Diário da Cuesta
ano I Nº 173
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
SÁBADO E DOMINGO, 29/30 de MAIO de 2021
CIDADE ABENÇOADA! Em longa e completa reportagem, o jornal “O ESTADO DE S. PAULO”, de 22/ 05/2021, destacou a VACINAÇÃO EM MASSA DA POPULAÇÃO ADULTA DE BOTUCATU, com o imunizante da Oxford/AstraZenica + Fiocruz. A matéria feita pelo experiente correspondente José Maria Tomazela e Nina Gattis e ilustrada com fotos de Léo Souza, abordou todo o histórico dessa grande conquista obtida pelo Prefeito Mário Pardini junto ao Governo Federal, com a participação efetiva do Ministro Marcelo Queiroga que viabilizou e garantiu a realização. Destacando que 95% da população/ alvo recebeu a aplicação da vacina de Oxford/AstraZenica em um intervalo de apenas 10 horas. A participação estratégica na logística do evento da Justiça Eleitoral + o suporte técnico-científico da UNESP/FMB + a participação de 2.500 voluntários transformou em sucesso essa importante ação de proteção à população adulta, somando 70 mil adultos de 18 a 60 anos e, no total geral, 110 mil vacinados. É Registro Histórico.
Abadia de Nossa Senhora da Assunção de Hardehausen 70 Anos! Fundada em 1950, por monges alemães da Ordem Cisterciense, foragidos da Segunda Guerra Mundial, tendo sido inaugurada por Dom Henrique Golland Trindade. A Abadia se encontra em lugar agradável, com arquitetura neoclássica. A Abadia abriga 10 monges e tem atividades religiosas. Localizada a 10 minutos da cidade de Itatinga, numa fazenda cuja área perfaz 80 alqueires. A Abadia está aberta à visitação e hospedagem com agendamento prévio. (Aventureiros do Túnel)
COMENTA Rodrigo Scalla
Registro Histórico: Miss Centenário de Botucatu Homenagem especial a Maria Aparecida Antonangelo – Aparecidinha, Eterna Miss Centenário de Botucatu ! – na coluna COMENTA, do Rodrigo Amat Scalla, com comentários e todo o histórico desse evento inesquecível. Página 4
O saudoso Prefeito Emílio Peduti introduz a Miss Centenário, Aparecidinha Vieira (Antonangelo) no Baile dos 100 Anos de Botucatu, no BTC.
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A cidade e as serras
Eduardo J. R. Santos, Universidade de Coimbra
Ao refletirmos sobre mais um dualismo histórico, a memória do extraordinário romance de Eça de Queirós irrompe: A Cidade e as Serras. Ficando a tentação de o revisitar. As materialidades vivenciais da cidade e das serras, ou campos, que se estruturam, em termos de representações sociais, na oposição urbano-rural, continuam a configurarem-se como realidades antitéticas. Pensamos que é tempo de uma aproximação dialética e desconstrucionista deste mito moderno. É certo que cidades e campos têm as suas especificidades próprias e que só historicamente as podemos compreender desde as suas fundações grecoromanas e medievais até ao nascimento das grandes metrópoles. Mas, igualmente, entendemos que esta lógica de contrastes, percetível nos relatos sobre o êxodo rural, ou sobre as insalubres cidades, tem de ser revertida pela experienciação de novas ruralidades e de novas urbanidades. O rural, a natureza onde a nossa espécie nasceu, hoje não se pode resumir apenas a um bucólico postal ilustrado, que oculta uma desertificação e empobrecimento crescente. Os campos são um património vivo da humanidade. Assim como as cidades não podem mais sobreviver ao paradoxo da modernidade industrializada, digitalizada e financeirizada face ao esmagamento dos indivíduos. A polarização entre a visão nostálgica da paradisíaca inocência das serras e a visão diabólica das cidades, apenas oculta os problemas em ambos os territórios, e, simultaneamente, as suas virtudes. Entre a visão límpida e cristalina das serras e a imagem poluída e opaca das cidades há que encontrar diálogos e harmonias, pois ambas são atravessadas por problemas comuns em termos educativos, de saúde, de justiça, entre outros. Não existe mais um interior rural e um exterior urbano, mas formas de identidade e de alteridade. Que a cidade tenha hospitalidade perante a serra, que a serra tenha hospitalidade perante a cidade. Necessitamos de mais natureza nas cidades, necessitamos de mais urbanidade nos campos. Em termos simples, é tempo para as florestas crescerem dentro das cidades
e das culturas urbanas se afirmarem dentro das serras. Porque, como nas pessoas, não existem interioridades e exterioridades, mas somente espaços intersubjetivos e de transição, que ao nível das comunidades se tematizam, entre outras, nas questões das vivências suburbanas ou da juventude rurbana. A expressão brasileira de que “o sertão vai virar mar” não se me afigura credível neste contexto, bem como o oposto. Antes a emergência de serras e campos com acesso às potencialidades urbanas de ciência, cultura e tecnologias e a complementar emergência de cidades imersas em ambientes naturais e sustentáveis. Fenómenos como o “nomadismo digital”, a co-habitação comunitária ou as eco-escolas são a expressão de mudanças que estão já a ocorrer. Voltando ao início e ao romance de Eça de Queirós, perante a sua visão crítica das cidades, somos estimulados a revisitar também outra extraordinária obra: As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino, onde estas são a expressão imaginária das nossas vivências mundanas. Entre a realidade e a fantasia, a cidade poderá assumir formas nunca antes construídas. Assim como as serras e os campos. Entre o Levantado do Chão de José Saramago sobre a profunda ruralidade alentejana e os textos de Miguel Torga sobre a aldeia submersa de Vilarinho da Furna, existem, igualmente, utopias a desvendar. O que se afigura nos retratos do mundo quase onírico da literatura, poderá ser a base para se repensarem as relações e os afetos que deverão unir cidades e serras. Até porque do ponto de vista social, muitas cidades hoje são aglomerados de “aldeias” relacionais e muitas aldeias camDIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
pesinas e os seus habitantes vivem ligados globalmente em redes sociais. A distinção entre estes mundos esbate-se. E se este cenário for propulsor de iniciativas face aos grandes desafios ambientais e de sustentabilidade ecológica, então essas sinergias ganham mais força de cidadania. E como iniciar este processo? Provavelmente, renovando o mais precocemente possível paradigmas educacionais, rumo a uma escola mais verde, mais em rede, encarando a natureza, enquanto metáfora pedagógica, como um dos seus alicerces civilizacionais e culturais. As cidades e as serras são sistemas de desenvolvimento humano e social que necessitam ser repensados, certamente não apenas por desejos nostálgicos de regresso às origens, mas também porque fazem parte de um só planeta co-construído por ambas, o qual, para olhar para o futuro em paz, não pode mais fugir desse encontro, dessa ligação perdida há muito, demasiado, tempo. Nota da Redação: artigo escrito pelo professor Eduardo Santos para o nº 34 da revista Gerador que já está nas bancas e em julho estará online. A jornalista Flávia Brito, diz o autor, (obrigado!) “desafiou-me para colaborar na secção sobre assimetrias regionais e os impactos na vida das pessoas, em forma de entrevista e crônica”.
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O CORAÇÃO
Roberto Delmanto Ibrahim Nobre foi um dos maiores Promotores de Justiça paulista da primeira metade do século passado. Orador primoroso, na Revolução Constitucionalista de 32 ficou conhecido como “O Tribuno de São Paulo”. Exilado em Portugal após esta, ao receber a notícia de que fora condenado, à revelia, a trinta anos de prisão pela ditadura getulista, disse a famosa frase: “Para tanto amor à pátria, tão curta pena”. No júri era praticamente imbatível. Certa feita, acusava um passional que matara a esposa, defendido por um dos principais advogados da época. Esperava-se, como sempre, um duelo de titãs. Embora o disparo fatal houvesse atingido a vítima na cabeça, e não no peito, durante a necropsia constatou-se que seu coração tinha uma anomalia muito rara. Por esse motivo, com autorização da família da ofendida, o coração foi para o Instituto Oscar Freire, ligado à Universidade de São Paulo, para estudos. Apesar do coração nada ter a ver com a causa mortis, dias antes do julgamento Ibrahim Nobre solicitou ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri que requisitasse o coração para ser mostrado em plenário. Nem a defesa, nem o Magistrado entenderam o porquê da solicitação, mas dado o prestígio do Promotor, o pedido foi deferido. Instalada a sessão, lá estava o coração sobre uma mesa, coberto por um pano. Interrogado pelo Juiz, o acusado, bem orientado por seu defensor, saiu-se otimamente. Narrou em detalhes a infeliz vida conjugal com a falecida esposa, a infidelidade praticada por esta e o choque que teve ao, repentinamente, descobri-la. Chegou mesmo a comover os jurados, entre os quais não havia nenhuma mulher, todas recusadas pela defesa. Quando Ibrahim Nobre começou a falar, levantou o pano que cobria o nobre órgão, deixando-o exposto em uma caixa de vidro transparente, na frente do Conselho de Sentença. E aí, em uma inusitada peroração, passou a dirigir-se ao coração da vítima como se fosse a consciência do acusado, sem, entretanto, se afastar da prova dos autos: “Lembra-te, coração, quando nos conhecemos. Éramos jovens, puros e apaixonados. Lembra-te coração...”, e assim por diante. A comoção foi geral. O próprio acusado, depois de algum tempo, para desespero do advogado, chorava convulsivamente... Terminou condenado por sete votos a zero.
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COMENTA Rodrigo Scalla
CASA DA CRIANÇA FAZ 50 ANOS E RECEBE HOMENAGENS
Homenagem na cidade de Barra Bonita Solenidade contou com a presença de fundadores da instituição, o ex-prefeito Clodoaldo Antonângelo e sua esposa, Aparecidinha Antonângelo Uma das instituições mais queridas de Barra Bonita, a Casa da Criança completa 50 anos em 2015. Para comemorar o Jubileu de Ouro, a entidade realizou na tarde da última quarta-feira, dia 25, uma grande festa. O evento ocorreu na Praça Luiz Iaia e contou com presença de importantes autoridades que marcaram a história neste primeiro meio século de vida. A festa recebeu apresentações de diversas atrações: o ilusionismo do mágico Ben-Hur, números de danças das creches Cenira e Mundo Encantado, Coral da Escola de Educação Especial Andorinha e o grupo teatral Artac. A entidade recebeu placa comemorativa pela data especial. Centenas de pais, funcionários e crianças participaram da solenidade. Bastante entusiasta e apreciador dos trabalhos realizados pelas entidades de Barra Bonita, o prefeito Guilherme Belarmino parabenizou a Casa da Criança e ressaltou a merecida comemoração pela data histórica. Segundo ele, para se enxergar o futuro é necessário valorizar o passado. “A Casa da Criança faz parte
Membros do lar da criança em Barra Bonita
da história de Barra Bonita e hoje temos uma instituição solidificada em nossa cidade. Quantas e quantas pessoas passaram por ela e trabalharam de uma forma graciosa pela entidade! Temos que lutar para que nós possamos continuar a trabalhar firme e em conjunto com a instituição. Dessa forma, nós podemos ter mais 50 anos da Casa da Criança e que no futuro não só ela, mas todas as entidades de Barra Bonita se tornem ainda mais fortes”, afirma. A atual presidente da Casa da Criança, Elizabeth Ferreira Molina, não escondeu a emoção ao falar sobre a data marcante para o município. “Eu não sei como descrever a emoção, porque são 50 anos de história, a minha mesma idade! Essa história foi pautada em muito companheirismo, trabalho em equipe e muitos colaboradores. Eu senti com os fundadores no palco mais motivação para seguir trabalhando pela entidade e o que eu quero fazer por essas crianças e tê-las como meus filhos, como a Aparecidinha fez por tanto tempo”, diz. Fundadores recebem homenagem A Casa da Criança foi fundada nos anos 1960, por Clodoaldo Antonângelo, o Dr. Tatinho, prefeito de Barra Bonita por duas oportunidades, e sua esposa Aparecidinha Antonângelo. A entidade marcou uma nova era da filantropia em Barra Bonita. O ex-prefeito falou sobre a emoção de comemorar os cinquenta anos da entidade e como vê Barra Bonita após meio século. “Estou muito contente e feliz com a data. Vim com toda a família, esposa, filhos, netos e bisnetos e tudo o que é de Barra Bonita emociona. Ver todo o avanço da entidade após tanto tempo é bastante recompensador”, afirma. “Barra Bonita hoje não é aquela cidade provinciana do meu tempo. Temos agora um prefeito jovem e dinâmico e tudo isso ajuda. Eu acho que Barra Bonita tem que aproveitar o prefeito Guilherme Belar-
Descerramento da placa comemorativa Momento emocionante
História com Botucatu
Maria Aparecida Antonangelo dispõe de história linda com a cidade, por isso a homenagem deste colunista e amigo, e também do novo Diário da cidade. Aparecidinha como é conhecida é de Família bastante tradicional de Botucatu da antiga Casa Excelsior. Sempre muito elegante na arte de receber foi notada e agraciada com o título de "Miss Centenário de Botucatu" há alguns anos, idade não é elegante dizer, mas Aparecidinha continua a nos presentear contudo isso. Durante o baile , chegou ao lado do prefeito da época Emílio Peduti e dançou a valsa com Dr. João Passos. Momentos inesquecíveis da nossa história. Aparecidinha hoje recide novamente em Botucatu, e alguns anos passados ministrou aulas em casa sobre a "História da Arte". Fina, elegante, uma grande dama da sociedade Botucatuense.
Clodoaldo Antonangelo e sua senhora Aparecidinha Antonangelo mino que é jovem, tem ideias e disposição. Com isso nós esperamos que Barra Bonita continue crescendo bastante. O importante é cuidar bem da cidade, para que ela continue com esse ar de que está sendo bem cuidada”, explica Dr. Tatinho, que relembrou ser um dos idealizadores da Fepatur – Feira Paulista de Artesanato e Turismo. “A Fepatur foi criada no meu segundo mandato e vê-la novamente de volta é muito interessante. A administração está de parabéns em promover a voltar da Fepatur. As pessoas, às vezes, não entendem como funciona. A festa tem retorno, o dinheiro e o investimento voltam pra cá!”, finaliza. Para marcar a data, a entidade ganhou uma placa que foi descerrada pelo prefeito Guilherme Belarmino e pelo ex-prefeito Dr. Tatinho. Após o descerramento, um caloroso “Parabéns à você” foi cantado por todos os presentes. Os fundadores receberam uma homenagem feita pelas crianças e a emoção tomou conta da Praça Luiz Iaia. A entidade A Casa da Criança conta hoje com quatro unidades educacionais: As creches “Casa da Criança”, “Mundo Encantado”, “Cenira Dias Baptista Frolini” e “Escola de Educação Especial Andorinha”. Juntas, as unidades atendem quase 600 alunos. As creches atuam com crianças de 04 meses até 03 anos de idade, oferecendo serviço de berçário a maternal II, em serviço de semi-internato. A Casa da Criança “Seção Andorinha”, atende alunos portadores dos mais variados tipos de deficiência, com profissionais das áreas de terapia ocupacional, serviço social e atendimentos de neuropediatria.
Autoridades presentes e sociedade Jauense