Edição 204

Page 1

Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 204

SEGUNDA-FEIRA, 05 de JULHO de 2021

SÃO PAULO TEM O PEDÁGIO MAIS CARO DO BRASIL!!! TV TEM

As tarifas de pedágio na maioria das rodovias estaduais de São Paulo sob concessão da iniciativa privada ficarão mais caras. Segundo a Artesp o reajuste é de 8,06%. São Paulo tem os preços de pedágios mais altos do país. Também por isso, o Sistema Anchieta-Imigrantes tem o pedágio mais caro em valores absolutos.

Prefeitura rompe contrato com a empresa responsável pela reconstrução da Rafael Sampaio A Prefeitura de Botucatu rompeu o contrato com a empresa Alcalá Engenharia, responsável pela reconstrução da ponte na Rua Rafael Sampaio. Segundo o apurado, a rescisão foi publicada na quarta-feira, dia 30, porém, a empresa recorreu. Há um prazo de 5 dias úteis para o julgamento do processo por parte dos Procuradores do Município. Após essa decisão, a Prefeitura retomará a obra, provavelmente com outra empresa ou mão de obra própria. (Acontece Botucatu)


2

Diário da Cuesta

Albergue Noturno – Registro Histórico Com a temperatura baixa atingindo os mais carentes e com a Prefeitura Municipal atuando de forma segura e competente na assistência aos necessitados, trazemos o histórico do Albergue Noturno de Botucatu para ciência dos botucatuenses preocupados com a cidadania e a necessária proteção aos desabrigados. Foram 20 anos de funcionamento exemplar! No ano de 1988, o Albergue Noturno foi transferido para a Prefeitura Municipal como era o grande sonho de seu fundador: a Lei que criou o Albergue Noturno, enfim, tornara-se realidade, o Albergue Noturno era um próprio municipal! Em meados de maio de 1988, em solenidade realizada na Prefeitura Municipal, o presidente em exercício do Albergue, Dr. Antônio Delmanto, assinava o termo de doação do Albergue e de todo seu patrimônio. Nesse aspecto é preciso destacar o valioso patrimônio que o Albergue Noturno ganhou graças ao interesse do Dr. Berval Delmanto (irmão de Antônio Delmanto) que tendo um cliente de descendência árabe, muito rico e sem herdeiros, o aconselhou a que doasse seus bens para instituições de caridade. Assim, em testamento, o rico senhor deixou a maior parte de seus bens para o Hospital do Câncer de São Paulo, e muitos bens para o Albergue Noturno de Botucatu. Esses bens, cerca de 19 imóveis, eram localizados nas Alamedas Pamplona e Santos (10 ou 12 lojas comerciais), mais uns 8 apartamentos nas Avenidas Paulista e Angélica (uma casa). E, pasmem!, esse dinheiro, esse patrimônio (avaliado à época em 5 milhões de dólares) foi perdido! Não foi perdido para a sociedade, mas, sim, para a assistência social de Botucatu: ocorreu que a Prefeitura Municipal perdeu os prazos processuais para habilitar-se no processo de inventário e o Juiz determinou que todos os bens fossem para o Hospital do Câncer. Mas Botucatu, com certeza, perdeu e muito... Uma fortuna. Daria para manter o Albergue, a Misericórdia Botucatuense e todas as entidades assistenciais de Botucatu. A doação do Albergue para a Prefeitura já havia sido feita, incluindo o direito a esses bens. Qual entidade não iria festejar uma doação como essa?!? Mas, acima de tudo, estava o grande sonho de seu fundador, An-

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

tônio Delmanto, concluir o que começara em 1948... Pois bem, na solenidade de transferência do Albergue Noturno para a Prefeitura de Botucatu, estavam presentes todos os Diretores do Albergue: Dr. Antônio Delmanto, Genésio Piagentini, Aldo Martin, Dr. Antonio Tílio Junior, Dr. Isidoro Martins, Francisco de Assis Domingues, José Carlos Fortes , Amando Laperuta e Oscarlino Tancler. Na ocasião, o Dr. Delmanto discursou fazendo um histórico da construção do Albergue e de seu funcionamento, destacando o importante trabalho prestado por companheiros já ausentes, como Abílio Dorini, José Giacóia Sobrinho e Rafael de Moura Campos. Fizeram igualmente uso da palavra, o prefeito Municipal Antonio Jamil Cury e o vice-prefeito Joel Spadaro, ambos dando ênfase à importância do Albergue e à firme disposição da então administração de levar adiante e ampliar os serviços sociais do Albergue. Nas palavras de Antônio Delmanto, toda a emoção do ato de transferência: “Meu filho Armando, tão dedicado, sabia das enormes dificuldades e que nós éramos o grande sustentáculo, a alma do Albergue. Com a idade chegando tudo começava a ficar mais difícil e a velhice, todos sabemos, é inexorável. Armando propôs ao Spadaro, então já candidato a Prefeito , a transferência do Albergue para a Prefeitura, fazendo cumprir, assim, a lei municipal de 1948 que criou o Albergue Municipal. Convocamos, como vice em exercício (Armando era o presidente), uma Assembléia propondo e sendo aceita a transferência e também, os direitos à herança consignada ao Albergue e que representa uma verdadeira fortuna, herança conseguida por meu irmão Berval que, como advogado, obteve junto a cliente amigo. Em nosso pensamento e intenção se a recebessemos, poderíamos melhorar e muito o Albergue, assim como consignar recursos para a manutenção de tantos meninos na Vila dos Meninos, tantas meninas no Orfanato, também tantos velhinhos no Asilo, além de auxílios mensais à Misericórdia Botucatuense. E construiríamos uma vila com pequenas casas para famílias pobres e com filhos menores, começando um trabalho que tentamos como vereador, objetivando combater as favelas. Há lei aprovada, de nossa autoria (1949), que obriga a Prefeitura a construir 5 a 6 casas populares, por ano, para famílias carentes. Essa lei nunca foi cumprida...” Hoje, a cidade de Botucatu sabe que a Prefeitura Municipal tem condições de atuar efetivamente nesse setor assistencial. Missão cumprida! Antônio Delmanto, deixou, para a história de Botucatu, marcada a sua trajetória como benemérito ! (AMD)

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


Diário da Cuesta

3 Fotolog/charge do Bira

Criação de PEDÁGIOS +PRIVATIZAÇÕES: Foi uma ação predatória e incontrolável... Registro Histórico: O Governo do Estado, no final dos anos 60 e início dos anos 70, objetivando imprimir um ritmo mais empresarial às construções e manutenções das estradas paulistas, sem as amarras que uma autarquia enfrenta criou a DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S.A. Foi um sucesso. Os melhores técnicos foram contratados (oriundos das Faculdades de Engenharia e da iniciativa privada), pois adotou-se uma política altamente competitiva para conquistar as melhores cabeças. Posso testemunhar, pois assessorei o saudoso Professor Américo Oswaldo Campiglia – empresário e empreendedor! – que foi o responsável pela entrega do primeiro trecho da Rodovia dos Imigrantes, no início de

1971. Foi um marco. Depois, veio a Rodovia dos Bandeirantes, a conclusão da Rodovia dos Imigrantes e outras estradas modelos do governo paulista. Após a passagem de Mário Covas pela Secretária Estadual dos Transportes (responsável pelas estradas e pelo DER e pela DERSA) começou a ser elaborada a mudança que viria a descaracterizar a qualidade das estradas paulistas e entregá-las à iniciativa privada. Isso ocorreu com Covas governador! Realidade atual: privatizou-se o que se pode das estradas paulistas. Os preços dos pedágios são os maiores do Brasil. Argumentam, os tucanos, que as estradas paulistas são as melhores do Brasil. Já o eram ANTES das privatizações!!! Faça-me o favor! (AMD)


Diário da Cuesta

4

ARTIGO Maria de Lourdes Camilo de Souza As vezes procurando uma coisa, encontramos outra. E andando pela Plaza Dorrego em San Telmo, bairro boêmio de Buenos Aires, visitei um antiquário, um dos muitos daquela rua. Para mim é como entrar na estória de cada peça, e mais conhecer a história de um povo. Olha daqui, e de lá. Muitas peças em prata, estátuas de cavalos. Um manequim vestia um poncho negro com bordados em vermelho. Os olhos ficaram perdidos nele, na etiqueta estava escrito: Poncho De La Doma Festival Nacional de Doma Y Folklore Jesus Maria Argentina O dono da loja vendo o meu interesse, correu a me dar informações. E ali mesmo tive uma aula da história da Argentina.

“Antiquários “ O poncho era o vencedor do festival de doma. Vi também um colar que me chamou a atenção pela sua trama dourada. O antiquário também era um bar. Imagine você pode beber seu drinque, comer uma empanada, enquanto seus olhos vagueiam pelas lindas peças expostas. Uma feira de antiguidades acontecia ali na rua, muita gente indo e vindo carregadas de sacolas. Um casal dançava um tango junto ao Mercado das Pulgas. Passei pelo Viejo Almazen onde os shows de tango encantam os turistas. Um ritmo sensual que prende os olhos e os sentidos, protagonizado por um par, embebido um no outro, passos elegantes e sincronizados. Comer uma bela parrilada, a carne de lá é fantástica, e beber um bom vinho. Ninguém volta de lá sem uma caixa de alfajores deliciosos, e um pote de doce de leite. Uma jóia de presente, ricamente enfeitada com a rodocrosita, pedra rosa nacional. E naquela época: blusas de cachemir e casacos de couro, enchiam as malas na volta. Melhor que tudo isso são os sons, cores, sabores, as estórias guardadas para sempre numa das gavetinhas da nossa memória.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.