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O MAIS DESTACADO HISTORIADOR BRASILEIRO, JOAQUIM NABUCO (19/08/1840 – 17/01/1910), FOI POLÍTICO, DIPLOMATA, JURISTA, ORADOR E JORNALISTA.
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Serão disponibilizadas 20 vagas, preenchidas por ordem de inscrição, com preferência para quem ainda não participou de edições anteriores
A Secretaria Adjunta de Turismo de Botucatu realizará a primeira edição do ano do programa “Vem Passarinhar, Botucatu”, uma oportunidade única para observar diversas espécies de aves em seu habitat natural, acompanhado por especialistas.
O evento acontecerá no domingo, 26 de janeiro, no Rancho dos Querubins. O ponto de partida será em frente à Catedral de Sant’Ana, às 05h00, com duração estimada de trilha de 4 horas. Serão disponibilizadas 20 vagas, preenchidas por ordem de inscrição, com preferência para quem ainda não participou de edições anteriores.
A atividade contará com a orientação especializada do guia de aves Bruno Oliani e da guia de turismo Karina Santos, que irão compartilhar conhecimentos sobre as espécies da região e o ecossistema local, proporcionando uma vivência inesquecível.
JOAQUIM NABUCO
Nascido em 19 de agosto de 1849, no Recife, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco Araújo foi historiador, diplomata, jornalista, jurista e deputado pela Província de Pernambuco.
Um dos principais líderes abolicionistas do Brasil, Nabuco escreveu ensaios e livros, além de cartas e discursos, condenando a escravidão. Nessas obras, que podem ser lidas no portal Domínio Público, ele analisava a escravidão sob diversos aspectos (histórico, jurídico, religioso, social e político). Joaquim Nabuco escreveu também em jornais e revistas. Compareceu às sessões preliminares de instalação da Academia Brasileira de Letras (ABL) e foi o fundador da cadeira n° 27.
Em 17 de agosto de 2020, foi promulgada a lei nº 14 .038 que regulamenta a profissão de Historiador, estabelece os requisitos para o exercício da atividade profissional e determina o registro em órgão competente.
Nesta data, o Arquivo Nacional presta homenagem a todos as historiadoras e historiadores do país. O Dia do Historiador foi instituido em homenagem a Joaquim Nabuco, em 17/12/2009, pela Lei nº 12.130.
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Armando Moraes Delmanto
O PEQUENO PRÍNCIPE
Bahige Fadel
Não sei o que me deu hoje, quando resolvi rever o livro O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry. Quando estava na ativa como professor, costumava explicar algumas frases interessantes desse livro. Nem sempre despertava o interesse dos alunos, que estavam preocupados com coisas muito mais importantes, como as redes sociais. Mas alguns até faziam observações sobre meus comentários.
Pois é. Hoje me deu na telha revisitar essas frases. Há muitas, mas dedicarei um espaço para esta: ‘É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.’ E por quê? É que nesse mundo de Deus, muita gente acha que as coisas boas aparecerem de mão beijada, sem o mínimo esforço. Quando um pai repreende o filho, por ele estar acomodado, não é raro esse filho dizer, como se fosse o dono da verdade: Não pedi pra nascer. Ou ainda pior: Como sou seu filho, é sua responsabilidade cuidar de mim. Nunca me esqueço de uma ocasião em que um aluno, achando-se muito esperto, lascou essa de ‘não pedi pra nascer’. Dei uma gargalhada. Perguntei a ele se havia pesquisado muito para chegar àquela observação. Depois perguntei à classe se havia alguém que tinha pedido pra nascer. Se a pessoa não existe ainda, como é que vai ou não pedir pra nascer? É uma frase absurda, que é frequentemente pronunciada por quem deseja abster-se das responsabilidades. Por quem deseja que tudo venha de mão beijada.
Certa ocasião, comentei com um amigo, dizendo-lhe que estava numa boa, que estava nadando de braçada. Ele, rindo, me disse: Todo mundo vê as pingas que eu tomo; não vê os tombos que eu levo. É verdade. As pessoas tendem a ver o resultado do esforço - o sucesso - mas não o trabalho
desenvolvido para se conseguir esse resultado. E os invejosos ainda colocam dúvidas naquele sucesso: Deve ter enganado alguém ou é herança. Ou será que é político? Esses invejosos são incapazes de aceitar que o outro é capaz, trabalhador, eficiente, esforçado. Assim, conseguiu honestamente o que popssui.
A frase tirada do livro de Saint-Exupéry me levou a essas e outras reflexões. As pessoas admiram a beleza das borboletas, não as larvas que elas eram, mas não existem borboletas sem terem sido larvas. Isso quer dizer que, se a gente quiser o sucesso, é preciso aceitar o trabalho, o sacrifício, as privações. Se você esperar pelo grande prêmio da loteria, dificilmente terá algum sucesso. A escolha é nossa. Mas devemos ter consciência de que é preciso suportar as larvas, se quisermos usufruir da beleza das borboletas.
“Viagem”
Oh tristeza me desculpe estou de malas prontas
Hoje a poesia
Veio ao meu encontro
Já raiou o dia
Vamos viajar”
Vamos indo de carona na garupa leve do vento macio
Que vem caminhando
Lá do fundo do mar”
Paulo César Pinheiro
MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA
A viagem estava comprada, marcada.
Juntamos umas poucas roupas numa maleta pequena controlamos a ansiedade e o medo, respiramos fundo, fechamos a porta da casa e fomos embora sem olhar para trás.
Começava de ônibus, passava pelo aeroporto.
Quando já estávamos sentados na poltrona do avião, que seguia lotado rumo ao sul.
Tomamos um café, uma água, com direito a biscoitos. No guardanapo uma mensagem:
De:
Para:
“Es- tive nas nuvens e me lembrei de você “
No pequeno copo de isopor:
“Gente que só funciona depois de um café “
Quando menos se esperava veio o anúncio do piloto: “Senhores passageiros afivelem os cintos, em minutos pousamos em Pelotas
Arregalei os olhos surpresa : Já???
Descemos debaixo de uma chuva que apesar de fria não refrescava o ar espesso.
Ao lado da escada um enorme recipiente lotado de guarda-chuvas, mas o povo destas plagas nem se preocupam de usar, tanto que chove por estas bandas.
Mas nós, paulistas raiz, nos aferramos ao “paraguas” e lá fomos desviando dos pingos grossos, sob sua proteção.
Devolvemos ao seu lugar logo que chegamos para dentro do prédio pequeno do aeroporto internacional que passa por reformas, e lá fomos escoltados á condução que nos levaria até Rio Grande. Chegamos já na noite fechada até a recepção do pequeno hotel onde fizemos as reservas. Um moço gordinho, muito inseguro e suarento nos atendeu muito gentilmente. Depois no levou até o nosso apartamento, reforçando várias vezes que o café da manhã era no 1° piso e era uma delicia.
Comprovamos a sua sugestão, na manhã ensolarada do dia seguinte. Começou aí o caso de amor com esse povo gaúcho. Comemos muito, quase acabamos com o delicioso café. Falei : vou embora antes que coma até os pés das mesas. Agradecemos a senhora dona do hotel e sua fiel escudeira, cuja face redonda nos lembrava dos índios dos sete povos das missões.
Ela também devolveu a simpatia dizendo -”Merece”
Respondi:
- “Obrigada “mimosa”!
O rosto queimado de sol cheio de rugas, se abriu num sorriso branco, os olhinhos puxados brilharam. Ficou aí estabelecido o vínculo dos paulistas com os gaúchos. Dali saímos para as ruas do centro histórico, repletas de casas antigas, igrejas lindas, a visita ao mercado municipal. Mas o ápice de final da manhã foi comer aquele linguado empanado frito e dourado, batata frita, bolinho de peixe, arroz, feijão preto e salada, trazidos com aquele sorriso simpático da Maria, funcionária do restaurante mais procurado que fica ali na ponta do Mercado, recém pintado de amarelo, a poucos passos das águas da Lagoa dos Patos. Pelas portas podemos comer e acompanhar o movimento dos barcos de passeio e dos pescadores daquela região.
No galpão a frente mais cedo, bandos de pescadores limparam o pescado trazido do mar, e vendido ali mesmo.Deitados nos paralelepidos bandos de cachorros bem nutridos ficam ao sol, vendo os turistas que por ali passam. O cheiro do peixe fica por ali, mas faz parte do costume do povo que ali busca comprar um peixe fresco. Voltamos no tempo da estória daquela cidade antiga.
Viagens # Fé
Gesiel Júnior
Uma singela peregrinação ao complexo do Santuário de Fátima
Com alegre devoção Regina Célia eu visitamos Fátima, na Cova da Iria, no Médio Tejo, maior centro de devoção mariana em Portugal. Junto de tantos peregrinos visitamos primeiramente a basílica de estilo neo-barroco e rezamos junto dos jazigos dos santos irmãos Jacinta e Francisco Marto, e sua prima, a Venerável Lúcia dos Santos, que entre maio e outubro de 1917, viram lá a Virgem Maria sobre uma azinheira, árvore típica portuguesa.
A igreja mais antiga, a Capelinha das Aparições, começou a ser construída em 1919, atendendo pedido da Mãe de Jesus para as crianças que ali pastoreavam os rebanhos da família e receberam revelações celestes particulares. Aliás, essa ermida é um dos lugares simbólicos para os que cremos na mensagem de Fátima. O pedestal onde está a figura de Maria marca o sítio exato onde ocorreram as aparições aos três pastorinhos.
A imagem da “Senhora envolta em luz”, produzida em cedro do Brasil, tem um metro de altura e foi inspirada na de Nossa Senhora da Lapa (Ponte de Lima). O seu molde resultou do relato feito pelos videntes ao Cônego Manuel Formigão. Em 13 de maio de 1928 lançou-se a primeira pedra para a ereção da basílica, conforme projeto do arquiteto holandês Gerardus van Krieken. Dois anos depois, Dom José Alves Correio da Silva, bispo de Leiria, declarou as aparições lá havidas como dignas de crédito e aprovou o culto mariano que desde então ali se expressa com gestos de penitência e fé.
No Ano Santo de 1950 o conjunto arquitetônico do santuário foi remodelado e ampliado. Em 1958, na parte frontal da basílica foi instalada uma grande estátua do Imaculado Coração de Maria, esculpida pelo Padre Thomas McGlynn, sob indicação da vidente Irmã Lúcia. Tem 4,73 metros de altura e pesa 13 toneladas.
No jubileu da primeira aparição, em 13 de maio de 1967 o Papa Paulo VI visitou o templo para pedir a paz no mundo. Passados 15 anos, na mesma data em 1982, o Papa João Paulo II esteve lá para agradecer à Virgem Maria o fato de ter sobrevivido à tentativa de assassinato exatamente um ano antes. No extremo da longa praça, em outubro de 2007 outra igreja foi aberta: a moderna Basílica da Santíssima Trindade , projetada pelo arquiteto grego Alexandro Tombazis , que tem 9 mil assentos e ocupa 40 mil metros quadrados de área construída, sendo o marco dos 90 anos das aparições de Fátima.
Visitamos todo o complexo e, à noite, após participarmos da missa na Capelinha, percorremos a tradicional procissão de velas ao redor da colunata do santuário, pedindo, através das contas do Rosário , a nossa conversão pessoal, o fim das guerras atuais e a harmonia entre os povos.
• Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 53 livros sobre a história regional.