Diário da Cuesta
ano I Nº 312
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
SEGUNDA-FEIRA, 8 de NOVEMBRO de 2021
BOTUCATU QUER SABER!!!
SÃO PARENTES OU NÃO ?!?
TODOS QUEREMOS SABER!
OS FAMILIARES DO PREFEITO PARDINI VIERAM DA REGIÃO DE LUCCA/TOSCANA. OS FAMILIARES DO PRESIDENTE BOLSONARO VIERAM DE LUCCA/TOSCANA. NA GRANDE DEPRESSÃO ITALIANA, MUITOS IMIGRARAM PARA O BRASIL. É UMA HONRA – SEM QUALQUER CONOTAÇÃO POLÍTICA! – PARA BOTUCATU ESSA LIGAÇÃO FAMILIAR, MESMO QUE DISTANTE, ENTRE ESSES CAMPEÕES DE VOTOS !
Botucatu quer saber!!! São parentes ou não?!?
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ARTIGO Nando Cury
Diário da Cuesta
SONS DO SILÊNCIO
Vamos partir do princípio que o silêncio absoluto, em condições normais, é algo muito difícil de obtermos. E considerar que os conceitos de tipos de silêncio são um tanto subjetivos. A exemplo do que expõe a OMS, Organização Mundial da Saúde e que inspira os outros. Sons até 20 decibéis “não são sons”, pois não são percebidos pelos ouvidos humanos. Entre 20 e 50 decibéis, como os originados por uma conversa em tom normal ou ouvidos numa rua vazia, são chamados de sons saudáveis. Na faixa de 55 e 65 já provocam dificuldade de concentração e de descanso. É assustador que estejam aqui presentes os provocados num escritório ou por um aparelho de televisão. Se aumentarmos um pouco, indo para ruídos de 65 a 70 decibéis, não estamos falando de nada desconhecido são os sons que ouvimos numa rua movimentada, num restaurante cheio. Só que já podem afetar a saúde mental e ocasionar estresse degenerativo. Por fim, a OMS propõe o limite suportável para o ouvido humano, ficando entre 85 e 90 decibéis. Acima de 90 decibéis podem causar surdez. Pensando na necessidade de controlar o ruído excessivo que interfere na saúde e no bem estar da população, entidades como a ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas e o IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis criaram uma série de normas, métodos e ações. Através de resolução do CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente, que pertence ao IBAMA, o Programa Silêncio propõe o Selo Ruído para alguns conhecidos aparelhos caseiros: liquidificadores, secadores de cabelo e aspiradores de pó. Com certeza toda cidade e todo condomínio que se prezam possuem também suas legislações, para coibir a malfadada e mal educada poluição humana. E assim, barrar e penalizar os espetaculares pancadões, motoristas DJs, carros de vendedores com alto-falantes, baladinhas festivas que se estendem até altas horas da noite. Se o ruído interfere no sossego alheio, independe do horário para ser configurado como Contravenção Penal de Perturbação do Sossego (artigo 42 da Lei de contravenções Penais) e enquadrar o(a) infrator(a). Em São Paulo existe um Programa de Silêncio Urbano, o Psiu, que fiscaliza os índices de barulho em locais confinados: bares, casas noturnas, restaurantes, templos religiosos, indústrias e obras. Danceterias praticam um nível de decibéis insuportável e torturante. Nas metrópoles e grandes cidades não é fácil encontrar lugares para se vestir a janela anti-ruído do silêncio. Algumas regiões são afetadas pelos barulhos dos aviões nos aeroportos. Em quase todas as regiões existem construções, feiras livres, trânsito de veículos. E é muito comum em diferentes horas do dia ouvirmos sirenes, buzinas, britadeiras, máquinas de lavar nos postos, refrigeradores industriais em supermercados, geradores em prédios, disparos de alarmes de casas ou de carros. Dentro de casa, estamos cercados de telas sonoras por todos os lados. Se permitirmos, em nosso celular existem muito sons para digitação do teclado, alertas de mensagens, toques de chamadas, músicas que entram se acionarmos por engano alguns apps, viva voz nas
conversas. Na cozinha o depurador, na área de serviço a máquina de lavar... Para os(as) mais neuras ou mais curiosos (as) é possível baixar um decibelímetro, em forma de app no celular, pra medir sons e barulhos que são constantes ou outros que estão nos incomodando. “Vivemos na era do barulho. O silêncio está quase extinto”, afirma o filósofo e aventureiro norueguês Erling Kagge que, ao contrário, explorou o poder do silêncio para atingir os “três polos” do norte, sul e o cume do Everest. Erling estimula a prática do silêncio para darmos um tempo na rotina e nos reconectarmos com nós mesmos. Como curiosidade, a Finlândia, situada no Ártico, onde fica também a Noruega e o Polo Norte, escolheu como seu diferencial publicitário ser “o país mais silencioso do mundo”. Há pesquisas que comprovam, que em situações planejadas, o ficar em silêncio pode elucidar pensamentos e decisões, ajudar a fortalecer a memória, evitar depressões e até mesmo prevenir doenças. Assim praticar o silêncio pode ser muito relaxante e benéfico para a saúde em momentos cotidianos especiais, como refeições, caminhadas ou corridas e antes de dormir. Complementarmente, viver em ambientes mais silenciosos vai contribuir para o melhor desempenho dos nossos trabalhos, resolução de problemas, criação artística, relaxamento, meditação... Nas músicas, podemos provar os efeitos do tema silêncio de três representantes muito marcantes. Com afinidade poética e lírica em “Certas coisas”, de Nelson Mota e Lulu Santos. E nos shows de vocais de “The sound of silence” (Paul Simon), com Simon&Garfunkel e de “Silence is Golden” (Bob Crewe e Bob Gaudio), com The Tremeloes.
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
WEBJORNALISMO DIÁRIO
Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
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“Chega de perguntas” José Maria Benedito Leonel
Essa prosa é comigo mesmo. Já decidi, não me faço mais perguntas para as quais não terei respostas. Já pelejei muito pra sabê mais de Deus, querendo entendê sua essência, suas razões, seus desígnios. Na mocidade, fui questionador. Às vezes tive respostas e outras não. Chega ! Se o laço não alcança, não jogo, e não jogando não erro. Meu laço é curto pra laçá e entendê os mistérios do universo e os atributos de Deus. Sabe, minha inteligência é humana, finita. A de Deus é infinita e Ele é a causa primeira e razão última de todas as coisas existentes ou possiveis.. Pra mim, peãozinho do entendimento, chega de graça, de arrogância. Que sabê? Eu não sei nada, mas tenho fé. Não faço mais perguntas sobre o amor. Se falso ou verdadeiro,se primeiro ou último, se único ou múltiplo, se fraternal ou passional, pouco me importa. Ele, o amor, é uma colcha de muitos retalhos e de mui-
tas cores. Quem ama sabe que ama. Quem não é amado, sabe que não é amado. Pode o amor ser mais do que é? Eu não sei! Penso que amamos o amor, não importando os personagens. Eles, os personagens, se alteram, mas a necessidade de amar anda conosco no transcorrer da vida. Penso que o grande amor, o amor perfeito é o abstrato que vive no imaginário e daí é lindo. Quando deixa o mundo dos sonhos e se concretiza, nem sempre sobrevive na roda viva da vida. Não quero mais fazê pra mim perguntas sobre valores e condutas. Busquei conduzir minha vida com uma hierarquia de valores. Lá no mais alto degrau da escada, os valores espirituais, morais, éticos. Havia degraus para os valores corporais, culturais, e os materiais, la no pé da escada. Hoje eu sei quantas vezes essa escada foi invertida. Sempre havia um contexto pra justificá o injustificável. Sabe o que é? A gente vacila, tropica, erra, se engana, engana. Sabe, eu não sei tanta coisa que pensei que sabia e não sabia. Então se sobrá umas verdades, mesmo que só minhas, já tá bom. Sempre fui do “mais pouco” que do “muito mais” . Vivo dizendo que fui criado com pouco leite . Simples assim.
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ARTIGO Artigo 7 Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo. ‘Os Estatutos do Homem’ Thiago de Mello Maria De Lourdes Camilo Souza Eu tive uma professora de Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais, ela se referia ao nosso povo abençoado, chamando-nos de “brasileirinhos.” Usava esse termo com imenso amor e carinho que me tocou a alma. Ela me fez apaixonar pela sua matéria. Era uma mulher pequena e magrinha, mas grande em conhecimento. Alguns colegas não gostavam muito dela, eu já me identifiquei muito. Sempre gostei de história. Mas nunca achei que um dia fosse apreciar a Antropologia, e de fato ela antecede a história, vai aos primórdios da humanidade. Aí um dia lendo poemas de Pablo Neruda, que amo, conheci o nosso poeta Thiago de Mello, que era seu amigo e contemporâneo. Neruda fez a tradução de seu maravilhoso “Estatutos do Homem”, o seu mais famoso poema. Conheci primeiro a tradução feita pelo Neruda, muito bonita em capa dura. Amadeu Thiago de Mello, nascido a 30/03/1926, em Porantim do Bom Socorro, município de Barreirinha, Amazonas, tradutor e poeta. Muito respeitado e conhecido como um ícone da literatura regional. Suas obras foram traduzidas em mais de 30 idiomas. Morou no Chile, durante o seu exílio por época da ditadura, aonde conheceu Pablo Neruda. Morou também na Argentina, Portugal, França, Alemanha. Atualmente mora em Barreirinha sua terra natal. Algumas de suas obras são: “Faz escuro mas eu canto”, “Amazonas- Pátria da água”, “ Pequena Coreografia do Adeus”,” Lá e Aqui, “A hora da essência “, “Torto arado”, “Tudo que eu já nadei”, “Vazio”, “As águas sabem segredos”. Meus respeitos, admiração e gratidão a esse querido “brasileirinho” que leva a cultura do nosso povo mundo afora.
Artigo 9 Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura. ‘Os Estatutos do Homem’