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“Os livros não mudam o mundo quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas” Mario Quintana

Todo ano, sem falhar, a APEB – ASSOCIAÇÃO DOS POETAS E ESCRITORES DE BOTUCATU organiza e lança uma Coletânea de Autores de Botucatu e Região, com textos em Prosa e Versos. Agora, a Coletânea da APEB 2024.

Sempre sob o comando entusiasta de sua Presidente JENIFER DE ALMEIDA DONIDA, a APEB lança seu 28º livro!

PARABÉNS APEB! PARABÉNS BOTUCATU!

PREFÁCIO

Estive presente na data de inauguração da APEB

Membro Efetivo da Academia Botucatuense de Letras

Formada em Pedagogia, Letras e Psicopedagogia

Quanta alegria ao receber essa doce e indescritível missão: prefaciar a Coletânea Literária que comemora os 32 anos da APEB –Associação dos Poetas e Escritores de Botucatu!

Não são todas as instituições ou grupos que duram mais de três décadas! Nos tempos atuais, até mesmo nos surpreendemos com matrimônios que completam suas bodas de prata ou parcerias que alcançam seus 20 anos...

Nos acostumamos, mais e mais, infelizmente, com aquilo que é efêmero. Muitas vezes em nossas vidas, amizades salutares ficaram nos recônditos de outrora, olvidadas por motivos múltiplos, seja a falta de tempo, a necessidade constante do “ganha pão” ou mesmo pelas “maravilhas” que esse mundo globalizado e conturbado nos apresenta, descomedidamente. O mesmo ocorre com passatempos que deixamos para trás. Com grupos que freqüentamos um dia e até mesmo, com hábitos que nos eram caros.

Vivemos num mundo onde descartamos facilmente aquilo que consideramos que não nos são mais úteis. Descartamos roupas, sapatos e acessórios. Descartamos móveis, utensílios e adereços. Descartamos livros, quadros e presentes que nos foram dados com tanta afeição. Descartamos atenção, carinho e amor verdadeiro. Às vezes, descartamos pessoas, famílias e até mesmo Deus! E somos, muitas vezes, descartados também.

Vemos pessoas usarem as outras, sem compaixão e, quando nada mais tem para sugar, buscarem outras, para saciar seus instintos primitivos e vampirescos de mais e mais obterem, dos seus irmãos em humanidade, a última gota de suas forças, em prol de um egoísmo doentio, que ignora o que vem a ser o princípio da coletividade, a empatia ou o amor fraternal.

Epílogo

Para que essa Coletânea Literária chegasse ao final, foi preciso muita dedicação a altura de cada um dos trabalhos. Tudo começou muito antes, com o planejamento, solicitando os textos, organizando, separando fotos para ilustrar, revisão, imaginando em como seria o dia do lançamento e por fim o livro pronto...

Tudo para que cada texto ficasse registrado, era um pedaço de cada que compartilhou do seu tempo, seus pensamentos e agora ficaram imortalizados, rompendo até o tempo.

Cada um doou um pouco de si para que final se formasse essa obra... nascia a “Coletanea Literária 2024”, e comemora os 32 anos da APEB.

Como todo fim é um novo recomeço, com todas as emoções vivenciadas nas páginas que percorremos, já estamos pensando no próximo título da nossa história... é o que ossa dá asas para que

Nesse contexto da pós-modernidade, no Terceiro Milênio, em pleno 2024, encontramos uma Associação, na mística e especial cidade de Botucatu, que publica anualmente a sua Coletânea, onde o foco é a Literatura, trazendo poemas, contos, crônicas, trovas e muita arte! E nesse grupo, repleto de escritores muito talentosos, temos como especial regente, nossa amiga e parceira cultural Jenifer de Almeida Donida, que, com energia, foco, força, espiritualidade, sabedoria, intuição e fé, vem mantendo, há décadas, a APEB unida, produtiva, rumo ao porvir, espalhando não só nos rincões botucatuenses, mas por toda parte, o amor pelas letras e o respeito para com seus pares, agindo para um mundo melhor, mais fraterno, mas poético...

Nesta edição podemos ter mais esperança no futuro, com tantas crianças já despertando para a escrita, mostrando ao mundo seus versos que, embora iniciantes, espargem amor!

Temos um desfile de escritores das mais distintas profissões e áreas do conhecimento humano, trazendo, cada um de uma maneira única, seus recados para você, amigo leitor, amiga leitora, que poderá desfrutar em breve desse acervo de criatividade e de vida!

Não trarei nesse singelo prefácio quaisquer citações que indiquem em pormenores o que você lerá, apenas posso garantir que a leitura será mágica, repleta de ternura, com momentos de grande emoção e que, certamente, você, assim como eu, se transformará após essa leitura, levando na sua bagagem interior mais conhecimentos e muitos amigos escritores que, nesta coletânea, dividiram um pouco mais de suas próprias vivências e, porque não dizer, de suas próprias vidas, com você! Vamos trilhar pelas páginas de sonhos e sonhar com elas!

Paz e luz a todos!

CARMEM LÚCIA EBÚRNEO DA SILVA

nossa imaginação possa ir mais longe, assim como foi do colibri da capa dessa edição... pousando de flor em flor, dançando no ar, levando o seu colorido para que todos possam apreciar.

Que venham novos tempos, novas histórias, que nosso pensamento voem longe para que nossa vida seja vivida intensamente.

EDIL GOMES

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço

AUTORES DA COLETÂNEA DE 2024

Andre Renato Barretto

Adriana Alves Vigliazzi

Alessandra Lucchesi de Oliveira

Alice Cristina Fernandes

Ana Maria Leonel Raduan

Anete Simões

Antonio Carlos da Costa

Antonio Luiz Caldas Junior

Antonio Onivaldo de Souza

Braz Titon

Camila Soller

Carmen Cristal

Carmem Lúcia Ebúrneo da Silva

Carmen Sílvia Martin Guimarães

Cinira de Paula

Cirley Pereira Medina

Cláudio Francisco Rubio

Conceição Aparecida Soller

Cris Cury

Davenil Augusto Magri

Durcelei Gerim de Menezes da Silva (in memoriam)

Edil Gomes

Eduardo Orozco Ruiz Ritz

Eleonete Suely Vidotto Bassetto

Emmanuel Xavier Peralta de Moraes Pimenta

Evangelina Maria Ávila (Vanju)

Grazielly Vitória da Silva Souza Michelin

Ian Albano Ricardo

Jeni Antunes da Silva

Jenifer Almeida Donida

José Augusto de Oliveira

José Carlos Di Francesco

Júlia Alves de Arruda

José Luiz Mariano de Oliveira (Zezo)

Júlia Helena Rodrigues

Junior Cury

Lívia Rosa de Arruda

Luana Luiza Alonso Milanesi

Luiz Antonio Cardoso

Maria Cecilia Leme Barretto

Maria de Lourdes Camilo Souza

Maria Inez Forti Bassetto

Maria Lúcia Dal Farra

Maria Olga de Oliveira Lima

Marília de Souza

Marilva de Oliveira Viadana

Marinez Stringuetta – Mara Poeta (in memorian)

Marta Valéria Clementino Stradiotti

Nelson Maria Brechó da Silva

Nicole Borges Garcia

Nilza Stringhetta Rossi

Nora Santos

Odete Kahil

Quico Cuter

Raquel Estefania Stringheta de Souza

Roberta Sogayar

Roque Roberto Pires de Carvalho

Tais Donida

Tatiane Cristina Raimundo

Tatinha Bassoli

Victória de Oliveira Tramonte

“Cápsula do tempo”

MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA

Fizeram uma nova cápsula do tempo.

Juntaram todas as memórias: as doces e as amargas.

Colocaram todas as fotos, recortes de jornais e revistas, livros, cartas, descobertas, num pequeno receptáculo e o enterraram num buraco negro do tempo.

Marcaram uma data 50 anos depois para reabrir o buraco e retirar a pequena cápsula, na época chamava-se pen-drive.

E foram rever todas aquelas memórias projetadas num telão.

Marcaram um encontro numa sala especial, como as antigas salas de cinema.

Fizeram muita propaganda do momento histórico.

Vieram alguns remanescentes daquele tempo e seus descendentes.

Dentre eles estava um casal octogenário que tinha vivido intensamente aqueles dias.

Vieram seus filhos, netos e bisnetos e ruidosamente foram lotando a sala de projeção.

Na hora combinada um apresentador que tinha filmado e retirada da cápsula do buraco negro fez a apresentação emocionado e deu início a projeção, após o público ovacioná-lo alguns minutos com muitas palmas.

Fez-se um silêncio sepulcral na sala, quando começaram a surgir as cenas.

Entre lágrimas e sorrisos foram assistindo as cenas de sua vida passada no telão.

Sorriam enlevados nos momentos doces e colhiam uma lágrima furtiva que corria quente pelos seus rostos entre suspiros, se entreolhando as vezes e comentando : você se lembra disso?

Os mais jovens se reviam nas faces jovens de seus ancestrais e riam das antigas situações, roupas de época e comportamentos.

Os mais antigos rememoravam saudosos o nascimento de um filho, suas lutas diárias, suas pequenas conquistas.

As situações mais gostosas eram os encontros com amigos e famílias no entorno de uma mesa repleta de alimentos, doces e bebidas e brindavam felizes.

Os momentos amargos passaram quase que despercebidos, mas deixaram lições importantes, muitos engoliram em seco ao passar por eles.

E levantaram as frontes altivos, pois seguiram seu caminho mais sábios.

Ao término da sessão saíram entre encantados e falantes rememorando cada segundo pensando : eu vivi tudo isso e aprendi muito, ainda estou aqui.

O que me espera o futuro?

Sobre os momentos duros, perdas e aflições ninguém falava.

Ficaram mais momentos felizes que dores e penas.

O tempo passou inexorável por todos.

Muitos deles sairam para comemorar a vida, e fechar a noite com mais um momento saboroso e doce.

Pois sempre tem uma sobremesa no final!

Dessa minha cápsula do tempo, relembro as visitas na casa da querida Nilze e Dr. Noé, onde sempre tinha mesa arrumada com bolos, pudins, brigadeirões, refrigerantes, amigos, filhos, netos e o principal amor e a alegria dos encontros.

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