Edição 15

Page 1

Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 15

QUINTA-FEIRA 26 de novembro de 2020

CONDE DE SERRA NEGRA O Maior Produtor de Café do Brasil na Monarquia e na 1ª República. página 4

Foto Histórica: sentados da esquerda para a direita, o Conde de Serra Negra e seu pai, o Barão de Serra Negra, ladeados pelos outros filhos do Barão.

A famosa Fazenda do Conde de Serra Negra sendo visitada pelos integrantes do "Grupo Papa Trilhas" e, em segundo momento já sendo restaurada pela Usina São Manuel, atual proprietária. Este último registro feito por mim, pelo Valdemar Juliani e pelo Antoninho Sanches (Grupo Papa Trilhas) que também estiveram na visita anterior.

As estátuas do portão dos serviçais da Casa do Conde de Serra Negra em Vitoriana, representam os continentes: África e Ásia. No portão dos Convidados e autoridades as estátuas eram: Europa e América, foram arrancadas. Vieram da cidade do Porto/ Portugal. (Grupo Aventureiros do Túnel)

RETORNO PODEROSO: A PRF-8 - RÁDIO EMISSORA DE BOTUCATU VOLTA COM FORÇA TOTAL!

A conhecida Rádio PRF-8 está sob novo comando: o empresário Lourival Panhozzi, assumiu a direção e deve fazer uma nova programação para conquistar a preferência dos botucatuenses. A Rádio PRF-8 é uma rádio emblemática: é a 1ª rádio de Botucatu, tendo sido verdadeira ESCOLA para muitos e muitos radialistas. Iniciou suas atividades em 1939, fruto da subscrição popular de ações e tinha como acionistas majoritários os capitalistas srs. Bacchi e Peduti. Em 1950, com a proximidade das eleições municipais, a rádio foi comprada pelo esquema do político

do Adhemar Pereira de Barros. Posteriormente, a família Paganini assumiu a direção da Rádio PRF-8. Há poucos anos, assumiu sua direção o radialista Vanderlei dos Santos que é o proprietário da Rádio Municipalista. E, agora, a notícia de que o conhecido empresário Lourival Panhozzi assumiu a sua direção. Por oportuno, mostramos fotos do debate dos candidatos a Prefeito de Botucatu , ocorrido na sede da Rádio PRF-8, no Auditório Angelino de Oliveira, que teve a participação, como candidato, de Lourival Panhozzi. É Registro Histórico.

Prestigie o Comércio de Botucatu


2

Diário da Cuesta

editorial

MANFREDO COSTA E A INAUGURAÇÃO DA CIA DE FORÇA E LUZ DE BOTUCATU

Botucatu está passando muito mal com a irregular atuação da CPFL. Lembro sempre o conceito de excelência que gozava essa empresa de energia elétrica: diziase que nas Usinas da CPFL não se encontrava um cisco no chão... Das 3 empresas paulistas (CESP e ELETROPAULO) a CPFL era considerada empresa modelo! E veio a privatização sem controle de qualidade... Quem comprou teve a cobertura financeira do BNDES e, tomando posse, vendeu os ativos imobilizados, os bens patrimoniais da empresa. Aqui em Botucatu, a empresa tinha sede na Cardoso de Almeida e outros prédios na cidade, além de todo um quarteirão nas proximidades da SABESP. Pois é... Depois veio a empresa CHINESA, sim senhor, CHINESA... E os botucatuenses tem dificuldade para o atendimento de seus problemas com a CPFL... E falta luz... E a demora para ser restabelecida... Pô, temos que gritar com voz forte e exigir uma prestação de serviços de nível. Outro dia, houve queda de energia e foram quase 14 horas para ser restabelecida... Tá certo isso, Arnaldo?!? E é bom que Botucatu tenha

pleno conhecimento do que estão fazendo com as suas conquistas: a Família Cardoso de Almeida, tendo a frente o Deputado Federal José (Juca) Cardoso de Almeida fundou, em 1905, a Cia de Força e Luz de Botucatu. Para esse grande e ousado empreendimento, trouxeram o Engenheiro Manfredo Antonio da Costa, formado pela Escola Politécnica, carioca que havia iniciado sua vida profissional na EFS – Estrada de Ferro Sorocabana para a direção da empresa. Exercia a Intendência Municipal, o Cel. Antônio Cardoso do Amaral (Nenê Cardoso) , irmão do Deputado Cardoso de Almeida, Chefe Político do PRP. A inauguração festiva ocorreu em 1907. Esse mesmo grupo, a partir de Campinas, fundou a CPFL, em 1912, que teve a Cia de Força e Luz de Botucatu como a empresa base na constituição da Paulista de Força e Luz. Nesse empreendimento, novamente à frente o Dr. Cardoso de Almeida e, no comando técnico, o Engenheiro Manfredo Costa... E de empresa modelo, a CPFL está a desejar... Vamos reagir?!? Com vontade política, vamos mudar isso?!? A DIREÇÃO.

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689 O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


Diário da Cuesta

3

DEPOIS DA TEMPESTADE... BAHIGE FADEL

Vem a dúvida. Não venham com essa de que depois da tempestade vem a bonança. Essa bonança está muito longe de acontecer. Vai demorar pra caramba. Antes de vir a bonança, as pessoas terão que reconstruir tudo que foi destruído. Perdão, já que nem a tempestade terminou ainda – muita coisa ruim ainda vai acontecer – as pessoas ainda precisam ficar muito espertas, muito atentas, muito preocupadas. Está acabando a tempestade das eleições municipais. Aliás, nem sei se essas eleições foram uma tempestade. Parecia que as pessoas estavam mais preocupadas com a tempestade eleitoral dos EUA do que com as eleições do Brasil. Lá nos States, a tempestade desmanchou de vez o topete do presidente Trump. Aqui no Brasil, foi mais uma ventania. Não foi um furacão. Se provocou estragos, foram estragos que já estavam a caminho, já

eram previstos. Por exemplo, o PT, o partido do Lula, foi um dos que mais sofreram com a ventania eleitoral. Por outro lado, o PSOL botou a camisa da oposição e foi pra luta, com resultados significativos. Mas nada que mereça manchete na primeira página do New York Times. Pelo menos, durante esses dias, o pessoal não ficou falando da pandemia da COVID-19. Por falar nisso, um dia desses, uma amiga me perguntou por que COVID-19 é uma palavra feminina. Não é o vírus? Perguntava ela. Não, não é

VOCÊ SABIA?

o vírus. É o coronavirus disease 2019. A gente adora o que vem dos EUA. Então, é CO de corona, VI de vírus, D de disease (doença) e 19 de 2019. Assim, é a COVID-19, no feminino, porque é a doença do coronavírus. Mas voltando à vaca magra, nesses dias, parecia que o tal do coronavírus tinha viajado para outras plagas. Bye-bye Brasil! Quando na verdade as coisas com a pandemia não mudaram. E não mudarão, enquanto não houver uma vacina confiável. Não acreditem muito nessa briga Bolsonaro-Dória ou na briga Globo-opositores da Globo. Nenhuma dessas brigas vai resolver o problema. Em primeiro lugar, quando surgir uma vacina confiável, ela não será exclusividade brasileira. O criador da tal vacina não vai chegar para o Dória ou para o Bolsonaro e dizer: ‘Olha, eu criei essa vacina especialmente para você salvar a sua população’. O país que criar essa vacina testada e comprovada vai vendê-la para

quem pagar mais. Não sei se o país e o governo de São Paulo estão com esse cacife todos para enfrentar, na grana – o Brasil com o real e os outros países com o dólar e o Euro – os demais países. Se oferecerem a vacina para o Brasil, sem tê-la oferecido para os EUA ou para o Japão e a Europa, é bom desconfiar. Nossa! A gente começou com as eleições e continuou com a pandemia. A intenção dessa crônica era comentar sobre eleições apenas. Mas conversa vai, conversa vem, a gente vai mudando de assunto. Por falar nisso, em Botucatu, nenhuma novidade. O Pardini confirmou o favoritismo. Tomara que continue a boa administração do primeiro mandato. E a Câmara de Vereadores foi renovada em menos de 50%. Normal. A grande novidade é a presença de quatro mulheres. É a primeira vez que há essa quantidade feminina na história da Câmara de Botucatu. Tomara que tenham êxito e trabalhem pela cidade.

Que teria sido brasileiro o famoso herói inglês que marcou presença na Primeira Grande Guerra Mundial? Teria sido botucatuense esse herói? Teria nascido na Cuesta de Botucatu esse herói que encantou gerações com sua bravura e idealismo? A Revista Peabiru apresentou minucioso estudo sobre a trajetória desse herói mundial. Na história ou na “lenda” de Lawrence da Arábia, temos como berço natal do herói a Cuesta de Botucatu, mais precisamente, a Fazenda do Conde de Serra Negra, localizada em Vitoriana. Verdade ou lenda ?!? Segredo guardado ou sonho “botucudo” surgido antes da virada do século passado?!? Mas fica – com certeza! – a imagem positiva e heroica de Lawrence da Arábia: um brasileiro nascido na CUESTA DE BOTUCATU.


4

Diário da Cuesta

CONDE DE SERRA NEGRAMaior Produtor de Café do Brasil na Monarquia e na República!

O Conde de Serra Negra, tinha “status” e poderio econômico: tinha 15 fazendas de café no Estado de São Paulo e no Rio de Janeiro. De tradicional família paulista, era filho do Barão de Serra Negra que além de grande proprietário rural e produtor de café, era Presidente do Banco de Piracicaba, por ele fundado e benemérito da Santa Casa de Misericórdia, tendo até um bairro (Bairro de Serra Negra) em homenagem à família. O Conde de Serra Negra era genro do Barão de Valença (da família Resende) um dos maiores produtores de café do Estado do Rio de Janeiro. Dessa forma, o Conde tinha mais de 2 milhões de pés de café em suas fazendas no Estado de São Paulo e nas fazendas da família no Rio de Janeiro atingia o total de mais de 4 milhões de pés de café. Era o maior produtor e exportador de café do Brasil. Tinha em Paris, além de sua suntuosa mansão, uma moderna torrefação com depósito e distribuição do produto na França e nos países da Europa. O Conde passava seis meses

na Europa e seis meses no Brasil, visitando suas propriedades, enquanto a Condessa cumpria as suas obrigações sociais e assistenciais na Corte, no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde a família convivia com o Poder Político e com os grandes financistas paulistas. No ano de 1887, o Conde de Serra Negra mantivera seguidos contatos com o Barão de Parnaíba, Presidente (governador) da Província Paulista, obtendo a promulgação da Lei que autorizava a extensão do traçado da SOROCABANA (Lei nº 25, de 19/03/1887), até Botucatu e São Manuel... A visão de Estadista do Conde de Serra Negra, alertou o mundo oficial brasileiro para a crise do café. Antes de 1910, o Brasil começara a acusar um descontrole em sua política cafeeira, com os portos estocando cada vez mais o excedente da produção, processo que iria culminar com a crise de 1929/30. Era o fantasma da superprodução provocando o declínio dos preços e a triste realidade dos estoques encalhados de café...

E o poderio econômico do Conde começava a ser implacavelmente minado... Uma a uma as fazendas iam se acabando no acerto inadiável dos débitos assumidos e sempre honrados. Uma das últimas foi a Fazenda do Conde Serra Negra, no Distrito de Vitoriana, no município de Botucatu...Essa última perda não foi presenciada pelo Conde. Ainda bem... O PERFIL MÁGICO DO CONDE! Assim, o Conde de Serra Negra, sempre sem qualquer vínculo com o mundo político oficial, continuou a “acompanhar” o crescimento de Botucatu e a evolução de sua gente: esteve com o Monsenhor Ferrari em Roma batalhando pela criação da DIOCESE DE BOTUCATU, concretizada em 1908. O Monsenhor Ferrari, grande batalhador, foi o idealizador e responsável pela criação da Diocese de Botucatu. O Conde tinha uma amizade sincera com o comerciante português Antonio Cardoso de Almeida. Pois bem, essa amizade

iria levar o Conde a uma série de novas amizades, todas elas ligadas por parentesco com o chefe do clã dos Cardoso de Almeida. Assim, foi com o Monsenhor Ferrari que era cunhado de Dona Alcinda Cardoso de Almeida Ferrari. E Estevam Ferrari e Dona Alcinda tiveram um filho, Alcides de Almeida Ferrari que se formou advogado na São Francisco, tendo sido vereador e promotor em Botucatu, ingressando posteriormente na Magistratura onde chegou a Desembargador e Presidente do Tribunal de Justiça do Estado.

A famosa Fazenda do Conde de Serra Negra sendo visitada pelos integrantes do “Grupo Papa Trilhas” e, em um segundo momento, já sendo restaurada pela Usina São Manuel, atual proprietária. Este último registro feito por mim, pelo Valdemar Juliani e pelo Antoninho Sanches (Grupo Papa Trilhas) que também estiveram na visita anterior.

Majestoso portão de entrada, encimado pelas estátuas das estações do tempo (Botucatur).


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.