NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br
“SOMOS DONOS DO NOSSO DESTINO. SOMOS CAPITÃES DA NOSSA ALMA” Winston Churchill
Leia na página 2, o artigo É PRECISO CRER baseado no livro A MONTANHA MÁGICA, de Thomas Mann. Um dos romances mais influentes da literatura mundial do século XX, foi importante para a conquista do Prêmio Nobel de Literatura, por Thomas Mann.
A TRADICIONAL CORRIDA
DE SÃO SILVESTRE
Em uma viagem que fez a Paris, CÁSPER LÍBERO ficou maravilhado com uma corrida realizada à noite, em que os corredores carregavam tochas ao longo do percurso. Decidido a promover algo semelhante no Brasil, criou uma corrida noturna a ser realizada no último dia do ano de 1925. Estava fundada a Corrida de São Silvestre, que recebeu esse nome em homenagem ao santo do dia.
A corrida, a mais famosa e tradicional do Brasil e a da América do Sul, tem um percurso atual de 15 km pelo centro de São Paulo e é uma corrida mista desde 1975, quando começou a participação oficial das mulheres. Entre 1925, ano de sua criação e 1944, foi disputada apenas por corredores brasileiros. O maior vencedor da prova – e recordista até a edição de 2019, quando afinal teve sua marca quebrada após 25 anos – é o queniano Paul Tergat com cinco vitórias e, entre as mulheres, a portuguesa Rosa Mota, que com seis vitórias consecutivas nos anos 1980 é a maior vencedora geral. Entre os brasileiros, o título fica com Marílson Gomes dos Santos, com três vitórias. (Fonte: Wikipedia)
A
É PRECISO CRER ! Seremos Vencedores em 2025!!!
Sou dos que acreditam, como Thomas Mann, na Montanha Mágica, que basta a razão querer mais fortemente que o destino, para ser ela o próprio destino...
Na perspectiva de um Ano Novo repleto de compreensão, onde os homens se irmanem em uma confraternização de amor em Deus, reforçamos o que temos continuadamente afirmado em nossas crônicas: é preciso crer�
É preciso crer Nele e saber que a ninguém Ele nega amparo.
É preciso crer e, crendo, saber perdoar os marginais da grandeza humana.
É preciso agradecer diariamente tudo o que Ele faz por nós e nos penitenciarmos pelo tão pouco que fazemos por sua obra de redenção dos justos.
É preciso crer em nossos irmãos menos favorecidos e reforçarmos a certeza de que a ignorância, a miséria, a doença e a tirania não são circunstâncias naturais, mas cruéis injustiças.
É preciso crer naqueles que, por fraqueza, estão desacreditados por todos.
É preciso crer em nossos pais.
É preciso crer em nosso país.
É preciso crer em nós mesmos e ter-
mos a certeza – a inabalável certeza! – de que em se crendo em um ideal e lutando por esse ideal, ele vingará.
É preciso que lamentemos aqueles que, vendilhões da própria palavra, são impotentes para levantar a trágica falência de sua honradez.
É preciso que tenhamos pena daqueles que mentirosos não podem ser dignos
de crédito e desprovidos de toda e qualquer grandiosidade em seus ideais já não conseguem crer em nada.
Crer é a palavra mágica!
Em se crendo em um ideal, as vicissitudes da vida transformam-se, como num passe de mágica, em novos incentivos para que continuemos a lutar por tudo aquilo em que acreditamos.
Quando somos decepcionados por cinco pessoas, por compensação, cinco ou mais pessoas nas quais não depositávamos muitas esperanças, nos surpreendem e nos incentivam a continuar no rumo certo.
É a lei da vida. No caminho os dúbios, os fracos, os falsetas e os homens-espoletas ficam perdidos. Só os que creem, prosseguem. Às vezes, as pessoas levam anos para mostrar as suas verdadeiras personalidades, mas mostram-nas como que cansadas de tanta farsa e desejosas de assumirem as suas verdadeiras e malandras personalidades.
Crer é a palavra mágica!
Quando tudo leva, aparentemente, à conclusão de que o mal se impõe ao bem, é preciso reagir.
É preciso crer� (AMD)
Que a Embaúba é uma árvore típica do cimo da Cuesta de Botucatu? Pois é, a Embaúba que também é conhecida por Umbaúba, Ambaíba, Ambaúba, Imbaúva ou Imbaúba, é árvore da família das Moráceas (cecropia palmata); é árvore de tronco indiviso. Embaubal é o bosque de embaúbas. Também é chamada de árvore-dos-macacos ou árvore-da-preguiça ou torém. O antigo traçado férreo da Sorocabana passava por Vitória (Vitoriana), Lageado e...Embaúba... Sim, Embaúba é uma pequena Vila pertencente a Botucatu que até hoje é procurada pelos amantes da pesca por ser um local ideal e piscoso. Hoje, o descuido e o desrespeito à natureza reduziu muito o número de Embaúbas em nossa região, mas podem ser encontradas na Cuesta e em vários pontos verdes de nossa cidade.
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Comentários:
(comentários no post “A Montanha Mágica/Campeões da Vida”, do Blog do Delmanto, de 27 de dezembro de 2011)
1- Delmanto - 27 de dezembro de 2011 às 12:08 Tudo muito simples. Tudo muito verdadeiro. É isso. Simples assim.
A música “Querer é Poder”, de Marcos Valle, embalava os programas da “Vila Sésamo”. Música para crianças?!?
Não. Música para os corações abertos, cheios de esperanças e com muita certeza de que a caminhada é boa, que vale a pena!
Na abertura, a figura do campeão, do vencedor, rompendo a faixa da chegada!
Sim, sempre CAMPEÃO! Cada caminhada concluída é uma VITÓRIA!
Qualquer que seja o resultado, se se caminhou com firmeza e objetivo, somos sempre CAMPEÕES! É a Lei da Vida!
Querer é Poder!
Sempre!
Que 2012 seja uma comprovação disso tudo. Que saia de dentro de nós o CAMPEÃO DA VIDA! a letra:
Nem todas as coisas são fáceis de fazer
Mas querer é poder
Querer é poder
Tudo nessa vida que você quiser fazer
Você vai ter que acreditar em você
Nem todas as coisas são fáceis de se ter
Mas querer é poder
Querer é poder
Quando alguma coisa for difícil de fazer
Você vai ter que acreditar em você
Use a inteligência para o que fizer
Use independência em tudo que escolher
Lute pelas coisas que você quiser
Mas pra começar, acredite em você
Você pode ver o que você quiser ver
Querer é poder
Querer é poder
Pode aprender o que quiser aprender Basta você acreditar em você...
2
– (Haroldo.leão@hotmail.com) 27 de dezembro de 2011 às 12:23
Bom Ano pra você também, Delmanto. Encerrar o post com a presença forte, quase mitológica, de Maria Bethânia foi o máximo! Que força de interpretação! Que PODEROSA!!! Valeu, amigo. Grande abraço,
6
- Delmanto - 29 de dezembro de 2011 às 09:36 Bom Dia, Requeri, Não foi uma simples aula de literatura, mas uma aula de como se pode ver a vida por ângulos diferentes... Aliás, cada ser humano tem a sua particularidade psíquica e interativa. E os povos dos Leste Europeu apresentam um perfil mais sombrio, beirando ao triste, comparativamente aos povos do mediterrâneo... Sobre eles, as obras de Camus e Kafka. Isso sem falar das novas nações que surgiram da mistura positiva de raças e culturas e, nisso, o nosso Brasil é exemplo destacado. O Mestre Darcy Ribeiro em sua obra sobre o Povo Brasileiro exalta, exatamente, essa singularidade do brasileiro que o torna um espécime raro do gênero humano, no entender do sociólogo, um povo mais preparado para enfrentar a dura realidade da vida cotidiana e ser capaz de fazê-lo com tal ânimo e com muita determinação que se supera e consegue vitórias pessoais, sempre. Isso tem surpreendido e encantado pesquisadores e estudiosos da Europa e dos EUA.
No desenrolar do filme, Mersault retrata bem esse biótipo que citamos. São pessoas que não só não choram com a notícia do falecimento de sua mãe ou de algum ente querido, mas que tem sempre a mesma reação com uma notícia de tão grande emoção da mesma forma que reagem ao ter que tomar determinada atitude por obrigação social ou de trabalho. Aliás, Kafka conseguiu lugar de destaque na literatura mundial do século XX, por retratar os dramas individuais, marcado por um estilo desapegado, imparcial, detalhista, abrangendo, sempre, os temas da alienação e da perseguição. Tem quem goste...
3– (carla.bueno2011@bol.com.br) - 27 de dezembro de 2011 às 12:34 Essa é a chave do sucesso: acreditar em você! A luta é difícil, a caminhada é longa? Ora, acredite que você é capaz, que você conseguirá! Querer é Poder! Acredite! Nas palavras de Carlos Drummond de Andrade está tudo: “Para ganhar um Ano Novo que mereça esse nome, você, meu caro, tem que merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre ” Vamos em frente! O Ano Novo de 2012 será repleto de vitórias!
4
– (jspmendes@hotmail.com) - 28 de dezembro de 2011 às 07:12 Prezado Armando, muito positiva sua mensagem mencionando o grande escritor Thomas Mann, cheia de encorajamento para enfrentar a vida em todas as suas perspectivas. Fico feliz por saber que no mundo existem pessoas como você, que estão sempre antenadas naquilo que é a essência da Vida: a fé no Bem maior, escopo de nossa constante evolução. Que o próximo ano nos encontre a todos cheios de saúde e disposição para que nele possamos construir muitos sonhos almejados. A você e família, nosso grande abraço. Sebastião e Terezinha.
5
- requeri - 29 de dezembro de 2011 às 08:09 no livro de albert camus, o estrangeiro, logo de início, o autor dá uma rasteira no leitor ao apresentar a indiferença de mersault diante da notícia da morte de sua mãe ... um soco no estômago da sociedade. apático, mersault desdenha de todos os ritos, objetivos, preocupações e sentimentalismos ridículos. isso é o contraponto de sua vida simples e corriqueira, já que mersault não possui qualquer distúrbio psíquico-social e se dedica ao trabalho, tem amigos, namorada e curte a praia aos domingos no entanto, ele é convícto de que não pode mudar os rumos da vida. conformado, ele se adapta às condições impostas pelo tempo e aproveita o que de bom lhe aparece ... deixa acontecer ... o prazer lhe basta. d’us, casamento, funeral e julgamento são meras invenções formais que distanciam o homem da crueza dos fatos. a frieza de mersault, aos olhos da sociedade, transforma-o num estrangeiro. assim como franz kafka, camus engrossa o coro das questões ante os valores da humanidade. a estrutura social das instituições, das leis, das religiões, das ideologias é frágil, mas a obra está longe de causar revolta em quem a lê, e todos deveriam ler. kafka, por sua vez, escreve sobre a indiferença de gregor samsa ao descobrir em a metamorfose, que virou um inseto, e camus apresenta um mersault entediado quando o promotor o apresenta ao júri, como um demônio por não ter chorado no enterro da sua mãe quando, na verdade, ele deveria ser julgado pelo assassinato de um árabe. enfim, mersault, ali no tribunal, era tão estranho quanto a barata gigante de franz kafka. lembrei desses dois livros fabulosos, colocados um sobre o outro, bem à mão perto de mim, há anos, porque eles são a antítese do que vc escreve, e porque não podemos esquecer de que o meio termo pode ser ideal. é isso.
Resumindo: você diz: “...apático, mersault desdenha de todos os ritos, objetivos, preocupações e sentimentalismos ridículos...” Ele não desdenha, ele é assim, apático, ou como diria o crítico irônico: “apático, insípido, inodoro e incolor...” E as preocupações e os sentimentalismos – partes do sal da vida ! – não são ridículos, apenas ele não os experimenta, exatamente por lhe faltar o “encantamento mágico” pela vida...
Assim, acredito eu, não devemos buscar o meio termo... Em se tratando de alma, de interação social, de biótipo ideal, de explosões de sentimentos e de indiferenças e até de alienação social, creio que o que se deve fazer é procurar aprimorar , sempre, esse sentimento rico que nos inunda na caminhada terrena e dosá-lo na medida do possível. E viva a vida, participando sempre, enfrentando derrotas, sabendo lidar com as vitórias e vivendo e vivendo e vivendo...
Obrigado por seu comentário. Com certeza o post se enriqueceu com uma temática tão necessária em nossos dias. Grande abraço, Delmanto
7
- requeri - 29 de dezembro de 2011 às 10:33 literatura é a forma mais completa de cultura disponível. não se aprende nada lendo livros. a vida nos ensina. eles são obras realizadas por homens e mulheres, e deixam claro que somos portadores de uma infinidade de grandezas e fraquezas com as quais também cruzaram suas personagens, homens e mulheres, ficcionais ou não. a literatura não tem lugar certo, é atemporal, é universal, e detém sentimentos e características comuns a todos nós. é isso.
8
– Requeri - 14 de janeiro de 2012 às 15:19 o texto sobre querer é poder é muito bom, eu não quero interferir na sua escolha sobre a canção, no entanto, existe uma canção do renato russo, o poeta do rock brasileiro que caberia naquele seu texto. a letra é dele e a música é do flavio venturini, criador do 14 bis. o flavio saiu do 14 bis e o irmão dele, o claudio venturini, permaneceu. a banda gravava no mesmo estúdio que o legião urbana. um dia, terminadas as gravações, as bandas se cruzaram e o renato russo perguntou pro claudio venturini: que música vcs tavam tocando agora pouco??? o claudio respondeu: é um tema do flavio e a gente tá desenvolvendo. o renato perguntou: ela tem letra??? o claudio: não. renato: posso fazer a letra pra ela???? demorou, respondeu o claudio. manda bala!!! e saiu isso que está no anexo, a bela mais uma vez (RCBS).
a letra:
Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.
Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã Espera que o sol já vem.
Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
a r t i g o
Marcelo Delmanto
ANO NOVO NO VELHO MUNDO
Começa um Novo Ano..., fogos de artifício..., brindes com champanhe...e tantas outras coisas que costumamos fazer para confraternizar.
Certo que isso de acordo com nossa cultura, porém, quando se comemora essas datas festivas em lugares com culturas diferentes, vê-se claramente algumas peculiaridades, no mínimo curiosas. Foi o que ocorreu na passagem do ano de 2000 para 2001, eu morava em Bolonha na Itália.
seis metros de lado, com espessura de trinta centímetros, onde estavam incrustradas várias peças de metal que à distância formavam a figura do rosto de um velho de perfil, que representava o ano velho, obviamente conhecido como “Il Vecchio”, traduzindo-se como “O Velho”.
Assim como ocorre com a velha, a queima do painel de madeira simboliza a queima de todas agruras do ano que está acabando e também as boas energias para o ano que está chegado.
Quando me levantei na manhã do dia 31 de dezembro, já ouvi um murmurinho entre os meus companheiros de apartamento sobre as comemorações que aconteceriam, logo mais naquele dia.
Na última tarde do ano é montada uma estátua de dois metros de altura, que lembra a imagem de uma bruxa, toda feita de pedaços de madeira, e à qual chamam “La Vecchia”, isto é, “A Velha”, então, por volta das três horas da tarde essa pequena imagem é queimada, simbolizando a última tarde do ano, que sendo queimada, queima-se tudo de ruim que aconteceu no ano.
Mas o acontecimento mais impactante ocorre na noite. Por volta das nove horas da noite, vários jovens, muito jovens mesmo, visto ser uma cidade universitária, reúnem-se na praça central da cidade “Piazza Maggiore”, onde é erguido um enorme painel de madeira, um quadrado de
Nessa praça, tem música de grupos locais, pequenas bombas caseiras que às vezes explodem em vários pontos da praça, enquanto o restaurante da praça é quem vende as bebidas para as pessoas.
Fazia muito frio e o frio da Europa nem se compara ao frio que temos aqui, porém isso não afastou ninguém da praça, que pelo contrário, estava mais lotada que o normal, pois o céu estava limpo e o tempo firme.
O Ponto Alto da comemoração é a meia-noite que começa a queimar o painel de madeira, um fato curioso é que a tradição diz que não se pode deixar a praça até a queima total do painel de madeira, ou seja, ao sobrarem somente cinzas e os pedaços de metal.
Após as saudações dos amigos e a contemplação da queima do velho, todos voltavam para a casa com a sensação e a certeza de que, depois desse “ritual”, todas as energias positivas es-
tavam no ar e podia-se iniciar o novo ano com força total.
No Brasil reconheço que também desejamos tudo de bom e ansiamos por energias positivas no ano novo, porém fogo só nos fogos de artifício no céu, nada queimando no meio da praça...
Dadas as diferenças às comemorações do Ano Novo sempre se deseja tudo de melhor para o ano que em breve terá início e, por essa razão, desde agora já preparamos nosso espírito para esse momento ímpar.
JORNALISMO MODERNO
Diário da Cuesta
LEITURA DINÂMICA
–Em cada novo ano são renovadas as esperanças e os sonhos.
2
– É preciso crer É preciso crer em nós mesmos e termos a certeza – a inabalável certeza! – de que em se crendo em um ideal e lutando por esse ideal, ele vingará
3
– O famoso escritor Lair Ribeiro, campeão de vendas de livros de autoajuda, tem trazido sempre em suas publicações a importância do pensamento positivo e da persistência na busca dos ideais.
4–
5–
6–
Momentos Felizes
SUPLENTE
Nos tempos em que a Escolas, por seus ilustres e mui Dignos Professores ministravam aulas de Educação Moral e Cívica e Estudo de Problemas Brasileiros (ambas foram extintas há muito tempo...) uma boa carga horária era reservada para falar de cidadania e civismo. Em cidadania falava-se da importância do título de eleitor, votar, ser votado, poderes do Estado em suas três esferas (Federal, Estadual e Municipal) e para que o cidadão tivesse interesse em disputar eleições, exercer seu direito cívico deveria, inicialmente, inscrever-se em um Partido Político, regularizar-se perante o Cartório Eleitoral e participar de uma campanha política. Mário Anzol era um desses alunos que, participando ativamente dessas aulas, sempre frequente, comprador de livros, dizendo ser descendente de uma família de políticos, demonstrava sempre tendências para disputar um cargo eletivo; o Professor dado o manifesto interesse também o incentivava bem como os demais alunos. Não demorou muito e os jornais começaram noticiar que ao final do ano, possivelmente em outubro ou novembro haveria eleições municipais para os cargos de Prefeito e de Vereador, com mandatos para quatro anos, se eleitos.
Roque Roberto Pires de Carvalho
do e ele em todas as horas de folga fazia leitura da Lei Orgânica e do Regimento da Câmara, sentia-se predestinado a ocupar o cargo para o qual havia concorrido, gastando saliva, sorrisos e santinhos com a publicidade de seu nome. Acontece que após seis meses o titular eleito sofre um AVC, surpreendendo toda a cidade, sua família e seus eleitores.
O Prefeito decreta luto oficial por três dias; o velório é feito na própria câmara, inúmeros discursos dos pares, todos manifestando consternação. Segue o enterro com o Prefeito e o Presidente da Câmara segurando em uma das alças, prestando assim suas últimas homenagens. Tendo certeza das atribuições de Suplente, Mário Anzol vai ao Presidente da Câmara pede que seja dada sua posse, agora, como titular. Começou a partir desse momento um dos maiores problemas que Mário Anzol desconhecia. Teve como resposta haver uma exigência de apresentação da Certidão de Óbito do finado para que a posse fosse efetivada. Anzol argumentava não haver essa necessidade uma vez que tanto o Presidente da Câmara como o Prefeito não desconheciam o fato uma vez que estiveram no velório e carregaram o caixão.
Pois bem, havia chegado o grande momento para que Mário Anzol, munido de incentivos, sentindo-se jovem e com muita vontade de trabalhar por sua cidade, inscreveu-se em um Partido Político e colocou-se à disposição da sociedade e, se eleito, faria acontecer muitos melhoramentos e lutar pelos interesses de seu povo. Terminada sua inscrição como candidato a Vereador, passa pela Câmara Municipal e solicita em sua Secretaria um exemplar da Lei Orgânica do Município e um exemplar do Regimento Interno da Câmara para dedicar-se, agora, aos estudos de toda legislação municipal, ou seja, aquela legislação que ele iria, se eleito, fazer e acontecer em prol da cidade. Cumprindo o calendário do Tribunal Regional Eleitoral, as eleições ocorreram normalmente e após apuração dos votos Mário Anzol foi considerado Suplente. Lembrou-se do Professor e de suas aulas de EPB. Havia recebido a explicação de que Suplente é aquele que poderá substituir o titular em qualquer atividade da administração pública e conformou-se com a sua condição de possível substituto, não regateou elogios a lisura com que transcorreu todo processo eleitoral e fez publicar no jornal meia página de agradecimentos aos seus eleitores, recolhendo-se às suas atividades de balconista de uma superloja. Os meses foram passan-
O diálogo que começou pacífico estava se tornando agressivo uma vez que o argumento maior era de que a prova do óbito só se faz com a respectiva Certidão. Diziam mais, que se a prova da vida de faz com a Certidão de Nascimento a prova da morte é assim também e que isso estava na legislação e nos Códigos vigentes. Foi pedido ao suplicante para que aguardasse a chegada da Certidão para só então, assinar o livro de posse. Meditando e pensando, Anzol lembrou-se da última visita ao médico, saiu com uma receita e foi até a farmácia. Em lá chegando o balconista disse que tinha o remédio mas na Receita não constava o carimbo do médico. Teve que providenciar. Aguardou mais trinta dias e no discurso de posse garantiu que tinha como projeto de trabalho acabar com essa burocracia de exigências de Certidões disso e mais aquilo, reconhecimentos de firma e carimbos nas autenticações mas, se fosse obrigatório, que fosse sem nenhum custo para o cidadão. Parece que até hoje seu projeto não teve, sequer, andamento. Pelo que se sabe fora arquivado. A carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei, foi mandada com uma chancela no lacre vermelho, com o selo real, para demonstrar que era verdadeira, dando-se inicio a burocracia reinante até hoje. E toma carimbo, mais selos, e mais emolumentos...