Edição 229

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 229

TERÇA-FEIRA, 03 de AGOSTO de 2021

A FAMOSA VISITA DO MAESTRO VILLA-LOBOS A BOTUCATU

Em 1931, a CARAVANA VILLA-LOBOS esteve em Botucatu/SP, quando foi festivamente recepcionada. A foto, defronte ao Teatro Espéria, mostra, ao centro, o maestro Villa-Lobos, com a presença dos professores da Escola Normal (prof. Franklin de Mattos, prof. Sylvio Galvão, profa. Jair Conti), do Prefeito Municipal, Leônidas Cardoso, autoridades e populares.

“Villa-Lobos, uma Vida de Paixão” O filme retrata com perfeição o Maestro Villa-Lobos e a imagem do compositor daqui para a frente não será mais a da realidade, mas a do filme: a interpretação de Antônio Fagundes foi perfeita: “ele incorporou o Villa! É tudo perfeito – os gestos, a maneira de falar, de se movimentar... Conheci pessoalmente o Villa e, com o Fagundes tive a sensação de reencontrá-lo”, disse o Maestro Turíbio dos Santos... PÁGINA 3


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Diário da Cuesta

A R T I G O TEMPO DE MUDANÇAS BAHIGE FADEL Meu Deus, estão terminando as férias escolares! Nossa! Parece que começaram ontem mesmo, e já estão no fim. Férias diferentes, aliás. Pelo menos, para a maioria. Grandes viagens, passeios em grupo, festinhas nos finais de semana, baladas, churrascos, cinema, teatro, passar uns dias na casa dos amigos... Isso tudo pode não ter terminado completamente, mas houve uma redução drástica. Novos tempos, novos costumes. Sim, até isso. A gente está se acostumando à nova realidade. Parece que já faz um século que a gente está desse jeito. Se continuar assim por muito tempo, corremos o risco de nos esquecer de como era antes. Ou o que era antes vai virar história. Não história de velhos. História de jovens. ‘Você lembra o dia em que a gente foi beber no sítio do Tó? Três dias de bebedeira, cara. Maior barato. Bons tempos aqueles, né?’ Por outro lado, tenho certeza de que o retorno às aulas nunca foi tão esperado. Tenho certeza de que quase ninguém está

falando: ‘Pô, voltar à escola. Quer saco!’ Nem alunos nem professores. Os professores já estão com o saco cheio de ministrar aulas remotas. Aulas para uma tela. Haja imaginação. Imaginar o aluno atento. Imaginar o aluno interessado. Imaginar o aluno presente. Tudo numa tela. Haja motivação! Motivar-se para dar uma aula interessante e motivar o aluno, para que ele ache interessante a aula. Esforço dobrado. Quadruplicado. Um cansaço mental insuportável. Por outro lado, o aluno, no mínimo, querendo sair de casa, encontrar os colegas de classe ou de outras classes, jogar conversa fora. Acho que há alunos com saudade até dos pitos que o professor lhes DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

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dava, porque estavam sonolentos ou desinteressados ou em conversa com o colega do lado ou atento ao celular... Até disso os alunos devem estar com saudade. No primeiro semestre, no meio de uma aula, um aluno abriu o microfone e me disse: ‘Professor, tenho uma vontade enorme de conhecer o senhor.’ Fiquei com um nó na garganta. Depois pensei: Caramba, dou aula pra gente que não conheço e não me conhece. Que raio de educação é essa? Educação capenga, manquitola. Educação sem emoção. Mas tudo isso vai acabar. Deus queira! Vamos, aos poucos, voltar à normalidade. Educação olho no olho. Educação em que os participantes se conhecem. Concordam e discordam. Vivem bons e maus momentos. Riem e choram. Lamentam e agradecem. Mas estão lá, juntos. Um ajudando o outro. Um participando da vida do outro. Somos seres sociais. A partir desse segundo semestre, poderemos voltar a ser. Seres sociais. Não robôs. Não máquinas. Não agentes de uma educação que se sustenta numa máquina. O que deve sustentar a educação é a relação professor/aluno. A máquina não passa de um acessório. Nunca pode ser principal.

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Maestro Villa-Lobos

Transformações profundas mudavam o perfil da sociedade brasileira nos primeiros anos da década de 20, nos campos da literatura, da arte e da música: desde a revolucionária SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 até a nova música que surgia carregada de folclore e brasilidade na maestria criativa de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista, ao qual incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas. Os anos de 1930/40 seriam marcados por uma grande atuação na educação. E a participação do maestro Villa-Lobos nos grandes eventos orfeônicos comemorativos das datas cívicas, sempre caracterizou a vinculação dele com o governo totalitário e a associação que se fez entre música, disciplina e civismo. Em 1931, em São Paulo, o maestro organizou uma concentração orfeônica chamada “Exortação Cívica”, com 12 mil vozes. Após dois anos assumiu a direção da Superintendência de Educação Musical e Artística. A partir de então, a maioria de suas composições se voltou para a educação musical. Em 1932, Getúlio Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas escolas e criou o Curso de Pedagogia de Música e Canto. Em 1933, foi organizada a Orquestra Villa-Lobos. A experiência do Canto Orfeônico no Brasil Em 1930, realiza turnê por sessenta e seis cidades. Grande sucesso! Realiza também nesse ano a “Cruzada do Canto Orfeônico” no Rio de Janeiro.Eram tão grandes os sucessos de Villa-Lobos e a aceitação da população que a visita em cada cidade era um fenômeno. Em 1931, a CARAVANA VILLA-LOBOS esteve em Botucatu/SP, quando foi festivamente recepcionada. A foto, defronte ao Teatro Espéria, mostra, ao centro, o maestro Villa-Lobos, com a presença dos professores da Escola Normal (prof. Franklin de Mattos, prof. Sylvio Galvão, profa. Jair Conti), do prefeito

municipal, Leônidas Cardoso, autoridades e populares. Explica o autor que “o ideal do canto orfeônico tem suas raízes na França. No início do século XIX, o canto coletivo era uma atividade obrigatória nas escolas municipais de Paris e o seu desenvolvimento propiciou o aparecimento de grandes concentrações orfeônicas que provocavam o entusiasmo geral. Na época, o sucesso desse empreendimento foi tal que surgiu até mesmo uma imprensa orfeônica O canto orfeônico tem características próprias que o distinguem do canto coral dos conjuntos eruditos. Trata-se de uma prática da coletividade em que se organizam conjuntos heterogêneos de vozes e tamanho muito variável. Nesses grupos não se exige conhecimento musical ou treinamento vocal dos seus participantes O método obteve sucesso em outros países, sendo que o autor destaca os seguintes aspectos da realidade brasileira da época: “as conotações de caráter políticos; a falta de capacitação pedagógica adequada, a falta de uma metodologia de ensino suficientemente estruturada”. A opinião crítica do professor de História Contemporânea da USP, Arnaldo Contier, que enfoca a questão de forma particularmente rigorosa: “Villa-Lobos esteve na Alemanha nazista, quando voltou de Praga em 36. E, naquele momento, fez uma relação muito clara entre musica, civismo, propaganda e trabalho. Uma atitude nada ingênua e, ao contrário, muito consciente. Villa-Lobos compactuou com o regime getulista de um modo deliberado e o fez porque quis e nunca somente por necessidade.” Mesmo assim, é indiscutível a importância, o esforço e o mérito de Villa-Lobos. À parte o aspecto político, o trabalho que ele fez na divulgação de nosso folclore e das riquezas nacionais é valioso, revolucionário! (AMD)

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Esportes Lucas Nogueira

Olimpíadas 2020: Brasil avança para as quartas de finais no vôlei feminino e no vôlei de praia masculino Na disputa pelos Jogos Olímpicos de Tóquio, a seleção feminina de voleibol segue invicta e deve enfrentar a Rússia Pela medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a seleção brasileira feminina de voleibol tem sido destaque em seu grupo avançando para as quartas de final, seguindo invictas após o jogo contra o Quênia - que comemoravam cada ponto feito como se fosse uma festa nesta despedida do campeonato. A seleção masculina brasileira de vôlei de praia também segue na disputa pela medalha após vitória sobre a seleção mexicana. No último jogo da seleção feminina, foi enfrentada a seleção da Quênia, que apesar da derrota comemorou to-

dos os pontos marcados como se fossem a vitória. Isso porque o país não tem o histórico de conquistar tantas medalhas e de chegar até esse ponto neste esporte. Grande parte das medalhas conquistadas pelo país foram em competições de Atletismo e no Boxe. Já no primeiro set, o Brasil veio com força máxima com Roberta, Gabi, Fê Garay, Carol, Carol Ga�az, Tandara e Brait que já mostraram superioridade sobre as quenianas que apesar de tentarem, quase sempre eram repelidas. A levantadora Wairimu, do Quênia, surpreendeu o time brasileiro com uma bola mas logo após foram neutralizadas com os poucos recursos do time. Para fechar com tranquilidade o primeiro set de 25 a 10, Roberta conseguiu variar bem suas jogadas de ataque e com um ace de Carol foi fechado o set. No segundo e terceiro set, a dominância só se mostrou mais evidente, mesmo apesar de divesrsas tentativa de suas rivais, foram fechados os sets com placares, respectivamente, de 25 a 16 e 25 a 8. Avançando para as quartas de final contra o Comitê Olímpico Russo.

No vôlei de praia masculino, a dupla brasileira formada por Alison e Álvaro, dominou os rivais mexicanos e devem enfrentar nas quartas de final os algozes da outra dupla brasileira de vôlei de praia, a Letônia com a dupla Plavins e Tocs que eliminaram Bruno Schmidt e Evandro. Na disputa contra o México, o Brasil teve um começo com tranquilidade, abrindo o placar de 8 a 4 antes dos rivais pediram tempo. Além disso, Álvaro e Alison estavam com sorte, em um saque de Álvaro a bola quicou duas vezes na linha e caiu no campo do México, que fez com que liderassem a partir desse momento com 14 pontos contra 8. Conseguindo posteriormente fechar o primeiro set com um lance de Alison, com a parcial de 21 contra 14. No segundo set, tudo pareceu mais tranquilo para os brasileiros, que já ao iniciar abriram o placar e dispararam com 11 pontos. A dupla nacional seguiu tranquila e seguiu rumo à vitória com maestria. A equipe mexicana de Guaxiola e Rubio tentou se aproximar dos pontos mas não foi efetivo e os brasileiros fecharam com tranquilidade o segundo set com o placar de 21 a 13, levando a vitória para casa e avançando para as quartas de final. O próximo jogo de vôlei feminino será transmitido ao vivo na TV Globo no canal aberto, e pela BandSports e Sportv que são canais por assinatura e ocorrerá na quarta-feira (04/08) ás 9h30. A disputa masculina acontecerá na terça-feira (03/08) ás 22h00 e será transmitida somente nos canais por assinatura BandSports e Sportv.


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