NO MAPA DO TURISMO
Em um importante reconhecimento para o setor turístico da região, Botucatu e os demais municípios da Cuesta Paulista foram oficialmente classificados pelo Ministério do Turismo como destinos de relevância nacional. Página 2
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Em um importante reconhecimento para o setor turístico da região, Botucatu e os demais municípios da Cuesta Paulista foram oficialmente classificados pelo Ministério do Turismo como destinos de relevância nacional. Página 2
Em um importante reconhecimento para o setor turístico da região, Botucatu e os demais municípios da Cuesta Paulista foram oficialmente classificados pelo Ministério do Turismo como destinos de relevância nacional.
Essa certificação, que leva em consideração diversos indicadores de desenvolvimento turístico, como planos de ação, investimentos e fluxo de visitantes, coloca a região em destaque no cenário nacional.
Com essa classificação, Botucatu se destaca entre os demais municípios, obtendo a categoria B, que reconhece os esforços da cidade em desenvolver e promover o turismo de forma organizada.
Essa conquista é resultado de um trabalho contínuo de planejamento e investimento, com o objetivo de oferecer aos turistas experiências únicas e memoráveis.
A classificação em categorias (A, B, C, D e E) reflete o nível de desenvolvimento turístico de cada município, sendo a categoria A a mais alta e a categoria E a mais baixa.
Os municípios classificados como A possuem uma infraestrutura turística mais completa e um fluxo de visitantes mais consolidado. Já os municípios classificados como B, como Botucatu, demonstram um potencial de crescimento significativo, com ações estratégicas para impulsionar o setor.
Essa conquista é um importante passo para o desenvolvimento do turismo na Cuesta Paulista, que se consolida como um destino turístico cada vez mais atrativo. Com paisagens exuberantes, rica história e cultura, a região oferece diversas opções de lazer e aventura para todos os gostos. (Fonte: Leia Notícias / PMB)
O “Point”
A avenida que liga VITORIANA/RIO BONITO até a Rod. Marechal Rondon representa, hoje, o principal destaque ecológico e de turismo a ser explorado, sob a coordenação da Prefeitura Municipal de Botucatu, pela iniciativa privada. Sim, esse é o caminho. Leia pág. 3
Pinacoteca reabre para visitação pública
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
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ELDA MOSCOGLIATO
(Conto Argentino de Severine )
Tudo repousava no silencio da Noite Santa. Deitado o Menino na pobre Manjedoura, adormeceram, ao lado da Criança, os santos esposos. O cansaço e o frio os abatera.
O pequenino Infante babujava insone.
Tinha frio também. O terno corpinho enregelava. Lá fora, a planície nevada perdia-se sem fim. O canto dos anjos deixara harmonias na brisa do amanhecer. Entre as frestas da rude gruta, penetravam os reflexos da Estrela que do Alto, apontava para a Humanidade o caminho de Belém.
Tinha frio o Pequenito. Súbito, na obscuridade silenciosa do Presépio, sentiu, à sua direita, um hálito quente, reconfortante. Ergueu-se a mãozinha gelada e sentiu a maciez de umas orelhas grandes contornando um par de olhos mansos, tranquilos e bons.
- Quem és? Perguntou. Ele era o Deus-Vivo. Entendia os animais.
-Sou o asno, respondeu-lhe o olhar tranqüilo do gerico.
À sua esquerda, áspera porém, carinhosa e quente, uma língua enorme lhe acarinhava os pezinhos enrigecidos pela friagem da noite.
-E tu, quem és? Indagou o Menino.
-Sou o boi. Moro aqui. O Infante sorriu agradecido.
Ao doce conchego daqueles tépidos e acariciadores cuidados, dormiu o Redentor.
As horas da madrugada corriam.
-Como vieste até aqui? Perguntou o boi. O asno respondeu :
- José cuida das cocheiras de meu amo. Maria sempre o acompanha na faina. Sempre me acariciou o focinho e reservou-me sempre tenras alfaces. Compreendi a aflição do casal, na iminência do Nascimento do Filho e na necessidade de viajarem, a pé, para Belém. Então corri, ganhei meio caminho, a não permitir que, em me achando voltassem para devolver-me. Ao retorno, se houver, voltarei ao meu curral.
-Por que, se houver?
-Porque Herodes mandou matar as crianças, e só eu sei como varar os desertos, a caminho do Egito... Já pertenci às caravanas de meu amo . . .
-És sábio, hein? Retrucou o boi.
-Minha espécie inteira é assim. A Bíblia conta que Sansão se livrou dos inimigos com uma queixada de um antepassado meu . . .
O Menino acordara e, no tépido conchego das palhas, olhinhos semicerrados, ouvia a conversa dos animais. Disse o boi :
-Você sabe quem é este Menino?
-Sim. É o Messias! Pobrezinho! Sendo Deus, se fez Homem. Vai derramar Seu Sangue pela Humanidade. -E!? . . . Então, se Ele é Deus, por que não lhe pedirmos que melhore nossa espécie?
-Não devemos pedir-lhe nada. Dir-se-ia que lhe estamos cobrando o suave calor da Manjedoura...
-É certo. Mas nem eu, nem tu queremos cobrar-lhe nada. Apenas pedir-lhe que se compadeça da nossa pobre espécie. Olhe : nós, os bois, perdemos de há muito, a nobreza dos dias da Criação. Degenerou-se-nos a raça, e caímos nas mãos cobiçosas dos homens. Somos suas vitimas Exploram-nos em vida e, pior ainda, depois de estarmos mortos Eles nos condicionam à sua desmedida cobiça. . .
-E nós? Retrucou o asno. Não passamos de infatigáveis alimárias. Não temos direito ao repouso. . . Onde são ínvios os caminhos, ali nos põem arquejantes e sofridos...
Jesus ouvira tudo e adormecera.
Os anos passaram. Jesus se fizera o Pregador. Realizara milagres sem fim. Mas os homens não O salvaram da Cruz. No Alto do Calvário já agonizante, Ele ouve que se aproxima o sincero estrídulo de uma alimária Seu olhar dolorido encontra com outros olhos mansos, tranquilos e bons.
Um frêmito sacode-lhe as entranhas.
Fizera tanto pelos Homens e ali estava ...
Esquecera-se de redimir os pobres animais da humilde Gruta de Belém...
Ao cruzeiro quatrocentista que faz parte do episódio do Museu Arqueológico da cidade de Barcelos – Portugal anda associada a curiosa lenda do Galo de Natal. Segundo ela, os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime, e mais ainda, por não se ter descoberto o criminoso que o cometera.
Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar de seus juramentos de inocência, ninguém acreditou. Ninguém julgava crível que o galego se dirigisse a Santiago de Compostela, em cumprimento de uma promessa; que fosse fervoroso devoto do santo que em Compostela se venerava, assim como de São Paulo e de Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca.
- É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.
Risos e comentários não se fizeram esperar mas, pelo sim e pelo não, ninguém ousou tocar no galo.
Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, exclamando:
O que parecia impossível, tornou-se, porém, realidade: Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou! Já ninguém duvidou das afirmações do forasteiro.
O juiz corre à forca e com espanto vê o pobre homem com a corda no pescoço, mas o nó-laço impedindo o estrangulamento.
Imediatamente solto, foi mandado em paz.
Passados anos, voltou o homem a Barcelos e fez erguer um monumento em louvor à Virgem e a S. Thiago. Dessa lenda resulta que não há casa portuguesa que não exiba, maior ou menor, sobre o aparador ou sobre a cômoda, sobre a geladeira ou a lareira, um belo galo colorido representando os Milagres da Fé.
Há sempre um galo no presépio português.
(do folclore português)
Que a Cuesta é a forma de relevo escarpada em um dos lados e apresentando um declive suave do outro? Este verdadeiro “degrau”, que popularmente era conhecido como “serra”, passou a ser conhecido pelo nome da cidade próxima da qual assume proporções mais gigantescas: Cuesta de Botucatu
A Cuesta de Botucatu marca o início do Planalto Ocidental Paulista.
Ela tem, na sua escarpa , o limite físico e humano entre o leste e o oeste do estado; só o rio Tietê a ultrapassa (fenda natural); rodovias e ferrovias que a cruzam serpenteiam por entre seus patamares mais suaves para atingir o topo e, depois, deslizar suavemente em direção aos limites com Mato Grosso e Paraná. No seu topo, a suavidade de um tipo climático que talvez tenha induzido os povoadores a reconhecerem ali os “ bons ares ”.
Assim é a CUESTA: um relevo característico de regiões mexicanas, espanholas, francesas, sul-africanas e indianas, mas a Cuesta de Botucatu tem a sua identidade; por sua história, por seu significado; inclusive porque a partir dela se internacionalizou o nome “ cuesta ” e por se constituir, em nossa região, o espaço mais significativo e marcante do relevo paulista, ela é, por todos os aspectos um patrimônio natural, cultural, histórico, geológico e até artístico – fonte de inspiração para muitos artistas de nossa região.
Gesiel Júnior
Uma ida a Viana do Castelo, no Alto Minho, noroeste português, não teria sido completa se não subíssemos ao Monte de Santa Luzia para visitar o esplêndido Santuário Diocesano do Sagrado Coração de Jesus, também conhecido como Basílica de Santa Luzia, projeto do arquiteto Miguel Ventura Terra, feito em 1899.
A construção da linda igreja, decorrida entre 1904 e 1959, deve-se à cura de uma grave doença oftalmológica de um militar, obtida por intercessão da mártir Luzia, protetora da visão. Grato, ele criou uma confraria para erguer o templo, de onde se desfruta de uma das três mais belas vistas panorâmicas do mundo, segundo a National Geographic, com uma amplitude de 360 graus sobre toda a região.
O interior de cores claras envolve-nos num clima de paz e deslumbramento . Esculpido em granito, o altar-mor tem dois anjos segurando os escudos de Portugal e de Viana do Castelo. Os altares laterais são dedicados a Santa Luzia e a Nossa Senhora da Abadia
Uma área verde envolve a basílica – o Jardim das Tílias – com mesas e bancos em pedra, que inclui um anfiteatro, lojas e sanitários.
Fomos Regina e eu de ônibus para o topo, mas sobe-se os 650 metros do monte também por um funicular até a um enorme largo e de lá se vê a cidade, o Rio Lima e o Oceano Atlântico. Uma pequena escadaria leva-nos à entrada do santuário, cuja planta na forma de cruz grega, traz elementos em estilos neorromântico, neogótico e bizantino
À vista saltam logo as maiores rosáceas da Península Ibérica, cujos vitrais coloridos irradiam jogos de cores dentro da igreja. Uma estátua de bronze do Coração de Jesus, de 1898, fica na fachada principal. O carrilhão do santuário é composto por 26 sinos.
Em 1918, durante a pandemia pneumônica , aterrorizados por perder tantos entes queridos, os fiéis prometeram subir todos os anos ao Monte de Santa Luzia se terminasse a pestilência . Assim ocorreu e a promessa vem sendo desde então religiosamente cumprida na festa da padroeira, dia 13 de dezembro
Enfim, quer seja católico ou não, ninguém fica indiferente à estreita ligação entre o templo-monumento, a cidade, o monte, o rio e o oceano.
Portugal tem dessas coisas e essa visita muito valeu!
Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 52 livros sobre a história regional.