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Quero meu Brasão de volta... Diário da Cuesta

“Possuímos história de desbravadores corajosos. Possuímos história de região tocada pela mão divina quanto à sua arquitetura natural. Possuímos a beleza de nossa “Cuesta”. Temos as cachoeiras, nossas matas, nossa fauna e, principalmente, nossa brisa “serrana”... Cláudio de Almeida Martins

“Quando nos devolvem o nosso café amarelo? Queremos a nossa capela das Dores, o nosso bom, doce e saudável clima trazido pelas brisas do sul...” Hernâni Donato

e d i t o r i a l

O DIÁRIO DA CUESTA manda seu recado às autoridades eleitas: RESTAUREM O NOSSO BRASÃO HISTÓRICO!

O Brasão Oficial do Coração dos Botucatuenses sempre foi e sempre será o BRASÃO DO CENTENÁRIO DE BOTUCATU.

Criação magistral de botucatuenses, um artista e o outro escritor e historiador, Gastão Dal Farra e Hernâni Donato. Hernâni Donato, um dos mais destacados historiadores de nossa terra, foi o autor do Brasão de Botucatu, o símbolo que traduz todo o nosso passado histórico desde o início do povoamento pelos padres jesuítas, ocorrido em 1719, até passado recente. O desenho é de autoria do sempre lembrado professor Gastão Dal Farra e foi instituído pela Lei Municipal 273, de 28/08/1952, pelos saudosos

Prefeito Municipal e Presidente da Câmara Municipal, respectivamente, Emílio Peduti e Sebastião de Almeida Pinto.

O Brasão de Botucatu criado no Centenário de Botucatu nunca deixou de representar a nossa história e o nosso povo.

Pequenas imperfeições técnicas, caso existam, são amplamente superadas pelas raízes e pelo indiscutível valor histórico.

Na primeira mudança de brasão (sim, o atual brasão já é o terceiro), Hernâni Donato mandava o seu recado:

“...Quando nos devolvem o nosso café amarelo? Queremos a nossa Capela das Dores, o nosso bom, doce e saudável clima trazido pelas brisas do sul. Em futuro não remoto, a Academia, o Centro Cultural, a Casa da Cultura, os jornais e as rádios bem que poderiam levar o assunto à tribuna irrecorrível: o plebiscito”.

Possuímos registro histórico de uma

Você Sabia ??

região tocada pela mão divina quanto à sua arquitetura natural

Em Administrações passadas, o nosso Brasão foi substituído 2 vezes. Por duas vezes, a vaidade dos ocupantes temporários do Poder alteraram o Brasão Oficial de Botucatu.

Queremos o nosso Brasão de volta. Queremos os nossos três morros de volta...pois eles representam a nossa “Cuesta”...

Vamos devolver a Botucatu o seu Brasão Histórico, o Brasão do Centenário de Botucatu.

SUGESTÃO:

Já demos a nossa sugestão conciliatória através da revista Peabiru e vamos repeti-la: que se mantenha o atual Brasão e se eleve a nível de BRASÃO HISTÓRICO DO CENTENÁRIO o nosso Brasão elaborado por Hernâni Donato e Gastão Dal Farra.

É esse o Recado. Esperamos que haja resposta.

A Direção.

EXPEDIENTE

Que a Embaúba é uma árvore típica do cimo da Cuesta de Botucatu? Pois é, a Embaúba que também é conhecida por Umbaúba, Ambaíba, Ambaúba, Imbaúva ou Imbaúba, é árvore da família das Moráceas (cecropia palmata); é árvore de tronco indiviso. Embaubal é o bosque de embaúbas. Também é chamada de árvore-dos-macacos ou árvore-da-preguiça ou torém. O antigo traçado férreo da Sorocabana passava por Vitória (Vitoriana), Lageado e...Embaúba... Sim, Embaúba é uma pequena Vila pertencente a Botucatu que até hoje é procurada pelos amantes da pesca por ser um local ideal e piscoso. Hoje, o descuido e o desrespeito à natureza reduziu muito o número de Embaúbas em nossa região, mas podem ser encontradas na Cuesta e em vários pontos verdes de nossa cidade.

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por

–Da mesma forma, o pronunciamento do Vereador Elias Francisco Ferreira:

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–A palavra final ficou registrada no emblemático artigo de Hernâni Donato:

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–É preciso o registro da histórica sessão da Câmara Municipal de Botucatu na qual ocorreu a mudança do Brasão de Botucatu , com o discurso dos Vereadores Progresso Garcia e Armando Moraes Delmanto ( Jornal Vanguarda de Botucatu /maio de 1978):

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LEITURA DINÂMICA

–O posicionamento dos vereadores nessa votação que decidiu o destino do maior Símbolo Municipal de Botucatu foi a seguinte: votaram contra a mudança: Elias Francisco, Armando Moraes Delmanto, Progresso Garcia, Jorge Thiago da Silva, José Ramos e Hernâni dos Reis. A favor: Antonio Benedito Aria, Mário Pascucci, Walter Paschoalick Catherino, Salim Raphael Abud, João Carlos Moreira, Ageo Maurício de Oliveira, Álvaro Picado Gonçalves e José Luís Amat

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Viagens # Fé

Na Serra da Estrela, a Virgem dos Pastores tem um santuário entre as rochas

Rica em paisagens de tirar o fôlego, tradições ancestrais e histórias envolventes, a Serra da Estrela é um dos destinos mais emblemáticos de Portugal. Entre as suas muitas maravilhas, destaca-se a imponente escultura de Nossa Senhora da Boa Estrela talhada na rocha e ela vigia serenamente os visitantes e os pastores que, há séculos, atravessam os seus terrenos acidentados.

A 1850 metros de altitude situa-se o Santuário de Nossa Senhora da Boa Estrela, no chamado Covão do Boi. Ali o escultor modernista António Duarte (1912-1998) esculpiu na pedra granítica a imagem da Virgem dos Pastores, de sete metros de altura, inaugurada em 1946. A escolha do local não foi ao acaso; o pároco observou o grande fluxo de pessoas que visitavam a serra no seu ponto mais alto e viu nisso a oportunidade de criar um espaço de devoção e contemplação.

Segundo a tradição popular, a Mãe de Jesus apareceu a um pastor, o que a tornou protetora dos pastores da região. Há séculos, homens e mulheres, que enfrentam as condições agrestes do inverno na serra, encontraram na figura de Maria a sua guia.

A devoção à Senhora da Boa Estrela é reflexo da ligação entre a fé e o quotidiano dos pastores, que entre a neblina e o vento cortante, confiam na sua proteção.

Anualmente, no segundo domingo de agosto, ocorre a festa da padroeira, que atrai fiéis de toda a região e turistas, os quais tomam parte da missa celebrada ao ar livre, num altar natural. É ocasião para a comunidade da Serra da Estrela relembrar as tradições e fortalecer os laços culturais, enquanto para os viajantes de se enriquecer com o vislumbre autêntico da religiosidade.

Combinação única de arte, história e de-

voção, o espaço é um testemunho do engenho humano em harmonia com a natureza. E a imagem simboliza esperança para quem atravessa aquela cadeia montanhosa, seja em busca de trabalho, lazer ou contemplação. Aliás, a escultura é uma peça chave para compreender a fé que permeia a vida dos serranos, que se reflete na forma como interagem com o seu ambiente.

Pessoalmente, lá estive com Regina Célia nessas paragens, onde em 1877, numa antiga freguesia chamada de Vinhó, nasceu meu bisavô materno. Para quem aprecia combinar beleza natural, sentimento espiritual e patrimônio cultural, de fato esse é um lugar muito propício.

Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 53 livros sobre a história regional.

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