Diário da Cuesta Missão Cumprida! ano I
Nº 255
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
Prefeito Municipal Mário Pardini: “Depois da pandemia, a reconstrução da nossa Cidade foi talvez o maior desafio que tivemos! Uma chuva inesperada, histórica, que além de derrubar 40 pontes, ceifou 5 vidas e destruiu o lar de dezenas de famílias. Hoje, encerramos uma jornada de superação, de recuperação, entregando a última ponte reconstruída, a da Rua Raphael Sampaio, com estrutura mais robusta, com eficiência para o trânsito e
QUINTA-FEIRA, 2 de setembro de 2021
para a cessão hidráulica do Rio Lavapés! Construímos ainda uma do zero, a da Rua Edberto Roque Sforsin. Com um marco, lembramos daqueles que hoje não estão mais aqui. Maria Cristina Infante Ferre, Lourival Ferre, Silvia Infante, Epaminondas Macedo Souza e Talison Camilo da Silva de Oliveira. Com este mesmo marco, registramos mais um milagre de Deus: a reconstrução de toda uma Cidade em pouco mais de um ano!”
Você Sabia?!? O Prefeito Raphael Ferraz de Sampaio foi o responsável pelo Grande Planejamento Urbano Municipal, no Século XX Página 2
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Diário da Cuesta
O NOSSO HISTÓRICO URBANÍSTICO PLANEJAMENTO URBANO MUNICIPAL A cidade de Botucatu ganhou, na entrada de cada século, procedimentos técnicos na área urbana que lhe garantiram um desenvolvimento sustentável e modelar perante as demais cidades do Estado.
NO SÉCULO XX – O GRANDE PLANEJAMENTO: Após a Proclamação da República (1889), a administração municipal passou a ser parlamentarista: os membros do Conselho da Intendência (Vereadores) eram eleitos pelo voto e elegiam o Intendente Municipal (Prefeito). Já em 1890, o Intendente Municipal (Prefeito) era Raphael Ferraz de Sampaio que comandou o grande planejamento municipal: todo o arruamento da cidade, com as duas grandes artérias cortando toda a urbe (a atual Amando de Barros que continua na Floriano Peixoto e chega na Major Matheus e a atual Dom Lúcio continuando na Avenida Santana até encontrar também a Floriano Peixoto), sendo certo que as atuais paralelas João Passos, Cardoso de Almeida e General Telles, também estão ligadas à Floriano Peixoto... E no TOPO DA CUESTA a ACRÓPOLE CÍVICA, onde seriam construídos a Catedral, a Escola Normal, o Fórum, a Misericórdia Botucatuense, a Industrial, a Casa de Saúde Sul Paulista, etc. E tem mais: o abastecimento de água e o tratamento de esgoto também foram objeto do planejamento municipal. Já em 1917, Botucatu tinha 100% de seu esgoto tratado em uma rede de 14 Km!!! NO SÉCULO XXI – O CENTRO CÍVICO: Nos anos 90, eu tive a honra de formar em um grupo que batalhava por um planejamento urbanístico
moderno para Botucatu. Em cima da competência técnica dos estudos do arquiteto Eugênio Monteferrante Netto, lutávamos pela implantação do planejamento municipal racional e desenvolvimentista, preparando Botucatu para o novo século
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
WEBJORNALISMO DIÁRIO
Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
que chegava. Monteferrante já tivera participação expressiva na localização da fábrica da CAIO, na construção de modernas avenidas (Vital Brasil e Rafael Laurindo) no traçado da atual Castelinho, no Plano Diretor do Lageado (com seu moderno traçado viário), no Plano Diretor de Botucatu e na implantação de modernos bairros residenciais como o Jardim Paraíso, enfim, já tivera uma participação técnica respeitável em Botucatu. Assim, a luta pela construção das Avenidas Marginais e a localização para o Centro Cívico (Fórum, Câmara Municipal e Prefeitura), foram as grandes bandeiras dos anos 90. A luta pelas construções do Anel Viário e da Avenidas Marginais continua... Nos primeiros anos do novo século (2000/2004), Monteferrante atuou no Planejamento da Prefeitura Municipal e CONSEGUIU localizar o CENTRO CÍVICO na Castelinho, em área doada pela Usina São Manuel... FOI UMA GRANDE VITÓRIA DE BOTUCATU! Hoje, já temos o Fórum e a Câmara Municipal já está mobilizada para a construção de sua nova sede, sendo que a Prefeitura Municipal terá mais tempo, mas também deverá ser construída no CENTRO CÍVICO! Para a região, a UNIMED já está construiu o seu Hospital, a OAB deverá fazer a sua nova sede, o Shopping de Botucatu já é uma ótima realidade... e a polarização do CENTRO CÍVICO deverá levar outras entidades para a região, além da construção de modernas avenidas ligando a Castelinho à Rubião Jr. e ao campus da UNESP ! É o caminho por onde crescerá a NOVA BOTUCATU! (AMD)
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ARTIGO
A LIVE DOS CANTORES E SEUS PET-INSETOS
NANDO CURY
No final do inverno, bastam alguns dias com temperaturas mais altas para provocar a revoada das aleluias. Sem pedir licença, invadem nossas casas no cair da noite e vão se alojar nos lustres com lâmpadas acesas. Apagamos todas as luzes, por quase uma hora. De repente não sentimos mais rasantes sobre nossas cabeças. Mas, ficar no escuro não basta para espantar os insetos. Ao abrirmos a internet, lá estão eles com colegas de várias espécies. E pasmem: participando de uma live ao lado de cantores famosos. Apresentador – Bem vindos à nossa Live dos Cantores e seus Pet-Insetos. É com muita alegria e um comemorado alvará celeste, que iniciamos chamando Adoniran Barbosa. Adoniran entra no palco, tira o chapéu e solta dezenas de mariposas sobre a lente da câmera da produtora do evento. Então, pede um dó maior: - “As mariposa quando chega o frio. Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá. Elas roda, roda, roda e dispois se senta. Em cima do prato da lâmpida pra descansá”. (As Mariposa, Adoniran Barbosa). Apresentador - Êpa, estão ouvindo este zum zum zum no ar. É Djavan, que vem trazendo seu pet-besouro pra ajuda-lo a cantar: “A paixão. Puro afã. Místico clã de sereia. Castelo de areia, ira de tubarão. Ilusão. O sol brilha por si. Açaí, guardiã. Zum de besouro, um ímã. Branca é a tez da manhã” (Açaí, Djavan,) Apresentador – Agora, com mais um passaporte celeste no bolso, vamos receber Raul Seixas, que vai avisando que hoje não é o melhor dia pra tomar uma sopinha. Lá vem ele vestido com fantasia de uma grande mosca, guitarra no peito. Manda ver Raul. - ”Eu sou a mosca que pousou em sua sopa. Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar... Eu sou a mosca que perturba o seu sono. Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar” (Mosca na sopa, Raul Seixas) Apresentador – E não podia faltar a diva paulistana Rita Lee Jones, acompanhada do maridão Roberto de Carvalho e sua banda. Vejam, Rita está abrindo uma caixinha de fósforo e soltando no palco suas três baratinhas ensinadas, vestindo saias rodadas e fitas
coloridas. Elas vão dançar, enquanto Rita canta. Que gracinhas! - “Você me deixa cabreira, sem eira, nem beira, feito barata tonta. Você me apronta, depois me dá um beijo, me faz um gracejo, eu me desmancho toda.” (Barata tonta, Rita Lee e Roberto de Carvalho) Apresentador - Pra quem mora em casa, é mais comum sentir medo de um inseto nada amistoso, que não anda sozinho, mas em bando. Vem aí João Bosco, carregando com muito cuidado, seus pets que moram numa casinha bem barulhenta: - “Meu samba é casa de marimbondo: Tem sempre enxame pra quem mexer. Não sabe com quem está falando. Nem quer saber, nem quer saber, nem quer saber”. (Casa de Marimbondo, João Bosco e Aldir Blanc). Apresentador – Com a próxima convidada, mudamos de pet-inseto barulhento para um pet-inseto luminoso. Vamos receber o Pato Fu, com Fernanda Takai e seu vagalume que está dentro de um vidro especial e vai acender e apagar no ritmo da banda. - “Quando anoiteceu acreditei que não veria mais nenhum luar. Nem o sol se levantar enfim ... Vem acende a sua luz perto de mim. Estrelinha do meu quintal. Na madrugada, vagalume”. (Vagalume, Fernanda Takai) Apresentador - Para cantar em homenagem à sua cigarra de estimação, que chegou dentro de uma caixa transparente, forrada com cetim lilás por dentro, quero chamar Simone. - “Porque você pediu uma canção para cantar. Como a cigarra arrebenta de tanta luz. E enche de som o ar. Porque a formiga é a melhor amiga da Cigarra. Raízes da mesma fábula que ela arranha. Tece e espalha no ar”. (Cigarra, Milton Nascimento e Ronaldo Bastos) Apresentador – Seguindo na nossa programação convidamos Zé Ramalho e sua trupe de borboletas, pra fazer um número enigmático no palco: -“As borboletas estão voando. A dança louca das borboletas. Quem vai voar não quer dançar. só quer voar, avoar. Quem vai voar não quer dançar. só quer voar, avoar” (A dança das borboletas, Zé Ramalho) Apresentador – E para finalizar a Live dos Cantores e seus Pet-Insetos recebemos um trio inseparável, desde os tempos áureos do Grupo Rumo: Pedro Mourão, a Pulga e sua amiga cachorrinha Daninha, como convidada especial. -“A gente pega a Daninha. E lava, esfrega. Passa sabão. Passa shampoo. E a pulga danada. É a pulga pequena que pula do pelo da Daninha. E belisca a gente. Daninha é a cachorrinha. A pulga é a pulga. Que mora na Daninha”. (A Pulga e a Daninha, Pedro Mourão) Registramos várias mensagens de elogios à esta live. Queremos destacar duas, vindas de Kid Abelha e Paulinho Moska. Nosso muito obrigado.
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GERAÇÕES DA CIDADANIA BOTUCATUENSE
HOMENS QUE FIZERAM BOTUCATU!
ANTONIO PIRES DE CAMPOS
Ele foi profundamente humano. E um grande humanista. O que o distinguiu na estima e consideração do imenso mundo amigo que ele desertou. Pode-se ser humano, bom, apenas. Ou humanista, sábio, isolado, fechado em seu egocentrismo. Mas ele foi ambas as coisas, sem ferir a discrição do dia-a-dia. Sempre que solicitado, distinguiu-se na elegância oratória que o destacava pela sua imensa cultura. Na grande fauna humana – e principalmente entre seus pares de ofício, foi um exemplar raro de eficiência, sabedoria e atualização científica, tão sábio quanto bom. Era humano no exato sentido da palavra. Temente a Deus e fiel ao juramento médico. Mais que isso: fiel à sua profunda convicção de homem medularmente bom. De índole e de formação. Do consultório ao plantão infantil que ele mesmo criou e vivificou na Santa Casa, para atendimento à pobreza. Ali ele deixou seu último exemplo. Ali, durante mais de trinta anos ele trabalhou até seu último dia. Laborou no mundo infantil. Tudo, dedicado à infância. A fama de sua eficiência centrifugou uma vasta região deste e dos estados sulinos. Nenhum bebê de berço ou criança manhosa da primeira infância escapou de suas mãos macias e de seus ouvidos apurados. Conscencioso e estudioso. Suas observações consubstanciara-se em teses de grande alcance. E a Medalha “Imperatriz Leopoldina” foi-lhe concedida por seu amor à causa infantil brasileira. Exaltado e citado nos grandes certames internacionais e brasileiros, ele deixou nome na Pediatria Brasileira. Humanista e bibliófilo. Rodeou-se de livros. Sua imensa biblioteca que podemos gostosamente manusear – ocupa várias das maiores dependências da residência que por tanto tempo ocupou na Marechal Deodoro. Para as horas de estudo e de recolhimento, dizia-nos ele, a de lá de cima. Para sossego tranquilo das madrugadas calmas de pesquisas. Manejou o idioma pátrio como poucos. Por longos anos fez crítica literária como mestre. Admirado como conferencista, nenhum tema lhe foi adverso. Nos áureos tempos em que a Cúria Diocesana era um cenáculo, fez conferências brilhantes. Poeta dos mais admirados, colaborou nos jornais locais, no tempo em que a nossa imprensa trazia
três idiomas à leitura diária: português, francês e inglês, sem contar ainda com o italiano. Pertenceu aos melhores círculos literários onde lideravam Levy Thomaz de Almeida, João Thomaz de Almeida e Pedro Chiaradia. Colaborou no jornalismo carioca, enquanto estudava Medicina no Rio de Janeiro. Serviu a Revolução Constitucionalista de 1932 como voluntário botucatuense. Não de versos, jornalismo ou oratória. Mas de armas em punho. Serviu no Setor Sul, sob o comando do General Taborda. Coube-lhe na Academia Botucatuense de Letras a primeira brilhante conferência. Ocupava a Cadeira nº 10 – Humberto de Campos. Naquela noite que já se faz memória, ele recordou com elegância de um sábio, a saudade de um herói e o entusiasmo de um grande, as glórias e as misérias da maior Epopéia Paulista deste século. (Folha de Botucatu, 05/06/1989)