Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano I Nº 198
SEGUNDA-FEIRA, 28 de JUNHO de 2021
SANTA CORONA
“Essa é uma história muito horrível”, disse Brigi�e Falk, chefe da Câmara do Tesouro da Catedral de Aachen à Reuters. “Como muitos outros santos, Santa Corona pode ser uma fonte de esperança nestes tempos difíceis” A Santa foi uma das mártires cristãs do início da Era Comum e foi assassinada no ano de 170. Não se sabe se ela foi morta em Damasco, atual capital síria, ou na Antióquia, região sul da Turquia. Os registros apontam que Corona teria sido executada com apenas 16 anos. Após ver um homem chamado Vitor ser torturado por ser cristão, ela tentou defendê-lo e acabou assumindo sua fé para os soldados romanos, que a mataram. Por não se tratar de uma das santas mais populares da fé cristã, existem poucos registros sobre as reais razões da beata ser considerada a padroeira de proteção contra as epidemias. Com comemorações nos dias 14 de maio e 28 de junho, os documentos difusos não refletem a tradição oral que dominou o legado da Santa, cujas relíquias estão guardadas na Catedral de Aachen, levadas àquela região pelo Rei O�o III, do Sacro Império Romano Germânico. O principal registro de que Corona era,
de fato, padroeira das epidemias é o ‘Ökumenisches Heiligenlexikon’, livro feito pelo pastor protestante Joachim Schaffer, de Estugarda, que busca compilar santos de diversas tradições religiosas. Quase 2
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mil anos depois de seu martírio, Corona vira um símbolo de fé na luta contra o coronavírus. Relíquias da mártir da Igreja Católica assassinada ficarão expostas em Catedral da Alemanha quando a pandemia passar.
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Entrevista com o professor Vital Walter”
O que é a musicalização? Em termos específicos, é tornar um indivíduo sensível e receptivo ao fenômeno sonoro, promovendo nele, ao mesmo tempo, respostas de índole musical. Em termos práticos, é a pré-escola da música. É a música agindo pela música. Com a reunião e o desenvolvimento dos métodos é que buscamos atender musicalmente as vivências das crianças, através de sua participação criadora. Pelo aproveitamento desse dom é que se consegue ingressá-los não só na atividade musical, e na forma de expressão, mas também na aprendizagem musical de aquisição de conhecimentos básicos. Efetua-se dessa forma, a musicalização através da atividade intuitiva, que cria um estado mental intelectual favorável à aquisição de conhecimentos musicais. Quando uma criança ingressa na pré-escola, quais são os objetivos almejados pelos pais, além do início da alfabetização de seu filho? Transferindo estes aspectos para termos musicais e encontraremos aqui uma potente ferramenta de educação voltada para o desenvolvimento global da criança. O desenvolvimento da musicalidade nas crianças deve estar em conformidade com sua vivência musical e com os métodos utilizados. A musicalização , por si só, já se inicia no lar, com a oferta de ferramentas à criança para que ela descubra os sons e seu universo (discos, canções, instrumentos, objetos sonoros variados, gravuras relacionadas, etc). Na escola, no entanto, deverá se realizar o direcionamento deste interesse para o desenvolvimento de outros aspectos ligados à criança (criatividade, coordenação motora, lateralidade, lógica, estética, etc). Não aconselhamos que se inicie nesta idade o aprendizado musical, que difere da musicalização pelo fato de que, no primeiro, tratamos da aprendizagem de manuseio técnico de um instrumento musical, que deverá aparecer numa segunda etapa, com aproveitamento da musicalização já trabalhada e com a criação do vínculo e do gosto entre a música e a criança. Por que musicalizar? A musicalização, além de transformar as crianças em indivíduos que usam os sons musicais, fazem e criam música, apreciam música, e finalmente se expandem por meio da música, ainda auxiliam no desenvolvimento e aperfeiçoamento da: - Socialização - Alfabetização - Inteligência - Capacidade inventiva - Expressividade - Coordenação motora e tato fino - Percepção sonora - Percepção espacial - Raciocínio lógico e matemático - Estética O objetivo central da educação musical é a educação pela música, que engloba vários aspectos do desenvolvimento humano. Entre estes, citamos: 1. Desenvolvimento da manifestação artísti-
ca e expressiva da criança A educação musical pretende desenvolver na criança uma atitude positiva para este tipo de manifestação artística, capacitando-a para expressar seus sentimentos de beleza e captar outros sentimentos, inerentes a toda criação artística. Assim como se utiliza da palavra ou gestos para manifestar suas idéias, terá como meio de expressão mais uma forte ferramenta na construção de seus argumentos - a música. As crianças tendem a pensar na música como sendo sobre "coisas", isto é, como contando histórias, expressando idéias, vivendo situações. Há estudos sobre crianças autistas (Gardner - As artes e o desenvolvimento humano), em que "estas crianças, extremamente perturbadas e que freqüentemente evitam o contato interpessoal e talvez nem falem, possuem capacidades musicais incomuns. Isto talvez, porque houvessem escolhido a música como principal canal de expressão e comunicação, ou também porque a música é tão primariamente hereditária e que precisa de tão pouca estimulação externa quanto o falar ou andar de uma criança normal." Por exemplo, uma criança de 18 meses que cantava árias de ópera, embora só viesse a falar com 3 anos de idade; de 30 crianças autistas, apenas uma não mostrava interesse pela música. 2. Desenvolvimento do sentido estético e ético Durante o processo de criação e depuração dos elementos musicais, ou mesmo no processo de expressão, busca-se aí o equilíbrio e a crítica sobre o conceito do belo, do pleno, do satisfatório. As campanhas de mídia pelas quais passamos nestes dias, trabalham muito fortemente sobre nosso poder de julgamento e decisão . Muitas vezes, esquecemos se algo é realmente bom, ou bonito ou dispensável. Simplesmente aceitamos. A criança tem sido um grande alvo da mídia e também sofre esta influência. Através da música, com seus valores estéticos intrínsecos, e de atividades voltadas especialDIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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mente para o desenvolvimento do valor estético, pretende-se resgatar o sentido do belo e do justo em relação às coisas que nos rodeiam e também às nossas atitudes. O poder de escolha intermedia a busca da estética, e esta exteriorização é a base da ética. 3. Desenvolvimento da consciência social e coletiva/ética Quando a criança canta, ou está envolvida com papéis de interpretação sonora em coletividade, sente-se integrada em um grupo e adquire a consciência de que seus componentes são igualmente importantes. Compreende a necessidade de cooperação frente aos outros, pois da conjunção de esforços dependerá o alcance do objetivo comum. Quando estuda música em conjunto, torna-se mais comunicativa e convive o tempo inteiro com regras de socialização. Existe a possibilidade de respeitar o tempo e a vontade do outro, criticar de forma construtiva, ter disciplina, ouvir e interagir com o grupo. 4. Desenvolvimento da aptidão inventiva e criadora A educação através das artes proporciona à criança a descoberta das linguagens sensitivas e do seu próprio potencial criativo, tornando-a mais capaz de criar, inventar e reinventar o mundo que a circunda. E criatividade é essencial em todas as situações. Uma criança criativa raciocina melhor e inventa meios de resolver suas próprias dificuldades. A criança se envolve integralmente com a música e a modifica constantemente, exercitando sua criatividade, e transformando-a pouco a pouco numa resposta estruturada de acordo com seus objetivos. A criatividade é ilimitada no ser humano. Atualmente, com o crescimento tecnológico e a busca de soluções cada vez mais aprimoradas para os problemas vividos pelo homem atual, busca-se incansavelmente o desenvolvimento da imaginação humana, semente de toda a evolução. 5. Busca do equilíbrio emocional Para os gregos, a educação musical aprimorava o caráter e tornava úteis os homens em palavras e ações, e os estudos de música começavam na infância e se estendia por toda a vida. Também o jogo musical, que não se liga a interesses materiais ou competitivos, mas absorve a criança, estabelece limites próprios de tempo e espaço, cria a ordem e equilibra ritmo com harmonia. 6. Reconhecimento dos valores afetivos Para Piaget, o afeto é o principal impulso motivador dos processos de desenvolvimento mental da criança e, para Celso Antunes, a afetividade pode ser construída através de estímulos adequados e medidos. Através da música e de seu processo de criação, torna-se aqui a criança o criador, o gerador, formando um eterno vínculo com sua produção ou autoria . "Fui eu quem fiz!" eles dizem com satisfação. Este é fator positivo para o desenvolvimento de sua auto-estima e identificação de suas motivações.
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Gesiel Júnior da Academia Botucatuense de Letras
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ARTIGO Maria de Lourdes Camilo de Souza Passando por um casario antigo, olhando suas velhas paredes, nem imaginamos quantas estórias se passaram ali. Quantos nascimentos, aniversários, mortes, encontros, almoços domingueiros, noivados, casamentos. Quantas festas e também quanta tristeza viram. Gente chegando, gente partindo. Nestes tempos pandêmicos nos fica a interrogação: como será quando isso tudo terminar? Voltaremos a nos reunir despreocupadamente? Não sabemos mais qual o comportamento apropriado nas ocasiões mais triviais. Antes acompanhávamos todas as ocasiões especiais em família: um nascimento, um batizado, uma crisma, uma primeira comunhão, uma formatura, um casamento.
Casas Antigas... “As casas antigas contam histórias antigas. Sugerem essências de vida e de rostos sem nome esquecidos da história, mas com a alma que não deixa de amar” Web Se um amigo ou parente estivesse acamado, ou hospitalizado, fazíamos uma visita, levávamos flores, ou frutas. Fazíamos companhia, não havia nenhuma preocupação se estaríamos levando ou trazendo um vírus. Hoje até assistir um culto ou missa numa igreja tem de obedecer um protocolo, distanciamento de proteção, uso de máscaras, uso de álcool gel constante. Nascia uma criança e lá nos corredores estava a família toda esperando ansiosamente para ver o bebê trazido pelo pediatra. E nos dava um prazer incalculável de acompanhar cada pequeno acontecimento, de crescimento daquele pequeno ser querido. Tínhamos orgulho de contar : esta criança me é muito querida, é meu sobrinho, meu neto...
Hoje temos receio até de postar uma foto de uma criança da família, mesmo para protegê-lo até de sequestradores e malfeitores. Crianças há mais de ano fora das escolas, sem poder participar normalmente de uma aula em classe, de uma brincadeira saudável no recreio com os coleguinhas. Comemorar as bodas de ouro de um casal, nem pensar, só com os parentes mais próximos, e de preferência ao ar livre. Quantas festas adiadas, quanto carinho represado. Mais do que nunca visualizo dia e noite aquele dia que possamos escrever novas e muito felizes estórias com nossos amores, entre as velhas paredes para serem contadas pelos nossos descendentes, com muitas fotos sem máscaras.