Edição 133

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

Vista noturna do monumento no Jardim do Paratodos

ano I Nº 133

TERÇA-FEIRA, 13 de ABRIL de 2021

ARQUITETO NADIR MEZERANI FAZ CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS SOBRE SUA OBRA NO JARDIM DO PARATODOS

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Editorial

Conhecedor, por formação técnica, da importância do concreto na construção de monumentos, obras viárias e edifícios, o arquiteto botucatuense NADIR MEZERANI ficou nacionalmente conhecido por sua obra para rebaixamento da famosa Avenida Paulista, com pista expressa que foi parcialmente construída na gestão do prefeito Figueiredo Ferraz. Em Botucatu, esse botucatuense nascido em Vitoriana, atuou de forma efetiva no visual urbano da cidade sempre através de concurso público. Desde o monumento que representa a “Alma

de Botucatu”, no magnífico Portal das Três Cruzes, passando pelo “Espaço Cultural Dr. Antonio Gabriel Marão” na avenida Dom Lúcio e completando seu trabalho arquitetônico com a construção de um novo jardim na Praça Cel. Moura (Largo do Paratodos). Tudo isso na gestão do prefeito Joaquim Amaral Amando de Barros, quando NADIR pode estruturar o Departamento Municipal de Obras Públicas e elaborar de forma pioneira a introdução da arborização nas vias públicas. É conhecida a consequência política dessa intervenção técnica no visual urbano de Botucatu. Principalmente, o

ex-prefeito Amaral de Barros foi vítima de verdadeiro “bullying político” como resultado da atuação do Poder Público na transformação radical da Praça Cel. Moura. Pagou caro e teve encerrada, prematuramente, sua carreira política. Hoje, praticamente 55 anos após a inauguração da nova praça e seu jardim, o autor da obra, arquiteto NADIR MEZERANI, faz a defesa de sua obra embasada em aspectos técnicos de uma arquitetura moderna. E busca a compreensão do Poder Público para que seja mantida originalmente a sua obra, sem modificações que a descaracterizem.

O “DIÁRIO DA CUESTA”, que destacou a importância dessa obra em sua edição e em seu Editorial de 15/12/2020 (republicado na página 2 com a matéria referente à Concha Acús�ca), publica esse texto do arquiteto botucatuense NADIR MEZERANI na certeza de estar colaborando para o registro histórico do município. A Direção.


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Diário da Cuesta

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Diário da Cuesta

DIREITO AUTORAL: INSTRUMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE É da natureza humana querer saber das origens das coisas, diretas na fonte! Botucatu esta perto de completar 166 anos, mas lá de longe lembra que sua Cuesta a orgulha de ser parte da maior obra de integração do território Sul Ocidental: as Trilhas Peabiru. Nesta data a Cidade deve reverenciar o amplo espaço urbano Paratodos: “alí estava o primeiro arranchado de moradores”(*), edificado aos poucos junto ao que restava de aldeia dos Índios Caiuás, onde os bons ventos sopraram aos tropeiros e sopram aos seus descendentes. . Na dinâmica da Cidade este espaço refletiu, pelos sígnos, suas nuances de Largo da Matriz, Pátio da Matriz, Largo da Liberdade, Praça Paratodos e Jardim do Paratodos! A igreja da Matriz existente neste espaço urbano em 1918 se deslocou mais alto e no decorrer do tempo nasce em seu lugar uma marquise. A leve marquise junto a símbólico bebedouro de animais, inicialmente com posto de combustíveis, relógio e bar transformou-se na primeira Rodoviária da Cidade. O Cine-Teatro Paratodos emprestou o nome a todo ambiente, incluindo a enorme área de topografia íngreme onde a mata natural conferia ar bucólico ao local . As Feiras Livres participavam deste espaço aberto. Em sequência a marquise e as feiras mudaram de local. Tornou-se enorme espaço plano e livre, para manifestações na cidade. Compunha-se útil à extensão visual entre o Teatro e a Praça íngreme Em1980 foi construído outro abrigo de ônibus urbano, este pesado e grotesco, abrigando banheiros. Foi fechada novamente a visão entre Teatro e Praça . A obra necessária de arquitetura não pode ser uma interferência nociva à paisagem da cidade. Retornando-se à história do início do século 20, em 1922, a municipalidade resolveu comemorar os 100 anos da Independência do Brasil, colocando num dos cantos do terreno inclinado, entre a praça plana e a rua João Passos de hoje, um obelisco. Durou menos de dez anos. Logo apareceu um novo projeto de uso daquele terreno inclinado e com árvores nativas. Em 1930 com a força reinante de época, na sociedade em formação, as árvores foram cortadas para receber a implantação de um jardim com desenho paisagístico de praça plana européia, bem em Botucatu, com requintes de plantas importadas, em plena Cuesta. Portanto resultou uma praça de passagens entre ruas, e que levou sete anos para ser inaugurado, em 1937. O nome de Praça tornou-se Jardim do Paratodos. Era um jardim abundante mas não paratodos pois haviam só os caminhos. Seu topo e o espaço plano foram vencidos com passarelas em rampas íngremes com degraus sem acessibilidade plena. O Jardim realçou nome importante da sociedade, Praça Coronel Moura Campos, homenagem ao chefe militar falecido em 1918. A imagem de área conservada resistiu vinte anos. Este aspecto glamoroso é registrado em livros históricos com uma foto anterior a infeliz Segunda Guerra Mundial. Este registro, mais divulgado, cria noção absolutamente enganosa que não corresponde, em hipótese algu-

ma à realidade com esta beleza até a década de 60 Na década de 60, quando o conhecido descuido público já imperava, o jardim da Praça Coronel Moura, era de caminhos arruinados, sem iluminação, poucos bancos, vegetações abandonadas, misturadas com imensos fícus, “lacerdinhas” sobre espelho d’água contida por pedras . Restaram poucos peitoris em “galhos” de cimento torcido imitando o jardineiro francês Lamonier, século 19 ( ** ). Encostado ao lago, sem água, e ao passeio não faltou a grande obra prima de banheiro público desenhado por pedreiro. Os taxistas gostavam e os saudosistas abstraem o horror para não atrapalhar belas lembranças. Em 1966, sobre espaço do Jardim deteriorado e disforme por vinte anos, implantamos a difícil mas necessária obra da Praça Paratodos ou Coronel Moura. Todos a conhecem como livre a se manifestar, circular e permanecer. Não esquecendo os sete grandes canteiros lotados de rosas às costas das arquibancadas. Uma Praça com arquitetura e paisagismo contemporâneos, nacionais. “A década de 60, período que se destaca no século como referência de conceitos sociais... teve a arquitetura ... como instrumento dessa construção cultural .Várias praças públicas ... passaram a ser repensadas urbanisticamente , sem seus tradicionais coretos, e com a inclusão de teatros ao ar livre como ponto de encontro maior ... “(***) Conseguimos indispensáveis espaços planos ao uso de lazer com arvores e bancos, sanitários enterrados e arquibancada de teatro ao ar livre. Em visão aérea o desenho foca um centro único do conjunto de espaços de “praças” onde nasceu e se irradia à cidade de Botucatu. A escultura simbólica, berço da cidade, brota com pétalas também acústicas ao palco e teatro , “marco zero “ a 360%, para Botucatu Cultural, arejada ! No século 21, a Praça do Paratodos aos 55 anos, recebeu interferência de uma Bíblia de braços abertos, esquecendo que há constituição. É flagrante a desfiguração que esta obra provoca na paisagem do espaço público já caracterizado para todos. Agora provoca novo apelido. É imperioso que a sociedade, sem parcialidade, por exemplo, redirecione este trabalho religioso a outro espaço da cidade especificamente planejado à confraternização entre demais cultos interessados. Hoje surge no espaço a designada “Nova Paratodos” de 2019. Deve haver recurso sobrando em Botucatu, para pintar o concreto aparente das pétalas ( já se gasta recursos para pintar os muros e bases do Portal das Cruzes). A iluminação correta do espaço é nas bordas originais do palco, sem a fragrante intervenção de mureta, também grotesca, na base da escultura, para ‘esconder’ refletor. Há dinheiro de sobra para tirar enormes áreas de piso estável, perto de 2.500 m², permeável e substitui- lo por peças menores do famoso intertravado. São Paulo , mal exemplo, retira hoje este piso de passeios e praças . Foi fácil e sem custo arrancar e transportar todos os bancos pesados e estáveis, que poderiam receber apenas duas pranchas de madeira ao melhor conforto do usuário. É elogiável entender o dinamismos das cidades e a planejar às novas necessidades. As praças, que o poder público não sabe conservar e proteger aos usuários, tem sido transformadas, fechadas ou equipadas com usos diversos sob concessões privadas. O fato em sí já é um recurso forçado e no caso da Paratodos, piorado com a forma deselegante, sem a grandeza do poder público de consultar o autor do projeto. Botucatu recebeu há mais

de meio século obras significativas de expressão cultural, religiosa e de lazer, de minha autoria. Também me orgulho de criar o Departamento de Obras da Prefeitura Municipal de Botucatu, arborizar os passeios de suas ruas. Também auxiliei muito, mais do que as atas possam ter registrado, a transferência da primeira sucursal da Pinacoteca do Estado à esta Cidade, junto ao amigo Secretario da Cultura do Estado de SP. A população pode entender, se assim pretender, que o direito autoral é uma garantia de sua defesa para cercear devaneios de políticos. As vezes bem intencionados, outras amarradas a quem os colocou no poder e há outros muitos sabores e dissabores conhecidos ! Retorno ao inicio do texto, com respeito aos quase conterrâneos, sou da pequena Vitoriana, para lembrar que também é indispensável ao ser humano voltar às origens. Desde à “Semana de 22”, buscamos a identidade nacional , também nas artes da arquitetura, urbanismo, paisagismo, ensinadas a seus filhos em Universidades . Sendo claro: ensina-se entre universo maior, que o concreto armado é indispensável em todas e quaisquer obras. Até os pobres favelados sabem disso, com suas tristes limitações. O concreto armado aparente é o caminho mais próximo ao pré industrializado, ou da mão de obra menos artesanal ou menos escrava. Quaisquer outras alusões são anti ciência e a arte na arquitetura ! Não basta a idade de uma obra para preservação, a pertinência é cultural ao tombamento patrimonial. A Estação Ferroviária de São Manuel, tombada pelo município, hoje restauramos com recursos da lei PROAC, auxiliados pela Usina Açucareira local. A Estação Ferroviária de Vitoriana, foi destruída pela própria FDE, a cortou ao meio por um galpão metálico, em pleno espaço livre... Hoje em tempo de revisão mundial de inverdades e injustiças passadas, lembro que também os filhos universitários historiadores da terra, Cuesta Botucatu, estão a postos, sutis e precisos, para nos contar o mal que há no desrespeito humano. É sabido pela história a metamorfose dos episódios desumanos percorridos pelos desígnios do Largo e Rua do Rosário. Tristeza muito maior. Cabe também, aos mais religiosos do que eu, decifrar se deuses e acompanhantes também auxiliaram, do auto, outras cidades com o Portal iluminado 360°, contra o outro mal da Terra. NOTA : Tenho conhecimento agora de outra iniciativa da Prefeitura Municipal de Botucatu em interferir no Espaço Cultural da Cidade, após sua difícil e incompleta obra de recuperação e retrofit, às minhas expensas. Prefiro ver neste espaço o colorido de uma foto de crianças brincando, de uniforme. que algum fotografo competente tirou. Mais uma vez não se entra no mérito da coisa em si mas da forma deselegante do poder público. A sociedade se assim desejar vota para que estas obras sejam demolidas ou não. Botucatu , minha capital, na verdade precisa de uma prefeitura sensível contra hábito secular ! Atensiosamente Arquiteto Nadir Mezerani. S.P. 11/04/2021 - 2:21 h (*) (**) pavilhão “Jardim de Paris” de Joseph Monier de 1850 (***) (pag 167 ‘ O CONCRETO NO BRASIL –pré- fabricações , monumentos, fundações’- de Augusto Carlos de Vasconcelos )


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Diário da Cuesta

Esportes Lucas Nogueira

Dudu Barrichello termina testes de pré-temporada da Fórmula Regional Europeia

Os testes da pré-temporada aconteceram no circuito francês Paul Ricard, neste fim de semana os pilotos puderam se adaptar melhor com os equipamentos e sua preparação para o início do campeonato entre os dias 16 e 18 de abril. A equipe da JD Motorsport, composta por Dudu Barrichello e Tommy Smith, tiveram um fim de semana bom para os estreantes da categoria. Dudu foi mais rápido e constante que seu companheiro de equipe. Na equipe DR Fórmula temos outro brasileiro estreante, Gabriel Bortoleto, o brasileiro não obteve bons tempos, a equipe que é comandada pelo piloto multicampeão de kart tem tido problemas para desenvolver o acerto dos carros.

Os favoritos nesta temporada tem sido as equipes que participaram da Fórmula Renault, no entanto, a equipe da Prema que já é uma equipe vinda da Fórmula Europeia e tem se mostrado bem competitiva com seu motor Alfa Romeo.

Os destaques do fim de semana de treinos foram para as equipes da Art Grand Prix com o piloto Gregoire Saucy e com a equipe R-Ace e o piloto Isack Hadjar. Ambos os pilotos obteram o mesmo tempo de 1min57s597 e foram os melhores da sessão. O piloto brasileiro de 19 anos, Dudu Barrichello diz: “Foram dois dias intensos, de muito trabalho. Continuamos evoluindo e nos entendendo cada vez mais para superar os desafios. Dessa vez tivemos alguns problemas e chegamos até a trocar de carro. Tenho que agradecer a todos na JD Motorsport pelo empenho. Acumulamos mais uma valiosa quilometragem em Paul Ricard e vamos seguir trabalhando com garra.”.


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