Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano I Nº 238
Sexta-feira, 13... SEXTA-FEIRA, 13 de AGOSTO de 2021
No mundo cristão, a superstição em torno de sexta-feira 13 está relacionada à Última Ceia, da qual participaram 13 pessoas (Jesus e seus 12 discípulos) na noite de Quinta-Feira Santa. No dia seguinte, uma sexta-feira, Jesus seria crucificado. O número 13, portanto, está associado a Judas Iscariotes, o último a chegar à ceia e traidor de Cristo.
Embraer vende mais 16 novos jatos E175 para os Estados Unidos Carlos Ferreira A Embraer concluiu um acordo de venda de 16 novas aeronaves E175 para a SkyWest para operar na rede da Delta Air Lines. Os novos aviões vão se somar aos outros 71 jatos E175 que a SkwWest já opera e voarão exclusivamente para a Delta Air Lines sob um Contrato de Compra de Capacidade (CPA, na sigla em inglês). O valor do contrato, que será incluído na carteira de pedidos (backlog) da Embraer do terceiro trimestre de 2021, é de US$ 798,4 milhões, com base nos atuais preços de lista. Com entrega prevista para 2022, as aeronaves, que possuem 76 assentos e configuração de três classes, serão entregues nas cores da Delta Air Lines. “A SkyWest opera mais jatos E175 do que qualquer outra empresa do mundo. Com essas aeronaves, teremos cerca de 240 aviões do modelo E175 operando com companhias aéreas na América do Norte. Estamos orgulhosos por alcançar dois milhões de horas de voo no E175 este mês. Nossos clientes adoram o E175 e temos grande confiança na nossa parceria com a Embraer, a qual apreciamos muito”, disse Chip Childs, Presidente e CEO da SkyWest. (Aeroin)
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ARTIGO
Quebra-Cabeça da Vida José Maria Benedito Leonel
Vi meu neto montando um “quebra-cabeça”. Ele brincava feliz e sozinho. Tadinho, um dia ele vai entendê que o quebra-cabeça mais complicado da vida é a vida. Vejo por mim. Quantas vezes na minha vida o óbvio não foi o óbvio, o evidente fez-se incerto, o
lógico foi ilógico. Quantas vezes refiz conclusões, mudei certezas? Quantas vezes quis entender os desenhos do quebra-cabeça do destino e não entendi? Quantas vezes tentei encaixar os pedacinhos certos no desenho e deram errado? Quantas vezes inverti o jeito, mudei de lado, parei, ponderei e não adiantô nada? Quantas vezes perguntei porquê, olhando pro vazio, pro nada? E o que fui aprendendo a fazer no quebra-cabeça da vida? Aprendi que às vezes a resignação é santa e
aquieta o coração. Aprendi a cultivar a paciência porque é ela e o aboio do peão quem conduz a boiada e não o grito do vaqueiro e o estalo do reio de guasca. Aprendi a evitar o definitivo, a abandonar o derradeiro, a desprezar o parecer conclusivo. Aprendi que só perdi o que nunca foi meu, que as coisas mudam, passam, acabam. O neto continua brincando, entretido com as pecinhas. Lembro o pai dizendo: “na vida tenha cuidado com coisinhas; ela, a vida, é cheia de caprichos e de suspiros.” Custei pra entendê, mas hoje, no balanço do já vivido, arrisco dizê que harmonizá as coisinhas do convívio humano é o quebra-cabeça mais complicado da vida. E o que são as coisinhas? São as coisinhas, ora bolas. Eu sei e você sabe. Simples assim.
É bom saber. O artista plástico e conhecido webdesigner botucatuense Marco Antonio Spernega, foi quem idealizou a Cuesta de Botucatu estilizada e com todo o seu simbolismo: a escarpa, o verde representando as nossas matas e o azul do céu... A criação do Spernega valorizou a nossa CUESTA que teve, em sua estilização, o impacto que as obras dos grandes artistas tem. Vejam no Expediente o logotipo do Diário da Cuesta! Marco Spernega tem exposto seus trabalhos em concorridas exposições. Esta ilustração é uma obra de arte e de simbolismo histórico! DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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CURTINDO FRIO EM BARILOCHE
Marcelo Delmanto Como eu e minha esposa gostamos muito do frio não poderíamos nos esquecer de um dos destinos mais emblemáticos dessa categoria climática. Por essa razão resolvemos fazer nossa viagem para Bariloche. Já na chegada ao aeroporto de lá, percebemos o frio que nos aguardava. Quando descemos do ônibus na entrada do hotel sentimos uma forte lufada de um ar gélido, que achei que congelaria a alma. Depois de instalados e bem agasalhados fomos procurar um lugar para jantar nas imediações do hotel. Em conversas com os outros hóspedes, ficamos sabendo de um restaurante que servia pizza e outras massas, que ficava bem perto do hotel e se chamava “EL MUNDO”. O Hotel ficava bem no início da Rua Mitre, a principal rua da cidade, onde se encontram inúmeras lojas, de vários artigos, principalmente de chocolate, que sempre oferecem degustações na porta. Ali também ficam, alguns negócios de aluguel de roupas especiais para usar na neve, eu achei que não fosse necessário, mas logo vi que era imperativo, pois essas roupas de aluguel eram as mais apropriadas para todas as situações onde tinha muita neve. Porque alguns passeios que fizemos usei minhas próprias roupas porque era mais urbano e não tinha tanta neve. A comida ali é muito boa também, porém deve-se ter atenção onde se vai porque tem restaurantes extremamente caros. Outro fato que pede atenção também é em relação aos deliciosos cafés, pois existem alguns que aceitam reais para pagamento. Visitamos vários “cerros” que são praticamente uma vila completa com lojas, restaurantes e cafés e, para quem gosta, aluguel de esquis e subida de teleférico até o alto do cerro. O cerro mas completo foi o Cerro Catedral, tanto que pudemos experimentar lanches e bebidas quentes muito gostosas. Mas o primeiro cerro que vistamos foi Cerro Lopes, que se aces-
sa por meio de jipes, lá teve um almoço bem gostoso e algumas pessoas usaram um pequeno esqui para fazer esquibunda, porém isso não me agrada muito, como também o passeio com raquetes de neve que somente minha esposa fez, pois eu já tinha experimentados isso em outra ocasião e não gostei. Outra coisa que é linda é o lago NAHUEL HUAPI, o Nahuel Huapi é um lago argentino de origem glacial com 550 km² situado a cerca de 700 metros acima do nível do mar a pouca distância da fronteira com o Chile. É compartilhado pelas províncias argentinas de Rio Negro e Neuquén e é margeado pelo Parque Nacional Nahuel Huapi. Às suas margens foi fundada em 1895 a famosa cidade de San Carlos de Bariloche. Fizemos um passeio por uma vila pitoresca a Villa La Angostura, que é uma cidade a cerca de 80km de Bariloche. O lugar é pequeno e bem charmoso, ideal para quem quer passar um dia tranquilo. Por lá você poderá conhecer o Cerro Bayo com uma paisagem impressionante de sua parte superior, conhecer os bosques da região ou simplesmente caminhar pelas ruas da Villa e admirar suas lojinhas. Apesar de ter muito menos atrativos do que Bariloche, a cidade é indicada para ficar algumas noites, curtindo sua culinária e a natureza. Um outro dia quando passeávamos pela cidade, descobrimos um passeio que era feito com um ônibus, caracterizado como um trenzinho que fazia um tour panorâmico pela região. Ele passa por lugares muito bonitos fora do grande centro e faz algumas paradas onde pode-se ver grande parte do centro histórico e as belas montanhas cobertas de neve. Como já disse, é muito gostoso passear pelas ruas de Bariloche, mas ao entardecer tem que estar preparado, pois sem o sol o tempo esfria drasticamente. Para quem curte clima frio e belas paisagens é um prato cheio e a viagem vale muito a pena.
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ARTIGO
O Mercador de Ceuta e a refugiada marroquina”. Cap 2 Maria De Lourdes Camilo Souza
Rodrigo, na manhã seguinte ao ocorrido, enquanto tomava seu café da manhã, e pensava sobre os fatos e experimentava uma mescla de sentimentos desencontrados ao saber da fuga de Aisha. As imagens perturbadoras da mulher bérbere, saindo ao desenrolar do precioso tapete ainda estavam em sua mente. Suas roupas multicoloridas, as enormes bijuterias na cabeça, pescoço e pulsos. O cheiro almiscarado que mesclava o óleo de argan e especiarias Os dentes muito brancos em contraste à pele queimada de sol, e um par de olhos assustados, muito claros cor de mar. Rodrigo tomou seu último gole de café forte, pegou o guardanapo limpando os cantos da boca de lábios finos. Levantou-se abotoando os botões do casaco do terno cinza claro, ajeitou a gravata cor vinho escuro junto a camisa branca e olhou seu reflexo no espelho finissimo da sala de jantar, dando uma última arrumada nos cabelos. Pegou o celular e as chaves no mármore de Carrara da lareira e se dirigiu para os jardins da mansão. Respirou fundo e seus olhos se perderam extasiados na visão lilás das glicínias floridas que caiam como chuva colorida. Seguiu até o carro onde Diego, seu motorista, o aguardava solícito, sorrindo com a porta traseira aberta. Entrou e seguiram rumo a Melilla, onde Rodrigo tinha uma reunião de negócios em um antiquário de peças raras. No final do dia anterior, Aisha seguiu por uma das ruas do
Barrio Del Carmen e vendo um sofá na varanda de uma casa, aconchegou-se com a manta que o cobria e dormiu sob as estrelas cintilantes da noite fria. Sonhou com o homem do antiquário. Suas belas feições marcadas pela idade, a elegância do terno preto, suas maneiras e falar de homem culto. Acordou com o sol queimando o rosto, e saiu furtiva a busca de uma mesquita onde pensava encontrar ajuda. Aisha andou algumas quadras e chegando perto de algumas lojas, viu um homem que vendia batbout ( pão marroquino) comprou dois com os dirhans que ainda tinha no bolso da djellaba (túnica). Comprou também um café e sentou-se numa praça próxima para comer. Enquanto comia olhava tudo em volta para se localizar, vendo uma moça com trajes muçulmanos, perguntou-lhe onde encontraria uma mesquita e ela lhe mostrou o caminho. Depois que comeu, Aisha seguiu para a mesquita. Sempre observando se havia policiais por perto. Levou um bom tempo caminhando e não encontrando as Torres da Mesquita, começou a achar que estava perdida. Já era quase o horário da Dhur ( meio dia, horário de oração) quando viu as torres, e aliviada seguiu até lá. Entrando pelos belos jardins da mesquita, viu o pórtico imponente de madeira esculpida com imagens do profeta e sua estória. Antes de passar por ela tirou os sapatos em respeito ao solo sagrado. Algumas pessoas já estavam lá para as orações. Rodrigo seguiu até o aeroporto de Ceuta para pegar o voo para Melilla. Durante o voo, organizava sua agenda para o dia. Revisava os itens que mostraria para o comerciante naquela cidade. Depois de um pouco mais de três horas chegou ao aeroporto de Melilla, onde pegou um táxi para ir a Rua Miguel de Cervantes onde ficava o estabelecimento comercial do seu conhecido. Pelo caminho passaram por uma mesquita que chamou sua atenção pois trazia a refugiada Aisha a sua mente. Voltaria um dia a revê-la?