Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano I Nº 178
SEXTA-FEIRA, 4 de JUNHO de 2021
O Sebrae-SP e o Pólo Cuesta assinaram uma parceria para promover o Programa Sebrae de Turismo com o objetivo de promover ações para o desenvolvimento do turismo de forma regional e sustentável. O trabalho vai envolver os municípios de Anhembi, Avaré, Bofete, Botucatu, Itatinga, Paranapanema, Pardinho, Pratânia e São Manuel. De acordo com a 10ª edição da pesquisa Sebrae sobre o impacto da pandemia nos pequenos negócios, o setor de turismo foi o mais afetado, com uma queda média de 59% no faturamento em uma semana pré-pandemia. “A tendência é que o turismo regional ganhe força e os empreendedores precisam estar preparados para a retomada do turismo, integrar experiências turísticas relevantes e criar produtos turísticos autênticos para fortalecer o turismo regional”, destaca o gerente regional do Sebrae-SP Eduardo Nascimento. “Este trabalho em parceria com o Sebrae vai ajudar os municípios na retomada da economia e irá aumentar a sinergia regional em torno das atrações turísticas do Polo”, ressalta Ricardo Salaro Neto, presidente do Conselho de Municípios Turísticos do Pólo Turístico Cuesta. O programa será voltado para os empreendedores do setor e prevê um pacote de ações com quatro etapas: estruturação da gestão do negócio; modelagem de produtos turístico, comercialização de produtos e acesso a mercados; e promoção do destino e consolidação do negócio. O objetivo é ajudar os participantes a atingirem uma melhora de qualidade dos produtos e serviços, redução dos custos totais em relação ao faturamento, aumento do faturamento e da produtividade, além da implementação de inovação em processos, produtos e serviços.
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artigo
O TORCICOLO
Roberto Delmanto
arrogância: cabeça erguida e olhos nos olhos do interlocutor. Daí porque, tendo sido seu advogado, recomendei-lhe que, durante o júri, mantivesse a cabeça um pouco abaixada, na postura de quem, embora houvesse tido razão, tinha a consciência de haver tirado a vida de um semelhante, aliás, chefe de família como ele. O julgamento foi longo, tendo varado a madrugada. Durante todo o seu decorrer, o cliente, seguindo estritamente minhas instruções, manteve a postura recomendada.Só ergueu momentaneamente a cabeça, ao receber a notícia de que fôra absolvido por seis votos a um. Naquele tempo, o acusado mandado
O motorista de táxi havia matado o desafeto com um tiro, em situação de absoluta legítima defesa da própria vida, na iminência de ser injustamente agredido com um estilete. Não teve outra opção: era matar ou morrer. Embora fosse pessoa modesta, como descendente de espanhóis tinha uma postura orgulhosa, que, à primeira vista, aparentava certa
a júri devia obrigatoriamente apresentar-se à prisão e, se fosse absolvido no julgamento, só era solto no próprio dia se sua absolvição tivesse sido por unanimidade. Caso contrário, deveria aguardar preso o trânsito em julgado da sentença. Daí porque, no dia seguinte ao júri, fui visitar o motorista de táxi na Casa de Detenção. Estava muito feliz, mas mantinha a cabeça baixa como no júri. Disse-lhe que, agora, ele já podia levantá-la, pois lhe havia sido feito justiça. Foi, então, que ele, um tanto constrangido, me respondeu que não conseguia fazê-lo, pois tinha ficado com um torcicolo...
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É bom saber. O artista plástico e conhecido webdesigner botucatuense Marco Antonio Spernega, foi quem idealizou a Cuesta de Botucatu estilizada e com todo o seu simbolismo: a escarpa, o verde representando as nossas matas e o azul do céu... A criação do Spernega valorizou a nossa CUESTA que teve, em sua estilização, o impacto que as obras dos grandes artistas tem. Vejam no Expediente o logotipo do Diário da Cuesta! Marco Spernega tem exposto seus trabalhos em concorridas exposições. Esta ilustração é uma obra de arte e de simbolismo histórico!
O GIGANTE DEITADO DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
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artigo Marcelo Delmanto Quando fomos a Portugal ficamos muito impressionados com Coimbra. Quando se chega, observa-se que é uma cidade universitária, devido às inúmeras repúblicas de estudantes por todos os lados. Ao conhecermos os lugares históricos, nos dirigimos à área universitária. Ali encontram-se as entradas das várias faculdades. O que chama a atenção é a suntuosidade e beleza da fachada onde fica a entrada da Faculdade de Direito, que é linda demais, o que demonstra que é uma das mais importantes dali. A Universidade de Coimbra GCSE (UC) é uma universidade pública localizada na cidade de Coimbra, em Portugal. É uma das universidades mais antigas do mundo ainda em operação, sendo que, além de muito antiga é uma das maiores do país. A universidade, inicialmente instalada na zona do atual Largo do Carmo, em Lisboa, foi transferida para Coimbra, para o Paço Real de Alcáçova, em 1308. Voltou em 1338 para Lisboa, onde permaneceu até 1354, ano em que regressou para Coimbra. Ficou nesta cidade até 1377 e voltou de novo para Lisboa neste ano. Permaneceu em Lisboa até 1537, data em que foi transferida definitivamente para Coimbra, por ordem de D João III, por essa razão existe uma enorme estátua dele na frente da Universidade. O que também chama a atenção é a gigantesca Biblioteca da Universidade. Já antes da transferência definitiva da Universidade para Coimbra em 1537, encontram-se provas documentais de uma Livraria do Estudo, com funcionamento regulamentado pelos vários Estatutos, determinando mesmo os de 1591 e de 1597 que tal funcionamento se adequasse ao caráter de livraria pública. E os Estatutos Velhos, dados em 1653 à Universidade por D. João IV, mais não fariam do que copiar, nesta matéria, os anteriores. Entretanto, os seus fundos tinham-se visto enriquecidos, desde quinhentos, com várias doações ou com a compra de conjuntos bibliográficos como o que viera de
COIMBRA ACADÊMICA
Flandres por intervenção do livreiro-impressor Pedro Mariz. Todavia o período filipino e os acidentes das Guerras da Restauração não permitiram a continuidade desse desenvolvimento e só com D. João V, que autoriza a construção de um magnificente edifício próprio, a situação viria a sofrer alterações fundamentais. Em 1772, com a Reforma Pombalina da Universidade, viriam a criar-se as bibliotecas especializadas, sobretudo as consagradas às ciências exatas, deixando esta temática de constituir objetivo prioritário nas aquisições da Biblioteca da Universidade. Durante o século XIX, as vicissitudes das Invasões Francesas, primeiro, e das Lutas Liberais, depois, com a supressão das Ordens Religiosas em 1834, determinam várias deslocações de boa parte dos seus fundos e um acentuado decréscimo no seu apetrechamento bibliográfico. No século XX, no âmbito das obras da Cidade Universitária, deu-se prioridade à adaptação das instalações da antiga Faculdade de Letras a uma nova biblioteca (edifício novo), que entrou em funcionamento em 1962. Por sua vez, o benefício do Depósito Legal, que detém desde 1932, bem como aquisições, doações e incorporações várias, trouxeram-lhe um progressivo e vultuoso crescimento.
A Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra reparte-se, assim, por dois edifícios, sendo a Biblioteca Joanina, pela sua riqueza arquitetônica e decorativa, monumento nacional. O Edifício Joanino alberga, presentemente, um riquíssimo conjunto bibliográfico constituído por obras impressas do séc. XVI aos finais do séc. XVIII, que tem vindo a ser objeto de tratamento técnico informatizado desde 1991. Fizemos visitas a um dos museus da Faculdade e ficamos muito tempo ali. Uma curiosidade é que há na Universidade, hoje para fins unicamente de visitação, uma espécie de catacumba com celas onde eram presos por um período de tempo os estudantes indisciplinados, mas isso ocorreu na era medieval. Depois conhecemos construções muito bonitas nos arredores da Universidade. Coimbra é uma cidade tranquila, embora não tenhamos tido um tempo a mais podemos ver que é um destino a repetir e, quem sabe um dia se candidatar a um dos cursos da famosa Universidade. Nesse caso nós, os brasileiros, temos a vantagem de poder cursar uma universidade na Europa sem se preocupar em aprender outro idioma para tanto. Embora quando procura-se conversar com os portugueses locais, em virtude de a pronúncia ser um pouco diferente, aliando-se a isso a cadência e a velocidade, é meio difícil a compreensão. Enfim, vale muito a visita, para se conhecer um pouco da história. Decididamente, foi um verdadeiro mergulho na cultura acadêmica dessa maravilhosa cidade e que foi um dos destinos iniciais dessa nossa viagem.
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“A BONECA” Maria de Lourdes Camilo de Souza
Quando parti para Lisboa, dei um abraço apertado de despedida em minha mãe, e ela, me olhando nos olhos pediu: você me traz uma boneca de lá? Eu respondi que sim e entrei no táxi que me levou até a rodoviária para pegar o ônibus que me levaria a São Paulo, de onde sairia o meu vôo, naquela noite. Já em Lisboa, num passeio pela rotunda como chamam, entrei por uma das ruas próximas e fui passeando por lá. Encontrei uma loja e parei para olhar a vitrine, encantada com o que via: uma linda boneca de louça vestida com roupas vintage, na cor bordeau, cabelos louros longos que caiam em cachos, rostinho perfeito, olhinhos azuis. Parecia uma visão de tão perfeita. Chapéuzinho combinando com a roupa, lindos sapatinhos. Entrei na loja decidida a comprá-la. Nem queria saber o preço, seria aquela. Era tão linda que não conseguia parar de olhar para ela, e pensava na felicidade da minha mãe ao vê-la, enquanto voltava para o Hotel. Próximo ao Monumento dos Descobrimentos, numa loja de bordados, achei dois quadros com lindos bordados que levaria um para a minha irmã e outro para minha mãe. Depois de uma semana passeando por Lisboa e arredores, retornei ao Brasil. Mal podia esperar para dar os presentes que trouxera, em especial a boneca que entreguei feliz para a minha mãe. Ela olhou, achou linda, me agradeceu. Acho que só para não me desapontar. Na verdade, acho que ela sempre gostou mais das bonecas quebradas e velhas que gostava de restaurar, como um boneco de celofane, que tinha sido seu brinquedo de infância, e que pus o nome de Paulinho. De tanto brincarmos com êle estava sem as pernas, o rosto tinha o narizinho carcomido pelas mordidas do Pitoco, nosso cachorrinho na época. Ela o restaurou deixando perfeito.