI e 16 leitos de enfermaria, o HOSPITAL AME poderá atender casos graves de COVID – 19 encaminhados por meio da Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS).
EVITE AGLOMERAÇÃO FAÇA DISTANCIAMENTO SOCIAL
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Diário da Cuesta
UMA PÁSCOA ABENÇOADA
Marcelo Delmanto Quando cheguei na Itália, mais precisamente em Perugia conheci um amigo gaúcho, o Luís, que me ajudou muito, com eu tinha domínio da língua e ele mais traquejo em vivência em viagens nós nos ajudávamos e muitas vezes fazíamos viagens juntos. Uma dessas viagens foi na época da Páscoa, quando decidirmos fazer nossa viagem, curta ne verdade, para a cidade de Assis, que fica, mais ou menos, a uns quinze minutos de ônibus da cidade de Perugia. Todos os ônibus para Assis funcionavam a partir de umas duas da tarde, mas como não queríamos perder tempo, tomamos a única linha de ônibus que funcionava de manhã. O único inconveniente dessa linha é que o ponto de partida era de uma praça que ficava um pouco distante, tínhamos que andar um bom pedaço do caminho a pé, isso sem contato que saía às seis horas da manhã. Saímos praticamente de noite para ir ao pondo de partida do ônibus. Já no trajeto verificamos que o trafego estava intenso, mesmo porque não se tratava de
uma auto estrada, pois quando o destino era perto o ônibus usava estradas vicinais. A cidade fervilhava de gente. Depois de rodarmos um pouco, de visitarmos algumas lojas, paramos em uma pequena lanchonete, onde comemos um belo sanduíche regado a uma deliciosa taça do vinho regional. Na parte da tarde havia missa em várias igrejas de Assis e tem muitas igrejas lá, porém o nosso intuito não era assistir à missa de páscoa em umas das igrejas menores e sim na igreja de São Francisco de Assis. Todavia esse era o desejo de quase todos os turistas persentes na cidade nessa data, ou seja, a igreja ficou lotada, tanto que ficamos de pé com um monte de gente esbarrando em nós e com uma visão muito prejudicada do altar. Mesmo assim, como esses pequenos aborrecimentos a celebração da páscoa em uma igreja tão simbólica foi maravilhoso e abençoado. O fluxo de turista não diminuía nem na segunda-feira, porque é quando se comemora a Pasquela, que lá se diz Pasqueta e é sempre feriado nacional. Bem quanto a Assis, essa foi a primeira vez que fui a essa linda cidade. Depois que vi a facilidade de acesso revistei Assis em outras ocasiões, em datas festivas ou não, aliás nessas datas não festivas é muito mais fácil conhecer todos os pontos turísticos e mais bonitos da cidade, mesmo porque tem muito menos gente pelas ruas. Infelizmente quando visitei Assis pela última vez, que foi na nossa viagem de lua de mel, ao chegarmos quase não se via nada, dada a densa neblina que cobria a cidade. Minha esposa, como a maioria dos outros turistas da nossa excursão, não DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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conheceu muita coisa nessa ocasião por culpa das condições climáticas que ocorreram na época, embora para eles e para minha esposa também tenha sido mágico. Além das maravilhosas igrejas em Assis, outros pontos também merecem destaques, como a Rocca Maggiore, uma imponente fortaleza de onde se tem uma bela vista panorâmica da cidade de Assis, e se o céu estiver claro, mesmo com a maioria da região da Úmbria. Para alcançá-la, tem que ter disposição pois a subida é penosa pra quem não tiver o mínimo de preparo físico. Em geral fazíamos visitas nessas cidades em datas comemorativas cristãs, coma esta Páscoa em Assis, mesmo porque cada local nesse país tem igrejas belíssimas e para a maioria dos turistas, conhecer esses belos lugares e também professar a fé cristã é um casamento perfeito. Visitei outras cidades do mesmo porte ou maiores que Assis, no tempo que morei na Itália e nas visitas que fiz posteriormente. Sei que sou meio suspeito quando dou minhas opiniões dada a minha paixão pela Itália e pelo Velho Continente como um todo, afinal naõ tem como se encantar com tantas maravilhas que saltam aos nossos olhos e atmosfera que se respira nesses lugares.
TÚMULO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
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PERFIL DE UM CAPUCHINHO
Elda Moscogliato Os três Capítulos já encerrados da crônica religiosa da minha terra natal constituem uma das parcelas mais valiosas e significativas do patrimônio histórico da cidade dos bons ares. Anunciam-se eles por três títulos diferentes sob os quais se identificam três personalidades distintas, animando intensamente três épocas definidas: Instauração, Destruição, Restauração. Forjados por sacerdotes dignificados com púrpura episcopal, esses períodos são a concretização do Trabalho que enobrece, da Apostasia que aniquila e da Oração que santifica. No primeiro Capítulo, um Bispo-Camponês, ocultando modestamente as riquezas espirituais de um sábio, segurou nas mãos calosas a enxada do lavrador e, como os varões da antiga Roma, construiu palmo a palmo, regando a terra com suor do próprio rosto, uma das maiores Dioceses do Brasil no começo do século XX, rica de bens e de apostolicidade. Limitada extremo a extremo pelo litoral Atlântico às barrancas do Paraná, dentro dessa Diocese nascente formou-se um patrimônio espiritual elevadíssimo culminando pela grandiosa Congregação Marcelina e alimentado pelo zelo apostólico dos mestres da Ordem Lazarista, cuja sabedoria humanística universalmente conhecida medeia sua intensidade com a suprema apostalicidade desses defensores da Cruz. Ao cerrar o Bispo-Operário as pálpebras mortais, devem tê-lo guiado para a Eternidade feliz suas obras entesouradas pelo lema radioso que lhe traçara a vida de sacerdote: «Non ministrare sed ministrari». No segundo período... “Respice im me, et miserere mei, Domine”... A iconoclastia humana, rompendo os diques da espiritualidade de um voto solene e eterno, crestou os brilhos argentados de um brasão e de um dístico recentes. Depois disso, o descrédito, o caos, o ceticismo! Abre o terceiro Capítulo o vulto macilento e hierático de um Bispo-Capuchinho cujo perfil estas páginas canhestras, mais pela veneração respeitosa que por outros poderes, tentam ressaltar. Figura medianamente alta; andar compassado, não era ele fisicamente destacável mas o segredo da sua grande atração era o rosto pálido e macerado; boca de traço severo cerrada fortemente quando os ouvidos atilados se aplicavam ao meio-ambiente; os olhos...ah! os olhos!...de magnéticas pupilas escuras, desferiam brilho metálico a sujeitar num relance, inteira, a consciência dos que se lhe submetiam! Vê-lo, os ombros ligeiramente arcados, menos pelo peso dos anos que pelo dos arquejantes deveres da Ordem e do Título, era deparar com uma dessas figuras redivivas que ergueram na Idade Média a impressionante estrutura da Igreja reformada pela grandeza da Ordem do burel e do cingulo em nó dos franciscanos. Que de chamas espirituais deveria ter desferido aquela boca monástica! Quantas consciências escusas haveria de ter crestado ao leve bafejar de suas práticas! A quantos esconsos refolhos asfixiantes deveria ter levado pelos conselhos, os clarões da aurora da regeneração! O Bispo-Capuchinho foi grande na Ordem, maior no trono Episcopal e sobre-humano no mundo espiritual em que se encerrou sob os olhares únicos da Divindade Suprema! «Omnes etin omnia Christus»... As mesmas pegadas de Francisco de Assis, o mesmo profundo espírito de meditação; a mesma imensa sabedoria. Fé intensa e firmeza de ação. Silencioso e humilde. Reservado e bom. Imensamente bom e manso. Zeloso ao extremo pelos seus e severo para consigo mesmo. Batalhador aguerrido encerrado numa cela - pela força da Oração. Apóstolo impertérrito, num gabinete modesto - pelo vigor convincente de sua pena invulgar. - «Vai Francisco e repara a minha Casa...» O Bispo-Capuchinho ouviu também uma súplica! Herdeiro de uma Diocese falida; Bispo de um povo desiludido, habitante de um palácio comprometido, o Bispo-Capuchinho que arrancado fora de uma ou-
tra Diocese distante e querida, talhada pelas suas próprias mãos, para a terra dos bons ares viu-se transportado e nela encontrou, aumentando-lhe o travo amargo dos dissabores, uma cidade-sede livre porque abastada; displicente porque moderna e culta; fria, porque faltou calor apostólico. Cumpria-lhe tudo recomeçar. Não hesitou. Dos erros e dúvidas remanescentes, tudo derrubou. Na ordem material como na espiritual. Quando os alicerces da Catedral se enrijeceram esborcinados da Matriz Velha, a seiva religiosa em múltiplas vergônteas vicejava esplêndida no coração de todos os seus diocesanos. Então, moído pelos acúleos que lhe sangraram o coração em seus últimos anos, e arquejante pelas fadigas de ciclope - após haver celebrado na humilde igrejinha de S. Benedito sua última missa na terra- adormeceu mansamente... E descansou. Na cripta da Catedral de minha terra, duas lages de mármore sustentam dois medalhões de bronze. Ali repousam, como cariátides simbólicas sobre as quais se eleva o Templo, os dois grandes Bispos que vindos da longínqua Minas Gerais, pelo nascimento um, e pelos méritos outro, na cidade dos ventos constantes arquitetaram com sacrifício da própria vida, os mais belos capítulos até hoje registrados na crônica religiosa botucatuense: o primeiro, Bispo-Construtor. O terceiro, o Capuchinho-Construtor. *** A imagem que a trama do tempo amortaIhou, há dez anos faz, na nuvem sutil da veneração profunda, no culto saudoso que o coração aninha com respeito, refluge aos olhos de seus diocesanos como um raríssimo brilhante: sob qualquer faceta que lhe incida um raio de luz, espadana ele fulgurações magníficas. Por isso, será sempre invocado como o Bispo-Capuchinho; o Grande Restaurador, o Bispo-Contemplativo, o Bispo-Orador. Merece-los-á, a todos esses honrosos cognomes. Sua personalidade inconfundível integrava-se de nobres atributos, capaz, cada um deles, de definir, pela sua intensidade, um caráter ímpar. Talento excepcional associado a um espírito cristão exaltado na estamenha parda, ocultava sob a discrição severa dos atos uma atividade invulgar e surpreendente. Administrador raro, dotado de uma visão econômica inexprobrabel à crítica mais exigente, restaurou num tempo fugaz, o crédito irremediavelmente comprometido da grande Diocese em ruínas. Restabelecido o equilíbrio material em cuja queda arrastara-se o espiritual, voltou-se ele incontinenti, de coração e alma, para o vigoramento religioso perdido em sua grande Diocese. Trabalho afanoso, ininterrupto, extenuante. Desentranhou com ânimo firme, os alicerces soterrados de uma Catedral até então utópica. E porque tudo em seus labores exaustivos se velava na modéstia do vulto do eremita, ela surgiu, num toque de milagre, da noite para o dia, aos olhos admirados da gente botucuda. Um bloco arquitetônico majestoso que credencia mesmo incompleto (já completo hoje) ainda, como um dos primeiros templos católicos do interior do Estado. Seu zimborio resplandescente ao sol, na alvura imaculada das vestes do Redentor que sustem; as arcadas góticas; os vitrais primorosos a sugerir a poesia das cenas evangélicas; a nave longa e solene no fundo da qual se destacava a ábside suntuosa com seu baldaquino belo, impressionante, todo ornamentado; sob ele, o Altar-Mor de puríssimo mármore; os lustres feéricos; a Capela-Mor onde a brisa perpassa um cântico sutil às grandezas do Sacrário; depois, a Sacristia espaçosa, cheia de luz, com seu arcaz de pau-marfim rendilhado, tudo, tudo, nesse templo belíssimo transpira ainda - tal como foi deixado há dez anos - os últimos toques de artista do Bispo-Capuchinho. Assentada a cátedra, ele pontificou. Nas abóbadas ogivais, ressoaram os seus sermões inesquecíveis. O Bom Pastor chamava as ovelhas tresmalhadas. Foi-se intensificando ao seu brado de Fé, o rebustecimento espiritual de um povo deserdado e confundido. Como à oração de Francisco floriu a neve, brotou de novo, ao apelo vibrante desse Apóstolo do Século XX, a seiva religiosa no coração crestado de toda uma Diocese. Foi mais longe ainda. A própria Igreja de Cristo não quer só espiritualidade. Há de caminhar a par com ela, a apostolicidade, quer dizer, caridade social, ação ininterrupta. Arregimentação de sodalícios, de classes, de entidade, tudo em obediência a um programa de elevação, de aperfeiçoamento da moral individual e coletiva, sob diretrizes como só as tem
Primeira Parte
assim a Igreja Católica. Na celebração do cinquentenário da Rerum Novarum, as fábricas e oficinas da minha terra natal tinham entronizada já, a imagem de Cristo crucificado. A Ação Católica estava também esboçada no seio do operariado, da juventude, da sociedade. Síntese de um governo espiritual restaurador, sólido, perfeito, a realização do Congresso Eucarístico Diocesano o maior acontecimento registrado na história da cidade até então, foi a exaltação máxima do trabalho extenuante desse Capuchinho inolvidável, cujo nome em todas as esferas sociais e culturais do País era e prevalece ainda, como um motivo de ufania para os foros civis e religiosos da minha terra. Seus dons oratórios arrebataram-no muitas vezes da cela humilde do Palácio para que a palavra divina fosse ouvida lá longe, na Metrópole ou nos confins da Pátria pela intelectualidade patrícia sempre ávida e expectante dos seus sermões memoráveis. *** O Bispo-Capuchinho honrou o Clero Nacional nele ocupando o lugar de um dos maiores oradores sacros da contemporaneidade. Seus dotes de eloquência não eram tão somente a revelação de uma cultura humanístico-religiosa profunda acentuada por uma natural propensão oratória. Era algo mais, que ascendia às esferas transcendentais da sublimada espiritualidade que empolga os discípulos de Cristo e que rareia no mais erudito pensador profano. Marco Aurélio foi o mais perfeito filósofo do paganismo. Todavia seus Pensamentos célebres que atravessam os séculos, são faltos da chama imperecível da inspiração divina que transparece nas mais breves frases de Cristo. Aqueles seduzem a mente enquanto que estas varam o coração e alentam a alma. A palavra do era Bispo-Orador era transbordante de Fé e Religiosidade. Conhecia a natureza humana como um verdadeiro dissecador de almas. “O que afugenta os homens do seio da Igreja Católica são os seus próprios erros e defeitos que ela anatematiza. Por isso, guerreiam-na sem tréguas”, disse ele um dia. Seu olhar de psicólogo vasculhava num relance as insondáveis profundezas do coração humano e de lá desentranhava os erros, com a palavra cristalina da compreensão, da persuasão, da caridade cristã. No trato dos problemas sua análise severa escandescia os mais rijos obstáculos para depois, com o mesmo arroubado transporte do “Poverello” em êxtases místicos, indicar às sociedades o caminho a seguir sob a luz única do Farol da Igreja. Seu brado jamais esmoreceu. Sua voz tão brilhante nas cátedras quanto a pena nas Pastorais ou na Imprensa católica que ele animou, foi sempre um cântico elevado às grandezas de Deus, apregoadas aos homens de boa vontade. Como Vieira em seus “Sermões de Ouro” é mais conhecido do que através dos valiosos e múltiplos serviços prestados à causa dos Jesuítas e à Pátria, assim também o Bispo-Capuchinho, se lhe faltassem à memória veneranda os méritos concretizados pelas inúmeras obras realizadas, bastaria tão somente a arma que manejou reerguendo a moral de uma Diocese: a Oração. Oração humilde e fervorosa balbuciada a sós, nas vigílias intermináveis da Capela solitária do Palácio. Oração flamante e apostólica derramada do púlpito e das tribunas! O Grande-Orador deixou indelével no coração dos que tiveram a ventura de ouvi-lo, o sêlo da verdadeira Apostolicidade. Aportando à terra dos bons ares num dia bem vivo ainda na memória dos que o aguardavam, ele subiu ao púlpito claudicante da Velha Matriz em ruínas e de lá saudou pela vez primeira os seus diocesanos aturdidos e confusos até então, com a mais profunda e significativa frase evangélica: - «A paz esteja convosco». Quem não sente ainda na evocação daquela sua predica memorável, a carinhosa piedade, o vislumbre da esperança, o penhor da felicidade que ele haveria de devolver ao desiludido rebanho? Ele partiu há dez anos já. Mas a paz espiritual, essa paz verdadeira e sem sombras que acalenta a comunidade católica da terra dos bons ares, essa, ele a vivificou no coração dos diocesanos, com os suores dos seus sacrifícios, com a eloquência dos seus exemplos, com a grandeza de seu vulto extraordinário.
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Meus pés pelo mundo Lilian Inacio
LAS VEGAS
Todos conhecem Las Vegas! Ao menos uma vez na vida todos viram uma imagem em filme, uma foto em algum anúncio, uma reportagem em alguma revista desta cidade tão famosa, a cidade de incontáveis letreiros de neons iluminando o deserto. Quem nunca assistiu 007: Os Diamantes são eternos, Onze Homens e um Segredo ou Miss Simpatia 2? O inconfundível letreiro Welcome to Fabulous Las Vegas que dá boas vindas a quem chega à cidade é o primeiro ponto onde os turistas costumam parar para registrar que um dia estiveram na Meca do entretenimento. Ele fica no início da Strip e está neste local desde 1959. Confesso que sempre tive muito preconceito em ir para os Estados Unidos e principalmente para Las Vegas, assim como para Orlando, pois o artificial reina e mata a maior e mais bela das sete artes, a Arquitetura. Porém, em meu tour por Nevada, Utah, Arizona e Califórnia, inevitavelmente passei 03 dias em Vegas. E, confesso, perdi meu preconceito. A entrada na cidade já impressiona pelo tamanho das vias, tamanho dos hotéis, tamanho das quadras. O valor em dinheiro que gira em Vegas é tão grande que os investidores e governantes não poupam em nada para impressionar os turistas. Ficou conhecida como a cidade de melhores hotéis e por menores preços de todos os Estados Unidos. Conhecida como a cidade do entretenimento e diversão, possui inúmeros cassinos que, na grande maioria, ficam no interior dos hotéis, sendo que os melhores e mais famosos ficam na grande avenida Las Vegas Boulevard, conhecida como Las Vegas Strip. Os turistas podem transitar livremente por todos eles, para conhecer e jogar, sem pagar para entrar. Os cassinos Bellagio, Caesars Palace, Excalibur, Luxor, Mandalay Bay, MGM Grand, Montecarlo, New York New York, Paris, Stratosphere, The Venetian, Treasure Island são os mais famosos do mundo.
A origem da cidade foi em 1800 por espanhóis que acharam água para os pastos verdes (Vegas), quando esta área ainda fazia parte do México. A cidade que foi habitada pelos mórmons em 1855 que lá foram para converter os indígenas, se tornou um oásis dos jogos de azar no ano de 1931, quando os mesmos foram legalizados. Em 1946 abre o primeiro hotel cassino, o Flamingo Hotel. Já a moda dos grandes resorts começou com o The Mirage em 1989. O destaque da cidade começou na Freemont Street com muitas luzes nos letreiros dos cassinos mais antigos e os famosos Cowboy Vegas Vic e Vegas Vicky também de neon. Essa região se degradou com o passar dos anos e com o surgimento dos luxuosos hotéis na Strip. Porém, foi revitalizada e coberta e desde 1994 é permitido o trânsito somente de pedestres. Há um espetáculo de projeção em seu teto as 22:00h, com diversos videoclips animados e coloridos que fazem todos os turistas pararem no calçadão para admirar o show. Tudo começou com o financiamento dos gangsters para a construção dos primeiros cassinos. O hotel cassino The Venetian e Palazzo foi um sonho realizado por um casal multimilionário que foi passar a lua de mel em Veneza e no regresso, construíram estes belíssimos hotéis. O Bellagio conta com um lustre gigantesco coberto de flores de murano que custou muitos milhões de dólares. O grande espetáculo e talvez o mais esperado da Strip é parar para admirar as fontes iluminadas e dançantes do lago artificial na frente deste hotel. O Hotel Cassino Paris é tão impressionante quanto Bellagio e The Venetian. Uma reprodução das ruas de Paris com seus charmosos cafés. Outro ponto interessante é a enorme quantidade de capelas para realização de casamentos. O turista ou interessado em casar na cidade, pode escolher a capela que mais lhe agrada e pagar pela cerimônia, documento e traje, onde os mais pedidos são de Marilyn Monroe e Elvis Presley. Las Vegas é uma cidade de clima semi-árido com temperaturas superiores a 40°C no verão e invernos amenos, mas com algumas temperaturas muito baixas esporadicamente. No inverno de 2008 chegou a nevar. Mas para os turistas não se sentirem mal com
tanto calor e por andar as quadras enormes de um hotel para outro, os empresários milionários fizeram escadas rolantes, parte delas coberta e climatizada para cruzar a Strip. O luxo e a extravagância são as duas características mais marcantes de Vegas. Atrações Stratosphere - o edifício mais alto da cidade, construído no norte de Las Vegas. No alto da torre, a 305 metros, há uma montanha russa e outras duas atrações para os muito corajosos. Com menos adrenalina, dá pra subir e curtir a vista dos restaurantes. Cirque du Soleil – A maoir companhia de circo contemporâneo do mundo tem 05 espetáculos em cartaz na cidade: Zumanity, The Mirage, Ká, Ó, Mistere. Espetáculos – shows de artistas famosos como Elton John, Cher e Celine Dion ocorrem nos anfiteatros dos hotéis. Existem também espetáculos típicos de Las Vegas com muitos números e figurinos deslumbrantes. Comidas e bebidas: Outro ponto alto da cidade é a comida. Chefes famosos como Bobby Flay, Emeril Lagasse, Tom Colicchio e Wolfgang Puck têm restaurantes em Las Vegas. Um favorito das estrelas é o Flay’s Mesa Grill, no Caesar’s Palace, onde você pode lanchar um filé mignon com café e pimenta ralados com molho chile e cogumelos selvagens.
Meus pés pelo mundo: um pouco de cultura, arte, arquitetura, turismo e enologia
Lilian Inacio, Arquiteta Urbanista formada na UNESP, escreveu matérias sobre viagens para revistas, jornais, portais e blogs na região e para todo Brasil. Apaixonada pelas artes, estudou línguas, enologia, música, dança e se graduou também em guia de turismo. Sua grande paixão é o mundo e suas diferentes culturas. Nos últimos 14 anos esteve em mais de 200 cidades diferentes no mundo. Seu objetivo é trazer um pouco do que existe neste mundo tão grande aos seguidores do Diário da Cuesta para que todos possam viajar juntos com a leitura dessas matérias com informações confiáveis e pessoais. lilianinacioviagens @lilianinacioviagens contato@lilianinacio.com.br