Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano I Nº 177
QUINTA-FEIRA, 3 de JUNHO de 2021
Corpus Chris� em São Manuel
Nesta data especial, a cidade de São Manuel tem comemorado o Corpus Christi. Mas devido a pandemia, em mais um ano os tradicionais enfeites da procissão não acontecerão. Mas fica a lembrança de como foi comemorada a tradição de Corpus Christi no ano de 2014, quando realizou um evento especial: a apresentação do trabalho artístico do consagrado artista plástico Romero Brito. Vale o Registro Histórico. Página 2
Colégio Embraer de Botucatu abre processo sele�vo para 80 vagas do ensino médio
O Colégio Embraer Casimiro Montenegro Filho em Botucatu (SP) está com processo sele�vo aberto para a turma do ensino médio de 2022. As inscrições são online e podem ser feitas a par�r desta terça-feira (1º) até o dia 30 de junho pelos sites do Ins�tuto Embraer e da Vunesp onde os estudantes também podem consultar o edital completo da seleção. A prova será realizada no dia 22 de agosto. São 80 vagas disponíveis para os estudantes nascidos depois do dia 31 de março de 2006. Destas, 64 vagas são sociais e des�nadas aos alunos de baixa renda e vindos da rede pública de ensino das cidades de Botucatu (SP), Anhembi (SP), Areiópolis (SP), Bofete (SP), Ita�nga (SP), Pardinho (SP), Pratânia (SP) e São Manuel (SP). (Leia No�cias)
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artigo Bahige Fadel Todo final de aula, quando me despeço dos alunos, além de desejar-lhes boas aulas, uma boa semana e muito cuidado, peço-lhes que tenham paciência, muita paciência, e que cuidem uns dos outros, para que possamos superar essa pandemia. Reitero que devem ter muita paciência, pois, depois de mais de um ano de limitações, preocupações e, principalmente, mortes, é muito difícil para o jovem manter a paciência. E se não a mantiver, fatalmente, não teremos como vencer esse mal que se alastra pelo mundo inteiro. Além disso, quando tenho a oportunidade, peço aos alunos que não ouçam muito as notícias a respeito da doença. Digo-lhes que todos devem estar atentos para as mais variadas situações que estão sendo criadas, aos protocolos que estão sendo orientados, às mudanças que estão ocorrendo, mas que devem filtrar muito bem as informações que nos são impostas pelos meios de comunicação. E digo-lhes isso pois tenho notado que raramente a mídia é imparcial. Parece que cada um tem um interesse particular, que nada tem a ver com a solução dos problemas da população. É mais interessante para alguns alardear o número de mortos e espalhar o pânico do que informar o número de recuperados. Acontece que espalhar o pânico não resolve a situação. Isso só pode criar outros tipos de problemas, que se agra-
PACIÊNCIA vam com os males da pandemia. Já a notícia do crescente número de recuperados poderia criar nas pessoas esperanças de que, tomando os cuidados necessários, é possível livrar-se da doença. E por que, com raras exceções, os meios de comunicação não fazem isso? É porque muitas empresas de comunicação têm interesses que não se referem a informar ou a esclarecer. É uma pena. Mas alguns meios de comunicação preferem tirar proveito desse problema em benefício próprio ou em prejuízo alheio. Há aqueles que parecem sentir prazer ao dizer que o aumento do número de casos da COVID-19 poderá prejudicar este ou aquele governante. Li recentemente um comentário, que foi concluído com uma frase mais ou menos assim: se se mantiver essa
situação, só faltará colocar as algemas em tal governante. Pode? Para esse jornalista, pode. Ele não está interessado na aceleração da chegada das vacinas, mas na prisão deste ou daquele mandatário. É preciso separar o joio do trigo. Há muito joio nesse mundo atual. Há tanto joio, que está difícil encontrar o trigo. É preciso, então, muita paciência e cuidado. Podem estar querendo entregar-nos joio no lugar do trigo. O joio, embora seja muito parecido com o trigo, não serve para comer. No meio da plantação do trigo, o joio é apenas uma erva daninha, que prejudica o crescimento normal do trigo. Que a gente esteja atento, para não ser enganado. Estão oferecendo muito joio como se fosse trigo. Isso, além de não resolver, prejudica.
VOCÊ SABIA?
Que teria sido brasileiro o famoso herói inglês que marcou presença na Primeira Grande Guerra Mundial? Teria sido botucatuense esse herói? Teria nascido na Cuesta de Botucatu esse herói que encantou gerações com sua bravura e idealismo? A Revista Peabiru apresentou minucioso estudo sobre a trajetória desse herói mundial. Na história ou na “lenda” de Lawrence da Arábia, temos como berço natal do herói a Cuesta de Botucatu, mais precisamente, a Fazenda do Conde de Serra Negra, localizada em Vitoriana. Verdade ou lenda ?!? Segredo guardado ou sonho “botucudo” surgido antes da virada do século passado?!? Mas fica – com certeza! – a imagem positiva e heroica de Lawrence da Arábia: um brasileiro nascido na CUESTA DE BOTUCATU. DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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artigo
O QUE É QUE O BAHIANO TINHA
Nando Cury Revi, no youtube, uma entrevista com o saudoso Dorival Caymmi no já também saudoso programa Jô Onze e Meia. E virou uma pequena homenagem para ele. Caymmi tinha um carisma incrível. Cativava a todos com um jeito muito especial de contar suas histórias. Nascido em Salvador em 1914, como muitos jovens da sua época de diferentes partes do país, foi tentar a sorte na então capital federal do Rio de Janeiro, em 1938. O desejo inicial era fazer um preparatório para prestar Direito. Trazia na bagagem cursos de inglês, datilografia e escrituração mercantil. A experiência de bem escrever somada às suas habilidades com o desenho lhe proporcionaram, logo na sua chegada, um trabalho em jornal do grupo Diários Associados. Mas, imediatamente depois, seu destino profissional se decidiu pela música. Ao conhecerem as canções de Caymmi, os também compositores Assis Valente e Lamartine Babo, conseguiram para ele uma apresentação como calouro na Rádio Nacional. Isso despertou a atenção do diretor da Rádio Tupi que o contratou, estreando com o samba “O Que é Que a Baiana Tem?”. No ano seguinte, pelas mãos do influente Almirante - compositor, cantor, radialista e produtor - foi levado para a Rádio Nacional. Numa
Estátua de Dorival Caymmi no calçadão de Copacabana
das apresentações de sua música “O que é que a baiana tem” no palco da Rádio Nacional, Caymmi recebeu dois convites: um contrato com a Odeon para seu primeiro disco. E a honra de gravá-la com a diva Carmen Miranda, que a incluiu no seu filme “Banana da Terra”. A música inspirou tanto Carmen Miranda, que ela nunca mais tirou seus balangandãs, caracterizando-se definitivamente na personagem da baiana. E já portando a credencial de embaixadora da nossa rica brasilidade. Como bom filho da terra, Caymmi foi um dos primeiros baianos a valorizar musicalmente os costumes, profissões e segredos da gastronomia de seu estado natal, como canta em Vatapá. “Quem quiser vatapá, que procure fazer. Primeiro o fubá, depois o dendê. Procure uma nega baiana, ô que saiba mexer. Bota castanha de caju, um bocadinho mais. Pimenta malagueta,
um bocadinho mais. Amendoim, camarão, rala um coco na hora de machucar. Sal com gengibre e cebola, iá, iá, na hora de temperar.” Com a permissão de sua eterna musa Stela Maris, que também conheceu na rádio e desposou em 1940, Caymmi fez canções de sucesso para outras mulheres, como Marina, Dora, Rosa Morena e Cantiga para Gabriela. A carnavalesca Maracangalha foi composta numa temporada com a família em São Paulo, nos momentos em que o cantor se dedicava à pintura, que era mais um de seus dons. Caetano Veloso gravou Saudade de Itapoã. João Gilberto reestilizou Rosa Morena e Samba da Minha Terra que também foi gravada pelos Novos Baianos. Acessei meus vinis e cds para ver o que eu tinha desse grande cantor e compositor e achei um disco lindo de Gal Costa de 1976: “Gal canta Caymmi”. Deste álbum destaco, as canções Só Louco, São Salvador e Nem eu. A discografia de Caymmi é composta por 18 álbuns, tendo um com Tom, um com Vinícius e com outro ao vivo, no qual divide o palco com os filhos Dori, Danilo e Nana, denominado Família Caymmi em Montreaux. Pena que a maioria dos seus discos autorais - que incluem as mais famosas composições - tenham sido gravados com baixa qualidade de gravação, pois não havia tecnologia de estúdio até os anos 60. Mas os versos sonoros de Caymmi, seus mares, praias seu timbre de voz grave e marcante permanecem – com aquele bom tempero baiano – docemente arquivados em nossa memória.
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A Comarca/Avaré- Gesiel Theodoro Jr.