Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
O FUNDADOR DE BOTUCATU TERIA SIDO O TRUCULENTO SIMÃO BARBOSA FRANCO?
ano I Nº 168
SEGUNDA-FEIRA, 24 de MAIO de 2021 ILUSTRAÇÃO VINICIO
A conceituada e pioneira historiadora Eunice de Almeida Pinto Chaves, formada na 1ª Turma da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, exerceu o magistério em nossa Escola Normal e foi Diretora do Centro Cultural de Botucatu. No artigo “O Município e a Cidade de Botucatu”, publicado na revista Peabiru nº 08/1998, relata a atuação de Simão Barbosa Franco na fundação de Botucatu. É Registro Histórico. Página 3
BOTUCATU: HISTÓRIA DE UMA CIDADE!
A NOVA BOTUCATU!
Quando o então prefeito LUIZ APARECIDO DA SILVEIRA (LICO SILVEIRA), inaugurou a COHAB 1 – CONJUNTO HUMBERTO POPOLO – fizemos uma matéria dizendo que havia sido construída uma nova cidade – A NOVA BOTUCATU! Exatamente. Botucatu ganhava uma “cidade”maior que Bofete e Itatinga, de uma só vez... Pois bem, de lá para cá, esse novo bairro cresceu. Hoje, tem a maior escola estadual, a “Profa. Sofia Gabriel”, tem o Sesi, a Escola de Tempo Integral, o majestoso Parque Linear do Lavapés. Enfim, é um orgulho para Botucatu. E o Prefeito Pardini tem sido o consolidador dessa realidade. Pardini recebeu em seu gabinete representantes da Construtora Ecovita, que devem ainda neste ano anunciar mais 3 empreendimentos na Cidade, somando 628 unidades habitacionais, localizadas próximo a Vila Paulista e a Cohab do Sesi. E o melhor, com subsídios do Programa Casa Verde e Amarela e do Programa Casa Paulista. Vamos acompanhar o surgimento desses novos investimentos! AVANTE!
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artigo
Rubens Dantas, o primeiro diácono permanente da Arquidiocese de Botucatu, completa 100 anos Gesiel Júnior
Por mais de três décadas Rubens Dantas atuou nos serviços contábeis em Botucatu antes de se tornar membro do clero. Primeiro diácono permanente ordenado na Arquidiocese, ele hoje atua em São José dos Campos, onde completa nesta quinta, 20, 100 anos de idade. Natural de Itatinga, onde nasceu em 20 de maio de 1921, filho único de Ana Carnielli e José Luiz Dantas, proprietários rurais, o menino Rubens fez seus primeiros estudos como interno no Colégio Arquidiocesano de Botucatu, onde acentuou a sua religiosidade sem esconder seu gosto pelo esporte.
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“Eu gostava do meu futebol. Naquela época surgiu o Palmeiras, que antes era chamado de Palestra Itália. Tinha um lago muito bonito em Itatinga e eu me juntava com os colegas do grupo escolar e passava umas horas lá com o meu pai e minha mãe”, recorda-se. Nessa época, quis entrar para o Seminário de Botucatu, mas não teve aprovação paterna. Contudo, perdeu o pai ainda jovem e então vendeu o sítio da família e se mudou para Botucatu com a mãe, iniciando a sua carreira de contador. Depois de cursar administração, ciências e letras, ainda jovem Rubens casou-se em 1947 com Ivone Navarro, com quem teve seis filhos, um homem e cinco mulheres. Pioneiro no serviço diaconal Aos 61 anos de idade, católico engajado na Paróquia de São Benedito, de Botucatu, Rubens foi convidado pelo arcebispo metropolitano, dom Vicente Marche� Zioni para receber o diaconato permanente. Ele recebeu esse grau do presbitério junto do gráfico José Carlos Fortes e do candidato ao sacerdócio, Ludovico Lara Camargo, na manhã do Domingo de Ramos, 27 de março de 1983, na Catedral Basílica Menor de Sant’Ana. “Foi inesquecível, principalmente naquele momento em que a gente se prostra. Eu me entreguei totalmente a Deus e pedi a Ele que todo o meu trabalho fosse um trabalho santo, todo voltado para Ele e para os irmãos. Pedi que esse trabalho fosse de santificação para mim, para minha família e para a comunidade onde eu fosse colocado para exercer a função de diácono”, afirma com alegria no olhar. Por motivos familiares, fechou seu escritório contábil em Botucatu e mudou-se em fins dos anos 1980 para a Diocese de São José dos Campos, onde apresentou-se para trabalhar e foi acolhido e hoje seve na Paróquia do Espírito Santo. Desde jovem Rubens manifestou sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus e se tornou membro ativo do Apostolado da Oração. Anos depois, já atuando na Diocese de São José dos Campos, tornou-se coordenador diocesano do AO. Aos 100 anos de idade, dos quais 38 dedicados ao serviço diaconal, o diácono Rubens Dantas mantem-se na ativa. O segredo, segundo ele, é “viver bem e fazer a vontade de Deus”. Figura admirável, em seu centenário de vida, recebe as homenagens do Bispado de São José dos Campos nestes termos: “O Diácono Rubens é um grande exemplo. Foi ordenado na Arquidiocese de Botucatu e há muitos anos mora e atua na Paróquia Espírito Santo. Incansável em seu amor pelo Apostolado da Oração, esteve à frente desse movimento, como seu diretor espiritual, por muitos anos e ainda se mostra fervoroso no exercício de seu ministério”.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
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SIMÃO BARBOSA FRANCO Eunice de Almeida Pinto Chaves
Em carta de D. Luís Antônio de Souza Botelho Mourão (governou São Paulo, de 1765 a 1771) ao Conde de Oeiras, datada de 24 de dezembro de 1766, demonstra seu interesse em realizar a fundação de núcleos urbanos, que serviriam como “boca de sertão”, para as futuras conquistas. Antes dessa carta ao Conde de Oeiras, já o governador D. Luís Antônio em 4 de setembro de 1766 havia baixado uma ordem ao paulista Simão Barbosa Franco que era possuidor de terras nos campos de Ubutucatu, adquiridas de André de Souto Gurgel, requereu ao governador de São Paulo, em nome de S. Majestade, a concessão de uma Carta de Sesmarias de “uma legoa de testada e legoa e meya de certão”, na referida região. Na petição por ele apresentada, comprometia-se a fazer benfeitorias, abrir caminhos, construir pontes e até fundar alguma povoação se necessário fosse. A sesmaria foi-lhe concedida e talvez pela boa vontade manifestada na petição, foi-lhe designada a tarefa de fundar a povoação de Ubutucatu ou Botucatu. Nesse mesmo ano de 1766, Simão Barbosa Franco deu início à fundação da povoação de Botucatu, sob a invocação de Nossa Senhora das Dores de Cima da Serra. Embora alguns estudiosos apresentem contestações a respeito da fundação de Botucatu, por Simão Barbosa Franco, afirmando que nessa ocasião ele se achava em Mato Grosso, de onde só voltou em 1771, está cabalmente provada que a nova povoação foi fundada por esse paulista, no alto de uma serra que serve de contravertente para as águas dos rios Paranapanema e Tietê. E para anular qualquer dúvida que por ventura haja a este respeito, lembraremos que em 1768, foi por D. Luís Antônio organizado um mapa de grande parte da América Meridional, em que figurava quase toda a Capitania de São Paulo com os seus sertões e rios mais famosos e parte das Capitanias adjacentes, tudo delineado segundo os roteiros e notícias mais exatas que até então se havia descoberto. Esse mapa, nas pesquisas empreendidas no Arquivo do Estado, não foi encontrado. Porém no volume XIX Documentos interessantes para a his-
tória e costumes de São Paulo, à pág. 147, encontram-se referências a seu respeito. Nesse mapa, segundo as advertências assinaladas, figuravam os núcleos urbanos já organizados e entre eles o de Botucatu (fundado em 1766). Em 1768, Simão Barbosa Franco, recebeu ordem do governador de São Paulo, para fundar e administrar a povoação de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga, ordem que conseguiu realizar aglomerando em um núcleo os moradores da região. Itapetininga foi erigida em vila em 5/11/1770. Ocupou diversos cargos na vida da nova vila e isto desmente a afirmação de que o referido Simão se encontrava em Mato Grosso nessa ocasião. Botucatu surgiu, portanto, em 1766. A partir de então continuou desempenhando a sua função de “boca do sertão”, servindo de pouso e de ponto de abastecimento às expedições que demandavam os sertões de Tibaji e do Iguatemi. Era um pequenino núcleo urbano, ponto de apoio dos criadores da região com poucos moradores. Ao lado da função de ponto de pouso, teve também Botucatu uma outra função, de ordem econômica – a de fornecer ao governo, além de mantimentos, o gado e as cavalgaduras necessárias às expedições sertanistas. Esta afirmação é comprovada pela portaria de 11 de maio de 1772, baixada pelo governador de São Paulo (na grafia da época): “Porquanto me hé preciso hum claro conhecimento das fazendas q’se vào formando nos lados da estrada geral, que discorre de Sorocaba a Itapetininga, Villa de Faxina, Campos de Botucatú e entradas do sertão do Paranapanema: ordeno ao Sargento Mór Manuel Joaquim da Sylva e
Castro, que passando ao referido continue e tome em Relação todas as fazendas que nelle se acharem formadas, distancia a q’ficarão da mesma estrada, e das respectivas Povoações a q’são annéxas, descrevendo com exacta clareza todos os gados e cavalgaduras de q’se compõem, assim dos q’pertencem ao costeyo delas, como dos de criação, em q’se funda o seu argumento; cuja diligencia executará com toda a brevidade, sem exceção de pessâ, e me remeta sem demora huma conta formal de tudo o que achar na fra que tenho ordenado. São Paulo, 11 de Mayo de 1772. D. Luís Botelho.” Essa ordem era acompanhada por um documento assim concebido: “Notícia das fazendas q’ficarão para a parte de Wutucatú e Guarey e encruzilhada do novo caminho q’aproximadamente se abre para Guatemy. 1- Estanisláu de Campos dono da Fazenda de Guarey; 2- Fazenda do Payol de Antonio Bicudo ou de seu genro José Giz; 3- Fazenda do Tatú q’foi de José Campos, hoje dos Religiosos do Carmo; 4Fazenda Barra do Paranapanema de Mel. Paes; 5- Fazenda do Paranapanema e Itapetininga de Salvador de Oliveira.” Essa ordem foi cumprida, pois em Agosto do mesmo ano, outra portaria foi baixada: “Ordeno ao Sargento Mór da Vila Faxina, Manoel Joaquim da Sylva e Castro q’para serviço de S.Mag. faça notificar aos donos e fazendeiros das fazendas que lhe mandey tomar em relação ao longo da estrada geral da Vila de Sorocaba emté a Faxina e campos de Botucatú, para onde discorre o caminho novo para a Praça de Guatemy... Um período relativamente longo de obscurantismo recaiu sobre a pequenina povoação de Nossa Senhora das Dores de Cima da Serra, fundada por Simão Barbosa Franco, em 1766. Nos cadernos de recenseamentos do município de Itapetininga, encontramos alguns dados referentes a Botucatu, quando ainda era um simples bairro. Nos cadernos com os dados referentes ao ano de 1779, maço de recenseamento de Itapetininga, número 63, encontramos os primeiros dados estatísticos referentes a Botucatu. Tinha Botucatu naquela época, apenas 7 fogos (ou casas) contando com 46 moradores, incluindo-se os chefes de família, suas mulheres, filhos, agregados e escravos.
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artigo Maria de Lourdes Camilo de Souza Poços de Caldas, cidade onde meus pais passaram sua lua de mel. Queria muito visitar pelo valor sentimental. Mas ela acabou se revelando muito mais. Fui lá duas ou três vezes e adorei tudo. Desde o Hotel no centro da cidade, rodeado de jardins. Tinha uma piscina térmica cinematográfica. Os passeios maravilhosos: o Recanto Japonês, as Termas, a Fonte dos Amores, o comércio de malhas, as fábricas de cristais. Não poderia deixar de mencionar a deliciosa comida, os doces caseiros, os queijos, as bolachinhas, azeites, farofas, e as pingas com nomes muito engraçados, até um tal feijão vermelho que achamos na imperdível visita ao Mercadão Municipal, cheinho de lojas. E a degustação dos queijos, pingas, doces, uma delícia a parte. Em uma das vezes que lá estive, fui com um maravilhoso pessoal de Marília, convidada por duas primas maravilhosas
POÇOS DE CALDAS
do Fernando que lá residem: Maria Cristina C. R. Paoliello e sua irmã a Maria De
Fátima Melges Cruz de Lucas. Dessa feita ficamos no maravilhoso hotel da AFPESP. Como era novembro, comemorei o aniversário num maravilhoso jantar, especial para os aniversariantes com toda a pompa e circunstância! Bolo e pique-pique. Nos sábados tinha uma saborosa feijoada, no restaurante, mas horas antes, num espaço próximo ao restaurante uma roda de samba, com dança e cantoria, acompanhadas de aperitivos e com um caldinho de feijoada, torresmo pururuca, cerveja geladíssima, deliciosas caipirinhas feitas das pingas da região. As noites tínhamos uma maravilhosa seresta com orquestra tocando no coreto da Praça, os casais dançando pelos passeios do jardim bem cuidado, cheio de flores. O passeio diurno de charrete para conhecer a cidade, passando pelas fábricas de perfumes e sabonetes. As fábricas de cristais onde você pode ver todo o processo artesanal daquelas peças deslumbrantes e visitar suas lojas e comprar lembrancinhas. Uma cena divertida aconteceu no passeio ao Mercadão, aonde a querida Maria Cristina fez muitas compras e procurava por um enorme balde vermelho, aonde colocou tudo, mandando passar fita adesiva para a viagem de retorno. Idéia que achei brilhante!