Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano I Nº 298
SEXTA-FEIRA, 22 de outubro de 2021
Rolando Boldrin: “85 anos e estou ‘inteiraço’, quero trabalhar mais!” Aniversariante desta sexta (22), o eterno Sr. Brasil fala sobre sua carreira, cultura brasileira, pandemia e planos para o futuro Ator, cantor, compositor, apresentador, contador de causos e muito mais: esse é Rolando Boldrin, o Sr. Brasil, que completa 85 anos nesta sexta-feira (22). Nascido em São Joaquim da Barra, interior paulista, Boldrin se mudou para a capital ainda na juventude e começou a trabalhar na extinta TV Tupi em 1958. “Já fiz de tudo, mas antes de mais nada sou ator. Não me julgo um cantor, sou um ator que canta”, afirmou. Paralelamente ao trabalho nas novelas, no cinema e no teatro, ele nunca deixou de explorar outra grande paixão: a música brasileira. Entre composições próprias e trabalho como intérprete - “Cantei música de todo mundo, de Noel Rosa a Chico Buarque”, disse - ele já acumula mais de 174 obras musicais gravadas. A união do trabalho nas telinhas e o amor pela música resultou no programa Sr. Brasil, no ar na TV Cultura. “Tinha o sonho de criar um programa musical e cultural para mostrar que a música brasileira não era só samba. Eu me dediquei a esse projeto como uma coisa primordial para a cultura brasileira”, refletiu.
O Zé Maria tem a alma do caboclo da nossa região. Escreve como o caboclo fala. Ele é – em minha opinião de escritor – o “nosso” Rolando Boldrin. Leia: “Ei amigo, esse ar�go é meu!”, na Página 2
EVENTOS PROGRAMADOS
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ARTIGO
Ei, amigo, esse artigo é meu! “certas canções que ouço, cabem tão dentro de mim, que perguntar carece, como não fui eu que fiz...” É sempre assim: uma frase, um artigo, uma musica, uma crônica ou um livro parecem ter saído do fundo da nossa alma. Será? Tem até uma canção do Milton Nascimento e do Tunai (irmão do João Bosco), chamada CERTAS CANÇÕES, cuja primeira frase reproduzimos acima, na abertura do artigo. É isso, sim. Em uma crônica muito bem escrita, eu gostaria de poder dizer: EI, AMIGO, ESTE ARTIGO É MEU!!!! Mas o artigo, infelizmente, NÃO é meu. É artigo de origem registrada. Faz parte das crônicas do livro “APENAS UMA HISTÓRIA”, publicado em abril de 2007, com ilustrações do Prof. Vinício! O livro é o primeiro lançamento do José Maria Benedito Leonel, educador consagrado e comunicador tarimbado. Eu que estava à época – após 25 anos – completando mais um ciclo de participação e militância na ABL – Academia Botucatuense de Letras, uma das tarefas, das “lições de casa” que eu não consegui fazer com sucesso, foi levar o Zé Maria, como é chamado o escritor, para ingressar e enobrecer a ABL... Amigo de infância, fizemos o ginásio juntos no La Salle, fizemos o Tiro de Guerra juntos, tivemos amigos e “sonhamos” com tantas morenas bonitas na mesma época que eu diria, sem errar, que o Zé Maria foi e é um amigo para ser guardado para sempre...Seguimos caminhos diversos: ele, Educador; eu, Advogado, com militância cívica...Mas ambos sonhadores e “apaixonados” pela cidade de Botucatu de um modo geral e, ele, de modo especial, por sua “Piapara”. O Zé Maria tem a alma do caboclo da nossa região. Escreve como o caboclo fala. Ele é – em minha opinião de escritor – o “nosso” Rolando Boldrin. E o artigo que eu gostaria de ter escrito, diz o seguinte:
“Agora já sei que o tempo não para, que o dia que passo não vorta mais. Agora já sei que a vida engana a gente. Tudo vai embora: o tempo da criança, a mocidade, as canturia, as varsa que dancemo, as sabedoria das prosa, os laços arrebentados pelo tempo, os agrados, os desafetos. Tudo vai embora. Vai embora a vaidade, a arrogância, o poder. A vida vai quebrando o nosso orgulho, domando nossas valentia, acomodando nossos repente, silenciando as cordas da viola Tudo vai embora. Vai embora a força do braço e do abraço. Vai embora as certezas que a gente defendia. Nada é tão certo assim, tão verdadeiro assim. Quem acha que é, que fique achando. Eu também já achei e não acho mais. Tudo vai embora. Na memória da gente vai ficando sobras, vurtos...” E conclui: “O que é a vida da gente? Até onde a gente é dono das rédea, troteando os dia de acordo com o nosso querê? Até onde o destino tem que sê cumprido? Que hora é a hora de muda a sorte, escolhê outra estrada, anda por outros ataio?” São trechos que escolhi. Que beleza! Quanta brasilidade, não é mesmo?!? Finalizando, a FRASE QUE EU GOSTARIA DE TER ESCRITO, saída da sabedoria do sempre mestre Agos�nho Minicucci: ”A mãe-pátria é a nossa cidade, no sentido de que elas, as cidades, as vilas, as fazendas compõem o país. Quem ama o seu torrão natal é um grande patriota, que idolatra o seu berço para enaltecer a grandiosidade da nação... Antes de vivermos para nós mesmos é preciso que vi-
vamos para a nossa Pátria e ela se chama Botucatu.” E para encerrar estas reminiscências tão saborosas, ficamos com a música “Tristeza do Jeca”, de autoria de Angelino de Oliveira, feita especialmente para a cidade de Botucatu, a cidade que escolhera como sua...pra sempre...É considerada a melhor música do cancioneiro raiz brasileiro. (AMD) ANGELINO DE OLIVEIRA Tristeza do Jeca de Angelino de Oliveira, com Tonico & Tinoco Nestes versos tão singelos Minha bela, meu amor Prá você quero contar O meu sofrer e a minha dor Eu sou como um sabiá Que quando canta é só tristeza Desde o galho onde ele está Nesta viola canto e gemo de verdade Cada toada representa uma saudade Eu nasci naquela serra Num ranchinho beira-chão Todo cheio de buracos Onde a lua faz clarão Quando chega a madrugada Lá no mato a passarada Principia um barulhão Nesta viola, canto e gemo de verdade Cada toada representa uma saudade Lá no mato tudo é triste Desde o jeito de falar Pois o Jeca quando canta Dá vontade de chorar E o choro que vai caindo Devagar vai-se sumindo Como as águas vão pro mar.
Zé Maria Leonel e esposa em uma cavalgada
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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ARTIGO
“Eudaimonia”
Maria De Lourdes Camilo Souza Termo grego que significa “estado do ser habitado por um bom daemon (bom gênio)” Felicidade, bem estar, estado de plenitude do ser que acho só as pessoas gratas conseguem, porque tem a capacidade de ver uma boa lição em cada situação vivida. De acordo com Aristóteles, a felicidade seria a virtude das virtudes. Seria mais ou menos como a Poliana, menina que ao ficar órfã, vai viver com uma tia distante, e que apesar das dificuldades praticava o “estar contente”. Assisti o filme de 1960, com a atriz Hayley Mills. Nunca esqueci, porque com seu jeitinho amoroso acabava mudando a vida das pessoas com quem convivia sempre para melhor. Diferente de hedonia, onde o prazer é o objetivo e o bem supremo da vida. A diferença é que o prazer dura algum tempo e passa. Alguns prazeres às vezes podem até nos trazer algum sentimento de culpa e até sofrimento. A brincadeira de estar contente pode mudar a forma de ver a vida, transmutar o mau em bom, trazer luz onde mora a sombra. E ao se tornar um hábito pode tornar as pessoas sombrias e tristes em iluminadas, alegres. Aí você me pergunta: o que eu ganho com isso? Eu respondo que atraímos a energia que espalhamos. Energia positiva, atrai coisas e pessoas positivas.
Diria mesmo que o universo conspira a favor de gente assim. Eu gosto de brincar que tenho muita sorte, e que de repente ao elevar meus braços aos céus para agradecer a Deus, ainda sou capaz de pegar dois patos em pleno voo. Meus sobrinhos quando meninos, riam muito desse meu jeito de falar. Um exemplo simples são as sincronias. Eu penso: preciso ir á quitanda comprar frutas. Horas depois, tocam a campainha e é a vizinha no portão: -Estou chegando do sítio e trouxe estas bananas e laranjas para você. Não ria, isso já me aconteceu muito. Tente praticar, pode dar certo. Lembre da letra do “Samba da Benção” do nosso querido poetinha, Vinicius de Moraes: “É melhor ser alegre que ser triste, Alegria melhor coisa que existe É assim como a luz no coração “