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Diário da Cuesta

CONDE DE SERRA NEGRA

O Maior Produtor de Café do Brasil na Monarquia e na 1ª República. página 4

Foto Histórica: sentados da esquerda para a direita, o Conde de Serra Negra e seu pai, o Barão de Serra Negra, ladeados pelos outros filhos do Barão

As estátuas do portão dos serviçais da Casa do Conde de Serra Negra em Vitoriana, representam os continentes: África e Ásia. No portão dos Convidados e autoridades as estátuas eram: Europa e América, foram arrancadas. Vieram da cidade do Porto/ Portugal. (Grupo Aventureiros do Túnel)

A famosa Fazenda do Conde de Serra Negra sendo visitada pelos integrantes do "Grupo Papa Trilhas" e, em segundo momento já sendo restaurada pela Usina São Manuel, atual proprietária. Este último registro feito por mim, pelo Valdemar Juliani e pelo Antoninho Sanches (Grupo Papa Trilhas) que também estiveram na visita anterior.

Botucatu está passando muito mal com a irregular atuação da CPFL. Lembro sempre o conceito de excelência que gozava essa empresa de energia elétrica : diziase que nas Usinas da CPFL não se encontrava um cisco no chão... Das 3 empresas paulistas (CESP e ELETROPAULO ) a CPFL era considerada empresa modelo! E veio a privatização sem controle de qualidade...

Quem comprou teve a cobertura financeira do BNDES e, tomando posse, vendeu os ativos imobilizados, os bens patrimoniais da empresa. Aqui em Botucatu, a empresa tinha sede na Cardoso de Almeida e outros prédios na cidade, além de todo um quarteirão nas proximidades da SABESP. Pois é ... Depois veio a empresa CHINESA , sim senhor, CHINESA... E os botucatuenses tem dificuldade para o atendimento de seus problemas com a CPFL... E falta luz E a demora para ser restabelecida Pô, temos que gritar com voz forte e exigir uma prestação de serviços de nível . Outro dia, houve queda de energia e foram quase 14 horas para ser restabelecida ... Tá certo isso, Arnaldo?!?

E é bom que Botucatu tenha

pleno conhecimento do que estão fazendo com as suas conquistas: a Família Cardoso de Almeida , tendo a frente o Deputado Federal José (Juca) Cardoso de Almeida fundou, em 1905 , a Cia de Força e Luz de Botucatu . Para esse grande e ousado empreendimento, trouxeram o Engenheiro Manfredo Antonio da Costa, formado pela Escola Politécnica , carioca que havia iniciado sua vida profissional na EFS – Estrada de Ferro Sorocabana para a direção da empresa. Exercia a Intendência Municipal , o Cel. Antônio Cardoso do Amaral (Nenê Cardoso) , irmão do Deputado Cardoso de Almeida, Chefe Político do PRP. A inauguração festiva ocorreu em 1907.

Esse mesmo grupo, a partir de Campinas , fundou a CPFL , em 1912, que teve a Cia de Força e Luz de Botucatu como a empresa base na constituição da Paulista de Força e Luz. Nesse empreendimento, novamente à frente o Dr. Cardoso de Almeida e, no comando técnico, o Engenheiro Manfredo Costa... E de empresa modelo, a CPFL está a desejar... Vamos reagir?!? Com vontade política, vamos mudar isso?!? A DIREÇÃO.

MANFREDO COSTA E A INAUGURAÇÃO DA CIA DE FORÇA E LUZ DE BOTUCATU

CONDE DE SERRA NEGRA

Maior Produtor de Café do Brasil na Monarquia e na República!

O Conde de Serra Negra, tinha “status” e poderio econômico: tinha 15 fazendas de café no Estado de São Paulo e no Rio de Janeiro. De tradicional família paulista, era filho do Barão de Serra Negra que além de grande proprietário rural e produtor de café, era Presidente do Banco de Piracicaba, por ele fundado e benemérito da Santa Casa de Misericórdia, tendo até um bairro (Bairro de Serra Negra) em homenagem à família.

O Conde de Serra Negra era genro do Barão de Valença (da família Resende) um dos maiores produtores de café do Estado do Rio de Janeiro. Dessa forma, o Conde tinha mais de 2 milhões de pés de café em suas fazendas no Estado de São Paulo e nas fazendas da família no Rio de Janeiro atingia o total de mais de 4 milhões de pés de café. Era o maior produtor e exportador de café do Brasil.

Tinha em Paris, além de sua suntuosa mansão, uma moderna torrefação com depósito e distribuição do produto na França e nos países da Europa.

O Conde passava seis meses

na Europa e seis meses no Brasil, visitando suas propriedades, enquanto a Condessa cumpria as suas obrigações sociais e assistenciais na Corte, no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde a família convivia com o Poder Político e com os grandes financistas paulistas. No ano de 1887, o Conde de Serra Negra mantivera seguidos contatos com o Barão de Parnaíba, Presidente (governador) da Província Paulista, obtendo a promulgação da Lei que autorizava a extensão do traçado da SOROCABANA (Lei nº 25, de 19/03/1887), até Botucatu e São Manuel...

A visão de Estadista do Conde de Serra Negra, alertou o mundo oficial brasileiro para a crise do café. Antes de 1910, o Brasil começara a acusar um descontrole em sua política cafeeira, com os portos estocando cada vez mais o excedente da produção, processo que iria culminar com a crise de 1929/30. Era o fantasma da superprodução provocando o declínio dos preços e a triste realidade dos estoques encalhados de café...

E o poderio econômico do Conde começava a ser implacavelmente minado... Uma a uma as fazendas iam se acabando no acerto inadiável dos débitos assumidos e sempre honrados. Uma das últimas foi a Fazenda do Conde Serra Negra, no Distrito de Vitoriana, no município de Botucatu...Essa última perda não foi presenciada pelo Conde.

Ainda bem...

O PERFIL MÁGICO DO CONDE!

Assim, o Conde de Serra Negra, sempre sem qualquer vínculo com o mundo político oficial, continuou a “acompanhar” o crescimento de Botucatu e a evolução de sua gente: esteve com o Monsenhor Ferrari em Roma batalhando pela criação da DIOCESE DE BOTUCATU, concretizada em 1908. O Monsenhor Ferrari, grande batalhador, foi o idealizador e responsável pela criação da Diocese de Botucatu.

O Conde tinha uma amizade sincera com o comerciante português Antonio Cardoso de Almeida. Pois bem, essa amizade

iria levar o Conde a uma série de novas amizades, todas elas ligadas por parentesco com o chefe do clã dos Cardoso de Almeida. Assim, foi com o Monsenhor Ferrari que era cunhado de Dona Alcinda Cardoso de Almeida Ferrari. E Estevam Ferrari e Dona Alcinda tiveram um filho, Alcides de Almeida Ferrari que se formou advogado na São Francisco, tendo sido vereador e promotor em Botucatu, ingressando posteriormente na Magistratura onde chegou a Desembargador e Presidente do Tribunal de Justiça do Estado.

Majestoso portão de entrada, encimado pelas estátuas das estações do tempo (Botucatur).
A famosa Fazenda do Conde de Serra Negra sendo visitada pelos integrantes do “Grupo Papa Trilhas” e, em um segundo momento, já sendo restaurada pela Usina São Manuel, atual proprietária. Este último registro feito por mim, pelo Valdemar Juliani e pelo Antoninho Sanches (Grupo Papa Trilhas) que também estiveram na visita anterior.

LAWRENCE DA ARÁBIA

O Conde de Serra Negra vinha de família tradicional dePiracicaba. Seu pai, o Barão de Serra Negra, era importante cafeicultor e empreendedor naquele município, tendo sido o fundador do Banco de Piracicaba e da Santa Casa de Misericórdia, sendo certo que era quem hospedava a família imperial brasileira quando em visita à região. O Conde de Serra Negra tinha mais de 15 fazendas de café. Mas em uma delas ocorreria um caso de amor que ficaria registrado para sempre...

Desde muito antes de 1886, em Londres, o Conde e a Condessa de Serra Negra tiveram muitos encontros e jantares que contaram com a presença de uma bela jovem da nobreza inglesa. Os contatos eram sociais e até formais, mas desde a primeira vez o Conde sentira naquela jovem de pele tão alva e tão delicada uma atração que mexia fundo em seus sentimentos. Em 1886 e 1887, o Condeviajara sozinho à Inglaterra, eis que a Condessa ficara, nas duas ocasiões, com os filhos em Paris, onde a família tinha belíssima mansão

Em 1888, a presença do Conde na sede da fazenda chamara a atenção dos moradores da região. A curiosidade cabocla

aumentava quando se sabia da presença, já por 3 meses, de uma jovem nobre inglesa e de sua dama de companhia. Que era parto anunciado da inglesinhatodos já sabiam... Mas a ausência da Condessa de Serra Negra, sempre presente nas visitas do marido, era estranha, muito estranha... O evento ficou registrado. O nascimento, cercado de toda a pompa, foi muito comentado. A jovem inglesinha ainda permaneceria por mais 2 meses na fazenda, partindo em seguida para o velho mundo, levando as imagens gravadas de um país diferente, de uma gente diferente da sua, mas que lhe deixaram marcada a mais sublime experiência feminina: a maternidade.

O que teria ocorrido...O possível caso de amor, o auxílio à amada, a travessia do Atlântico, o abrigo discreto para não chocar a rígida moral da corte inglesa, o surgimento do “menino” somente depois de preparada e muito bem preparada a situação, o segredo sempre guardado, o acompanhamento à distância com olhos de admiração e coração fraterno, a consagração do Grande Herói, a trajetória empreendida por LAWRENCE DA ARÁBIA, orgulho do IMPÉRIO BRITÂNICO, exemplo da luta contra a opressão...modestamente a história de um brasileiro nascido na Serra (Cuesta) de Botucatu... Verdade ou lenda?!?

Segredo guardado e bem guardado ou sonho “botucudo” surgido antes da virada do século retrasado?!?

Mas fica - com certeza! - a imagem positiva e heróica deLawrence da Arábia:

um brasileiro nascido na Serra (Cuesta) de Botucatu.

A Fazenda do Conde de Serra Negra, localizada noDistrito de Vitoriana e a Fazenda do Lageado, pertencente ao irmão do Conde, Dr. João Batista da Rocha Conceição, constituiam importantes fontes produtoras de café: o Conde de Serra Negra, com suas fazendas no Estado de São Paulo e no Estado do Rio de Janeiro era, nos séculos XIX e XX, o maior produtor mundial de café, tendo inclusive uma torrefação de café e uma distribuidora do produto em Paris (França).

Comentários/Registro Histórico:

1)”O “Lawrence” é material para novela. Que história mais fantástica...”

Alcides Nogueira, escritor e dramaturgo (19/01/2000);

2) «Há décadas cheguei a esboçar um romance “A Fazenda” que não sendo a do Conde seria aquela. O antigo editor Diaulas Riedel, menino-jovem passou ali férias de verão e com entusiasmo e minúcias, descreve-a. A Condessa, idosa, mantinha quiosque no Boi de Bologne no qual, no inverno, oferecia café brasileiro. De certo, da fazenda. Imagine escravos abrindo picada do Porto Martins a fazenda, veludos italianos, mudas de pinho de Riga, piano alemão para a casa sede. Boa tarefa será um volume - elaborado sem pressa - para a tal casa, a mais importante da região. Abraço, obrigado

Hernâni Donato, escritor e historiador (20/01/2000).”

LEITURA DINÂMICA

1– Lawrence da Arábia conseguiu unificar as tribos árabes. Liderou-os pessoalmente, vestiu-se como eles, viveu como eles, foi seviciado barbaramente pelos turcos, enfrentou desafios inimagináveis e os venceu. Virou Herói Mundial. Seu ideal para a Nação Árabe, no entanto, não conseguiu motivar as grandes Nações vitoriosas. Nem os Estados Unidos, nem a Inglaterra estavam tão preocupados com a independência árabe a ponto de esquecerem o mar subterrâneo de petróleo que existia nas terras a serem entregues aos árabes Nem o futuro Rei Faiçal queria uma independência maior do que a formal dependência das grandes Nações Os dirigentes das grandes Nações e os líderes árabes se compuseram facilmente e o descarte milionário daquele que conseguira a unificação e a vitória árabe era conveniente a todos...

2– Foto original de Lawrence da Arábia e foto do Colégio de Oxford onde ele estudou na Inglaterra. De ascendência nobre, loiro, Lawrence passara toda a sua infância e adolescência buscando respostas para a sua origem: sua mãe nunca lhe dera a necessária segurança de quem era seu pai. Sempre ouvira o comentário de que Thomaz Chapmam, amigo da casa e também ele de ascendência nobre, seria seu pai, apenas não acontecera o casamento por questões menores... Será? Nunca vira no relacionamento de sua mãe e Mr. Thomaz qualquer resquício de amor : eram apenas e tão somente muito bons amigos, só amigos, sempre amigos... Tão amigos eram que Mr. Thomaz, solteirão inveterado, deixava que o “boato” corresse solto na rígida sociedade inglesa do início do século. Foto original de Lawrence da Arábia e foto do Colégio de Oxford onde ele estudou na Inglaterra.

3

– O filme LAWRENCE DA ARÁBIA foi o grande sucesso cinematográfico do Século XX. Vencedor de 7 Oscar. Consagrou a carreira de Peter O’Tolle

4

– Ilustrações do Prof. Vinício Aloise sobre os domínios do Conde de Serra Negra, a chegada da Estrada de Ferro Sorocabana - EFS, o Dr. Costa Leite de trole e as paisagens da Vila de Vitória (Vitoriana).

5

– O Conde de Serra Negra era filho do Barão de Serra Negra e genro do Barão de Valença (um dos maiores cafeicultores do Estado do Rio de Janeiro e do Vale do Paraíba), sendo que seu irmão, Dr João Batista da Rocha Conceição, permaneceu proprietário da Fazenda Nazareth – sede da família do Barão em Piracicaba -, constando que o mesmo também tivera propriedade no município de Botucatu ( as Fazendas Lageado e Edgardia, chegaram a ter mais de 1 milhão de pés de café). Em Piracicaba (Villa da Constituição), a família do Barão de Serra Negra tinha “status” e poderio econômico: além de grande proprietário rural e produtor de café, o Barão era presidente do Banco de Piracicaba e grande benemérito. Até um Bairro Serra Negra havia em homenagem à família. Fotos da Fazenda Nazareth (Piracicaba )

– Lawrence era apaixonado um por motos... “E a moto desenvolvia alta velocidade na estreita e tortuosa estradinha rural. O vento lhe açoitava o rosto, mas ele mantinha a visão nítida graças aos óculos protetores que usava... Lawrence era apenas um homem comum correndo de moto, numa estrada comum, como comumente ocorre em tantas e tantas pequenas e comuns cidades de tantos países E acelerava a moto, mais e mais, sem ver, antes da curva, os dois ciclistas que vinham ou entravam em sua mão de direção. Procurou desviar, inútil...”

– O “Aventureiro do Túnel”, Zé Basseto, encontrou o túmulo do botucatuense Lawrence da Arábia, no Cemitério de Moreton –perto do Rio Frome/Dorset/Inglaterra.

Momentos Felizes

FLORES DA PRIMAVERA, FLORES DO VERÃO

Esta árvore, esta Lágrima-de-Cristo que eu mesmo plantei. Verde chama que foi crescendo, primavera sobre primavera, e que neste momento cobre com sua farta e acolhedora copa trespassada da luz matinal a minha casa, quase deserta, e é o sustento maior e melhor das minhas reflexões.

Qualquer dos seus ramos florescem na primavera e verão, sempre em cachos e cada uma de suas flores com as cores branca, vermelha e predominância da cor lilás. Olhar para elas é fonte de inspiração e amor. Olhando para a sua exuberante folhagem, é possível enxergar lá no alto uma cestinha, leve como fios de algodão, berçário e ninho de um beija-flor.

sei se tem lembranças de mim. Tenho a impressão de que é outra. Durante o tempo em que cheguei a esquecê-la, como se não existisse, a primavera ia formando-a, anos após anos, à sua vontade, independente do meu consentimento.

Hoje também ela nada me diz. Flores silenciosas, sabem que foram plantadas por mim e assim, retribuem com sua fascinante beleza!

As flores são lindas, graciosas, delicadas! Hoje, domina todo o canteiro. Como cresceu! Nem

Qualquer árvore, qualquer folha que acariciamos pela primeira vez, nos enche de sentido o coração. Uma árvore que amamos tanto e tanto conhecemos, não nos fala nada, agora que estou em sua presença. Não, já não posso olhar, neste instante em que a Lágrima-de-Cristo se confunde com o ocaso. Ramos graciosos inspiram e estimulam o pensamento na claridade que se esconde sob a sua fronde.

E aqui vivendo com um tênue desejo de solidão, sob sua ramagem fresca e perfumada sinto-me bem para continuar caminhando...

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