Diário da Cuesta
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Na última sexta-feira (24), tivemos a estreia do novo campo sintético da Associação Atlética Botucatuense, que é o clube com a mais completa praça de esportes de Botucatu. Agora totalmente reformulado e transformado em um espaço moderno e adequado para os atletas do clube.
O novo gramado está entre os mais modernos disponíveis no mercado atualmente, além da alta qualidade da grama, ele conta com uma manta amortecedora autodrenante, que evita lesões, por causar menos impacto nas articulações, e também impede a formação de poças.
Além do campo sintético totalmente finalizado, as obras continuam com a troca do alambrado, reformas do banco de reservas, cabine de transmissão, vestiários e outras diversas melhorias, tornando-se uma verdadeira arena para o futebol dos associados.
Denominado “Arena Novos Tempos”, o presidente da AAB, Cacá Deléo, ressaltou a importância dessa grande fase que o clube está vivendo.
“Agradeço a todos vocês por nos apoiarem em mais essa conquista, pois isso reflete a força do nosso clube e de todos os associados. Que todos os amantes do futebol, desde as criancinhas até os mais experientes, desfrutem deste novo campo, unindo a família e amigos, e é por isso que estamos orgulhosos e felizes em entregar mais essa conquista”, comemorou, Cacá Deléo.
BNDES aprova R$ 2,1 bi para Embraer exportar 16 aviões para os EUA
Financiamento por meio do Exim Pós-Embarque apoiará plano de investimentos da Republic Airways para aquisição do modelo E-175 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 2,1 bilhões para a Embraer exportar 16 aeronaves do modelo E-175 para a empresa aérea norte-americana Republic Airways, que atua exclusivamente com aeronaves da fabricante brasileira. O financiamento ocorre por meio do BNDES Exim PósEmbarque e cobrirá uma parcela do investimento total da companhia aérea. As aeronaves serão entregues pela Embraer ao longo de 2025 e a Republic (importadora) assumirá o compromisso de pagamento em dólares ao BNDES, gerando divisas nessa moeda para o Brasil.
"Somos quem podemos ser"
"Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração
A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Nós somos quem podemos ser Sonhos que podemos ter".
Trecho da música "Somos quem podemos ser" Engenheiros do Hawai
Maria De Lourdes Camilo Souza
Somos exatamente o que podemos ser, nem mais nem menos.
Uma peça perfeita e única num imenso quebra cabeças.
Muitas vezes passamos a vida julgando que somos inúteis, lamentamos ser como somos porque nos olhamos pela ótica de terceiros que nos miram como imperfeitos que eles são.
Na verdade a vida tem muitas faces.
Todos os dias os ventos mudam de direção.
Eles movem as areias do tempo e descobrem os tesouros escondidos nas efigies.
Nem o nariz quebrado disfarça sua personalidade.
Obra do vento e do tempo.
Sua genialidade permanece.
Continuará ali o Leão sentado sobre suas quatro patas, mirando alguma direção.
As pedras que o moldaram vieram de algum lugar, como as pirâmides.
Mas o camelo não encontra sob elas a sombra.
Nem uma única tamareira ou oásis com um lago de águas límpidas.
Árido e seco continua, e os vendilhões passeiam a sua volta fazendo seu sustento.
Faraós morando nas alturas das suas habitações, rodeados de luxos, deuses animais e ouro.
E o povo humilde os servindo plácidos, simplórios, comendo os farelos caídos dos seus pratos.
A Rainha tomando seus banhos de leite buscando beleza e juventude efêmeras.
Somos quem podemos ser.
Um mineiro garimpa o ouro nas águas do rio da vida.
As pepitas pulam na bateia úmida como os peixes nas redes.
E surge o homem Deus que faz milagres e transforma água no melhor vinho.
Somos nosso próprio milagre aonde quer que vamos.
Sonhos que podemos ter.
BAHIGE FADEL
Um dia, um conhecido resolveu ‘me ajudar’. Em tom professoral, me disse: Você precisa aprender a ser feliz. Caramba! Eu nem tinha percebido que precisava aprender a ser feliz. Ainda bem que esse conhecido apareceu, para me dar o caminho ou o atalho para a felicidade. Quase disse a esse conhecido que ele deveria publicar um livro sobre esse assunto. Afinal, há tantas pessoas infelizes no mundo. Infelizes de todas as idades, de todos os níveis sociais, de todas as profissões. Infelizes que procuram tratamento especializado e infelizes que resolvem ouvir conselhos de conhecidos e desconhecidos.
Resolvi dar corda para o cara. E o que eu preciso fazer ou saber para ser feliz? E o conhecido, sempre em tom professoral, desfilou sua receita de felicidade. E nessa receita havia uma variedade de coisas, desde roupas de grife até viagens internacionais, passando por restaurantes famosos e aventuras extraordinárias, tudo para sair da rotina. Se fizesse isso, felicidade na certa.
Ouvi o conhecido, demonstrando atenção. Percebi que ele se sentia realizado ao notar que eu estava atento ao conhecimento que ele transmitia. Não lhe fiz perguntas. Percebi que não adiantaria. Ele tinha certezas sobre o assunto. Ser feliz era seguir aquela receita. O resultado seria certo. Agradeci os conselhos e segui meu caminho, deixando o conhecido a saborear o sucesso que tivera comigo. Ele, com certeza, estava muito feliz com o que tinha feito. Engraçado que na receita dele não colocou que mostrar a receita da felicidade poderia deixar feliz o transmissor. Por certo, foi uma omissão.
Segui meu caminho pensando no assunto. Engraçado como existem pessoas que acham que sabem tudo. E fazem questão de transmitir para quem quer e para quem não quer seus ‘profundos conhecimentos’. Em primeiro lugar, quem disse a essa pessoa que eu preciso aprender a ser feliz? Algum especialista em felicidade? Não. Ele apenas resolveu que eu precisava aprender a ser feliz, mesmo não sabendo se eu sou feliz ou não. Isso implica dizer que o importante não era a minha felicidade, mas a felicidade dele.
Sinto pena daqueles que procuram receitas para a felicidade. É que não existem essas receitas. Cada um é feliz à sua maneira. Para se ser feliz, você precisa conhecer-se. Conhecendo-se, você sabe o que quer e o que pode ser ou fazer. Não adianta você colocar na cabeça que, para ser feliz, precisaria fazer uma viagem ao redor do mundo, se você não tem condições financeiras para tanto. Se fizer isso, você estará adubando a sua infelicidade. Não adianta botar na cabeça que sua felicidade está condicionada à realização de um cruzeiro marítimo, se você sente enjoo com as ondas do mar.
Usar roupa de marca não me faz feliz. Faz-me feliz colocar uma roupa confortável. Ir a um restaurante de luxo só me fará feliz, se a comida for muito boa e a companhia, melhor ainda. Beber um bom vinho me faz feliz. E não precisa ser aquele vinho caríssimo, só pra dizer aos outros que havia bebido um vinho de tantos reais a garrafa. Assistir a um bom filme me faz feliz. Preparar um almoço para pessoas queridas me faz muito feliz. Sair de mãos dadas com minha mulher me faz feliz. Ficar só me faz muito feliz. Muitas vezes, o silêncio me faz feliz. Sim, encontro a felicidade numa viagem. E não precisa ser um lugar muito distante. Basta que a companhia seja agradável. Fico feliz quando não sinto muitas dores. Convenhamos que não sentir dor, na minha idade, é um prêmio. Receber um elogio sincero me faz muito feliz também. Quer saber? Estou sentindo uma felicidade enorme agora, apenas por estar escrevendo este artigo.
Gesiel Júnior
Nazaré é uma turística vila portuguesa cujo topônimo tem a ver com uma antiga lenda mariana. Foi o que deu origem aos seus três templos dedicados à Virgem Negra, estatueta sacra esculpida em madeira, trazida de Mérida, na Espanha, no ano 711, para essa típica localidade costeira, hoje conhecida por ter ondas gigantes e servir de palco de torneios de surfe em suas praias voltadas para o Atlântico.
Visitei, acompanhado de Regina Célia, as três curiosas igrejas do sítio da Nazaré, uma bem perto da outra. A primeira fica na pequena gruta feita numa escarpa, a cento e dez metros acima do nível do mar. Sobre um altar há 1300 anos a imagem de Maria amamentando o Menino Jesus foi colocada por Frei Romano, que viveu até morrer nesse lugar que lhe serviu de eremitério.
O segundo templo, chamado de Capela da Memória, foi construído à beira da falésia, sobre a gruta, por iniciativa de Dom Fuas Roupinho após o milagre que o salvou. Pequeno edifício de planta quadrada tem abóboda piramidal. A imagem foi ali venerada de 1182 a 1377.
O terceiro é o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré erguido por ordem do rei Dom Fernando I, em 1377. Começou a ser reconstruído no início do século 17, tendo as obras sido prolongadas até o fim do século 19, época na qual adquiriu a sua forma atual onde nenhum elemento faz suspeitar das suas origens medievais. Nele hoje é venerada a sagrada imagem da padroeira.
A fachada de grandes dimensões do templo abrange uma área suficientemente espaçosa para acomodar os peregrinos, que é dominada por duas torres sineiras e está ladeada por dois edifícios: o do hospital e o antigo paço real, onde se alojavam os reis e outros altos dignitários.
No interior, destacam-se os azulejos holandeses do início do século 18 que cobrem a nave, bem como as pinturas da sacristia que descrevem a história do milagre que salvou a vida de Roupinho, alcaide-mor do Castelo de Porto de Mós, que tinha por hábito caçar nessa região.
Segundo a lenda, numa manhã de nevoeiro, o fidalgo perseguia um veado quando o viu desaparecer no precipício. Alarmado pelo perigo, pediu ajuda à Virgem e logo o cavalo estacou, salvando a sua vida. Em ação de graças, ele ergueu a Ermida da Memória.
Perto do largo dos três templos está o miradouro do Suberco, de onde se tem uma das melhores varandas com deslumbrantes vistas sobre a Nazaré e o seu belo cenário litorâneo.
Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 53 livros sobre a história regional.