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A Infância na Poesia de Casimiro de Abreu: Um Tributo ao Poeta da Saudade
No dia 4 de janeiro, relembramos o aniversário de nascimento de Casimiro de Abreu, o jovem poeta que, em tão poucos anos de vida, soube eternizar o espírito da infância e da saudade na memória da literatura brasileira. Representante do Romantismo, ele captou como poucos a essência do que significa ser brasileiro: o amor pela simplicidade, pela família e pelas emoções que marcam as fases encantadas da vida. Seu poema mais famoso, “Meus Oito Anos”, continua ressoando em gerações, evocando lembranças de uma infância idealizada, repleta de tardes à sombra das bananeiras e brincadeiras sob laranjais. Quem não sente saudades dessa época em que sonhos e inocência eram o alicerce de nossa existência?
Na escola, a tradicional fotografia de uniforme e caneta na mão parece imortalizar a infância em retratos que se tornam verdadeiras cápsulas do tempo. Na minha família, essas fotos criaram uma linha do tempo afetiva: eu, depois minha esposa Beth, nossos filhos Marcelo e Armandinho e, mais recentemente, nossos netos Laura, Neto e Caio. Se antes a pose era meticulosamente arrumada, com a caneta na mão e o olhar fixo, hoje as fotos modernas dos netos capturam a espontaneidade de um sorriso ou um momento em movimento. Os tempos mudaram, mas o sentimento de guardar a infância permanece
Casimiro de Abreu foi um poeta querido de seu tempo e ainda hoje é símbolo de uma literatura que não tem vergonha de exaltar sentimentos e memórias. Mesmo tendo falecido aos 21 anos, vítima de tuberculose, ele deixou um legado eterno. Como Membro Fundador da Academia Brasileira de Letras, sua obra continua a ser estudada e celebrada.
Relembrá-lo é celebrar a importância dos sonhos da infância, que continuam nos acompanhando e moldando quem somos. Assim como Casimiro traduziu em palavras as saudades de seus “oito anos”, nós também carregamos as nossas lembranças com carinho, como fotografias guardadas no coração.
E que essas memórias sejam sempre um convite a sonhar, como o poeta da saudade tão bem soube fazer. (AMD)
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
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Casimiro José Marques de Abreu, nasceu na Barra de São João, no Estado do Rio de Janeiro, no dia 4 de janeiro de 1839. Com apenas 13 anos, enviado pelo pai, vai para a cidade do Rio de Janeiro, trabalhar no comércio.
Em novembro de 1853 viaja para Portugal, com o intuito de completar a prática comercial e nesse período inicia sua carreira literária. No dia 18 de janeiro de 1856, sua peça Camões e o Jaú é encenada em Lisboa.
Casimiro de Abreu volta ao Brasil em julho de 1857 e continua trabalhando no comércio. Conhece vários intelectuais e faz amizade com Machado de Assis, ambos com 18 anos. Em 1859 publica seu único livro de poemas “As Primaveras”.
No início de 1860, Casimiro de Abreu fica noivo de Joaquina Alvarenga Silva Peixoto. Com vida boêmia, contrai tuberculose.
Vai para Nova Friburgo tentar a cura da doença, mas no dia 18 de outubro de 1860, não resiste e morre, aos 21 anos.
O Poeta da Saudade faleceu jovem aos 21 anos com tuberculose como tantos outros da sua época. Romântico, publicou seu livro “Primaveras”, em Portugal. Foi muito popular e sua poesia tem encantado gerações... Em 1937, a casa onde residiu foi arrematada por Bernardo Gomes, benemérito de Barra de São João e doada ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 18 de setembro de 1958, para ali ser instalada uma Casa de Cultura em homenagem ao poeta, conforme decreto estadual 5.580 de 04 de janeiro de 1957.
Em 31 de março de 1938, por efeito do Decreto-lei Estadual nº 392-A, o município de Barra de São João teve o seu nome alterado para Casimiro de Abreu.
2
– O prédio do Museu é tombado pelo IPHAN, pertence ao patrimônio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, está cedido ao município e é administrado pela Fundação Cultural Casimiro de Abreu
Esta casa é muito importante para a história do Brasil, pois aqui nasceu e viveu parte da sua infância o poeta Casimiro de Abreu. É importante saber que as peças de época em exposição não pertenceram ao poeta Tendo sido vitima de tuberculose, todos os seus pertences foram queimados para evitar o contágio, conforme se acreditava no século XIX. Assim, o acervo que possuímos serve como referência daquele período.
3
– A estátua de Casimiro de Abreu no município que leva seu nome. Foi considerado o Poeta da Saudade e foi um dos poetas mais populares do Romantismo Brasileiro.
4
– Quando retornou ao Brasil, vindo de Portugal, trabalhou no comércio com seu pai, mas não deixou a vida boêmia e a colaboração com jornais. À época, fez amizade com Machado de Assis, sendo escolhido para a recém fundada ABL – Academia Brasileira de Letras como Patrono da Cadeira nº 06. Ele e Machado de Assis foram homenageados pelos Correios.