Edição 237

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 237

QUINTA-FEIRA, 12 de AGOSTO de 2021

Centro Cultural de Botucatu 79 Anos!

“O Centro Cultural é hoje um salão capacitado para reviver e continuar os serões de Arte, a propiciar as Mostras e Exposições, a receber Conferencistas de valor, a patrocinar Concursos. Consolidado e aparelhado como pouco falta para sê-lo, será o Centro daqui por diante o pólo de atração para aqueles que tem na Cultura e na Arte, a fuga propícia do quotidiano e do rotineiro”. ELDA MOSCOGLIATO

Quase pronta a ponte !!! A Prefeitura Municipal de Botucatu iniciou a implantação de base para o asfalto da nova ponte da Rua Rafael Sampaio. Também estão sendo instalados os guarda corpos! Esta é a 41ª ponte reconstruída! AVANTE BOTUCATU !!!


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Diário da Cuesta

EDITORIAL

Nando Cury

ADMIRÁVEIS CARRINHOS

Desde pequenos somos apaixonados por automóveis, as extensões mais diretas e confortáveis dos nossos corpos. Culturalmente, brincamos com diferentes tipos de objetos, pensando que somos motoristas ou pilotos profissionais. Meu filho e eu guardamos alguns exemplares de miniaturas de carros, com ou sem fricção, nos quais a Mattel e a Hot Wheels viraram referências. Na minha infância a emoção máxima de rodas vinha dos carrinhos de rolimã. Feitos com uma prancha retangular de madeira bem resistente, tendo uma ponta de um lado, no qual se encaixavam “braços” de madeira, que funcionavam como direção. Num pequeno vão era fixado um toco de madeira com ponta de pneu, que fazia a função de breque. Sentados, mantínhamos as pernas esticadas, com os pés sobre os “braços” na frente do carrinho. Logo pegavam velocidade nas descidas de Botucatu, e era preciso muito esforço – e reza – para conseguir pará-los nas esquinas. Por isso, o combinado era sempre manter alguém da turma de plantão no cruzamento, tipo guarda de trânsito, segurando os carros e deixando o trânsito livre para os rolimãs. Carrinhos geniais são os de controle remoto das pistas de Autorama, uma marca consagrada pela Estrela. Lembro do generoso amigo Acácio, hoje músico e empresário, que organizava campeonatos para toda a turma, com seus carrinhos e pista montada numa sala de sua casa. Levando-nos à uma “realidade aumentada” das corridas de Fórmula 1, os games e simuladores são feiticeiros poderosos. Para nos sentirmos verdadeiros pilotos de corrida, entramos em carros com motores e competimos nas pistas de kart. E podemos virar motoristas malucos nos carrinhos de trombada de parques de diversões. Aos 18, sonhávamos com a nossa maioridade e com a CNH para ter o prazer de dirigir os carros de verdade dos nossos pais. Pensando nos que nasceram nos anos 50 – onde me incluo – os primeiros carros que pilotamos, na auto escola e em nossas casas, foram os fuscas. O primeiro fusca, com peças importadas e montado no Brasil era um modelo 1200 de 36CV de 1959. Lembro muito bem dele, pois meu pai tirou um zero na A. Losi S.A. de Botucatu, em fevereiro desse ano. Trazia motor refrigerado a ar, não tinha cintos de segurança, nem direção hidráulica, nem freio ABS, nem vidros elétricos. Apresentava apenas um espelho externo para o motorista, duas bananinhas com luzes que levantavam das laterais, para sinalizar a virada para esquerda e para direita. Vinha equipado com rádio, ar quente e uma alavanca de reserva, que era acionada com o pé, quando acabava o combustível. Isto permitia dar nova partida e andar mais alguns quilômetros até um posto para abastecer. A partir de 1960, a produção do fusca foi nacionalizada, e logo virou febre nacional. Entusiasmado com a aceitação do carro por todos, papai resolveu também entrar em um consórcio de fusca. Mas assim que era sorteado, vendia o fus-

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

ca novo e mantinha o Fusca 59 alemão, de verde claro agave, desfilando na garagem. Simpático, econômico, durável, prático, cheio de qualidades, o 59 virou Tico, nosso Herbie, 53 coincidentemente o meu ano de nascimento, o xodó da família. Convivemos muito tempo com ele. Quantos passeios pela cidade. Inúmeras viagens, com meus pais e minhas irmãs, portando um bagageiro superior e, no para-choque dianteiro, a placa do Touring Clube do Brasil, para socorro em qualquer emergência. Mas o fusca 59 nunca nos “deixou” na mão, nem na cidade, nem na estrada. Era tratado com muito carinho. Todos os anos, papai programava a sua revisão geral na oficina do Luiz Basso lá em Botucatu Pegando as valiosas dicas de papai, foi nele que aprendi a dirigir e treinei para obter a CNH em 1970. Em 1972, o 59 veio com a família pra São Paulo. Ele foi meu cordial transporte para a faculdade, responsável pelo meu mapa mental de Sampa, meu fiel confidente em inúmeras idas e voltas pra terra natal, praias e outros lugares a passeio. Finalmente, em 1975, na mesma concessionária A. Losi de Botucatu, papai trocou o 59, já valendo uma raridade, por um fusca azul 1300. E em 1978, comprou seu derradeiro fusca 1300, numa edição mais requintada, na cor bege, com belo interior marrom tom sur tom. Historicamente, o fusca foi o carro brasileiro mais vendido desde seu lançamento. Começou como sedan 1200, virou 1300, Fuscão 1500, 1600 e New Beetle. Saiu de linha em 1986. Voltou a ser fabricado entre 1993 a 1996, a pedido do Presidente Itamar Franco. Atingiu a expressiva marca de 3,3 milhões de unidades comercializadas no Brasil, um número equivalente à média anual de produção de veículos novos da indústria nacional – soma de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus - nos últimos 10 anos, antes da pandemia. “Think small” foi o título do anúncio mais famoso do fusca, criado pela Agência DDB, USA, em 1959.

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Livro registra 70 Anos do Centro Cultural de Botucatu!

O escritor botucatuense, Olavo Pinheiro Godoy, lançou, na noite de ontem, o livro “CENTRO CULTURAL – 70 ANOS (1942-2012).” É o registro da cultura botucatuense através de seus abnegados membros que a construíram e consolidaram. O escritor Olavo Pinheiro Godoy foi presidente do Centro Cultural por 18 anos, de 1989 a 2007. Às 20 horas, de 06 de agosto de 1942, no pavimento superior do Teatro Espéria, o prof. Dr. Sebastião de Almeida Pinto instalou a sessão que considerou fundado o Centro Cultural de Botucatu. Os seus primeiros associados foram: prof. Dr. Sebastião de Almeida Pinto, prof. Agostinho Minicucci, Dr. Alberto Lira, prof. Adolfo Pinheiro Machado, Dr. Antonio Pires de Campos, Dr. Arnaldo Moreira Reis, prof. Beraldo Rangel Torres Bandeira, prof. Djalma Grohsmann, profa. Eunice de Almeida Pinto, Germano Jorge Rodolfo Martinson, prof. Gilberto Pereira Machado, prof. Guaraciaba Trench, Hebe Canuto da Boa Viagem, Hebe Guimarães, Hernani Donato, João Thomaz de Almeida, prof. José Peduti Neto, José Sampaio, Lourival de Oliveira, prof. Mario Leite de Campos, prof. Moacir Paes de Almeida, Dr, Nelson Franklin de Mattos, prof. Paulo Assumpção Marques, Pedro Chiaradia, , Pedro Tortorella, prof. Oswaldo Valdez, prof. Raymundo Marcolino da Luz Cintra, Raymundo Penha Forte Cintra, Sebastião da Rocha Lima e Vanice de Andrade Camargo. A sua primeira Diretoria (provisória) foi eleita na mesma data da sua fundação: presidente, Paulo Assumpção Marques; primeiro secretário, José Pedretti Neto; segundo secretário, José Sampaio; tesoureiro, Raymundo Penha Forte Cintra. Sebastião da Rocha Lima e o Dr. Arnaldo Moreira Reis, entusiastas do CCB, batalharam para conseguir o terreno onde seria construída a sua sede própria. Ambos se revezavam na presidência do CCB e conseguiram, através do então vereador Manuel Paes de Almeida (Projeto de Lei nº 53 – 12/08/1952), a doação pela Prefeitura Municipal de Botucatu de excelente terreno. E através do Poder Municipal(Lei nº 868 – 16/10/1960 – Prefeito Municipal Emílio Peduti), era feita a primei-

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FOTOS HISTÓRICAS: ra destinação de verba de para a construção do prédio. Recebido em Comodato o terreno, o CCBobteve as verbas necessárias para a conclusão das obras, além de verbas recebidas de parlamentares. O logotipo do Centro Cultural de Botucatu é desenho e criação de Olavo Pinheiro Godoy e traz o lema da lavra do educador e latinista Raymundo Marcolino da Luz Cintra: “FORTITER IN RÉ” – “SUAVITER IN MODO”. O Departamento Filatélico do CCB é exemplar, tendo registrado os principais acontecimentos cívicos, culturais e religiosos de Botucatu O CCB foi dirigido por idealistas que viabilizaram a sua existência por 70 Anos! A importância do CCB pode ser avaliada pela existência da ABL – Academia Botucatuense de Letras que, após duas tentativas frustradas, foi instalada com o apoio do CCB, onde teve a sua primeira sede. Após 36 anos da primeira tentativa e 14 anos da segunda tentativa, a cidade de Botucatu ganhava a sua ACADEMIA DE LETRAS em 09/07/1972, sendo instalada a 07/03/1973. (AMD)


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ARTIGO

Diário da Cuesta

CENTRO CULTURAL – 79 ANOS DE EXISTÊNCIA Olavo Pinheiro Godoy da ABL – Academia Botucatuense de Letras

Disse, certa vez, um famoso escritor brasileiro que uma nação se constrói com homens e livros. Crendo nesse irrefutável dogma, o Centro Cultural de Botucatu, cumpre, a 43 anos, a sua função social e patriótica em defesa da cultura botucatuense. Fundado a 06 de agosto de 1942, no pavimento superior do Teatro Espéria, instalado oficialmente pelo inesquecível historiador Dr. Sebastião de Almeida Pinto, teve como seu primeiro presidente o Prof. Paulo Assumpção Marques, secretariado pelo Prof. José Pedretti Netto sendo tesoureiro Raymundo Penha Forte Cintra. O Centro Cultural, em sua longa trajetória, sofreu grandes revesses, como o incêndio do Teatro Espéria, onde perdeu arquivo, mobiliário, iconografia, etc. . . Animado pela esperança de que homens formados pelo livro sempre encontram as soluções adequadas, voltou a existir para o pú-

blico, tendo à frente idealistas como Dr. Arnaldo Moreira Reis, Sebastião da Rocha Lima, Walter Wagner, Darwin Viegas, Benedito Nobrega do Canto. Homens como Sebastião da Rocha Lima, criador e idealizador da biblioteca da entidade, “CORPO E ALMA DO CENTRO CULTURAL”. Homenagem especial também ao insigne Dr. Arnaldo Moreira Reis, por muitos anos presidente desta casa. Sua dedicação ao Centro Cultural é comovente e total, nunca poupando sacrifícios para exercer a sua função, o que sempre fez com desvelo, apesar da avançada idade. Motivo de orgulho e digno exemplo pela sua conduta. A Biblioteca do Centro Cultural é de utilidade pública, e assim luta pelo aprimoramento espiritual de seu povo, tarefa nem sempre fácil de ser realizada dado os obstáculos que a vida moderna antepõem à difusão das conquistas do espírito. Mas não se desalentam os membros de sua diretoria. Dotados de fé e confiança executam, com esforço, decisão e, mesmo com sacrifícios, o ideal da entidade, e, assim, suportam, superam ou reagem às crises econômicas e financeiras, às inquietações sociais, buscando sempre, fazer sobreviver a Biblioteca porque ela está intimamente ligada à permanência dos valores culturais.


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