Edição 201

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

NADA DO QUE FOI SERÁ...

FAXINA CIDADÃ – Exemplo a ser seguido. Prefeitura Municipal precisa intensificar a gestão de um dos mais importantes pontos turísticos de Botucatu. Foram retirados mais de 100 quilos de lixo no Morro da Igrejinha de Santo Antônio em Rubião Júnior. O Projeto Cuesta Limpa fez a coleta de mais de 100 quilos de lixo: latas de cerveja, garrafas de plásticos, garrafas de bebidas alcóolicas além de descartes os mais variados de vaso sanitário a colchão... Botucatu quer que essa FAXINA CIDADÃ seja constante e tenha o apoio da comunidade e das autoridades!

ano I Nº 201

QUINTA-FEIRA, 01 de JULHO de 2021

“Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará” Página 4


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Diário da Cuesta

ARTIGO

DEUSES DO TEMPO

NANDO CURY Hoje é quarta? Não, é quinta. Não, já é sexta-feira. De repente “acordamos” e percebemos que estamos no meio ou no final da semana. Temos a ideia do começo e do término de cada dia através das fases de claridade do sol e a chegada da noite. Se observarmos as fases da lua, que mudam a cada 7 dias, chegamos a um novo ciclo mensal. Pelo calendário impresso, ou folhinha, monitoramos os dias do mês e as datas especiais. Entretanto, isto tudo não é bastante para não perdermos a noção exata do tempo, que parece estar voando. “O tempo passa, o tempo voa.” Culpamos Chronos, o tradicional deus do tempo, que resolveu dar uma empurradinha no globo terrestre, acelerando suas voltas. O tempo de Chronos é exato na contagem dos décimos de segundos, segundos, minutos que compõem as 24 horas de cada dia, a semana de 7 dias, os meses que alternam o número de dias. Mas, usamos outro tipo de tempo mais liberal, do deus Kairós, de medidas inexatas, que nos dá as oportunidades para enfiarmos, como quisermos, as durações das nossas ocupações, atividades, tarefas. Aquilo que priorizarmos. Aquelas que são indispensáveis. As urgentes. As essenciais. As que podemos realizar em qualquer tempo. O mundo gira, e nós rodamos de um lado pra outro. Hoje o tempo está curto pra mim. Ontem tive tempo de sobra. Amanhã

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

vou estar muito mais ou muito menos ocupado. Algumas das nossas tarefas são necessariamente mecânicas. Não conseguimos dormir sem deitar na cama, fechar os olhos e relaxar o corpo. Outras são inevitavelmente de sobrevivência como respirar, ir ao banheiro, tomar água, comer alimentos. Umas extremamente saudáveis como escovar os dentes, tomar banho, fazer exercícios físicos. Outras tantas são efetivamente para crescer, amadurecer e envelhecer. Representam nossas experiências e conhecimentos. De que forma controlamos o tempo? Aos seis anos, meu “deus do tempo” era o cuco que meu avô Simão, puxando as correntes de seus pêndulos, mantinha ativo e cantando na sala. Não lembro do meu primeiro relógio de pulso. Hoje meu cronômetro, despertador e marcador de horas é o meu celular. De tempos em tempos, pensamos em como poderemos aproveitar melhor o tempo que o deus kairós nos oferece. E aprendemos que precisamos dar tempo ao tempo em alguns momentos que passamos dificuldades. Ou antes de tomarmos decisões importantes. Valorizamos o tempo quando precisamos esperar algo – a vacina ou outro benefício. Ou se estamos à espera de alguém que queremos bem e nos faz bem. Na música, o tempo está presente na fixação do compasso, na marcação do ritmo. Algumas canções divinamente atemporais, registram tentativas de poetas cantores de conversar com as divindades que dominam o tempo. Oração ao Tempo de Caetano Veloso: “És um senhor tão bonito. Quanto a cara do meu filho. Tempo, tempo, tempo, tempo. Vou te fazer um pedido”. E Tempo Rei de Gilberto Gil: “Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei. Transformai as velhas formas do viver.”

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Diário da Cuesta

ARTIGO Bahige Fadel Vamos começar por partes. O latim é uma língua morta. Assim, ela não sofre transformações. Se a gente for aprender latim hoje, serão as mesmas utilizadas para ensinar latim para o padre Antônio Vieira. Até aí, nenhuma novidade. Também não é novidade que o mesmo não ocorre com a língua portuguesa. É uma língua viva e, por isso, sujeita a modificações. Essas modificações ocorrem de maneiras diferentes. Existe a maneira oficial, que depende de uma legislação que envolve, obrigatoriamente, o Brasil e Portugal. Sem a aprovação desses dois países, não há mudança oficial. Foi o que ocorreu há alguns anos com as regras do uso do hífen e com as regras da acentuação gráfica. Por causa dessas regras, devemos escrever ‘autoaprendizagem’ e não ‘auto-aprendizagem’, como

ESSA LÍNGUA PORTUGUESA! se escrevia no século passado. Pelas mesmas regras, devemos escrever ‘voo’ e não ‘vôo’, como era antigamente. E para todos aceitarem essas pequenas regras foi um parto. Em Portugal, principalmente, até hoje existem resistências. Se estou dizendo que a língua portuguesa é um ser vivo, devo aceitar que, de tempos em tempos, sofra mudanças. Essas mudanças, na realidade, são adaptações à nova realidade social, que depois passam a ser aceitas pelas gramáticas. Ninguém, por exemplo, acha errado, hoje, dizer ‘não pise na grama’. A não ser que seja um conservador radical. No entanto, a gente sabe que a gramática esclarece que o verbo pisar é transitivo direto. Assim, o correto gramaticalmente é dizer ‘não pise a grama’. Mas nem o papa fala assim! Todas essas reflexões foram motivadas por um radialista que, ao divulgar uma notícia, disse que ‘as pilotas’ fizeram tal coisa. Pegou mal no meu ouvido. Fui pesquisar se existe essa forma feminina. É que eu aprendi que ‘piloto’ é comum de dois gêneros,

como dentista, por exemplo: o piloto, a piloto; o dentista, a dentista. Mas foi uma surpresa. Pesquisei numas cinco fontes. Só que ninguém se entende. Há aqueles que dizem que ‘piloto’ tem feminino e outros que garantem que a palavra é comum de dois gêneros. Mas isso não muda a cotação do dólar nem mata o coronavírus. E aí surge outra questão: coronavírus, corona vírus ou vírus corona? Se for para usar as regras da língua portuguesa, deveríamos dizer ‘vírus corona’, como dizemos ‘vírus ebola’ ou ‘menino prodígio’. Só que aqui se adotou a palavra importada, com o qualificativo antes: ‘fat boy’, ‘strong man’. E é por isso que devemos dizer ‘a’ COVID-19, no feminino: corona vírus disease. É ‘a’ doença do corona vírus. O duro de aceitar mesmo é o que já estão ensinando em algumas escolas: abolir o masculino e o feminino e passar a usar apenas o neutro. Vai ser esquisito. Já pensaram alguém falando ‘todes es alunes bonites de classe...’? Parece outra língua. Ou lhes parece algo natural?

Que a Cuesta é a forma de relevo escarpada em um dos lados e apresentando um declive suave do outro? Este verdadeiro “degrau”, que popularmente era conhecido como “serra”, passou a ser conhecido pelo nome da cidade próxima da qual assume proporções mais gigantescas: Cuesta de Botucatu. A Cuesta de Botucatu marca o início do Planalto Ocidental Paulista. Ela tem, na sua escarpa, o limite físico e humano entre o leste e o oeste do estado; só o rio Tietê a ultrapassa (fenda natural); rodovias e ferrovias que a cruzam serpenteiam por entre seus patamares mais suaves para atingir o topo e, depois, deslizar suavemente em direção aos limites com Mato Grosso e Paraná. No seu topo, a suavidade de um tipo climático que talvez tenha induzido os povoadores a reconhecerem ali os “bons ares”. Assim é a CUESTA: um relevo característico de regiões mexicanas, espanholas, francesas, sul-africanas e indianas, mas a Cuesta de Botucatu tem a sua identidade; por sua história, por seu significado; inclusive porque a partir dela se internacionalizou o nome “cuesta” e por se constituir, em nossa região, o espaço mais significativo e marcante do relevo paulista, ela é, por todos os aspectos um patrimônio natural, cultural, histórico, geológico e até artístico – fonte de inspiração para muitos artistas de nossa região.


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Diário da Cuesta

NADA DO QUE FOI SERÁ... A MÚSICA:

Como uma Onda no Mar/Lulu Santos e Nelson Motta/ veja aqui “Como Uma Onda no Mar” Lulu Santos/Nelson Motta

“Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará” Hoje, de alma lavada e com sabor de juventude, de mudança, de virada, de conquista, de construção, de amor...

O Brasil viveu momentos mágicos com os INDIGNADOS BRASILEIROS mostrando às autoridades, aos acomodados, aos políticos, aos partidos políticos que pulsa forte a cidadania no coração da juventude e de todos brasileiros que ainda sonham com uma Pátria mais justa, com menos desigualdades sociais e com mais civismo! A história está registrada: A “intelligentzia brasileira” saberá captar as Mensagens dos Manifestantes. A VOZ DAS RUAS ecoou por todo o Brasil. No post “Novo Brasil no Ritual da Passagem”, fizemos a “chancela” do momento especial que vivia a Nação Brasileira, com uma foto emblemática na frase que a eternizou:

“A foto de abertura é EMBLEMÁTICA: ela mostra na obra arquitetônica imortal de

Oscar Niemeyer os “vultos” do NOVO BRASIL que surgiu! É o RITUAL DA PASSAGEM de um POVO adormecido para a posição de Autor de sua História!” RESUMINDO: A Revolução da Mobilização Social foi e estará sendo pra valer! Nada mais será como antes! A nossa DEMOCRACIA-MEIA SOLA, a CORRUPÇÃO e a IMPUNIDADE, ficou claro, PRESCISAM de MUNDANÇAS URGENTES! É preciso queSEJA CONVOCADA ou encaminhada ao CONGRESSO NACIONAL a CONVOCAÇÃO DE UMA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE EXCLUSIVA, ou seja, para a REFORMA POLÍTICA! A SOLUÇÃO É A MUDANÇA TOTAL! Essa é a VOZ DAS RUAS! Esse o NOVO BRASIL no RITUAL DA PASSAGEM!!! Com a certeza de que estaremos com ânimo redobrado para as MUDANÇAS que virão, vamos ouvir com o Lulu Santos a música (dele , com letra de Nelson Motta) que emprestou seus versos para a abertura deste post: “Como uma Onda no Mar”. (AMD)

Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir Pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Nada do que foi será De novo do jeito Que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar


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