Edição 287

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Diário da Cuesta

ano I Nº 287

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

SÁBADO E DOMINGO, 09 E 10 de outubro de 2021

MORTE E VIDA SEVERINA O poema dramático “Morte e Vida Severina” é a obra-prima do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Escrito entre 1954 e 1955, trata-se de um auto de Natal de temática regionalista. O poeta, que nasceu no Recife, transformou em poesia visceral a condição do retirante nordestino, sua morte social e miséria. Resumo da Obra Morte e Vida Severina retrata a trajetória de Severino, que deixa o sertão nordestino em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. Severino encontra no caminho outros nordestinos que, como ele, passam pelas privações impostas ao sertão. A aridez da terra e as injustiças contra o povo são percebidas em medidas nada sutis do autor. Assim, ele retrata o enterro de um homem assassi-

nado a mando de latifundiários. Assiste a muitas mortes e, de tanto vagar, termina por descobrir que é justamente ela, a morte, a maior empregadora do sertão. É a ela que devem os empregos, do médico ao coveiro, da rezadeira ao farmacêutico. Nota, ao vagar pela Zona da Mata, onde há muito verde, que a morte a ninguém poupa. Retrata, contudo, que a persistência da vida é a única a maneira de vencer a morte. No poema, Severino pensa em suicídio jogando-se do Rio Capibaribe, mas é contido pelo carpinteiro José, que fala do nascimento do filho. A renovação da vida é uma indicação clara ao nascimento de Jesus, também filho de um carpinteiro e alvo das expectativas para remissão dos pecados.

João Cury e Caldas são condenados com perda dos direitos políticos após ação do MP; entenda o caso

Processo versa sobre remuneração indevida no período em que foram Prefeito e Vice em Botucatu

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, divulgou nos últimos dias a sentença de um processo que condenou o ex-Prefeito de Botucatu João Cury Neto e o ex vice-Prefeito Antônio Luiz Caldas. O processo versa sobre o acumulo de cargos e recebimentos por parte do ex Vice-Prefeito, durante o período de 2009 a 2016, quando exerceu o cargo eletivo. O Ministério Público narra na inicial que, nesse período, Caldas recebeu os subsídios de Vice-Prefeito, em valores variáveis entre R$ 6.000,00 e R$ 8.749,17. O Ministério Público fez a denúncia, alegando que houve uma prática ilegal de recebimento de dois salários por parte de Caldas, pedindo também a condenação de Cury por omissão. A sentença é do Juiz Fabio Fernandes Lima da 2ª vara cível de Botucatu. O MP acrescenta que o Vice-Prefeito também ocupou o cargo de Secretário Municipal de Saúde de 14 de setembro de 2009 a 03 de abril de 2012, sem remuneração e que no período de 2009 a 2016 recebeu remuneração com valores superiores ao teto constitucional, no caso, o subsídio do Governador do Estado. O Ministério Público assinala que Antônio Luís teria acumulado, indevidamente, dois cargos públicos, entre 04 de abril de 2012 e 31 de dezembro de 2016, com recebimentos dos respectivos vencimentos e acumulou, indevidamente, entre

14 de setembro de 2009 e 03 de abril de 2012, três cargos com atribuições distintas e desenvolvidas em locais distintos, recebendo vencimentos de dois deles, cujos valores extrapolaram o teto constitucional de remuneração do serviço público. O MP cita também que João Cury solicitou na oportunidade para a universidade que dispensasse Caldas em tempo parcial de suas funções para que exercesse atividades como Vice-Prefeito. Notificado após a denúncia, João Cury Neto apresentou manifestação escrita na qual arguiu sua ilegitimidade passiva para responder pelos atos descritos na inicial, pois não os praticou diretamente. Argumentou que cabia ao Vice-prefeito optar pela remuneração, não cabendo ao Prefeito impor essa escolha ao seu Vice. No mérito defende que houve erro escusável e que não foi provada

a má-fé. Após a denúncia do MP, Antônio Luís caldas Júnior apresentou manifestação escrita, na qual argumentou que é professor da Unesp desde 1978 e que foi eleito para o mandato de vereador do município de Botucatu entre 2001 e 2004 e 2005 a 2008. Foi eleito Vice-Prefeito nas eleições de 2008 e 2012. Alegou que, de boa-fé, solicitaram ao Diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu o afastamento da universidade para o exercício das atividades como Vice-Prefeito, o afastamento parcial foi aprovado, procedimento que foi adotado em todos os anos de mandato. Em sua decisão, o Juiz condenou Caldas e Cury por improbidade administrativa. Cita a perda dos direitos políticos por 8 anos, valores em multas, além da devolução de valores por parte do ex Vice-Prefeito. (ACONTECE BOTUCATU)


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ARTIGO

O DESEMBARGADOR E A ENFERMEIRA

Roberto Delmanto R., moça de classe média de uma pequena cidade paulista, nunca tivera juízo, dando sempre muito trabalho aos pais; era, como se costumava dizer antigamente, “da pá virada”... Acabou se apaixonando por um jovem que cumpria pena por tráfico de drogas na cadeia local; quando ele saiu da prisão, aparentemente regenerado, casaram-se contra a vontade da família dela. Algum tempo depois, o marido voltou ao tráfico, tendo a polícia encontrado grande quantidade de entorpecente escondida no telhado da residência do casal; enquanto o rapaz fugia pela janela, R. foi presa em flagrante. Impetrei um habeas corpus em seu favor junto ao Tribunal de Justiça, mas, por ser à época o comércio de drogas crime insuscetível de liberdade provisória, a ordem foi denegada. O desembargador relator foi extremamente duro em relação a R., praticamente prejulgando o feito. Terminada a instrução criminal, a pedido da própria Promotoria, foi ela absolvida pela falta de prova segura de que soubesse da existência do entorpecente, enquanto o marido era condenado à revelia. R. veio, então, para a Capital, fez um curso de auxiliar de enfermagem e acabou conseguindo emprego em um grande hospital. Anos mais tarde, o desembargador relator foi submetido a uma delicada cirurgia no hospital em que R. trabalhava, sendo atendido por ela. R. logo percebeu de quem se tratava, mas o desembargador não a identificou pelo nome. Gostou muito da competência e delicadeza de R., e, ao ter alta, convidou-a para ser sua enfermeira particular nos horários de folga, enquanto completava a convalescência em casa. Certo dia, já na residência, o magistrado perguntou a R. de que cidade ela era; ao ficar sabendo, comentou com a mesma que já tivera um caso de drogas naquela pequena comarca, envolvendo uma jovem. R. disse que a conhecera apenas superficialmente, não revelando que se tratava dela própria. E continuou cuidando do desembargador até seu completo restabelecimento. Jamais, em momento algum, lhe veio a menor ideia de vingança...

EXPEDIENTE

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

WEBJORNALISMO DIÁRIO

Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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A REVOLUÇÃO NO TEATRO NACIONAL O teatro brasileiro vem desde os primórdios da colonização portuguesa. Mas só nos anos 50, começa a tomar forma a retratar a sociedade paulista com Jorge de Andrade enquanto Ariano Suassuna inova no teatro regional. Em 1948, Alfredo Mesquita funda a Escola de Arte Dramática - EAD, em São Paulo e Maria Clara Machado, em 1950, abre o Tablado, no Rio de Janeiro. No final da década de 50 e início dos anos 60, a prioridade do então poderoso TBC - Teatro Brasileiro de Comédia para as peças e autores estrangeiros, leva os autores e atores nacionais a procurarem outro caminho vendo, no teatro, um meio válido para buscar a transformação da sociedade brasileira. A Revolução Cultural do Teatro Brasileiro, na década de 60, a nosso ver, está marcada pela atuação teatral e política de dois grupos teatrais: o TEATRO DE ARENA, de São Paulo, sob a direção de Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho; e o GRUPO OPINIÃO, do Rio de Janeiro, sob a direção de Paulo Pontes , Oduvaldo Vianna Filho, Armando Costa. Na verdade, atuavam em perfeita simbiose. SHOW OPINIÃO – LIBERDADE/LIBERDADE/ MORTE E VIDA SEVERINA Em 1965, assistimos no Rio de Janeiro a apresentação revolucionária do “Show Opinião”, com Zé Kéti, João do Vale e Maria Bethânia (substituindo Nara Leão). Era a estréia da novata Maria Bethânia no teatro. A sua interpretação dramática e a força que ela impôs à personagem repercutiram por todo o país: nascia uma estrela ímpar! Os autores do espetáculo, Armando Costa, Oduvaldo Vianna Filho e Paulo Pontes deixaram claro que “...é preciso restabelecer o teatro de autoria brasileira - não somente o teatro do dramaturgo brasileiro - o espetáculo do homem do teatro brasileiro. É preciso que finalmente e definitivamente nos curvemos à nossa força e à nossa originalidade». Com direção geral de Augusto Boal e direção musical de Dorival Caymmi Filho, o espetáculo trazia a música

de Zé Kéti e João do Vale em cima de ampla pesquisa na autêntica música popular brasileira. No mesmo ano de 1965, ainda no Rio, numa promoção do Teatro de Arena/Grupo Opinião, assistimos a apresentação de “Liberdade, Liberdade”, peça de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, era o chamado teatro de protesto, criticando o movimento militar de 1964. A peça estreou no dia 21 de abril, Dia de Tiradentes. Era emblemática. Com Paulo Autran, Tereza Rachel, Nara Leão e Oduvaldo Vianna Filho. “Liberdade.Liberdade”, reunia textos de vários autores sobre o tema-título: Sócrates, Marco Antônio, Platão, Aristóteles, Abraham Lincoln, Martin Luther King, Castro Alves, Vinicius de Moraes, Anne Frank, Danton, Winston Churchill, Cecília Meireles, Geraldo Vandré, Jesus Cristo, William Shakespeare e Carlos Drumond de Andrade. Na sequência, ainda em 1965, mas agora em São Paulo, assistimos a peça “Morte e Vida Severina”, baseada no livro do mesmo nome do poeta João Cabral de Melo Neto, retratando a vida de um retirante que desce do sertão nordestino ao litoral em busca de uma vida melhor. A peça foi montada a pedido do escritor Roberto Freire, Diretor de teatro da PUC/SP. Era o TUCA (Teatro da Universidade Católica) a marcar a sua presença pela história do teatro brasileiro. Os poemas foram musicados por Chico Buarque de Hollanda. A peça representou o Brasil no Festival de Nancy/França, onde arrebatou o maior prêmio. Na segunda metade dos anos 60, a realidade política brasileira já estava mudada. O regime militar que se instalara no Brasil em 1964 recebera, no início, apoio expresso da sociedade brasileira (marcha dos cem mil) preocupada com os desmandos e falta de rumo seguro do Governo de João Goulart. Após a fuga do presidente, toda a classe política apoiou a eleição do Marechal Castelo Branco, para Presidente do Brasil, inclusive o PSD (oposição), de Juscelino Kubischeck, que por iniciativa do ex-presidente, indicou seu primo e correligionário José Maria Alckmin para o cargo de Vice-Presidente da República do Brasil. (AMD)


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COMENTA Rodrigo Scalla

Diário da Cuesta

Quase tudo Rosa Em alusão ao outubro Rosa , escolhi fazer uma coluna onde quase tudo é rosa dedicada as mulheres. Conheci a boutique Rosa Thally cuja a proprietária me atendeu com enorme carinho. A boutique é ampla e de bom gosto, uma das mais lindas da cidade, se não for a mais linda com uma moda fácil de ser usada e chique. Isso me fez lembrar de um pensamento que diz que os melhores perfumes estão sem dúvida nos pequenos frascos, podem notar. Você vê por aí lojas enormes, mas totalmente com moda cafona, e essa moda da boutique Rosa Thally é elegante. Vestuário leve e de bom gosto com um preço muito convidativo. A boutique já tem uma fachada que chama a atenção , estacionamento próprio e as modelos que posaram para essa coluna são a moldura do quadro, o retoque final , a última pincelada de um famoso artista. @rosathally no Instagram e todos os dados no final. A boutique envia as peças para todo o Brasil e se você não tiver acesso a boutique ela vai até você, outra comodidade para a cliente ou o cliente que queira presentear a mulher ou namorada ou noiva com moda de alto nível, comento porquê vi com os meus próprios olhos. Modelos para jovens, jovens meninas e senhoras. Amei. Eliane Oliveira Rosa - Rua Campos Sales , 1249. Whatsapp 99629-5525.

A proprietária Eliane Oliveira Rosa

Tbem para ilustrar a coluna de hoje essas unhas perfeitas em tom Rosa por Ivanilda, minha querida manicure e pedicure cujo contato é +55 14 996689444. Mas agende antes, pois ela vive com a agenda cheia tal seu profissionalismo


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