Edição 217

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 217

TERÇA-FEIRA, 20 de JULHO de 2021

Engº José Carlos de Barros Neiva e a Indústria Aeronáutica !

Era preciso RESGATAR a história da indústria aeronáutica no Brasil e, de modo especial para nós – botucatuenses! – a sua origem pioneira e ousada em nossa cidade em 1956, com a Indústria Aeronáutica Neiva! JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA trouxe progresso e desenvolvimento para Botucatu, com seu empreendedorismo e com a fabricação de aviões que foi a base para a constituição da sólida EMBRAER. Foi um vencedor e um brilhante empreendedor. Botucatu está a lhe dever uma homenagem póstuma! O importante livro “BRASILEIROS VOADORES – 300 ANOS PELOS CÉUS DO MUNDO”, de autoria de Laurete Godoy e de Jorge Henrique Dumont Dodsworth – sobrinho-neto de Santos Dumont – coloca o saudoso empresário Neiva no destaque que a história da aviação lhe dedica. Aeronáutica NEIVA! JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA! ORGULHO DE BOTUCATU! Página 2

Vamos entregar a última ponte recuperada!!!

Ferragens da Ponte Rafael Sampaio acabaram de chegar! Retomada a construção da Ponte da Rua Rafael Sampaio apenas uma semana após a rescisão do contrato com a antiga empresa! Montagem das caixarias para concretagem da pré-laje no final de semana, Botucatu tem urgência! “Agradeço o apoio da Construtora Pacaembu, que mais uma vez se mostra parceira do povo de Botucatu!”, afirmou o Prefeito Municipal de Botucatu, Engº Mário Pardini.


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Diário da Cuesta

Indústria Aeronáutica Neiva/Embraer + o Pioneiro José Carlos Neiva no livro da História da Aviação no Brasil!

JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA

O livro “BRASILEIROS VOADORES – 300 ANOS PELOS CÉUS DO MUNDO” é de autoria de LAURETE GODOY E JORGE HENRIQUE DUMONT DODSWORTH – sobrinho-neto do PAI DA AVIAÇÃO – SANTOS DUMONT. Pelo trabalho de pesquisa e pelas parcerias feitas, o livro é uma verdadeira enciclopédia da aviação no Brasil, com todo o caminho percorrido, as conquistas e a estruturação industrial. E nessa abordagem ampla, o papel de pioneiro do Vôo a Vela, com os Planadores e, ao depois, com a fabricação do PAULISTINHA, o Engº JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA marcou com destaque a sua participação positiva na Aviação Brasileira. O cartão da autora, Laurete Godoy:

dos por José Buarque de Macedo e o aviador gaúcho João Luiz Job, construíram dois planadores no Rio de Janeiro. Em um deles José Carlos aprendeu a arte de planar. Depois, começou a voar sozinho, sem instrutor. Certo dia, José Bento Ribeiro Dantas, presidente dos Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, chamou-o e disse: “Eu acho que não é bom você ficar dando susto no seu pai, voando sem instrutor. Vou mandar você para o Rio Grande do Sul, para aprender a pilotar de verdade”. “Assim aconteceu, o jovem ganhou passagem para Porto Alegre e pode completar o treinamento. Neiva retornou ao Rio de Janeiro habilitado como piloto de planador e, repleto de entusiasmo, iniciou a construção do primeiro planador brasileiro, que acabou vendido para a Companhia Nacional de Aviação. O sucesso foi imediato: recebeu a encomenda de outros três aparelhos para o Ministério da Aeronáutica. O aparelho recebeu o nome de Neiva B Monitor e foi o responsável pela formação de inúmeros pilotos. Carinhosamente chamado de “Neivão”, fez os primeiros voos em 1950 e, passado meio século, ainda estava em atividade no Aeroclube de Planadores de Tatuí, no estado de São Paulo.” A VOLTA DOS PAULISTINHAS

“Já em 1942, o famoso empresário paulista Francisco “Baby” Pignatari (sobrinho do Conde Matarazzo), também piloto privado, decidiu investir no mercado de aviões e criou a CAP – Companhia Aeronáutica Paulista. À partir de 1943, passou a fabricar o CAP – 4 “Paulistinha”, que foi produzido até 1947. Em 1954, Baby Pignatari foi responsável por um dos mais bonitos momentos das festividades do 4º Centenário de São Paulo: dois aviões sobrevoaram o Vale do Anhangabaú e, lançando grande quantidade de papel-alumínio cortado, proporcionaram uma linda e inesquecível chuva prateada.” BOTUCATU GANHA SUA FÁBRICA DE AVIÕES JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA nasceu em São Paulo, em 18 de janeiro de 1924, vindo a falecer em São Sebastião, em 09 de fevereiro de 2013. ESSE LIVRO MARCA, COM DETALHES, A PARTICIPAÇÃO EMPREENDEDORA DE NEIVA NA CONSTRUÇÃO AERONÁUTICA: “O aeromodelismo foi o grande mestre e a base da escolha profissional de Neiva. A partir daí ele e o pai, ajuda-

“A seguir, foram produzidas outras séries para aeroclubes brasileiros. Nessa época, as duas fábricas de aviões que existiam no Brasil – a CNNA e a CAP -, que forneciam aviões para o Ministério da Aeronáutica, haviam encerrado as atividades. Em 1952, o governo importou dos Estados Unidos oitenta aparelhos Piper PA-18. Neiva tinha certeza de que o Brasil possuía condições de suprir o mercado interno. Empenhou-se e, por meio do CTA, obteve de Francisco Pignatari autorização para fabricar o Paulistinha. Para cumprir a empreitada, associou-se a Antônio Araújo Azevedo, engenheiro diplomado pelo Escola Politécnica, que possuía uma oficina de reparo de aviões no interior paulista. Em 1954 foi fundada a Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva. Dois anos depois, a empresa transferiu-se para a cidade de Botucatu, onde estava localizada a empresa de Azevedo, e foi assim que, com o aval e estímulo do Ministério da Aeronáutica, iniciou a construção de aviões.” SUCESSO DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA No ano seguinte, com a fabricação de vinte Paulistinhas Neiva P-56 para a Esquadrilha de Ligação e Observação em Canoas, RS, a produção em série teve continuidade. Eram aparelhos entelados, sendo a fuselagem feita com tubos de aço soldados e as asas construídas em freijó, madeira nacional. Muitos cadetes da turma do Curso de Formação de Oficiais Aviadores de 1968, da antiga Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, receberam instrução de voo nos P-56, designados FAB L-6. Nenhum cadete efetuou voo solo nessas aeronaves, mas foi nos Paulistinhas que receberam os primeiros ensinamentos sobre a arte de voar. Utilizados pelo Ministério da Aeroáutica, aeroclubes e particulares, os Paulistinhas, produ-

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

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zidos inicialmente pela CAP e, posteriormente, pela Neiva, transformaram-se em um dos grandes sucesso da indústria aeronáutica em tempo de paz, contribuindo para a formação de expressivo número de pilotos. Como na época surgiram no mercado outros protótipos, enquanto fabricava o Paulistinha, a empresa Neiva projetou um avião metálico. Com isso, encerrou-se a série dos P-56 de dois lugares e teve início a do Regente, com quatro lugares. A seguir veio o Neiva T-25 Universal, avião de asa baixa, acrobático, com trem de pouso triciclo escamoteável ou retrátil. Foram exportados para o Chile e Paraguai e, anos depois, algumas unidades usadas também foram doadas para a Bolívia. A FAB comprou 140 aviões e, até hoje, esses aparelhos seguem formando pilotos em todo o Brasil.” A GRANDE ALEGRIA Quando o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do CTA iniciou os estudos para fabricar o primeiro avião, contou com a colaboração de José Carlos de Barros Neiva, que apresentou ao núcleo de comando da instituição o industrial francês Max Holste, profissional decisivo na execução do projeto do Embraer BEM 110 Bandeirante. Criada a Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, ela passou a fabricar aviões para o Ministério da Aeronáutica e, com isso, em março de 1980, a então indústria Aeronáutica Neiva S/A foi assumida pela empresa e dela tornou-se susidiária, na cidade de Botucatu. Ao longo de trinta anos de atividade, José Carlos de Barros Neiva realizou o sonho de muitos jovens, colocando talentosos pilotos nos céus do Brasil. Pelos relevantes serviços prestados à aeronáutica brasileira, foi eleito membro do Conselho Superior do Incaer – Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica – e passou a ocupar a cadeira nº 2, que tem como patrono Augusto Severo de Albuquerque Maranhão. Porém, a grande alegria aconteceu em 26 de março de 2004. Apesar de residir na tranquila Ilha Bela, ao ver, pela TV, a primeira mulher da FAB a voar sozinha, pilotando um T-25 Universal, avião confeccionado por sua fábrica. Neiva sentiu o coração bater em ritmo acelerado. Com a emoção, teve a certeza de também ter contribuído para o progresso da aviação brasileira.” (trechos do livro “BRASILEIROS VOADORES – 300 ANOS PELOS CÉUS DO MUNDO”) Vejam a lista dos aviões fabricados pela Aeronáutica Neiva: • Planador BN-1 • Planador Neiva B Monitor • Neiva P-56 Paulistinha • Neiva Regente • EMB-712 Tupi, avião fabricado sob licença da empresa Piper. • EMB-810D Seneca II, avião fabricado sob licença da Piper. • EMB-820C Navajo, avião fabricado sob licença da Piper. • EMB-202 Ipanema • T-25 Universal (Usado na instrução dos cadetes da Força Aérea Brasileira) Hoje, a lembrança nos leva aos anos 60 quando os famosos “Teco-Teco” eram fabricados em Botucatu. Após a Embraer assumir a Neiva, a fábrica passou a produzir aviões agrícolas e o conhecido Tucano, além de produzir peças para o jato da Embraer. José Carlos de Barros Neiva faleceu na cidade de São Sebastião/SP, em 09 de fevereiro de 2013. (AMD)

Neiva entre os pioneiros do Vôo a Vela, Acácio (esquerda) e Darcy Assis (direita), em 2010.

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Diário da Cuesta

ARTIGO

HERÓIS DO AR

Elda Moscogliato Entre os inúmeros meninos que um dia ocuparam os bancos escolares como alunos nossos, e que enriqueceram depois o nosso grande círculo de amizade que se estende por este Brasil afora, está um que pela longa permanência no Sul se transformou num legítimo gaúcho pela adoção incondicional do chimarrão que ele toma de mate ou de ervas estomacais, pelos hábitos, pela moderação das expressões tipicamente sulinas, pelo casamento e pelo belo menino que lhe alegra o lar próspero e feliz. Refiro – me ao Archyse Pighinelli que um dia, tímido e reservado, mal ajeitado nos seus quase dezessete anos, veio ter conosco para tentar, entre as demais crianças de então os exames de admissão ao ginásio. Já era ele funcionário público extranumerário. Dono de uma caligrafia impecável e de um ouvido apuradíssimo, o rádio para ele era pura brincadeira. Transmitia e receptava em fração de minutos número incalculável de sinais. Faltavam – lhe contudo, mais estudos. Iniciou mas não terminou nesta cidade, o curso ginasial. Chamado para servir o Exército Nacional, valeram – lhe as funções de telegrafista e ele foi então destacado para a Base Aérea de Natal. Estava – se em plena Segunda Guerra Mundial. E o jovem botucatuense serviu durante três anos naquela Base que sem dúvida foi um dos pontos – chave na estratégia da conquista da vitória democrática para a paz. Depois, desligado, serviu no Rio de Janeiro, ainda na Aeronáutica. Desengajou – se por fim e foi servir em outras com-

panhias particulares, como telegrafista de bordo. Enraigara – se na sua vida, a placidez sem fim das alturas. Não se aprazia em trabalhar com os pés fixos no chão seguro. A Varig descobriu – o. O longo estágio na Aeronáutica tornara – o um técnico. O painel do avião era lhe familiar. Aperfeiçoou – se ainda mais, entre os moços guapos e selecionados que Ruben Berta sabia distinguir. Conheceu idiomas e jungiu – se à severíssima disciplina aviatória. Desde então a linha aérea litorânea característica das trajetórias da Varig enriqueceu de viagens a sua já brilhante folha de serviços. Quando a Companhia sulina estendeu para o Exterior as suas rotas maravilhosas competindo com as grandes companhias estrangeiras de então, foi o Archyse um daqueles tríplices peritos nos quais repousa a confiança dos usuários dos aviões: piloto, co-piloto e telegrafista de bordo. Assim ele estava presente na inauguração das rotas aéreas dos constelations para Miami rumo a New York.

Portugal era o posto de revesamento da tripulação garbosa, alinhada no seu elegante uniforme marinho. Tudo isso registramos hoje com imensa alegria, porque tivemos há pouco, em mãos, fotografias recentes desse grande e modesto ex – aluno. Hoje, cumpridas as horas regulamentares no ar, o Archyse alcançou a aposentadoria merecida. Mas não descansou, não. Sua extraordinária folha de serviços fe–lo voltar a ativa. Nas suas férias, quando aqui vinha, alegrava – nos a sua presença sempre cordial e atenciosa, prolongando – se a visita num bate papo agradável que ele animava com a soma da sua larga experiência de vida e de trabalho. Nas suas continuadas andanças por céus e nuvens deste mundo, jamais sofreu ele acidente sequer provocado uma ocasião, em nossa presença, sobre a estabilidade das viagens a mil metros ou mais de altura, respondeu ele com a sua natural bonhomia: A gente está sempre mais perto de Deus,não?


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Diário da Cuesta

Esportes Lucas Nogueira

Fórmula 1: Modelo de novo carro para a temporada de 2022 é revelado No evento “F1 One Begins” foi mostrado pela 1a vez as mudanças realizadas na nova era da F1 Na última semana, mais precisamente na quinta-feira (15), foi revelado as mudanças para os carros de 2022. Oficialmente lançado no evento “F1 One Begins” e posteriormente na pista de Silverstone onde ocorreu o Grande Prêmio da Grã-Bretanha no final de semana passado – que teve como vitorioso o piloto Lewis Hamilton -, nele foi demonstrado que o novo conjunto terá semelhanças na questão de “efeito solo” como o dos carros da década de 80, mas com toda a segurança dos tempos atuais. O intuito das mudanças feitas é aumentar a competitividade entre os pilotos e as ultrapassagens nas corridas, dentre as principais alterações estão a diminuição da asa traseira, um novo design de asa dianteira e do “nariz”, rodas maiores com 18 polegadas, calotas nas rodas, o aumento de biocomponentes no combustível e chassis que têm maior absorção de energia em caso de batidas e acidentes. As mudanças realizadas na parte de assoalho e de asas vieram com o propósito de diminuir a “turbulência” que ocorrem na temporada atual e passadas, acontecem quando um carro vem seguindo o vácuo de outro, deixando muito instável o controle do monoposto e não conseguindo alcançar o máximo de seu potencial. Além de ser esteticamente mais bonito as rodas de polegadas maiores, essa nova mudança gerará um ganho significativo na diminuição de arrasto dos carros nas retas. Isto é, haverá a dissipação do ar vindo em direção das rodas e vem com uma nova mudança de “asa” sobre as rodas semelhantes à uma proteção, mas que servirá para os mesmos propósitos da dissipação dos ventos. As mudanças nos chassis para que haja maior absorção de energia em impactos é talvez o ponto mais importante para a discussão nos novos carros, no último final de semana no GP da Grã-Bretanha, logo no início da corrida o atual líder do campeonato Max Verstappen se envolveu em um acidente fortíssimo com o vice-líder Hamilton. Max teve contato com Hamilton, rodando e indo em direção ao muro na curva Copse do circuito, gerando uma desaceleração de 51G no impacto que por sorte não gerou danos ao piloto holândes que foi conduzido ao hospital local após o incidente. Mesmo com toda a tecnologia atual na Fórmula 1, vemos acidentes como esse eventualmente, no ano passado ocorreu o acidente com Romain Grosjean no Sakhir que bateu no guardrail tendo

uma desaceleração de 67G, seu carro se dividiu ao meio e entrou em chamas. Com as mudanças futuras para o novo carro, é esperado que em caso de acidentes como esses o impacto nos pilotos e nos carros seja menor. As novas alterações foram bem recebidas pelo líder do campeonato Max Verstappen que disse: “Interessante, é bem diferente do que estamos acostumados”. O vice-líder e heptacampeão mundial, Lewis Hamilton também demonstrou animação para as mudanças: “É uma nova era. Vai ser incrível para os fãs” afirmou o piloto.


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