Diário da Cuesta
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Clarice Lispector, nascida Chaya Pinkhasivna Lispector, foi uma escritora e jornalista brasileira nascida na Ucrânia. Autora de romances, contos, e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do Século XX e a maior escritora judia desde Franz Kafka.( Wikipédia). Nascimento: 10 de dezembro de 1920, Chechelnyk, Ucrânia. Falecimento: 9 de dezembro de 1977, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Página 2
“Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada”.
A escritora ucraniana naturalizada brasileira Clarice Lispector faria hoje 100 anos. Clarice morreu no dia 9 de dezembro de 1977, aos 57 anos, vítima de um câncer nos ovários.
Clarice é considerada uma das maiores escritoras brasileiras do Século XX e, ao longo de sua vida, escreveu romances, contos e ensaios.
Um dos seus livros mais célebres é “A hora da estrela”, obra sempre presente em vestibulares e que conta o trágico cotidiano de uma retirante.
Um dos seus livros mais célebres é “A hora da estrela”, obra sempre presente em vestibulares e que conta o trágico cotidiano de uma retirante nordestina em uma grande cidade.
Primeiro livro
Em 1944, Clarice publica seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem, que retrata uma visão interiorizada do mundo da adolescência e que abriu uma nova tendência na literatura brasileira.
O romance provocou verdadeiro espanto na crítica e no público da época. Sua narrativa quebra a sequência de começo, meio e fim, assim como a ordem cronológica, e funde a prosa à poesia.
A obra Perto do Coração Selvagem teve calorosa acolhida da crítica e, no mesmo ano, recebeu o Prêmio Graça Aranha. Viagens e novas publicações
Ainda em 1944, Clarice Lispector acompanhou seu marido, Maury Gurgel Valente – diplomata de carreira, em viagens fora do Brasil. Sua primeira viagem foi para Nápoles, na Itália. Com a Europa em guerra, Clarice ingressou, como voluntária, na equipe de assistentes de enfermagem do hospital da Força Expedicionária Brasileira.
Em 1946, morando em Berna, Suíça, publicou O Lustre. Em 1949 publica A Cidade Sitiada. Nesse mesmo ano, nasceu seu primeiro filho, Pedro. Dedicou-se a escrever contos e em 1952 publica Alguns Contos. Depois de seis meses na Inglaterra, em 1954 foi para Washington, Estados Unidos, onde nasce seu segundo filho, Paulo. Nesse mesmo ano, seu livro Perto do Coração é publicado em francês Jornalismo e Literatura Infantil
Clarice passou a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Era considerada uma “pessoa difícil”. Em 1976, pelo conjunto de sua obra, Clarice ganhou o primeiro prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília.
Última publicação em vida
Em 1977 Clarice Lispector escreveu Hora da Estrela, sua última obra publicada em vida, onde conta a história de Macabéa, uma moça do interior em busca de sobreviver na cidade grande.
A versão cinematográfica desse romance, dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do Festival de Cinema de Brasília e deu à atriz Marcela Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986.
Clarice Lispector faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977, vítima de um câncer de ovário, um dia antes de seu aniversário. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Israelita do Caju. Características da obra de Clarice Lispector
Clarice Lispector é considerada uma escritora intimista e psicológica, mas sua produção acaba por se envolver também em outros universos, sua obra é também social, filosófica e existencial.
Em busca de uma linguagem especial para expressar paixões e estado da alma, a escritora utilizou recursos técnicos modernos como a análise psicológica e o monólogo interior.
As histórias de Clarice raramente têm um começo meio e fim. Sua ficção transcende o tempo e o espaço e os personagens, postos em situações limite, são com frequência femininos, quase sempre situados em centros urbanos.
Clarice Lispector viveu quase duas décadas fora do Brasil e escreveu muitas cartas aos amigos e com olhar cosmopolita, fala nas correspondências sobre os absurdos do cotidiano, as agruras da condição humana e as banalidades da vida. Suas cartas foram reunidas na obra Todas as Cartas publicada em 2020.
Obras de Clarice Lispector
Perto do Coração Selvagem, romance (1944)
Em 1959, Clarice se separou do marido e retornou ao Rio de Janeiro, acompanhada de seus dois filhos. Logo começou a trabalhar no jornal “Correio da Manhã”, assumindo a coluna “Correio Feminino”.
Em 1960 trabalhou no “Diário da Noite” com a coluna “Só Para Mulheres” e nesse mesmo ano lançou Laços de Família, um livro de contos que recebeu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro.
Em 1967 publicou O Mistério do Coelhinho Pensante, seu primeiro livro infantil, que recebeu o Prêmio Calunga, da Campanha Nacional da Criança.
Nesse mesmo ano, ao dormir com um cigarro aceso, Clarice Lispector sofreu várias queimaduras no corpo e na mão direita. Passou por várias cirurgias e viveu isolada, sempre escrevendo. No ano seguinte publicou crônicas no Jornal do Brasil.
EXPEDIENTE
O Lustre, romance (1946)
A Cidade Sitiada, romance (1949)
Alguns Contos, contos (1952)
Laços de Família, contos (1960)
A Maçã no Escuro, romance (1961)
A Paixão Segundo G.H., romance (1961)
A Legião Estrangeira, contos e crônicas (1964)
O Mistério do Coelho Pensante, literatura infantil (1967)
A Mulher Que Matou os Peixes, literatura infantil (1969)
Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres, romance (1969)
Felicidade de Clandestina, contos (1971)
Água Viva, romance (1973)
Imitação da Rosa, contos (1973)
A Via Crucis do Corpo, contos (1974)
A Vida Íntima de Laura, literatura infantil (1974)
A Hora da Estrela, romance (1977)
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
A escritora, jornalista e poeta Clarice Lispector (1920-1977), nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira, se definia como uma pergunta. Por quê?
SOU UMA PERGUNTA
Clarice Lispector
Quem fez a primeira pergunta?
Quem fez o mundo?
Se foi Deus, quem fez Deus?
Por que dois e dois são quatro?
Quem disse a primeira palavra?
Quem chorou pela primeira vez?
Por que o Sol é quente?
Por que a Lua é fria?
Por que o pulmão respira?
Por que se morre?
Por que se ama?
Por que se odeia?
Quem fez a primeira cadeira?
Por que se lava roupa?
Por que se tem seios?
Por que se tem leite?
Por que há o som?
Por que há o silêncio?
Por que há o tempo?
Por que há o espaço?
Por que há o infinito?
Por que eu existo?
Por que você existe?
Por que há o esperma?
Por que há o óvulo?
Por que a pantera tem olhos?
Por que há o erro?
Por que se lê?
Por que há a raiz quadrada?
Por que há flores?
Por que há o elemento terra?
Por que há a gente quer dormir?
Por que acendi o cigarro?
Por que há o elemento fogo?
Por que há o rio?
Por que há a gravidade?
Por que a adida cultural sueca tem como primeiro nome Si?
Por que estou viva?
Por que quem me lê está vivo?
Por que estou com sono?
Por que se dão prêmios aos homens?
Por que a mulher quer o homem?
Por que o homem tem força de querer a mulher?
Por que há o cálculo integral?
Por que escrevo?
Por que Cristo morreu na cruz?
Por que minto?
Por que digo a verdade?
Por que existe a galinha?
Por que existem editoras?
Por que há o dinheiro?
Por que pintei um jarro de vidro de preto opaco?
Por que há o ato sexual?
Por que procuro as coisas e não encontro?
Por que existe o anonimato?
Por que existem os santos?
Por que se reza?
Por que se envelhece?
Por que existe câncer?
Por que as pessoas se reúnem para jantar?
Por que a língua italiana é tão amorosa?
Por que a pessoa canta?
Por que existe a raça negra?
Por que é que eu não sou negra?
Por que um homem mata outro?
Por que neste mesmo instante está nascendo uma criança?
Por que o judeu é raça eleita?
Por que Cristo era judeu?
Por que meu segundo nome parece duro como um diamante?
Por que hoje é sábado?
Por que tenho dois filhos?
Por que eu poderia perguntar indefinidamente por quê?
Por que o fígado tem gosto de fígado?
Por que a minha empregada tem um namorado?
Por que a Parapsicologia é ciência?
Por que vou estudar matemática?
Por que há coisas moles e coisas duras?
Por que tenho fome?
Por que no Nordeste há fome?
Por que uma palavra puxa a outra?
Por que os políticos fazem discurso?
Por que a máquina está ficando tão importante?
Por que e quem inventou os óculos?
Por que há doenças?
Por que há saúde?
Por que faço perguntas?
Por que não há respostas?
Por que quem me lê está perplexo?
Por que a língua sueca é tão macia?
Por que fui a um coquetel na casa do Embaixador da Suécia?
Por que tenho de parar de fazer perguntas?
Por que existe a cor verde-escuro?
Por quê?
É porque.
Mas por que não me disseram antes?
Por que adeus?
Por que até o outro sábado?
Por quê?
Que teria sido brasileiro o famoso herói inglês que marcou presença na Primeira Grande Guerra Mundial?
Teria sido botucatuense esse herói? Teria nascido na Cuesta de Botucatu esse herói que encantou gerações com sua bravura e idealismo?
A Revista Peabiru apresentou minucioso estudo sobre a trajetória desse herói mundial
Na história ou na “lenda” de Lawrence da Arábia, temos como berço natal do herói a Cuesta de Botucatu, mais precisamente, a Fazenda do Conde de Serra Negra, localizada em Vitoriana. Verdade ou lenda ?!?
Segredo guardado ou sonho “botucudo” surgido antes da virada do século passado?!? Mas fica – com certeza! – a imagem positiva e heroica de Lawrence da Arábia: um brasileiro nascido na CUESTA DE BOTUCATU.
MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA
“Deixei meu sapatinho
Na janela do quintal
Papai Noel deixou
Um presente de Natal
Como é que Papai Noel
Não se esquece de ninguém
Seja rico ou seja pobre
O velhinho sempre vem”
Lembram-se desta antiga cantiga de Natal?
Hoje eu a ouvi e me lembrei que logo ao começar a trabalhar no Banco Itaú, chegando a época das festas de final de ano, eu me incumbia de arrumar os enfeites de Natal.
O Banco disponibilizava uma exígua verba para tal finalidade.
Eu procurava inventar novos enfeites, reutilizando os velhos, e com a verba adquiria algumas novidades.
Lembro que um ano fiquei enfiando alfinetes com miçangas e paetés nas bolas de isopor.
Inventava laços, fazia presépios, guirlandas, anjos de cones com cabeça de uma bola de isopor, encapados com papéis brilhantes, algodão grudado com cola formando os caracóis dos cabelos, ficava horas ali pendurando enfeites na árvore de Natal, colocada sempre num canto estratégico da vitrine, onde os transeuntes pudessem vê-la e apreciava de dentro da Agência e de fora para que ficasse perfeito.
No mês de outubro já começava a ver novidades para incrementar os enfeites.
Naquela época não tínhamos ainda as lojas de R$1,00 de chineses na cidade, nem dispunhamos de tantas novidades ou belíssimos pisca-piscas.
Hoje em dia com uma pequena caixa você consegue o efeito de um mar de luzes deslumbrantes com pequenas estrelas de Led nas pontas.
Anjos em formatos de lâmpadas azuis cujas luzes se alternam.
Tinha especial prazer nesse trabalho.
Reconheço que baldados meus esforços não era a maravilha das maravilhas, mas ano após ano eu me empenhava a criar o Natal naquele ambiente frio e comercial.
Fazíamos o amigo secreto depois dos trabalhos corridos do dia 24, onde ficávamos até uma hora da tarde, uma pequena comemoração e depois nos cumprimentávamos e nos despediamos, sempre levando alguns presentes extras que ganhávamos de alguns clientes bonachões.
Pelo menos um panetone e uma champanhe era praxe.
Quando fui trabalhar na Medicina da UNESP, fiquei sócia da ASU, Associação dos Servidores da UNESP, e nunca me desliguei.
Este ano a ASU deu aos seus sócios um presente de Natal.
Fui buscar o meu ontem lá no DAP que é o departamento dos aposentados e recordei do tempo do Itaú pois era uma champanhe e um panetone e retornei toda feliz para casa.
Ainda teremos sorteios de outros prêmios, pois este ano, devido a pandemia o tradicional jantar de final de ano precisou ser cancelado.
Uma pena pois esse jantar reunia o pessoal da ativa e aposentados com as famílias, eram muito gostosos e divertidos, havia sorteios de Prêmios.
Quem sabe ano que vem possamos ter essa alegria de volta?