Edição 1246

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da Cuesta

...é uma crônica histórica ou uma prosa/poética?!? Sim, o Luiz Carlos Casemiro soube retratar o convívio que teve com os saudosos imigrantes italianos que estavam recomeçando suas vidas na Vila dos Lavradores... no casarão da dona Josefina.. Página 2

Foto Botucatu Online. O Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) da Unesp – Câmpus de Botucatu tem 5 pesquisadores entre os 2% mais influentes do mundo. Página 4

Diário da Cuesta 2

O casarão de dona Josefina

Dona Josefina se avizinha aos oitenta e cinco anos. Magrinha, sempre de roupas escuras, parece um ser frágil, mas é mesmo só na aparência. Ela relutou e foi capaz de demover os argumentos de seus filhos e netos de que seria muito melhor para ela, viver numa casa de repouso (termo que se emprega atualmente como lar de idosos para evitar dizer asilo, palavra esta que lembra muito o fim da vida).

Bateu o pé... Não saio da minha casa. Só morta!

Viera para o Brasil, ainda muito criança, na companhia dos pais. Seu destino poder-se-ia ser os Estados Unidos, caso seu pai tivesse posses para conseguir vagas em navios que conduziam emigrantes àquele país. Então viajaram em navios que cobravam preços de passagens mais baratos, acessíveis a famílias pobres, e o velho patriarca, conformado com sua sina, bradava: “Brasile è anche l’America!” (O Brasil também é a América).

Giuseppina é o seu nome de batismo. No grupo escolar do Brasil recebeu o apelido de Pina. Depois de casada com o Sérgio, também italiano que chegara ao Brasil alguns anos antes dela, senhor de muito respeito, extremamente sério, ria pouco, passou a ser chamada de Dona Josefina, por exigência dele.

Era recém-casada quando o Seu Sérgio adquiriu um terreno grande de esquina, em ótima localização na Vila dos Lavradores. É o Bairro da Estação da cidade de Botucatu. No fundo do lote ergueu um barracão e, com seu irmão mais velho e um sobrinho, já moço, montou uma tonelaria. Numa cidade de numerosas famílias de imigrantes italianos, espanhóis, turcos e portugueses, gente com hábitos de usar pipas, tonéis, corotes e as necessárias tinas para banhos, despertou em Sérgio, artesão visionário, a abertura desse negócio. E tencionava atender àqueles patrícios que elaboravam vinhos em suas próprias casas ou chácaras e careciam de barricas. Utensílios que tiveram muita aceitação devido a costumes milenares desses povos. Produtos de ótima qualidade, tiveram sucesso.

tijolos. Duas árvores de médio porte: limoeiro e um pé de louro. Este caía para a rua por cima do muro, rente à calçada. Qualquer pessoa, com pouco esforço, podia tirar ramos para temperos, principalmente, do feijão diário. Dona Josefina se valia da doação das folhas do loureiro para um papo com a vizinhança. Autorizava a colheita desde que batessem à porta para uma gostosa prosa, lenitivo para sua vida solitária.

O barracão sem atividade. Ferramentas dependuradas nas paredes. Nos cantos, junto a cacos, pós, poeiras e teias de aranhas, porções de madeiras curvadas, abandonadas, próprias para serem utilizadas em tonéis. A forja apagada. “Fogo Morto”, no mesmo sentido do romance de José Lins do Rego, obra que esse autor magistralmente descreve a decadência e a extinção de um engenho de açúcar no século dezenove. Do fausto ao declínio quando o fogo se dissipa de vez.

Foi nessa época, quando os descendentes queriam negociar o imóvel e destiná-la ao asilo, que ocorreu fato inesperado, tão bom como um milagre. A vida de dona Josefina vai ganhar alento. Antônio, filho que desde a juventude residia em São Paulo, agora aposentado do cargo de Chefe de Oficinas das Indústrias Matarazzo, decidiu retornar a Botucatu para morar com sua mãe. A alegria de viver voltou também para dona Josefina. Remoçou. As dores reumáticas se foram. Religou a vitrola. Relembrou de cançonetas antigas da Itália. Engordou. Sua nora preparava deliciosas refeições. O filho, “bicho-carpinteiro”, expressão que nomeia pessoa muito capaz em mexer com ferramentas e resolver problemas de toda ordem, no dia-a-dia dos lares, consertou tudo que necessitava de revisão. Dividiu os aposentos do casarão em compartimentos para alugá-los a terceiros como moradias. Usou arte de carpinteiro e trabalho de pedreiro para criar nichos. A parte nobre, com quatro cômodos, reservou para si, mãe e esposa. O barracão foi recuperado e limpo; tornou-se um depósito.

Prosperaram. A forja permanecia acesa dia e noite, indispensável para modelar cintas de aço, encurvar tábuas para as paredes dos vasilhames e fabricar cravos para fixação de peças. Aos poucos Seu Sergio e dona Josefina construíram enorme casa com quinze cômodos. Criaram e estudaram seus filhos. Viram-nos partir para outros lugares conforme alcançavam a mocidade. O casarão se esvaziou e trouxe solidão e tristezas. Abatimento difícil de mesurar quando dona Josefina ficou viúva com a morte repentina do marido.

O casarão, sem a tonelaria, sem filhos, sem crianças, com aqueles cômodos fechados, ficou para a moradia de uma senhorinha miúda, triste, de luto fechado. Além da trabalheira para dar conta do lar havia o enorme espaço entre o casarão e a oficina, com poço, tanques, privadas e o alpendre junto ao muro que protegia o forno feito de

EXPEDIENTE

O casarão, tão calado por anos a fio, foi tomado de alaridos e dos risos, das prosas e dos gritos, dos sons de sanfonas e de violões, da chiadeira de panelas ferventes nas cozinhas, das conversas nas filas, no começo das manhãs, para o uso dos dois banheiros existentes ao lado dos tanques. Uma gente alegre habitava o casarão. Pulsava vida. Varais com roupas coloridas como bandeiras a tremular aos ventos. E a cidade, por situar-se no topo da cuesta, venta muito. O casarão serviria de permanência temporária dos inquilinos, pois exceto as muitas crianças, todos os adultos trabalhavam para manter família e aspirar futuro melhor para suas vidas.

Percebam no relato a seguir de como os novos moradores transformaram o modo de vida no casarão da Dona Josefina. Italianos chegados há pouco no Brasil. Descrevo um domingo, e todos os domingos eram assim.

Uê, Paesano, Uê! Paesano. Uê! Uê! Uê! Paesano, Paesano como stá? A alegre canção que cultua emigrantes italianos esparramados pelo mundo, roda no vinil em uma vitrola antiga, com o som, no máximo. Os homens falam alto, riem, têm copos de vinho às mãos. Como

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689 NA

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o bom vinho da distante Sicília se encontra a um oceano a separá-los, valiam-se mesmo, de produto de vinícola de São Roque, no rótulo do garrafão, “Viagem ao Céu”, de teor alcoólico tão alto como a felicidade deles, que vieram de mala-e-cuia para morar, trabalhar, criar filhos e morrer no Brasil, longe de Taranto, de onde partiram um dia para fazer a América, fugindo da crise socioeconômica pela qual a Itália convivia no pós-guerra mundial. Quem viu o filme “Ladrões de Bicicletas”, dirigido por Vitório de Sica, há de se lembrar das cenas que mostram a pobreza e a difícil vida do povo italiano nesse período.

Eu e meu irmão, João, ainda meninos, com minha mãe, viúva há poucos anos, ocupamos três cômodos do casarão. A amizade com os italianos, mesmo com alguma dificuldade de entender a língua, foi imediata.

Nesse domingo dona Pimpinela preparava quitutes deliciosos com temperos próprios do Sul da Itália, no “salto da bota” do desenho do mapa desse país, litoral do Mar Mediterrâneo, província de Taranto, lugar onde se criou o ritmo da tarantela. Ela ordenou ao seu filho, o menino Giacomino, que era um pouco mais novo que nós, chamar a dona Joaquina e seus bambinos. Para quê? Creio que os leitores já adivinharam o motivo. Buscar pão e pizza que ela retirava do forno em meio a um braseiro de calor insuportável, mas muito menor do que o calor humano que essa senhora nos dedicava. Para completar essa amizade, dona Pimpinela queria mais. Fôssemos compadres dela e de seu marido, o senhor Vítor. O meu irmão crismou o Giácomo com as bênçãos de Dom Henrique Golland Trindade, bispo da diocese de Botucatu. Dali em diante só nos tratava de comadre e compadres.

Aos domingos, a comadre preparava diversos discos de massa grossa com coberturas deliciosas, forradas de tomates ou linguiças, sobre muçarela do tipo cáccio-cavalo, queijo que ela mesma fabricava em sua casa. Vale a lembrança: algum tempo depois de sua chegada ao Brasil tinha clientela para queijos, linguiças, temperos e massas de pizza, delícia ainda desconhecida no Brasil. Alcançou sucesso com o negócio, a tal ponto, de o marido desistir do emprego na Malharia Bacchi para auxiliar a esposa nesses afazeres.

Ainda nesse domingo. Suas filhas, as mocinhas Maria e Antonia, substituíram o disco na vitrola por outro que tinha ritmo dançante, pois há pouco chegaram ao lugar seus primos, acompanhados de outros rapazes, brasileiros. Elas torciam por isso, vai ter bailinho. Parecia haver uma festa ali. Os homens agora, enquanto ouviam os discos, bebiam e jogavam cartas, a “béstia”. Seu Vítor, um olho no baralho, outro a cuidar da euforia e o assanhamento das meninas. A tarantela fazia tremer o piso atijolado entre os tanques e o alpendre.

Funiculì, funicular, funiculì, funiculi. Jammo, jammo, incoppa e jammo já.

Dona Josefina apareceu nesse local, amparada pelo filho, que trazia um litro de anisete, licor azulado, feito com sementes de erva-doce, forte, gostoso, ofereceu tragos aos presentes. Diante da aprovação de todos, afirmava: “receita da minha mãe”. As moças abraçaram dona Josefina e deram, com carinho, alguns passos leves da tarantela. A idosa recebeu esta contradança como um presente de seus alegres inquilinos. Saiu com o rosto afogueado e, por isso, as mocinhas receberam reprimendas da mãe. Ela, com os dedos ajuntados, balançava a mão e dizia: “Má quê! Que falta de juízo, querem matar a noninha, é isso?”

tricolor do glorioso Sete de Setembro Futebol Clube. Vinha de chinelão de couro (ainda não havia as havaianas) com o par de chuteiras dependurado no pescoço pelos amarrios. Nesse domingo o jogo foi difícil, o clássico varzeano do Bairro da Estação. Seu time enfrentou o ferrenho adversário, o Esporte Clube Inca, no campo da Vila Antártica. Ele, que não descende de italianos, até se saiu bem na tarantela de braços dados com as duas moças, após se livrar das chuteiras junto ao pé de louro. Agradeceu a gentileza das italianinhas, riu muito e aceitou vinho e anisete. Precisava mesmo disso, depois da tensão do jogo que acabara em empate de dois a dois. Zagueirão vigilante que era, a bola passa, o adversário fica. Risos.

Em dois aposentos, próximos aos tanques, moravam senhor idoso e sua filha moça, surda (e muda). Ele depois de ficar viúvo decidiu pela venda do pequeno sítio, para morar na cidade. A filha, Rita, era artesã. O pai desfiava as taquaras dos bambus e ela trançava as tiras com habilidade para fazer bonitos balaios. Com capim barba-de-bode criava estojos e adornos de mesa. Pai e filha, debruçados na janela, apreciavam a alegre festa à sua frente. Não tardou e dona Pimpinela trouxe para eles, pães e pizzas. Tão boa essa italiana, que ao vender seus produtos culinários, também oferecia os trabalhos manuais da mudinha. Por sinal, foi madrinha de casamento dessa moça. Mais à frente, volto nesse assunto.

Giacomino criava um pintassilgo na gaiola dependurada no alto do muro do alpendre, proteção para evitar a cobiça de gatos que rondavam o local. O passarinho trinava maviosamente. Seu canto recebia elogios. O Seu Vítor obrigou o filho a doar a ave ao tio Giovani, morador na rua do caminho que se chega ao Lajeado (bairro), longe dali. Seu Vítor percebia a tristeza do velho quando a ave amarelinha, de cabecinha preta, punha-se a chilrear. Deduzia que o pai da surda sofria muito, por sua filha não ter o privilégio de ouvir canto tão lindo.

Com o decorrer dos tempos...

Os italianos mudaram para São Paulo. Renato removeu-se para outra cidade. Minha mãe tomou alugada uma casa maior e mais perto do seu serviço, o Dispensário de Tuberculose, da Secretaria da Saúde. Soubemos dos falecimentos de dona Josefina e do Seu Gregório, pai da mudinha. Ela foi morar com uma tia no Largo da Igreja do Menino Deus, no Bairro Alto. E o destino trouxe-lhe a felicidade. Bem em frente da igrejinha havia uma sapataria (consertos), cujo dono era um moço, também, surdo e mudo. Deu certo o namoro: casaram-se e tiveram dois filhos, um casal. Sem as deficiências dos pais.

Renato Bicudo devia ter uns trinta anos, alugara apenas um quarto para si. Não sei o motivo de mudar-se para lá. Talvez tenha se separado da mulher. Neste domingo, pouco depois do meio-dia, ele abre o portão e entra no recinto da festa. Não tem como se desviar do caminho até sua casa. Acanhado, arruma-se no que é possível e passa as mãos na cabeleira eriçada. Suado, veste a camiseta

No mês passado estive na Vila dos Lavradores e revi o casarão. Resiste ao tempo com outra finalidade. É ponto comercial dividido em três lojas. A rua toda, que no passado havia somente dois imóveis, digamos assim, comerciais, a tonelaria e uma agência dos Correios, hoje, grande parte do casario se reveste de pontos mercantis bem movimentados. No dia que lá estive foi difícil encontrar vaga para estacionar o meu carro. Já existem pinturas de faixas no asfalto, preparadas para futura aplicação de zona-azul.

A tonelaria... Adeus! As canções italianas... Adeus! Os pães e as pizzas... Adeus. A Alegria... Adeus. O forno e as danças e os vinhos e os queijos... Adeus! Minha mãe e meu irmão estão ao lado de Deus. Oro por eles e lhes peço proteção. Quando cheguei ao fim desta crônica chorei de saudades dessas pessoas com as quais convivi época muito alegre da minha vida. Rememorei como era o rosto de cada um deles e todos, nessas lembranças, ostentavam risos de felicidades. O loureiro ainda está lá, arqueado como eu. Velho amigo que sobra depenado, exalando cheirinho de comida gostosa.

IBB da Unesp de Botucatu tem 5 pesquisadores entre cientistas mais influentes do mundo

O Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) da Unesp – Câmpus de Botucatu tem 5 pesquisadores entre os 2% mais influentes do mundo em suas áreas, de acordo com dados publicados em setembro de 2024 pela Universidade de Stanford. A pesquisa utiliza um banco de dados da Elsevier, que considera toda a carreira acadêmica dos pesquisadores ou somente as citações publicadas em 2023.

Classificação

O levantamento considera duas categorias de avaliação: citações feitas pelo pesquisador ao longo de toda a carreira, e pesquisador com mais citações publicadas em 2023. Nos dados divulgados da primeira categoria, dos 217.097 pesquisadores com destaque mundial, 1.077 são brasileiros, com nomes citados por pesquisas realizadas durante toda a carreira acadêmica. Entre eles, 49 são pesquisadores da Unesp e 5 deles são docentes do IBB.

Alessandro Francisco Talamini do Amarante, professor do Departamento de Biodiversidade e Bioestatística; Clelia Akiko Hiruma Lima, professora do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional; Fausto Foresti, docente do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional e Professor Emérito em 2016; José Mauricio Sforcin, professor do Departamento de Ciências Químicas e Biológicas; e Luiz Claudio Di Stasi, professor do Departamento de Biofísica e Farmacologia.

Para o vice-diretor do IBB, professor Willian Fernando Zambuzzi, o resultado da pesquisa reafirma o compromisso dos docentes não apenas com o IBB, mas também com a pesquisa e a ciência na totalidade. “Ver cinco dos nossos pesquisadores do IBB entre os 2% mais influentes do mundo em suas áreas, segundo o levantamento da Universidade de Stanford, é motivo de grande orgulho. Esse reconhecimento internacional vai além de destacar

a dedicação e competência desses professores; ele reafirma a relevância global do trabalho que realizamos no IBB e que nossas práticas científicas ultrapassam fronteiras e têm um impacto direto no avanço do conhecimento científico em áreas essenciais, sobretudo a partir de uma perspective histórica em suas carreiras”, afirmou.

Na segunda categoria da pesquisa, na qual foi avaliada a relevância dos pesquisadores mundiais mais citados em 2023, dentre os 223.152 pesquisadores congratulados, 1.340 são brasileiros e 3 são docentes do IBB: os professores Alessandro Francisco Talamini do Amarante, José Maurício Sforcin e Luiz Claudio Di Stasi.

Forma de avaliação dos pesquisadores

De acordo com a classificação padrão Science-Metrix, os pesquisadores premiados nesta pesquisa são avaliados em 22 campos científicos e 174 subcampos. Este processo de avaliação resulta em uma extensa lista de pesquisadores, enumerando apenas os 100 mil melhores cientistas do mundo, com base em pontuação, com ou sem autocitações, e um percentual de classificação de 2%, ou superior, em suas subáreas.

Os pesquisadores do IBB alcançaram destaque em 3 áreas diferentes, sendo elas Parasitologia, Biologia e Química Medicinal e Biomoléculas. “Essa conquista é uma evidência clara do nosso compromisso contínuo com a inovação e da importância de uma universidade pública de excelência. Esses docentes do IBB não são apenas referências acadêmicas, são exemplos de como a ciência pode transformar realidades e inspirar as próximas gerações de cientistas em território nacional, com trabalho sério, honesto e de relevância. Parabéns a todos pela conquista, que nos impulsiona a continuar inovando sempre e fazendo a diferença para um futuro melhor”, completa o vice-diretor do IBB, Willian. (Acontece Botucatu)

Foto André Godinho

ARTIGO

"Pensar

é transgredir"

Você vai se surpreender, dizia o visionário pastor, olhos arregalados e dedo em riste, depois deste domingo, nada mais será o mesmo!

Ele parecia em transe

Dizia algumas palavras estranhas, desconexas para o nosso entendimento

Creio que falava em outros idiomas...

Parecia a Torre de Babel

E prosseguiu em altos brados: marque estas datas que vou falar

Vou repetir muito até gravar em seus cérebros , predizia o profeta angolano no seu português de Cascais

Dou prazo até este domingo para que se concretize o sonho profético que tive

Você verá o que o Senhor Deus mandou-me dizer!

Deus vai agir no Brasil, na França e nos Estados Unidos! Estes três países vão sofrer as consequências dos atos dos seus governantes

Será tremendo! Preparem-se! ( bradava esbugalhando ainda mais os olhos )

O mundo não será mais o mesmo!

Quantas vezes na vida já vimos ou ouvimos isso?

Lembrou ano 2000

Na virada do ano não teríamos o amanhã!

Não queríamos dormir pois, não acordariamos

E veio 2001 e aí continuamos vivendo por tantos anos adiante

Hoje li algo sobre os idos do meu ginasial, dos conhecidos bancos da meiga escola

Ele se referia a um professor de português que chegou a revolucionar o ensino e as nossas vidas

Curiosamente falou sobre um colega que por ordem desse professor acabou decorando "Os Lusíadas " de Camões para recitá-lo em sala de aula

Esse rapaz nunca mais foi o mesmo

Os comentários da época diziam que tinha surtado ao estudar muito para o vestibular

E ele arrematou em saudoso comentário e sabedoria que os anos lhe acrescantaram: "ninguém mais foi o mesmo"

Tenho mesmo que concordar: nunca mais fomos os mesmos...

Roberto Carlos, o rei, já dizia nas suas canções românticas e tantos outros poetas que surgiram: o tempo não para Passamos por tantas mudanças, tanto boas como ruins, mas sempre seguimos

em frente

Tiramos dessas mudanças as lições para a vida e nos adaptamos para melhor vivermos.

Aprendemos com elas

Administramos lucros e perdas como vieram e continuam vindo e vem todos os dias

Aprendemos tanto com esse polêmico professor.

Nos inspirou ao conhecimento, nos levou á modernidade Lembrei do Concurso de Jograis que fez e que participamos com a poesia do querido poeta Carlos Drummond de Andrade, " E agora José?

Tive uma pequena participação nessa apresentação histórica ali no Salão Nobre do amado EECA

Comemora-se neste 31/10 , o Dia da Poesia e, que não por mero acaso, nasceu o nosso grande poeta. Minhas homenagens a ele!!!

Aos 31.10.1902 nascia Carlos Drumond de Andrade em Itabira- MG.

Justo no Dia Nacional da Poesia

"Mundo, mundo, vasto mundo

Se eu me chamasse Raimundo

Seria uma rima , não seria uma solução. Mundo, mundo, vasto mundo Mais vasto é meu coração. "

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